domingo, 30 de junho de 2013
Liv Ullmann, um dos rostos mais expressivos da sétima Arte...
Liv Ullmann não é uma atriz que «prime» pelo fato der bonita ou extremamente atraente… Na realidade ela está muito longe disso mas é tão atriz, possui um talento tão imenso, que transforma-se numa mulher bonita quando quer, quando o papel exige… Como aqui…
Esta cena de “Gritos e Sussurros” de Bergman (1972) na época muito me impressionou e ficou quase como que preservada, embalsamada nos seus mínimos detalhes dentro da minha memória…
Ao reve-la, há pouco tempo, gostei ainda mais dela.
Ahhh, aqueles conhecidos fenomenos pelos quais vivemos com o «passar dos anos».
Como é bom, revigorante este “entender” tudo de uma outra perspectiva, porque nós somos outros e vemos as coisas de um outro angulo… Os anos e a maturidade nos dão isso… Os filmes, os livros, os quadros, a música são ainda os mesmos mas nós os «vivemos» de uma outra forma…
Para finalizar esta curta tertúlia não posso deixar de mencionar o fantástico, expressivo rosto de Liv. No puro sentido da expressão: ela parece estar fazendo amor com a camera. Magnífica!
Aqui a vemos emoldurada pelo talento de Erland Josephson, pela sublime direção e maestria de Ingmar Bergman e pela inigualável, genial fotografia de Sven Nykvist.
Momento cinematográfico perfeito…
Sim... repito: Liv Ullmann não é uma atriz que «prime» pelo fato der bonita ou extremamente atraente… Na realidade ela está muito longe disso mas é tão atriz, possui um talento tão imenso, que transforma-se numa mulher bonita quando quer, quando o papel exige… Como aqui…
quinta-feira, 27 de junho de 2013
REMEMBERING: Bananas, Coco da Bahia, Goiabas, Jabuticabas, Walita e Marília Pera (1971)
Amava este anúncio no início dos anos 70...
Marília na época de "Shirley Sexy" da novela "O cafona", louríssima... Só estou em dúvida se este anúncio foi antes ou depois do seu show (acho que de Carlos Machado) "A pequena notável" no Serrador... alguém se lembra?
domingo, 23 de junho de 2013
Tempos de emoção II: Summertime...
O verão chegou… finalmente…
O dia 21 de junho foi o dia mais longo do ano e aqui em casa celebramos ontem a entrada do verão com amigos queridos.
Mas… o que seria mais apropriado para a entrada do verão do que “Summertime” de Gershwin?
Aqui a maravilhosa Kathleen Battle num “show de interpretação”.
Kathleen Battle e a Montréal Symphony Orchestra com o maestro Charles Dutoit.
Gala concerto de 1994.
domingo, 16 de junho de 2013
Baryshnikov: Nocturnes (Gershwin)
Redescobri há pouco tempo, como já relatei na postagem passada, uma antiquíssima fita VHS... agora, passada completa para um DVD, e sabendo "salvos" todos estes momentos magníficos que aconteceram em março de 1987 (para uma única e, por mim bastante invejada platéia), começo a, relaxadamente, passar esses videos, que representam momentos únicos, separadamente para o youtube.
Bom sabe-los preservados.
Bom este sentimento de "missão cumprida". (pois esta é uma das razões da existencia das "Tertúlias": não permitir que momentos, artistas assim sejam esquecidos...)
Estes próximos 14 minutos podem até ser uma surpresa para muitos admiradores (como eu) de Misha (bailarino ao qual meu amigo Antonio Negreiros e eu nos referimos como "O" bailarino da nossa geração!):
Sei que o mundo da Internet trouxe muitas coisas, muitos videos antigos, muitos momentos esquecidos e até desaparecidos "de volta", mas pelo que vi, pesquisei até agora, acho que a "memória" sobre esta gala estava muito fraca... práticamente foi esquecida... também não me consta que esta Gala tenha sido transmitida no Brasil...
Belíssima homenagem a George (e também a Ira) Gershwin!
Curioso sobre as suas opiniões...
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Tempos de emoção…
Rearrumando coisas, encontrei um esquecido video (sim, juro, um velho, esquecido e empoeirado VHS dentro de uma também esquecida caixa) com um maravilhoso espetáculo em homenagem aos 50 anos de morte de George Gershwin, feito em 1987. Show que, na época de uma Austria que mais tendia intelectualmente para a Cortina-de-Ferro do que para o Mundo Ocidental (será que isto realmente mudou?), muito me impressionou e meu enviou "cheiros de casa" (Meus pais sempre amaram a música de Gershwin e eu, práticamente, cresci com ela).
Na realidade são DOIS shows, feitos separadamente em duas duas diferentes cidades e unidos “em video” com uma belíssima narração e moderação…
Claro que passei o video imediatamente para um DVD. Como poderia perder Baryshnikov, Cleo Laine, Leonard Bernstein, Gregg Burge, Julia Migenes, Madeline Kahn e Maureen McGovern , para citar alguns, só por causa de 26 anos de poeira?
Tudo salvo… em DVD e até no Youtube (yes!) e muito “pano para manga” para as Tertúlias… para muitas…
Um "show" onde estas grandes personalidade simplesmente "se apresentam". Um a um vem ao palco render sua homenagem ao "mestre" com grande simplicidade...
e só isto já é um show em si mesmo!
Hoje um pequeno trecho, com Maureen McGovern, Madeline Kahn e Julia Migenes cantando a eterna balada “Someone to watch over me” e quase nos levando às lágrimas. Tempos de emoção estão de volta… Quero mais baladas, calor de vozes humanas, mais amor perfumando o ar desta casa, da minha vida e das «Tertúlias » através destas canções inesqueciveis, através de Gershwin… e toda sua emoção e talento!
Mas antes de lhes apresentar as tres, adiciono "de lambuja" a emocionada Maureen McGovern em "But nor for me".
Maureen nessas épocas uma das minhas cantoras prediletas era uma grande intérprete de Gershwin. Cantora popular com profundos estudos vocais que lhes permitem quase transformar-se num soprano.
Artista de uma rara qualidade, ela é ao mesmo tempo forte e resoluta mas também sensível e vulnerável!
Meu Deus, Gershwin fez tanto… nos deixou tamanha "herança" musical... imaginem o que ele teria feito não tivesse morrido aos 37 anos de idade... que triste é pensar nisso.
O Time Magazine escreveu no dia 23 de março de 1987:
It was a grand night for singing. Bob Dylan wrapped his angry adenoids around the Gershwin ballad Soon, and Madeline Kahn, Maureen McGovern and Julia Migenes ganged up gorgeously on Someone to Watch Over Me…
Eu escrevo no dia 13 de junho de 2013:
Parabéns amiga, parabéns querida Cristina Martinelli pelo dia de hoje, pelo TEU dia! Esta Tertúlia é dedicada a voce… com carinho, amizade, amor e… muita emoção!
domingo, 9 de junho de 2013
Chimamanda Adichie: Os perigos de uma estória única (ou de uma única versão de uma estória)
Queridos „Tertuliadores“,
já há muito tempo fiz uma „regra“ para mim mesmo e práticamente espero sempre uma semana para postar uma nova “Tertúlia”.
Não gosto destas intermináveis “perturbações” chamadas e.mails e não quero jamais ser acusado destes distúrbios, interferencias…
Mas como regras são feitas para serem quebradas – pelos as minhas são, por mim mesmo – coloco hoje, só poucos dias depois de ter postado "True Love", um video que recebi de minha querida prima/irmã Mary Castro.
Aqui Chimamanda Adichie, escritora, que se descreve simplesmente como uma “Contadora de estórias” para então nos prender completamente numa narração envolvente, rica, inteligente, sensível, repleta de um calor humano quase indescritível…
I simply fell for her: hook, line and sinker…
...e como gostaria de me sentar uma tarde com ela, na minha cozinha, para tomar um café e ouvir suas estórias!
Sim, regras são feitas para serem quebradas – e como me alegro de ter quebrado hoje uma para poder dividir com voces algo que considero MUITO importante…
Como ela está certa na descrição do perigo da “história única”…
quinta-feira, 6 de junho de 2013
REMEMBERING: Bing & Grace - TRUE LOVE...
Ahhh… Vozes…
Desde que, há algumas semanas, „redescobri“ Richard Burton cantando em “Camelot”, tenho me ocupado com estas “vozes“ que povoam a memória da minha infancia e que, de certa forma, ainda povoam minha vida – ou voces acham que eu não aproveito a ida e e volta do trabalho todos os dias para reescutar no carro músicas e vozes que há muito tempo não ouço e desta forma “relaxar”? Tenho a "obrigação" comigo de fazer o máximo para que a vida ao meu redor seja bonita...
O último filme de Grace Kelly em Hollywood foi „High Society“ (MGM, 1956).
Uma deliciosa comédia, que porém não pode ser comparada à maestria do original “The Philadelphia Story” (MGM, 1940).
Este, dirigido pelo magnífico George Cukor e com os talentosíssimos Katharine Hepburn, Cary Grant e Jimmy Stewart nos papéis que vieram ser interpretados (inclusive musicalmente pois o original não era um musical) pela própria Grace, Bing Crosby e Frank Sinatra.
Na versão de 1956, Grace e Bing, interpretam a eterna “True Love”. Música inesquecível, Cole Porter "at his very best", romantica, de uma melodia apaixonante, de um texto simples e – exatamente por este motivo – universal. Quem conhece o amor o compreende perfeitamente…
Texto daqueles que “nos levam numa viagem” (Penso em Tanja Blixen e sua descricao de um “Traveller of Mind”).
Poderia existir filmagem mais apropriada para este amor, para este verdadeiro amor do que esta “viagem” na qual ela vivencia o passado, ainda existente?
Linda a metáfora: eles deslizando pela vida, sendo levados pelo amor verdadeiro (que é também o nome do barco!).
Numa entrevista dos anos 70 Grace Kelly conta (quando já era Gracia Patricia do Monaco) que um dos premios pelo qual ela mais orgulho nutria era um disco de ouro que recebeu por sua interpretação ao lado de Bing Crosby, pois, ao contrário da lenda, ela mesmo cantou!
Também confessa ter tido “algumas aulinhas” de canto de sua carreira e de muito ter-se admirado ao receber tal premio pelo seus poucos segundos na tela cantando, por sua inexperiencia e “pequena voz”. Na minha opinião acho que ela muito se subestima: sua “segunda voz” é encantadora, de agradável sonoridade e de afinação precisa… Além do fato dela merecer o premio só pelo fato de - como "não-cantora" - ter tido a coragem de cantar com Bing... uma das maiores vozes da história!
Espero que voces desfrutem desta canção de amor e a compreendam assim como eu.
Sim, acreditem-me. É o que mais vale na vida: True Love…
Sun-tanned, Wind-blown
Honeymooners at last alone.
Feeling far above par.
Oh, how lucky we are!
While I give to you and you give to me,
True love, true love.
So on and on it'll always be,
True love, true love.
For you and I
Have a guardian angel on high,
With nothin' to do.
But to give to you and to give to me,
Love forever true.
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sábado, 1 de junho de 2013
Don Quixote, 31.5.2013: Maria Yakovleva & Vladimir Shishov
Such a special evening... The Opera was full, the audience seemed to “understand” what it was all about and the performance on stage was fantastic.
I cannot use to many words to describe the greatness of the dancers on stage… It would seem profane… like an irreverence to what is sacred and, yes, ballet is sacred for many of us…
Que noite mais especial… A Ópera estava cheia, o público parecia “entender” o que estava acontecendo e a apresentação no palco foi fantástica.
Não posso usar muitas palavras para descrever a grandeza dos bailarinos no palco… Pareceria profano… como uma irreverência ao que é sagrado e, sim, Ballet é sagrado para muitos de nós…
Orchestra, Costumes, Lighting, Stage settings everything in full harmony…
Energy – lots of energy – flowing from the Stage of the State opera last night…
Demi-soloists like Greig Matthews making a terrific job at the Cops-de-Ballet, strong, muscular dancers like Alice Firenze “fighting” on stage (and looking very much like Bo Derek), Kirill Kourlaev as the great, imposing Torero, Misha Sosnosvschi catching the audience’s attention and milking applause with all his tricks as the gypsy… and, most importantly, each single element of the perfect Corps-de-Ballet involved in this happy staging… Rafaella D’albuquerque, Flavia Shishov! Energy, yes, lots of energy…
Orquestra, guarda-roupa, iluminação, cenários em total harmonia…
Energia – muita energia – fluíndo do palco da ópera na noite passada…
Demi-solistas como Greig Matthews fazendo um maravilhoso trabalho no corpo de baile, fortes, musculosas bailarinas como Alice Firenze “lutando” no palco (e relembrando demasiadamente Bo Derek), Kirill Lourlaev como o grande, imponente toureiro, Misha Sosnovschi captando toda a atenção da platéia e provocando aplausos como o Cigano com todos seus truques… e, o mais importante, cada único elemento do perfeito corpo-de-baile envolvido nesta feliz encenação... Rafaella D’albuquerque, Flavia Shishov! Energia, sim, muita energia…
Maria Yakovleva was simply divine. Her Kitri (Quitéria, by the way… I think this is funny because this was my great-Grandmother’s christian name!) was more than completely perfect. Funny, lovely, emotional, wild… and her Dulcinea on the second act… no words… like a piece of expensive china that should be treasured inside a vitrine… I felt some tears streaming down my face.
Yes, she touched me…
Thank you, Maria!
Maria Yakovleva estava simplesmente divina. Sua Kitri (Quitéria por sinal… Acho isto engraçado porque este era o pre-Nome da minha bisavó!) foi mais do que completamente perfeita. Engraçada, adorável, emocional, enfurecida… e sua Dulcinéa no segundo ato… sem palavras… como uma peça de cara porcelana que deveria ser apreciada dentro de uma vitrine… valiosa. Senti algumas lágrimas descendo pelo meu rosto.
Sim, ela me tocou…
Obrigado, Maria!
Vladimir Shishov… great, dear friend Vladi… what a naughty Basil…
He keeps on surprising me:
his Basil was really a young man… of 18 or 19… how come that a dancer can transform himself so much on stage?
Well, people say that Sarah Bernhard, while she was performing Jean D’Arc with more than 70 years old, turned to the audience, while she was asked about her age and said: I am sixteen… and everyone believed that. These great mysteries of the performing arts, of talent…
Well, even tough Nureyev’s choreography is the hell for the principal male dancer, Vladimir Shishov did a marvellous job. Even tough those endless, unnecessary Ronde-de-Jambes en l’air - which were “natural” for Rudolph and that were the reason why he added so many of them the choreography – and even if the solutions for the male part in the Coda of the third act are questionable, Mr. Shishov gave one of the greatest performances which I have ever seen of this choreography.
The audience simply loved him!
Vladimir Shishov… grande, querido amigo Vladi… que Basil endiabrado…
Ele continua a me surpreender:
seu Basil foi realmente um jovem… de 18 ou 19… como um bailarino pode transformar-se assim no palco?
Bem, diz-se que Sarah Bernhard, quando fazia Joana D’Arc com mais de 70, voltava-se para o público, enquanto era perguntada sobre sua idade e dizia: Tenho dezesseis anos… e todos acreditavam. Estes grandes mistérios da Arte cenica, do talento.. .
Bem, mesmo que a coreografia de Nureyev seja o inferno para o bailarino principal, Vladimir fez um grande trabalho. Mesmo que aqueles intermináveis, desnecessários Ronde-de-Jambes en l’air – que eram muito «naturais» para Rudolph e que foram a razão dele ter adicionado tantos à coreografia – e mesmo que as soluções para a parte masculina na Coda do terceiro ato sejam questionáveis, Sr. Shishov deu uma das melhores apresentações que eu já vi desta coreografia.
O público simplesmente o amou!
Chapeau, Mme. Yakovleva e Monsieur Shishov…. Great performance.
And then... a glass of wine, just the three of us, Flavia & Vladi Sishov and I, at "Sacher"! What a pleasure!
Tiro meu chapéu, Mme. Yakovleva et Monsieur Shishov. Grande apresentação. E aí... um copo de vinho, só nós tres, Flavia & Vladi Shishov e eu, no "Sacher"! Que prazer!
P.S. A funny fact happened during one of the intermissions. While I was having a glass of wine and eating some crayfish hors-d’œuvres I heard some people just beside me, criticizing Kirill Kourlave’s blond hair (because he was playing a Spanish man). Specially a couple that was quite loud… they seemed to belong to a viennese “ballet club” (or something like: that sort of “Fan stuff”).
I had to “get into this conversation” to remind them that Ingrid Bergman also played “Maria” in “For whom the bell tolls” (Hemingway’s great novel placed during the spanish civil War) and that she was a blue-eyed blond… like thousands of Spanish men and women that come from the Sierra Nevada! I don’t think this couple is going to talk to me again!
P.S. Um a coisa engraçada aconteceu durante uma das pausas. Enquanto eu estava tomando um copo de vinho e comendo uns hors-d’œuvres de caranguejo ouvi um casal, ao meu lado, criticando o cabelo louro de Kirill Kourlaev (porque estava fazendo um homem espanhol). Tive que “entrar nesta conversa” para lhes relembrar que Ingrid Bergman também interpretou “Maria” em “Por quem os sinos tocam” (A grande novela de Hemingway que ocorre durante a guerra civil espanhola) e que ela era uma loura de olhos azul… assim como milhares de homens e mulheres que vem da Sierra Nevada! Não acho que este casal falará comigo de novo!
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