quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

New Year in Vienna

O Ano-Novo em Viena, apesar do frio (hoje estavam fazendo 7 graus negativos quando acordei!) é muito divertido e animado: Normalmente se vai no dia 31 à cidade para almocar, encontrar amigos, tomar um copinho de champagne. Isto é o que farei hoje às 13.00 hs. É uma delícia e uma tradicao! Muitos ficam na cidade e celebram até a passagem do Ano. Muita música de rua, Happenings, Shows, Quiosques com comidinhas! Muita gente, muitos turistas (principalmente italianos) aqui nesta época... Incrível como o pessoal aguenta o frio... Bem também com tanto "Glühwein" (vinho quente com especiarias e muito cravo e canela!), ponches, castanhas assadas etc.etc.

Eu normalmente estou com bons amigos mas algumas (tres) vezes voltei ao centro (de bonde, nesta noite nao se dirige) para assistir "Fledermaus" (O Morcego) de Strauss na Wiener Staatsoper...



...que com sua cena de "Reveillón" dá uma espécie de "Trailer" do que se passará algumas horas depois! Emocionante, apesar de ser uma Opereta! (Nao sou muto fa delas... talvez por ter dancado em tantas... ). "Die Fledermaus" é programa fixo da Ópera de Viena no dia 31 de dezembro.



E à meia-noite, depois da ceia, aonde se estiver, os fogos!



...que nao sao como o espetáculo lindo de Copacabana, mas mesmo assim nos alegram e nos enchem de esperanca para o próximo ano! É lindo subir pequenos montes ao redor da cidade, como por exemplo Kahlenberg, e deles olhar para o centro de Viena e todos os fogos da cidade!



No dia primeiro nunca levanto-me muito tarde: primeiro tenho o meu "pequeno-almoco" de ressaca (isto independente se existe ressaca ou nao), com vários peixes e guloseimas...



...o meu amado suco de tomate, bem picante...



... e rollmops (arenques crús, com um recheio de pepinos condimentados). Só eu e meu pai adoráva-mos isto. Este costume tenho toda a minha vida (aliás, ainda bem pequenininho eu já trocava qualquer doce ou chocolate por um bom rollmops!!!! Pode?).



...e entao assisto a partir das 11.15 hs o Concerto de Ano Novo da Filarmonica de Viena! (Meu primo é um dos primeiros violinistas e adoro ve-lo todos os anos... Coitado, ninguém pensa nisto mas ele faz parte destas profissoes que nao podem festejar o Reveillón pois tem que estar no Musikverein as 09.00 hs da manha! Pobre Hubert!)

Sem este concerto o Ano nao pode comecar... Como é bom estar em casa este dia, quentinho, perto da lareira e "viver" este Concerto.

Amanha terei um almoco depois com amigos as 14.30hs, num restaurante pequeno e bem chic perto de casa...



Muita paz para o nosso pequeno e frágil mundo em 2009 e

um lindo Ano Novo para todos os amigos, antigos e novos , repleto de realizacoes, amor, harmonia, sucesso e MUITA, MUITA SAÚDE!!!!!!!!!!!

Estou grato a 2008 por ter-me dado tantos reencontros importantíssimos com amigos de muitos, muitos anos... infelizmente no final do ano tivemos uma perda muito grande, uma linda amiga, Myriam, se foi. Ela, sei, está em paz agora! A ela dedico esta postagem. Minha querida Giselle! Amor, sempre!

Ricardo

sábado, 27 de dezembro de 2008

Denilto Gomes (1953 - 1994)

Este grande ator/bailarino, um dos mais importantes de sua geração nasceu em 1953 em Sorocaba.



Quando estreiou em São Paulo aos 23 anos recebeu o prêmio APCA com o bailarino revelação.
Eu assisti seu trabalho pela primeira vez em 1978 e depois em 1979 no Festival de Dança da Bahia. Em 1980, com 20 anos, tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e entrar numa profunda amizade. Denilto era uma pessoa que sabia dar e como êle me presenteou com idéias durante aquela estadia em Salvador… Um profissional seríssimo êle mostrou-me seus trabalhos, pesquisas, contou-me de Fedra (1980) e falou-me de seus projetos. Só lembro-me de conversas e mais conversas até altas horas da madrugada em casas de amigos seus ; ele muito preocupado em « passar-me » idéias, coisas… dando! E presenteando-me com toda a sua atencao. Que homem mais generoso ! Como ele gostava de dar.
E que pessoa mais agradável: Como ele nao pode assistir o espetáculo do qual eu tomava parte, pediu-me para mostrar o trabalho para ele, numa sala de ensaios. Mesmo nervoso, cumpri o prometido. Depois do meu solo com música de Hugo Wolf ter acabado, ele, que tinha um outro estilo, cobriu-me de cumprimentos, nunca fazendo críticas ou querendo fazer-me dancar de outra forma. Mais uma vez generosidade. E muito respeito e carinho.



No dia em que êle dançaria seu solo no Teatro Castro Alves, êle colocou-me sentado sózinho no proscênio, dentro daquele pequeno espaço onde antes sentavam-se os “souffleurs”. Ele disse-me: "Hoje vou dançar para voce!" E ele dançou para mim, que presente, que experiência mais inesquecível. Como se eu estivesse em « No man’s Land », não no palco mas definitivamente também não no público.



Nunca mais voltei a encontrar Denilto. De 1983 para 84 estive no Rio e quase o vi, quando visitei a academia de Carlos Affonso na Av. Copacabana entre as ruas Bolívar e Barão de Ipanema mas infelizmente um reecontro nunca aconteceu. Ele faleceu em 1994, também em Sorocaba, nas vésperas de cumprir 41 anos. Como ele foi-se ainda tão jovem…
Nao sei porque mas dêsde ontem pensei muito em Denilto e consegui até vê-lo em “Youtube”. Esta a razão de escrever sobre êle hoje. Como ele está presente aqui hoje. Saudades!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Lord give us... Robert Louis Stevenson, Vivien Leigh & eu...

Este maravilhoso poema de Robert Louis Stevenson era um dos poemas prediletos de uma mulher muito culta que chamou-se Vivien Leigh... e um dos meus também...
Viv, for you. And God bless you for that! Eu descobri este fato hoje, por acaso...

Lord give us...



Lord, give us grace and strength to forbear and to persevere.
Give us grace to accept and to forgive offenders.

Forgetful ourselves, help us to bear cheerfully the forgetfulness of others.
Give us courage and gaiety and the quiet mind.
Spare to us our friends, soften to us our enemies.

Bless us, if it may be, in all our innocent endeavors . . .
If it may not, give us the strength to encounter that which is to come,
that we be brave in peril, constant in tribulation, temperate in wrath . . .
and in all changes of fortune . . .
and down to the gates of death, loyal and loving one to another.

We beseech of Thee this help and mercy for Christ's sake.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

G.B.Shaw & John Lennon

O grande George Bernard Shaw, num momento de grande inspiração, escreveu:



“Some men see things as they are and say: Why?
I dream things that never were and say: Why not?”


Bob Kennedy usou muito estas mesmas palavras, durante seus discursos políticos, para expressar sua busca pela paz e por um melhor destino para a humanidade...

Outros grandes homens expressaran semelhantes pensamentos e eu me pergunto se John Lennon não estava numa “mood” muito parecida, num momento espiritual muito similar ao de G.B.Shaw quando escreveu “Imagine”, um dos seus textos mais emocionantes:



"Imagine there's no Heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A mãe de Goethe: Catharina Elisabeth Goethe.

A mãe de Goethe tinha uma maravilhosa receita para o Ano Nôvo:



"Pegue 12 meses, limpe-os muito bem de inveja, amarguras, avareza e pedantismo e corte-os em 30 ou 31 pedaços, para que a provisão dure um ano.
Cada dia será temperado separadamente com uma parte de trabalho e duas partes de animação e de humor.
Adicione três colheres cheias de otimismo, uma colherinha de chá de tolerância, um grão de ironia e uma pitada de tato e cautela.
A massa deve entao ser bem encharcada com muito amor.
O prato pronto deve ser decorado com um pequeno bouquet de agrados e atenções e servido diáriamente com muita alegria"
(tradução livre minha)

Sábia senhora, não é verdade?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Originais e cópias? There are Ladies and Ladies...

Para nao usar mais uma vez uma foto que encontrei na minha "caixinha" procurei outra de Julie Andrews em 1955 (com vinte anos) na Broadway, quando estreiou em "My Fair Lady",


Aqui, na versao brasileira "Minha bela Dama" de 1963 Bibi Ferreira! Bibi nao mais tao jovem para ser Eliza...


Mas o mais engracado é ver-se uma corista, com uma peruca enorme, ao lado direito da foto e derepente reconhecer uma jovem Marília Pera!

Os cinemas de Copacabana... Saudades...

Saudades dos cinemas de Copacabana, na época em que Copacabana ainda era Copacabana, um bairro para divertir-se, sair... Saudades dos cinemas da minha infancia e de tudo o que os acompanhava... das Balas Fruta até aquelas pastilhinhas de chocolate que eram cobertas de acúcar ou cor-de-rosa ou branco...


Quem se lembra ainda do Cine Copacabana, em frente à rua Dias da Rocha?


Aqui o lindo Rian na Av.Atlantica,


...o Caruso no posto 6,


...o Ricamar, perto do Copacabana Palace,


...o Roxy na esquina de Av.Copacabana com Bolívar (como era bom ir lá aos sábados!),


... o Bruni Copacabana na Barata Ribeiro,


...e o meu querido Metro Copacabana, com aqueles tapetes fofos e altos e o ar-condicionado mais incrível do mundo! E os festivais Greta Garbo, de operetas da Metro, invariávelmente com Jeanette MacDonald e Nelson Eddy??? E nao era no primeiro domingo do mes que assistíamos Tom & Jerry lá?????? Como é triste pensar-se que um cinema maravilhoso acabou para dar lugar à uma CA????

Tantos faltam... Art-Palácio, Cine Jóia, Condor, Cinema I e Cinema II... Que saudades...

Being Julia (2004)


Baseado no livro “Theatre” de W. Somerset Maugham, o filme “Being Julia” de 2004 é uma pequena jóia.

Passado numa Londres de 1938, esta co-produção canadense/americana/húngara e britânica faz justiça a um dos mais divertidos livros de Maugham, escritor muito mais conhecido por temas mais “pesados” como “The letter” (infidelidade), “Rain” (prostituição e fanatismo religioso), algumas vêzes citado como “Miss Sadie Thompson”, o incrível “The Razor’s Edge” (desilusão em geral com a vida, auto-busca), que foi lindamente filmado em 1946 pela 20th Century Fox e que reuniu um elenco de pêso lideradio por Tyrone Power, Gene Tierney, John Payne, Anne Baxter e Clifton Webb e o clássico “Of human Bondage” (aleijao que nao é correspondido no seu amor e é até humilhado, apesar de possuir uma linda alma!) que no cinema deu a primeira grande chance à Bette Davis, a “garçonete” Mildred que morre de sífilis...

Se o diretor István Szabó divertiu-se filmando esta genial e inteligente comédia, Annette Bening parece esbaldar-se como Julia, a atriz… um personagem que ela criou com um charme quase maligno.

Acompanhada de atores de grande categoria como Jeremy Irons (seu marido) e a incrível Miriam Margolyes (sua empregada e camareira) Annette prova que pode (muito bem) atuar.

Sua Julia é real – da atuação canastrona no palco (quando ela está supostamente apaixonada) ao seu real prazer em tomar uma grande cerveja (not really lady-like) depois de sua premiére – e muito bem composta, em mínimos detalhes…
Muito recomendável… Diversao de alto nível...

Annette Bening nao foi só aclamada pela crítica e pelo público, como também recebeu muitos premios (entre eles um Golden Globe) e uma nominação para um Oscar.

Um filme maravilhoso... da trilha sonora à fotografia, dos sets aos diálogos, do diretor aos atores... Imperdível!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Audrey & Grace: Camarim / Oscar / 1955 (ou "um abuso do direito de ter classe!")


No comments...


Grupo Coringa

Ricardo Leitner (ao fundo Mariana Muniz), Visoes Fugitivas (Prokofieff/ Deborah Growald, Parque Laje/ Rio de Janeiro, Dezembro 1980)

Grupo Coringa... Sei que o „Coringa“ ainda existe mas não sei exatamente de que forma.
Mais de um ano e meio de minha vida e práticamente nenhuma memória em termos de fotos…Agora, com a redescoberta da incrível caixinha (já publiquei umas fotos e Sketches de My Fair Lady, que encontrei também nela) reapareceram tres fotos de novo
na minha vida, que eu já tinha práticamente esquecido (com todas estas infomações escritas nelas…). Que delícia... Sei que amigos daquela época vao também ficar felizes...


Teatro Cacilda Becker, setembro de 1980, “Ece Gratum” (Carmina Burana), Michel Robin, Deborah Growald, Ricardo Leitner (minha partner, a jovem e
bastante gorda, Deborah - Debinha - Colker não aparece… eu nao gostava de dancar com ela...) e lá no fundo vejo a linda e talentosa Regina Vaz, com quem eu adorava dancar, como primeira da fila (ah! que pernas lindas!), e também Mariana Muniz (a terceira). A segunda chamava-se, acho, Beth... mas nao me lembro mais... …



Teatro Cacilda Becker, outubro de 1980, entrada de Mariana Muniz num solo com música de Beethoven (“Mel”) e saída de Ricardo Leitner de um solo com música de Hugo Wolf (“A Farsa”)

Será que alguém ainda tem algum material desta época?????

As "regras" para (como se diz?) "blogar" corretamente ????

Entrei hoje no Blog de um conhecido, amigo de um amigo meu, muito sabido. Ele entende mesmo de tudo.

Li 10 "regras" para "blogueiros" e tive que constatar que faço tudo errado já que cometo muitos dos êrros aos quais ele se refere, como por exemplo :

Não divulgue seus posts enviando e-mails tipo “post novo!” e nem deixe comentários-spam, só pra atrair visitas. Para com isso ! Pega mal e ninguém atura. Um homem de muita cultura, Ivo Korytowsky (Literatura & Rio de Janeiro) faz isto para seu Blog. Eu também! Eu nao sei porém o que é um comentário-spam… este “pecado” nao devo cometer… ainda...

ou

Leia aqueles seus posts imensos e pense bem antes de publicá-los. Pode ter certeza de que ninguém vai ter o menor saco para ler aquilo. Engraçado, não? Voces os comentam… é porque os leram…

ou

Sei que é difícil, mas faça um esforço: não seja, não seja, não seja assim tããão chato. Coloquei-me nesta categoria porque muitos devem achar « Tertúlias » uma chatura… Imagine só, escrever até sobre Stephan Zweig… que chatura… mas, como vemos, muitos também gostam.

Todo o seu “following” é da mesma opinião.

Parei para pensar e lembrei-me de uma velha expressão: “Regras são feitas para serem quebradas. Pelo menos as minhas são; por mim”.

E, vamos ser sinceros, isto aqui é uma diversão. O pessoal leva muito a sério esta “plataforma”. Inventaram então “regras” para “blogar”. Existe quase um fanatismo nesta atitude… e os erros comentados acima são encarados por eles como “pecados capitais”. E, por incrível que pareça, na maioria sao pessoas jovens… Será que nós, adultos, somos mais liberais?

Eu acredito ainda em liberdade de expressão e que cada um deveria fazer, escrever, contar o que quer, da forma e do jeito que quer… Live and let live… e ninguém é obrigado a lêr o que nao quer.

Eu “vibro” em saber que várias pessoas divertem-se com a leitura dos "meus escritos". É um prazer grande dividir estórias e memórias... de fotos do passado e filmes clássicos até Luluzinha e Bolinha e Alcéia e Meméia...

No científico tínhamos cadernos e trocáva-mos nossos pensamentos, nossos contos, nossas “redacoes”… minha amiga Valéria e eu, éramos “donos” de fazer isto…
Hoje temos o Internet… mas para quem gosta de escrever o prazer maior está no escrever, contar… e nao no fato de ter um following e “ditar” normas radicais (o que é isto? uma islamizacao blogal? Tanto fanatismo... ). O engracado é que li: “Se quer ser estrela, procure outra mídia. Ou desista.”

Estou muito feliz com a qualidade de leitores que adquiri aqui. Pessoas inteligentes, cultas, de muito humor e de muito nível. Eu nao os teria se escrevesse, contasse, me lembrasse e divaga-se de outra forma, nao è verdade?
Resumindo, trocando em miúdos: Mesmo fazendo tudo errado divirto-me aqui… é bom contar estórias para voces todos!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nádia Maria: da TV Tupi ao Teatro Carlos Gomes com sua risada inimitável...

Ainda no Brasil eu adorava uma comediante… sua risada sempre me fascinou: Nádia Maria!
Como alguém disse um dia: Garantia de gargalhadas...

Na minha infância ela trabalhou em muitos programas de televisão, como por exemplo “Café sem Concêrto” na extinta TV Tupi com comediantes como Ari Leite, Paulo Celestino... Mas já tinha feito muito dêsde os anos 50... inclusive Chanchadas. Aqui ela com Zé Trindade.

Eu me lembro que na época da morte de Paulo Pontes (1940 – 1976, imaginem só... morrer aos 36 anos) eu já fazia dança e aulas de teatro e fui a um espetáculo “da classe” dedicado à memória dêle no Teatro Carlos Gomes. Tôda a classe teatral, inclusive sua viúva Bibi Ferreira, estava presente. Eu consegui entrar e sentei-me com uma amiga num ótimo lugar, exatamente atrás de Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime (mal imaginando que em menos de dois anos estaria trabalhando com os dois em “O Rei de Ramos” – vide minha postagem de 18 de agosto de 2008).

(Aqui uma foto de Nádia num filme ao lado de um ator que iria transformar-se num nome folclórico brasileiro: Abelardo Barbosa... Chacrinha!)

O espetáculo em memória de Paulo Pontes começou e práticamente um “Who’s Who” do teatro e televisao da época se apoderou do palco... Um momento de grande mágica aconteceu com a entrada de Nádia Maria que, como me recordo, estava usando um longo, um "boá" e uma imensa peruca, destas todas armadas... Ela interpretou um monólogo de uma peça que Paulo Pontes havia escrito para Derci Gonçalves. Como esta “recusou” o trabalho, a peça jamais foi produzida (eu, infelizmente, não me lembro mais do nome da peça... Tinha alguma coisa ou com “Guerreira” ou com “Diva”).
Nádia Maria fêz o Teatro Carlos Gomes literalmente “vir abaixo” com seu monólogo – e olhe que isto nao é coisa fácil de se fazer em noites quando a platéia tem mais membros da “classe” do que no palco... principalmente no Brasil... Eu até hoje guardo êste momento como um grande momento teatral que tive a oportunidade de vivenciar, um "tour-de-force". Nádia usou todos os seus truques e transformou-se numa espécie de Derci sem vulgaridades e palavroes – e acrescentou sua incrível risada ao personagem. Momento muito importante para mim e muito lembrado por mim, acima de tudo por ela ter sido uma atriz de programas cômicos, que não era "considerada", nao tinha um “grande nome” e não trabalhava na Globo (iria um dia para a Globo mas muitos anos depois...), e foi a personalidade da "noite" que recebeu os mais altos “Bravos”. Inesquecível! Quanto talento!
Lembro-me de Chico falando com Francis: “Mas o que aconteceu à esta môça? Maravilhosa...“.
Ah... se algumas vezes olhásse-mos um pouco mais para a direita ou para a esquerda... ou seja, se desligásse-mos da Globo e passásse-mos para outros canais... Nao é só na Globo que existe talento... Nao vimos filmes e talentos maravilhosos da "United", "RKO" e "Columbia"???? Nao era só na Metro e 20th Century...

Nádia Maria morreu em 16 de fevereiro de 2000, em Itaipava (RJ), de câncer no cérebro, após passar seis meses em coma. Estava com 68 anos. Todos lá no céu devem estar as gargalhadas com ela...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

My fair Lady, the lost pictures...

Como fiquei feliz em reencontrar uma antiquíssima, pequena caixa cheia de recortes e fotos de teatro, cinema... tesouros que comecei a colecionar aos meus 10 anos de idade (é... minha paixao pelo cinema, pelo teatro, pelos musicais comecou muito cedo mesmo... e na época em que todos ouviam Janis Joplin, Pink Floyd, Alice Cooper e Rick Wakeman eu ouvia Fred, Judy, Julie e Cia.). As primeiras que quero publicar sao estas fotos quase esquecidas de My fair Lady (Broadway, 1955/56) e fotos de alguns Sketches do fantástico Cecil Beaton para o palco. Raridades excelentes!

Rex Harrison e Julie Andrews, Professor Higgins e Eliza, Pigmaliao e Galatéa... My fair Lady, uma das mais lindas estórias de amor aonde jamais a palavra amor é pronunciada...

Eliza contando de sua tia que morreu de pneumonia ("So they say, but it is my belief that them done the old woman in!") e antes de dar sua total gafe gritando "Come on Dover, Move your blooming arse!" (Ao seu lado a grande Cathleen Nesbitt, que um ano depois estrelaria com Deborah Kerr e Cary Grant em "Tarde demais para esquecer"/ An affair to remember - vide minha postagem de 30 de junho de 2008 - um filme muito amado no Brasil... Aliás uma postagem que quase nao foi lida... hi hi... pausa para publicidade!)

Sketches para a cena de Ascot aonde "Everyone who should be hiah is hiah... "

e mais alguns Sketches para os cenários!

God bless Lerner/Loewe, Moss Hart, Cecil Beaton , Julie Andrews, Rex Harrison, Cathleen Nesbitt and their talent and contribution!