sábado, 27 de junho de 2009
REMEMBERING: Eleanor Parker (Happy Birthday!)
Uma das boas atrizes do cinema americano. Uma das mulheres mais elegantes de Hollywood. Uma que nunca deu realmente muito valor à papéis glamourosos (apesar de ter feito alguns) e que nunca usou esta “imagem” como um rótulo. Uma grande Dama do cinema. Atriz com A maiúsculo.
Eleanor Parker nasceu em 26 de junho de 1922 (ou seja, completou ontem 87 anos), debutou no cinema em 1941, foi nominada para tres Oscars e fez seu último filme em 1991, finalizando assim 50 anos de uma brilhante carreira!
É de certa forma bem difícil encontrar seus primeiros filmes, ou seja, os que foram feitos na década de 40. Eu só conheço na realidade tres da época em que estava sendo “treinada” pela Warner (junto à Alexis Smith) para eventualmente ser uma “nova” Bette Davis: “Between two Worlds” (1944), “Of human Bondage” / Servidão Humana (1946) e no papel duplo de “A Woman in White” (1948).
“Between” conta várias estórias entre elas a do casal "Bergner": ele, um pianista austríaco, sendo interpretado pelo austríaco Paul Henreid (Victor Lázlo de “Casablanca"), ela sua devota esposa. Depois de uma tentativa de suicídio “se encontram” num barco... só para descobrir que estão mortos, assim como todos os outros passageiros deste “cruzeiro”. Num papel secundário Alexis Smith. “Of Human Bondage” é a refilmagem do clássico de Somerset Maughan, que tinha já trazido fama à Bette Davis, e desta vez deu a chance à Eleanor de interpretar a sordida e barata garçonete, Mildred, que morre de sífilis. Muitas comparações foram feitas entre as duas atrizes e o filme nao levou a carreira de Eleanor a frente. “A Woman in White” é um daqueles horrorosos filmes “góticos” da Warner como “Dragonwick” (1946) que são tão confusos, tão cheios de informação que um sente-se até sufocado... Eleanor tem um papel duplo (ela é a “Woman in White”) mas o papel principal coube à Alexis Smith! (Vide minha postagem de 06.08.2008, “Follies”). Num papel secundário a fabulosa Agnes Moorehead!
O seu “Break” só veio em 1950 – mas valeu a pena esperar tanto. Marie Allen em “Caged” é um daqueles grandes papéis que aparecem raramente no cinema, tendo sido escrito especialmente para a tela . Marie é erroneamente envolvida num crime que seu marido comete acidentalmente ao querer roubar um posto de gasolina. Ele morre. Ela, uma mocinha de interior, muito inocente, vai presa. Ela ainda nao sabe que está grávida. O filme foi o primeiro a criticar o sistema penitenciário americano. Marie não só passa por terríveis momentos, torturas (mentais e físicas) como também dá a luz ao seu filho na prisão para ve-lo separado dela para sempre. Ela entra na prisão uma jovenzinha e transforma-se numa mulher sofrida, machucada, agressiva. Ela entra uma inocente e sai uma criminosa. A diretora da prisão (mais uma vez Agnes Moorehead) diz no final do filme ao ve-la sair pelo portão: “Don’t put her file away; she’ll be back” – e aí somos confrontados com sua foto, no dia em que chegou ali... Triste o que uma cadeia pode fazer, transformar...
Este filme rendeu-lhe sua primeira nominação a um Oscar ( e o premio de melhor atriz no Festival de Veneza!). A Warner não tinha conseguido criar uma segunda “Bette” mas conseguiu esta maravilhosa Eleanor Parker, única, que logo deixaria o estúdio... Devemos acrescentar aqui que as interpretações de Eleanor, até hoje, não envelheceram...
Suas outras nominações: “Detective Story” com Kirk Douglas (William Wyler, 1951) e como o soprano australiano Marjorie Lawrence em “The interrupted Melody” com Glenn Ford (MGM, 1955. Vide minha postagem de 03.03.2009), fime no qual esteve soberba.
Mulher talentosa e versátil, Eleanor nunca deixou-se rotular como “Deusa”.
Estava definitivamente muito glamourosa (e muito comica) com os cabelos vermelhos para o Technicolor de “Scaramouche” (ao lado de Stewart Granger, Janet Leigh e Mel Ferrer)
assim como em “Melodia Interrompida” (com a maravilhosa voz de Eilleen Farrel, como por exemplo como Dalillah na minha ária preferida: Mon coeur s'ouvre à la voix).
e em “The naked Jungle” (1954 ao lado de Charlton Heston no Amazonas!) mas em “Detective Story” (com Kirk Douglas), no famosíssimo “The Man with the golden Arm” (1955, ao lado de Frank Sinatra) e em “Lizzie” (1957) ela parece ter ficado bem distante, muito longe mesmo do espelho...
“Lizzie” é um filme injustiçado, esquecido: um (outro) caso de múltiplas personalidades que foi completamente ofuscado por “The three Faces of Eve” com a (também) magnífica interpretação de Joanne Woodward.
Eleanor teve grande destaque como “The Baroness” em “The Sound of Music” (A Noviça Rebelde, Fox, 1965), que estava só lutando pelo que queria: o Barão Von Trapp!
Jamais esqueço sua linha final como Elsa (a Baronesa). Uma linha boba que ela transforma, com seu timbre, numa obra de arte. Sabendo que “perdeu-o”, aceita com delicadeza e nobreza esta “peça que o destino lhe pregou", não perde nunca a classe e depois de dar-lhe um beijo na face diz gravemente com um sorriso: “Auf Wiedersehen, Darling!”.
Aqui alguns momentos da inesquecível Miss Parker. Primeiro no realista “Caged”, depois no Trailer de "Interrupted Melody" - Disfrutem de duas interpretações bem diferentes de Parker (e da magnífica voz de Eillen Farrel como Marjorie Lawrence... Na ária de Dalillah, em "Over the Rainbow" etc. e tal...).
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Happy Birthday, Miss Parker!
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