sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Remembering : David Wall e o Pas-de-Deux de MacMillan, «Chanson»

Assisti este pas-de-deux de Kenneth MacMillan com David Wall e Alessandra Ferri em Londres em 1981. Naquela época o nome dela não me era conhecido… Em que mundo eu vivia ?
Tive que procurar o programa da Royal Opera House… era ela! E encontrei até meu Ticket: na Galeria, standing-place… Como os tempos mudam!

Em 1981 estive em Londres um mes fazendo aulas com David!!!! Foi ele o grande responsável pelo meu “Arabesque”.



David Wall
, que homem magnífico, um bailarino de MUITA personalidade e, acima de tudo, de grande humildade. Nunca "estrela". Só um trabalhador no seu ofício, dando tudo de si e de seus conhecimentos para os outros. Suas aulas para rapazes eram famosas. Muito me impressiona o fato de que, no "auge" de sua carreira como o bom bailarino que foi, já dava aulas! Em 1984, retirou-se dos palcos.

Fiquei na época em lista de espera para aquele curso e ainda tive que audicionar lá. Eu tinha 21 anos. Naquelas épocas todo o "registro" para um curso era feito por correio e, se houvesse pressa, por telefone... com esperas... tudo muito caro! E aí a viagem de trem de 20 e tantas horas para Londres (e de barco de Osteende para Dover) porque os voos eram caríssimos... Um mes em Londres comendo Shepherd's pies porque o dinheiro não dava para mais e colocando uns "two-pence" (que horror aquelas antigas moedas inglesas, hein? Nunca as aprendi!) no automático da calefação do quarto do hotel. Bons tempos. A vida estava começando... quantas “visões” para o futuro… Tudo era "fácil" de se alcançar!

Ferri neste video na sua, para mim, melhor fase, antes do ABT (não é uma crítica, amo o ABT!), com linhas fantásticas e técnicamente como não mais a vi... Tinha uns pés maravilhosos!



Rever este pas-de-deux trouxe-me inpagáveis memórias. Que coisa boa!!!!

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Adoro este pensamento de MacMillan - vejo nele tudo o que realmente realizou:
"What I wanted to put on stage had to have more reality than much of what I was seeing in the 1940s and 50s … Little of what I was seeing then had any contact with a real world of feeling and human behaviour. Ballet looked like window-dressing. I wanted to make ballets in which an audience would become caught up with the fate of the characters I showed them."
Quoted by Clement Crisp, 1991

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