quarta-feira, 25 de abril de 2012

Auf Wiedersehen... knowing no word like "Good-bye"...

Deep in my Heart...

Já há algumas semanas eu coloquei aqui um video maravilhoso que incluía uma mesma canção sendo «assassinada» por Tamara Toumanova e «glorifcada» pelo maravilhoso soprano Helen Traubel.

Esta semana conversando com uma amiga que vive nos U.S.A., Gloria Costa, "filosofamos" um pouco sobre a vida e as despedidas… aquelas que doem porque so definitivas, aquele «não mais se rever». Eu disse: «Nossa, Glorinha, parece que começamos a nos despedir no dia que nascemos…”.


Decidi hoje, em homenagem a todas às vezes que tivemos que dizer «Adeus» em nossas vidas, colocar aqui esta eterna “Lied” de Sigmund Romberg – que estava destinada à uma outra “Tertúlia”… Ela é mais do que perfeita para os pensamentos que compartinhamos ontem (Gloria e eu). Não por sua simples linha melódica (o que não é “um mero acaso” e sim fruto do grande talento de Romberg) mas por ela menciona e tem como título a palavra em alemão para o “Adeus” – Auf Wiedersehen – que significa nada mais nada menos do que “Até um rever”, “Até nos rever-mos”.

Nada definitivo.

Pensamento este que me aquece e conforta imensamente neste dia frio de primavera austríaca.
Para voces todo o talento e sensibilidade de Helen Traubel, o maravilhoso Jose Ferrer e a linda Merle Oberon aqui, se despedindo docemente, em “Deep in my Heart” (MGM 1954).

Um momento muito lindo – cheio de paz!



Para voce, Glorinha e para a querida amiga Danielle Crepaldi que,
como sempre "made it all possible"!!!!!
Thanks!
Ricardo

domingo, 22 de abril de 2012

Le Corsaire: Natalia Osipova & Ivan Vasiliev

Osipova & Vasiliev, jovens talentos do Bolshoi...


That good old (and very well known) feeling of standing in the wings to watch a marvelous performance for free...

Aquele velho (e muito bem conhecido) "feeling" de estar na coxia vendo um espetáculo maravilhoso gratuitamente...

"The Telegraph" escreveu sobre Vasiliev depois de um espetáculo na "Royal Opera House":

“Such special artists come along only once in a generation. But now, here's Ivan.”

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Crazy World...

Ontem „deu uma vontade“ de rever „Victor, Victoria“ (Blake Edwards, 1982) e,
depois de anos sem ver este filme, amei rever minha queridíssima Julie Andrews, o brilhante
Robert Preston e a « danadinha » Lesley-Ann Warren.


Ri muito, me «esbaldei», admirei os números musicais e a direção de Blake Edwards
e me emocionei muito ao reouvir uma canção que não ouvia já há muito tempo… Crazy World

Como o passar dos anos nos presenteia com um “outro entendimento” de textos que já conhecíamos e que agora,
já que estamos mais amadurecidos, entendemos de uma forma diferente,
às vezes até mais intensamente… muito mais...


Gosto do início
“Crazy world Full of crazy contradictions like a child
First you drive me wild
And then you win my heart with your wicked art”

e esta descrição que compara o mundo à uma criança
que nos deixa malucos com suas peripécias e «artes»
mas que conquista imediatamente nosso amor e coração…



Depois como que o comparando a um amor, talvez não muito feliz

”One minute tender, gentle
Then temp'remental as a summer storm”


e até de certa forma decepcionante
”Just when I believe your heart's getting warmer
You're cold and you're cruel”



Aquele amor que nos coloca até numa posição de
humilhação… sempre cheios de esperança…
”And I like a fool, try to cope
Try to hang on… TO HOPE...”



E, no final, a séria e definitiva constatação do que é realmente o mundo
”Crazy world, ev'ry day the same old roller coaster ride”

Com a mais emocionante frase de toda a canção

”But I've got my pride
I won't give in
Even though I know I'll never win”


e a honesta, honrada e linda afirmação da canção e
deste eterno “affaire de cœur” que temos com ele…


”Oh, how I love this crazy world”

Yes… I do…



Sim... como o passar dos anos nos presenteia com um “outro entendimento” de textos que já conhecíamos e que agora,
já que estamos mais amadurecidos, entendemos de uma forma diferente, as vezes até mais intensamente…

muito mais...

domingo, 15 de abril de 2012

Lakmé... Aniversário, Joan Sutherland e tanta beleza...

Lakmé, ópera em tres atos de Delibes, foi baseada num Libretto frances de Gondine & Gille. Delibes escreveu a música entre 1881 e 82 e a estréia foi 14 de abril de 1883… Lakmé estreiou em Abril de 1883 na Opéra Comique em Paris onde celebrou mais de 500 apresentações !
Meu tio, que cumpriu hoje 86 anos, «descobriu» a música do dueto das flores há muitos e muitos anos na minha casa durante um almoço… Não posso esquecer-me do quão “excitado” ele ficou ao ouvir esta linda música… “Eu sempre quiz sabe o que era isso… Que Ópera é? O que é?”, ele dizia,repetia... E eu lhe contei da simples história de Lakmé… Eu... contando para um grande conhecedor de música algo que ele não conhecia! Como foi bom poder entregar-lhe hoje, pessoamente, um CD duplo de Joan Sutherland cantando "Lakmé".
Baseada num livro do meio do século 19 chamado “Rarahu”, Lakmé conta a história da filha de um sacerdote Brahmin, na India do século 19. Época na qual muitos hindus foram obrigados a praticar sua religião em segredo… De um “certo” exotismo “Lakmé” significa para o mundo da Ópera o que “La Bayadère” (material sobre o qual já também escrevi) significava para o mundo do Ballet. Cores, cheiros do Oriente, flores exuberantes, Cerimonias hindús, templos, florestas sub-tropicais… Um curto resumo (ahhh, como adoro contar estórias!):
Nilakantha – um alto sacerdote Brahmin tem uma filha chamada Lakmé (nome derivado do nome em sanscrito “Lakshmi” e que é o nome de uma amiga querida que tenho no Sri Lanka). Esta e sua empregada Mallika, a caminho de uma cerimonia hindú vao colher flores para esta e cantam o duo mais conhecido da Ópera. Para mim em particular, um dos “hinos” à harmonia, beleza, paz, tranquilidade, serenidade… Voces o ouvirão ao final desta postagem…
Chegando perto do rio, Lakmé remove suas jóias, as coloca encima de um banco e vai colher mais flores… Dois oficiais ingleses com suas respectivas namoradas (e sua governanta) passam por este banco e vendo estas jóias as moças pedem um desenho delas… (Hoje em dia as roubariam!). Gérald se oferece a faze-lo e fica ali, fazendo um esboço: Lakmé retorna e inicialmente se assusta, grita por socorro só para mandar embora as pessoas que correram a ajudá-la pois ela de certa forma ficou “fascinada” e se sente atraída por este estrangeiro, que, como ingles “ocupando a India", é inimigo do Hinduísmo e do seu povo…
Eles "começam" a apaixonar-se. Quando Nilakantha volta da cerimonia (a qual, como voces notaram, Lakmé não foi…) e é informado do que aconteceu, jura viingança para restaurar a “honra” de Lakmé (que, aliás, ainda não perdeu-a).
No segundo ato, no Bazaar, Nilakantha força Lakmé a cantar (A “canção do Sino”, a aria mais conhecida de toda a Ópera) para “atrair” o estrangeiro. Quando Gérald aparece, Lakmé desmaia, dando assim “a bandeira” de quem ele é. Nilakntha agora, sabendo quem ele é, apunhala Gérald, ferindo-o gravemente… Lakmé o leva para um esconderijo no qual ela o trata até recuperar sua saúde.
No último ato Lakmé foi apanhar “água sagrada”, o que reconfirmará os votos dos amantes. Enquanto está ausente Fréderic (outro nome frances para um soldado ingles!) visita Gérald e o faz recordar suas obrigações perante o regimento britanico e à Coroa.
Quando Lakmé retorna ela imediatamente pressinte uma certa mudança em Gérald e em seu comportamenteo. Ela sabe que o amor dele por ela foi perdido, acabou… Sem querer continuando a viver sem honra (voces sabem, a velha estória, no esconderijo eles não só cantaram... ), ela morre com honra comendo uma folha de uma flor linda porém venenosa: Dantura…
“Lakmé” é extremamente convencional mas MUITO agradável visual- e musicalmente. E já que a moda (da época) tendia a este “exotismo” sua orquestração é extremamente delicada, de uma leveza quase etérea com “cores leves e harmonicas”, de uma riqueza melódica de fazer inveja a muitos compositores! Considero “Lakmé” O EXEMPLO da Ópera romantica francesa do século 19: Um arco-íris oriental usando e abusando de preces, encantos, danças, cenas de mercado… mas MUITO sutilmente. A aria “Canção do sino” ("Où va la jeune Hindoue?") tornou-se um “tour-de-force” para todo soprano de coloratura (e incrívelmente possui uma tradução italiana chamada "Dov'e l'indiana bruna?").
Mas não vou tocá-la aqui: Prefiro o “Dueto das Flores” apesar de voces deverem conhece-lo de anúncios (aqui, na Austria, da geléia “D’arbo” e até da British Airways!!!!!). Assistam, a maravilhosa e única, Joan Sutherland (com Huguette Tourangeau), em 1976 "abusando do direito" de cantar bem! Para certos momentos de ARTE só posso dizer: VIVA!!!!) Tudo isso dedicado ao querido Dr. Karl Becherer, que cumpriu hoje seu octagézimo-sexto aniversário e da casa de quem acabamos de chegar!!!!
ALLES GUTE ZUM GEBURTSTAG, MEIN LIEBER CHARLIE!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Salomé... Oscar Wilde e sua alusão à Lua!

Todos conhecemos a estória bíblica de Salomé, enteada de Herodes, filha de Herodias que (para a consternação do padrasto e deleite da mãe) pediu numa bandeja de prata a cabeça de Jokanaan (João Batista) como recompensa por ter dançado a erótica “Dança dos sete véus” para Herodes. O fabuloso e único Oscar Wilde escreveu sua versão teatral, em frances (fato até hoje não muito bem explicado) em 1891. Os ensaios para a primeira produção Londrina comecaram em 1892 mas foram parados quando a peça foi vetada por Lord Chamberlain “por uso ilegal de personagens bíblicos” e “imoralidade”.
A peça foi publicada pela primeira vez em 1893 em Paris e um ano depois na Inglaterra com uma (pobre) tradução feita pelo amante de Wilde, Lord Alfred “Bosie” Douglas e ilustrações do magnífico Aubrey Beardsley. Estas ilustrações viriam a inspirar a “louquíssima” Alla Nazimova no seu filme de 1923… Até hoje é fascinante o uso do “preto e branco” no figurino deste filme… este baseado fielmente nos desenhos de Beardsley, os quais são, para mim as imagens DEFINTIVAS de Salomé… O traço e o tratamento extremamente erótico do material são qualidades únicas de Beardsley que poderia ter tido uma carreira magnífica não tivesse morrido aos 25 anos de idade!
A primeira produção estreiou em França, mais precisamente em Paris, em 1896, época na qual Wilde já se encontrava na prisão… Apesar de algumas poucas apresentações em Londres (todas em caráter privado), “Salomé” só iria estreiar oficialmente para o publico em 1931 – a proibição da peça por Lord Chamberlain durando, na Inglaterra, quase 40 anos. Tanto tempo esperou esta Obra-prima, esta alusão à Lua, pelos palcos londrinos... “Salomé” inspirou muitas outras obras.
Mais notávelmente a Ópera de Richard Strauss.
Uma atriz chamada Maud Allan criou em Viena em 1906 uma produção chamada “Visão de Salomé”, baseada livre- e vagamente na “Salomé” de Wilde. Principalmente a dança dos sete véus transformou esta peça num evento “notório”, quase pornográfico, para a época. Um processo foi aberto contra Adams por “promover imoralidades sexuais” no palco.
A diretora/atriz russa-americana de “vanguarda”, Alla Nazimova, atuou o papel feminino principal de “Salomé” num "delírio" de Art-Deco, Ballets Russes, Beardsley e Vanguarda. Seria sua última "aventura" Hollywoodiana depois de "Camille" (com Valentino). Dois fracassos consecutivos foram o suficiente para acabar com Alla, que só voltaria nos anos 40 como a mãe de Tyrone Power em "Sangue e Areia" às telas. Baseado fielmente no texto de Wilde, o filme foi uma espécie de homenagem a Oscar Wilde: todo o elenco era homosexual – o que, ampla- e abertamente mencionado pela “mídia” da época, transformou o filme num certo “escandalo”. Principalmente o fato de Alla ter querido usar Rudoph Valentino no papel de João Batista – o que “confirmou” de certa forma os boatos que circulavam sobre a sexualidade do jovem galã…
Interessantemente um fato é sempre esquecido ou ignorado: na realidade a peça e a maioria das versões cinematográficas é dominada pelo personagem de Herodes, este sendo na realidade o “principal ator” da obra. Ken Russell dirigiu uma outra versão cinematográfica em 1988, chamada “Salome’s Last Dance” na qual uma apresentação de “Salomé” é feita especialmente para Oscar Wilde. Num bordel. Herodes dominando a apresentação. Mas com todo o respeito e carinho por Hollywood tenho que admitir que uma das coisas mais ridículas e absurdas da história do Cinema é a versão com Rita Hayworth, Charles Laughton como Herodes, Judith Anderson como Herodias, Stewart Granger como um soldado romano pelo qual Salomé se apaixona e Aland Badel como João Batista. Apesar de ser baseada no Novo Testamento o filme não segue de nenhuma forma o texto bíblico…
João Batista acusa Herodias de adultério por ter-se casado com Herodes, irmão de seu ex-marido (!!!). Salomé apaixona-se por um soldado romano que se converteu ao Cristianismo (!!!). Exatamente por motivos completamente contrários aos citados na Bíblia Salomé dança para Herodes para SALVAR João Batista (!!!!) mas não se sucede e fica horrorizada… Ela renuncia sua mãe, Herodias, que planejou tudo e ordenou a execução de João, e transforma-se também numa cristã! A última cena nos mostra Salomé e o soldado ouvindo Cristo num sermão. Agora eu me e lhes pergunto: eu aguento um absurdo destes?????? Salomé uma moça boa, religiosa e comportada????? Esta, infelizmente, nem EU posso desculpar em Hollywood...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

HAPPY EASTER!!!!!!!!

Desejo a todos os “Tertuliadores” Feliz Páscoa:

cheia do charme e elegancia de Fred Astaire, da música de Irving Berlin e do colorido da Metro!!!!


Lindos Feriados!!!!!

domingo, 1 de abril de 2012

Originais e Liquidações? Até na MGM… Uma "Tertúlia" para quem gosta da Metro!

Falando sinceramente????


Sempre ao rever „Singin’ in the rain” (MGM, 1952, Stanley Donen) e “Deep in my Heart” (MGM, 1954, também de Donen) tenho aquela sensação desagradável, que já aconteceu com todos nós, em algum ponto de nossas vidas...

Ver vendidas numa barata „liquidação” roupas que compramos caras…

Ver num manequim de uma vitrine de "lojinha" a roupa que vimos ano passado num desfile...


Stanley Donen poupando os custos da MGM e usando – assuntosamente – o mesmo guarda-roupa de "Rain" em "Heart"??? Que coisa… E ninguém percebeu... Ora, Donen...



Anyways, «Especial P.S.»: divirtam-se com Debbie Reynolds (e tantas «beautiful girls»)


assim como com a louca desvairada Ann Miller rodopiando (prospositalmente não uso «dando piruetas») com muitas outras «girls» (e dando um dos melhores gritos da história do Cinema - comparável só ao de Carol Haney em "Steam Heat")).

A "cor" da foto para os cinemas da época "disfarça" um pouco o "uso" do guarda-roupa... já a foto do "still" do video "dá a bandeira total" do uso - só dois anos dpois - de tão vasto figurino...

Reparem na "Vamp" que usa a roupa (também de Singin’ in the rain ) da «Olga Mara», nome cheio de clichèes Hollywoodianos - seria esta uma proposital menção à Theda Bara???? (sabiam que seu nome era um "anagrama" para "Arab Death"????) Entre nous: existe lugar mais louco do que Hollywood? Olga Mara será um anagrama para que? Maga Rola?

Mais uma vez um grande Obrigado à Danielle Crepaldi por me possilitar este video: Dani voce reparou que o vestido VERDE de Charisse em "Singin' in the Rain" também está aí?????

E ainda tem um outro (meio de melindrosa, com franjas... ) que me é conhecido mas de onde??????
Uhmmm...
Lembrei...
Também de "Singin' in the rain": antes da entrada de "Olga Mara" na Premiere do início do filme somos introduzidos ao personagem "Zelda Zanders", uma magnífica "Flapper" interpretada por ninguém menos do que a magnífica Rita Moreno!

Mas a "liqudação" foi tão barata que até a capa de chuva amarela da abertura de "Rain" e um pullover do número "Moses" estão aí... Haja economia!!!!! Não é à toa que Donen era tão "querido" na Metro!

Mais uma vez o agradecimento das "Tertúlias" à Daniele Crepaldi, pois sem sua ajuda esta postagem não teria sido feita... sem as imgens de "Heart" seria impossível!!!!