domingo, 27 de julho de 2008

Sapateatro (MAM & Teatro Opiniao, RJ): Sapateando em 1977 com/ Tap dancin' in 1977 with Cláudio...

How was the song???? Oh yes:

"Mem'ries light the corners of my mind,
misty, water-colour mem'ries
of the way we were.... "


terça-feira, 22 de julho de 2008

The Nightingale and the rose (Oscar Wilde)

Os anos passam e às vezes nos lembramos com muito prazer e afeto de alguma coisa que, em alguma época de nossas vidas, disfrutamos muito... Ontem olhando meus livros encontrei um volume de contos e estórias curtas de Oscar Wilde e folheando este reecontrei, com muito prazer e muito afeto, "The nightingale and the rose". Trinta anos depois de ter lido este conto pela primeira vez, fiquei ainda mais emocionado com sua simplicidade, com sua fantasia e real desfecho (e com toda aquela eloquencia tao wildiana, aqui usada simplesmente para narrar as desventuras deste pequeno e preocupado rouxinol). Coloquei aqui este link para quem quizer le-lo... Vale a pena. Eu recomendo muito!

domingo, 20 de julho de 2008

Elizabeth Barret Browning

How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth
and height My soul can reach,
when feeling out of sight For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's Most quiet need,
by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use In my old griefs,
and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose With my lost saints!---
I love thee with the breath, Smiles, tears, of all my life!---
and, if God choose, I shall but love thee better after death.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Lost Horizon: I never miss a Liv Ullmann musical!


Um dos piores filmes de todos os tempos, ele está na lista dos “100 Most Enjoyably Bad Movies Ever Made”, “Lost Horizon” foi um fracasso tão grande de bilheteria que ficou conhecido entre os produtores de Hollywood como “Lost Investment”. Ele até hoje nao foi lançado nem como VHS nem como DVD... Eu assisti este filme no extinto "Ricamar" em Copacabana e, na época (tinha 13 anos) adorei...

A estória de James Hilton (Goodbye, Mr. Chips, Random Harvest) já muita ultrapassada em 1973 (já tinha sido filmada uma vêz em 1937 com Ronald Colman) e meio “sonho de homem branco de direita”, não encontrou sucesso nem com a crítica nem com o público – Mas vamos ser muito sinceros: quem realmente queria ver dancinhas com criancas "meigas e pueris" nas colinas de Shangri-La, Liv Ullmann desprovida de qualquer expressao e dublando canções de Burt Bacharach e coreografias arcaicas de Hermes Pan (dois deuses numa pessoa?) enquanto o mundo vivia a guerra do Vietnam e tinha outras preocupações? Quero dizer, além de mim????

Um detalhe interessante: O Castelo de Camelot (vide minha postagem) foi “reciclado” e aqui usado... As torres medievais foram retiradas e no seu lugar foram colocados elementos que, para Hollywood, emanavam um ar de “Tibet”. Este foi o primeiro filme da Columbia Pictures depois de ter-se mudado para o “Lot” da Warner Bros em 1972 e este cenário ficou muitos anos no back-Lot do estúdio sendo usado muitas vezes na série de televisão “Kung Fu”.
Bons atores como George Kennedy, Olivia Hussey, Sally Kellermann e Bobby Van estão como “peixes fora d’água” nêste filme enquanto maravilhosos e talentosos outros como John Gieguld, Charles Boyer, Michael York, Peter Finch e Liv Ullmann estão completamente perdidos e nada à vontade! Nada mesmo! Um caso terrível de desperdício de talento!
“Lost Horizon” é também o único musical da história do cinema no qual a maioria dos atores nao sabiam nem cantar nem dançar (com excessao de Bobby Van, já muito distante do seu apogeu.). Dizem que Sally Kellermann cantou suas músicas - uma delas aliás cortada do filme e só existente no soudtrack- será?

O filme foi bombardeado pela crítica.
Bette Midler porém imortalizou este filme quando disse em 1973,
"I call it Lost-Her Reason. I never miss a Liv Ullmann musical!"

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fanny Brice - Funny Girl ??????

Muitos ainda se lembram de „Funny Girl“ (como diz meu amigo Cláudio de Berlim: “ Uma relíquia”) e de como Streisand nos encantou por mais de duas horas com as peripécias, alegrias e tristezas de Fanny Brice... A jovem Barbra foi uma escolha mais do que adequada para o filme de 1968 dirigido pelo mestre William Wyler, já tendo antes causado um grande impacto com sua atuação no original na Broadway que estreiou em 1964. Streisand durante uma época gravou várias canções de Fanny como por exemplo “My man” e “Second hand Rose” (que chegou a ser um Top 40 Hit).

***** Intermission ***** Existem muitas estórias e lendas sobre a produção de Funny Girl”. Uma delas, que adoro, é como Barbra foi apresentada à famosa figurinista Irene Sharaff - com décadas de experiência e sucesso na Broadway e em Hollywood – e casualmente foi despedindo os sketches desta à la: “Este não está bom, este tem a cor errada para mim, este é pouco decotado e a cintura muito alta” etc.. Detalhe: esta era uma menina de 21 anos, com pouquíssima experiência dizendo à uma profissional com muitíssima experiência (e vários Oscars!) o que ela tinha que fazer. E ela aceitou!

Mas quem foi a comediante, cantora, atriz de teatro, rádio e cinema e a “entertainer” Fanny Brice?

Bem antes de “Funny Girl” um filme chamado “Rose of Washington Square” com Alice Faye, Tyrone Power e Al Jolson foi feito em 1939 na 20th Century Fox. Este foi tao óbvia- e descaradamente baseado na estória de Fanny Brice e Nicky Arnstein que ela processou o estúdio por invasão da sua privacidade – e ganhou! A Fox teve que retirar várias cenas musicais do filme que estavam associadas à Brice... Seria interessante saber se hoje em dia existem cópias “completas” deste filme – Tenho que pesquizar o DVD... Em “Rose” nao foi só incluída a canção título (de um “Follies”) com também “My man” – o carro-chefe de Brice que Ziegfeld tinha achado, na década de 20 em Paris. “Mon Homme” foi traduzido ao inglês e, por insistência de Ziegfeld, cantado sériamente por Brice, o que causou um grande impacto nos “Follies de 1921”, já que o público estava acostumado a ve-la só como cômica. Ela também desta vez deixou de usar o sotaque "jidisch" que sempre usava no palco (logo ela que nao falava jidisch) e usou um mid-atlantic english. O seu infeliz casamento com “Nicky” Arnstein certamente deve ter contribuído muito à sua interpretação desta “chanson”.

A “biografia” de Fanny (no musical) foi bastante “fantasiada” e alguns fatos foram completamente omitidos. Seu nome verdadeiro era Fania Borach, nascida em Nova York em 1891, filha de judeus húngaros donos de um bem sucedido “Saloon”. Em 1908 ela deixou de ir à escola para ir trabalhar num “Burlesque-Theatre” (ele começou sua longa associação com Florenz Ziegfeld em 1910 , estrelando seu “Follies” – uma relação intensa de trabalho que duraria até os anos 30!), ela foi casada durante sua adolescência com um barbeiro chamado Frank White, “Nicky” passou 14 meses em Sing-Sing antes de se casarem (ela o visitava toda semana), êles viveram 6 anos juntos antes de casarem-se em 1918, ela nao só teve uma filha de “Nicky” Arnstein (Frances, que casou com o produtor Ray Stark que produziu “Funny Girl”) mas também um menino, William que tornou-se um artista plástico. “Nicky” nao tinha vergonha de estar sendo sustentado por sua mulher, como sugerido no filme. Muito pelo contrário: êle era mais o menos um sangue-suga, um tipo “esponja”, que não tinha o menor problema em usar e gastar o dinheiro de Fanny. Ele não se “entregou” à polícia (por estar envolvido com uma “gang” no roubo de ações no valor de US$ 5.000.000,-) e na realidade se escondeu dela durante bastante tempo. Ele foi de novo em 1924 para a prisão aonde passou três anos. Quando saiu divorciou-se de Fanny – que tinha, durante anos, usado uma grande parte de seu dinheiro com advogados etc. “Nicky” era americano, ou seja, nada daquela coisa de sotaque estrangeiro ou de charme “continental” como Omar Sharif no filme.
Fanny também têve uma colaboração importantíssima para a música popular americana com Irving Berlin, que nunca foi mencionada no filme! (Foi com uma música dêle “Sadie Salome, go home!” que ela têve seu primeiro sucesso na Broadway). Ela gravou mais de duas dúzias de discos para Victor Records – e recebeu um Grammy póstumo por sua gravação de 1921 de “My man”.
Ela criou um personagem incrível e engracadíssimo chamado “Baby Snooks”.

***** Intermission ***** No filme “Funny Girl” existe uma ligeira menção a “Snooks” quando Barbra/Fanny sai do palco para descobrir que Nick havia sido prêso. Ela entao resolve “enfrentar” os jornalistas que a esperam na Stage door e só coloca um casaco de peles sôbre sua roupinha de bebê, desempenhando assim, com o queixo ligeiramente elevado, uma daquelas cenas que , na época, ainda eram “tiro-e-queda” para ajudar a ganhar um Oscar...

Fanny parece ter ficado tão obcecada por “Snooks” que no seu programa de rádio usava o figurino do bebê. Muitos “testemunharam” que Fanny, depois de acabar seu programa, o “The Baby Snooks Show” (originalmente “Toasties” – um título que eu adoro!), ainda continuava por algum tempo se comportando como “Snooks” e só peu à peu voltava a ser ela mesma. Ela mesmo disse:
“ Snooks is just the kid I used to be. She's my kind of youngster, the type I like. She has imagination. She's eager. She's alive. With all her deviltry, she is still a good kid, never vicious or mean. I love Snooks, and when I play her I do it as seriously as if she were real. I am Snooks. For 20 minutes or so, Fanny Brice ceases to exist”.
Numa de suas raras aparicoes cinematográficas, Fanny pode ser vista como Baby Snooks no musical de Judy Garland “Everybody sing” (1938). Outras aparições suas no cinema incluem “My man” de 1928 (aonde cantou o seu “clássico” de “vítima dependente”) , "Be Yourself!” (1930) assim como “The great Ziegfeld” (1936) onde reprisa “My man” e “Ziegfeld Follies” (1946). No dois últimos ela interpreta a si mesma.

Ela têve um terceiro casamento com o compositor e produtor Billy Rose, que também não funcionou, e morreu com 59 anos em Hollywood, de uma hemorragia cerebral, em 1951.
Apesar de ter dito que abandonaria o rádio (aonde atuava como Baby Snooks desde 1936) ela havia já assinado um contrato prolongando o show! Como diria “Baby”:
“Why? Becaaaaauuuse... “