Assisti este pas-de-deux de Kenneth MacMillan com David Wall e Alessandra Ferri em Londres em 1981. Naquela época o nome dela não me era conhecido… Em que mundo eu vivia ?
Tive que procurar o programa da Royal Opera House… era ela! E encontrei até meu Ticket: na Galeria, standing-place… Como os tempos mudam!
Em 1981 estive em Londres um mes fazendo aulas com David!!!! Foi ele o grande responsável pelo meu “Arabesque”.
David Wall, que homem magnífico, um bailarino de MUITA personalidade e, acima de tudo, de grande humildade. Nunca "estrela". Só um trabalhador no seu ofício, dando tudo de si e de seus conhecimentos para os outros. Suas aulas para rapazes eram famosas. Muito me impressiona o fato de que, no "auge" de sua carreira como o bom bailarino que foi, já dava aulas! Em 1984, retirou-se dos palcos.
Fiquei na época em lista de espera para aquele curso e ainda tive que audicionar lá. Eu tinha 21 anos. Naquelas épocas todo o "registro" para um curso era feito por correio e, se houvesse pressa, por telefone... com esperas... tudo muito caro! E aí a viagem de trem de 20 e tantas horas para Londres (e de barco de Osteende para Dover) porque os voos eram caríssimos... Um mes em Londres comendo Shepherd's pies porque o dinheiro não dava para mais e colocando uns "two-pence" (que horror aquelas antigas moedas inglesas, hein? Nunca as aprendi!) no automático da calefação do quarto do hotel. Bons tempos. A vida estava começando... quantas “visões” para o futuro… Tudo era "fácil" de se alcançar!
Ferri neste video na sua, para mim, melhor fase, antes do ABT (não é uma crítica, amo o ABT!), com linhas fantásticas e técnicamente como não mais a vi... Tinha uns pés maravilhosos!
Rever este pas-de-deux trouxe-me inpagáveis memórias. Que coisa boa!!!!
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Adoro este pensamento de MacMillan - vejo nele tudo o que realmente realizou:
"What I wanted to put on stage had to have more reality than much of what I was seeing in the 1940s and 50s … Little of what I was seeing then had any contact with a real world of feeling and human behaviour. Ballet looked like window-dressing. I wanted to make ballets in which an audience would become caught up with the fate of the characters I showed them."
Quoted by Clement Crisp, 1991
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