No dia 17 de Dezembro o mundo perdeu mais uma vez uma querida atriz dos áureos tempos de Hollywood: Jennifer Jones ( 2.3.1919 - 17.12.2009).
Como o mundo virtual está „fervendo“ com matérias sobre ela, não vou preocupar-me muito em contar sua história ou ir a fundo nos detalhes de seus filmes.
Gostaria porém de colocar algumas fotos dos meus filmes prediletos com ela. Talvez alguns, que ainda não assisti como „Clunny Brown“, „Love Letters“ ou „Indiscretion of an american Housewife“ venham a entrar nesta lista.
Ela tinha feito em 1939 dois filmes como Phyllis Isley, seu nome verdadeiro, sem o menor exito… Isto antes de passar por um intenso período de „grooming“ no qual transformaram-a em „Star-Material“. Seu primeiro filme como Jennifer Jones trouxe-lhe o Oscar de melhor atriz em 1943 „The Song of Bernadette“. Quatro outras nominações seguiriam no futuro.
Em „Since you went away“ (1944) ao lado de Claudette Colbert, Joseph Cotten, Shirley Temple, Lionel Barrymore e Robert Walker (seu marido na época) entre outros, teve grande exito com público e crítica.
Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946) como a afetadíssima Pearl Chavez.
No meu filme preferido com ela: o inspirado e sensível O Retrato de Jennie (The portrait of Jennie, 1948), um dos filmes preferidos também de Luís Buñuel (Vejam também minha longa postagem de 14.02.2009 sobre este filme) e um dos mais fascinantes estudos cinematográficos sobre o tempo, o passado, magia....
1949 foi uma ano que lhe trouxe um sucesso imenso em Madame Bovary
e um grande fracasso: A produção inglesa „Gone to Earth“, filme incompreendido na época com um dos finais mais assustantes da história do cinema.
Jennifer afastou-se por três anos das telas, só voltando em 1952 em „Carrie“ onde se presencia a total destruição social e moral de Laurence Olivier, no filme seu amante.
Em 1955 como a médica eurásia, Dr. Han Suyin, ao lado de Bill Holden (de novo sem camisa) em „Love is a many splendored Thing“ (Suplício de uma Saudade), talvez o filme pelo qual até hoje é mais lembrada.
A cena do cigarro é até hoje (como a cena de praia entre Burt Lancaster e Deborah Kerr em „From Here to Eternity“) considerada um momento „erótico“ clássico dos anos 50.
Em „The Barrets of Wimpole Street“ (1957) interpretou a poetisa Elizabeth Barret Browning e numa interessantíssima e forte cena com Sir John Gieguld conseguiu o quase impossível na época: Sem nunca tocar na palavra revela ao público o amor incestuoso que seu pai por ela sentia e abandona a casa para casar-se com Browning.
Mais uma vez se afasta por muitos anos do cinema, voltando em „Tender is the Night“ (Suave é a Noite, 1962) ao lado de Jason Robards, Joan Fontaine e Tom Ewell. Lembro-me de uma descrição uma vez no Jornal do Brasil: „Jennifer Jones que neste filme tem a boca das mulheres que sofrem“ (Como eram bons os tempos mais moldados por sentimentos e sensibilidade, antes desta era tão „cool“ na qual vivemos).
Seu último filme foi „Inferno na Torre“ (The Towering Inferno, 1974) que assisti no „Roxy“ em Copacabana antes de ser dividido em vários cineminhas. Mas sobre este filme nao vale muito a pena falar.
Ela adoeceu sériamente com Parkinson, viu seu segundo marido morrer (o famoso produtor de …e o Vento levou! David O.Selznick) e sua filha de 21 anos se matar.
Agora Jennifer descansou!
Porque sempre me sinto „viúvo“ e „órfão“ ao mesmo tempo quando certos atores/atrizes de Hollywood morrem?
Aqui a inesquecível cena do baile de Madame Bovary - grande trabalho de Vincente Minelli: reparem no "timing" desta cena, principalmente a "extaseante" valsa "brilhante", a partir do quinto minuto deste vídeo, com o jovem e belo Louis Jourdan. Quanto simbolismo... A valsa, a extase, o quase desmaio, o romper dos cristais das janelas... Cinema at its very best!
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