terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fechado para férias até meados de novembro!!!!!!


O que Streisand, Madonna e Lotte Lennya tem em comum?



They're playing MY song...

Sim, este foi o título de um show da Broadway dos anos 80.
Eu estou porém querendo referir-me a alguns casos de “roubo" de temas/músicas, o que nao é muito raro no mundo do show-business... Aqui tres exemplos de como atrizes principais conseguiram (ou tentaram) tirar músicas de suas companheiras de palco ou telao cinematográfico...

A “Ópera dos tres vinténs” (Die Dreigroschenoper, The three-penny Opera) de Brecht e Weil é um exemplo fascinante. Concebida no início dos anos 30, ela foi relancada pela grandiosa Lotte Lenyaa viúva de Kurt Weil – na metade dos anos 50 num teatro off-Broadway e manteve-se em cartaz até 1961. Um grande sucesso... com uma única diferenca: Quase todas as cancoes de Polly (a segunda “leading actress” da peca); aliás cancoes maravilhosas, com um caráter muito Brechtiniano foram incorporadas ao personagem “Jenny” – die spelunke Jenny – interpretado por ninguém menos do que Lotte Lenya.



Barbra Streisand, talentosíssima mas que nao deve ser nada "fácil" de aturar, queria, em Hello Dolly! (20th Century Fox 1969), incoporar “I’ll be wearing ribbons down my back” – uma linda melodia com um texto riquíssimo em lirismo (como por exemplo em “ Because a breeze might stir a rainbow up behind me; That might happen to catch the gentleman's eye”) ao seu personagem (Dolly) - o que nao tinha muito cabimento - mas apesar de ter lutado muito (muito mesmo!), o diretor do filme, Mr.Gene Kelly nao cedeu… e ela entao infernizou a vida de todos durante as filmagens. Bravo Gene!!!!! Barbra nao conseguiu o que tinha conseguido no palco em Funny Girl (1964) interpretando Fanny Brice - quando conseguiu que a única cancao de "Georgia", personagem secundário porém uma linda mulher, uma verdadeira “Show girl” de Ziegfeld fosse cortada da peca - e no cinema em Funny Girl (1968) - quando reduziu o personagem de Georgia(a talentosa Anne Francis) à tres ou quatro aparicoes... e tres ou quatro falas (Até hoje existe a piada: “Voce se lembra de Anne Francis em “Funny Girl”? e o outro responde: “A mae de Barbra?”) . Barbra realmente tinha um problema com mulheres bonitas... Será que ainda tem?

Bem; Gene nao cedeu mas o fato é que Marianne MacAndrew, a linda atriz que fazia a chapeleira Irene Molloy (e que cantava “Ribbons”) sumiu do planeta... Aqui no Internet nem se consegue encontrá-la... Nada... Eu queria tanto uma foto dela para cá...


Outro caso de roubo “descarado” (que escandalizou muito os fas de Andrew Lloyd Weber) foi o fato de Madonna, tentando ser "grandiosa", ter-se apoderado da balada mais linda de “Evita”: Another suitcase in another hall. Fato este que modificou um pouco da trama original, tirou qualquer luz positiva e simpatia do personagem da amantezinha menor de idade que era chamada por Perón de “Piranha” (que, no palco, tinha "seu" momento ao cantar esta balada). Mas o pior foi Madonna nao ter conseguido, nem com esta linda cancao, ter tido um exito melhor em Evita... faltou-lhe voz, ou melhor, alcance vocal para esta Ópera-Rock...
How embarassing!!!!!!!


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Dancin' Days ( TV Globo 1978)

Nossa... como os tempos mudaram e esta cena de Dancin' Days nao só virou uma coisa ultrapassada e super "datada" como também até de péssimo gosto... Na época, uau, foi o máximo! Nós dancamos ao redor de "La Braga" e sempre reaparecem fotos desta cena em revistas... engracado, uma coisa que fiz só para ganhar dinheiro e de vez em quando recebo um recorte de alguma revista tipo "Amiga" (ainda existe?) com uma foto de Sonia comigo - melhor, uma foto minha ao lado de Sonia (na coreografia eu estava bem atrás dela). A coreogafia era aliás de Paulette dos Dzi-Croquettes... Todo o Rio parou para ver a "volta" de Júlia... ex-presidiária que voltou , por algum motivo que até hojé me é completamente desconhecido, da Europa, de "Paris"... Aqueles enredos "Globais" cheios de "padrao Globo de qualidade"... hi hi... e ainda se fala mal de Glória Magadan... hi hi... Ave... Se "Tio Walter" (Clark) me ouvisse... Uma gostosa memória!!!!!

Bem, para quem nao reconheceu: lá atrás estou eu, Ricardo Leitner, com tenros 18 anos !!!!

domingo, 19 de outubro de 2008

Louis Armstrong


"Musicians don't retire; they stop when there's no more music in them. "
Louis Armstrong

sábado, 18 de outubro de 2008

Supporting Actors/Actresses II : Gladys Cooper

Continuando a minha série sobre atores/atrizes coadjuvantes, repito o que escrevi no meu relato sôbre Mary Boland (Vide a primeira postagem desta série, Supporting Actors/Actresses I: Mary Boland, de 1 de agosto de 2008): Penso já há muito tempo em fazer uma série de postagens em homenagem a vários “Supporting actors and actresses” – aqueles que já vimos centenas de vezes nas telas e de quen nao sabemos mais os nomes ou exatamente aonde os vimos... Vamos agora também pensar na palavra "support" e em companhia de quem esta particular atriz esteve: Bette Davis, Laurence Olivier, Joan Fontaine, Ginger Rogers, Vivien Leigh, Deborah Kerr, Audrey Hepburn, Judy Garland, Gene Kelly, Kay Kendall, Cary Grant, Rex Harrison, Jennifer Jones, David Niven, Burt Lancaster, Loretta Young, Wendy Hiller, Rita Hayworth, George Cukor, Vincente Minelli, Somerset Maughan ... e isto só para citar alguns... quase um "Who's who?" das "performing arts", nao é verdade?

Bem vinda a "Tertúlias", Gladys Cooper!!!!!


Filha de um famoso jornalista, Cooper (1888, Inglaterra - 1971, U.S.A.) começou sua carreira teatral em 1905 no teatro musical em peças como “Bluebell in Fairyland” e “The Belle of Myfair”, em 1907 virou uma corista no famôso Gaiety Theatre em Londres e durante a Primeira Guerra Mundial foi a “paixão” (em termos de II Guerra Mundial comparável à "pin up" Betty Grable) dos soldados inglêses. Trabalhou numa produção de “The importance of being Earnest” de Oscar Wilde, assim como, em 1919, em “Home and Beauty” de Somerset Maughan. Nesta foi criticadíssima por Aldous Huxley que a encontrou “estática, demasiadamente estatuesca, atuando todo o tempo como se fôsse Galatéa, recentemente desempetrificada e ainda não à vontade, nao acostumada à forma de viver dos sêres humanos”.

A partir de 1922 ela encontrou o estrelato no palco (já tendo também trabalhado no cinema mudo na Inglaterra desde 1913) na peça “The second Mrs. Tanqueray”. Entre seus grandes êxitos nos anos 20 a peça “The letter” (A carta, 1927) também de Somerset Maughan por quem foi extremamente elogiada e que a aclamou dizendo: “Gladys Cooper transformou-se de uma atriz indiferente numa atriz extremamente competente!”. “The Letter”, uma estória de traições, infidelidade e mentiras passada numa plantação fora de Singapura (na mais incrível tradição Maughanesca!!!!!! ) foi filmada em 1940 e trouxe muito prestígio e indicacao ao Oscar para Bette Davis).


Só a partir de 1940 Gladys Cooper entrou realmente em nossas vidas quando interpretou Beatrice Lacy a simpatissíssima irmã de Max DeWinter (Laurence Olivier) em "Rebecca" (Hitchcock, 1940 e no Brasil "Rebecca, a mulher inesquecível", título com o qual brincávamos dizendo "Rebível, a mulher inesquebeca"... lembram? ) que é um apoio para “ela” (Será que alguém aqui já tinha se dado conta que o nome do personagem principal feminino em “Rebecca”, no caso Joan Fontaine – vide minha postagem “Carta de uma mulher desconhecida, Stefan zweig” de 13 de agosto de 2008 – nunca tem seu nome mencionado???????? Nem no filme, nem no livro... ).


A partir deste momento Gladys nao parou de trabalhar nos papéis mais variados possíveis que eram óbvios para uma atriz de tamanha versatilidade. E para citar só alguns: a snob e finíssima mãe do “noivo” que não aceita a menina classe média/baixa Ginger Rogers para seu filho de Philadelphia em “Kitty Foyle” (RKO 1940),
A sexualmente desprezada, mal amada, amarga mulher de Nelson (mais uma vez Laurence Olivier) que o perde para “That Hamilton Woman” (MGM 1941), que nao é nada mais nada menos do que Emma Hamilton no corpo de uma deslumbrante Vivien Leigh no auge de sua beleza (e que num grande "tour de force" como Emma acaba bêbada, velha e feia na sarjeta e depois até presa... ) e, num grande desempenho, bem caracterizada, como a tirânica e possessiva Mrs. Vale, mãe velha da solteirona, complicada e doente mental “Charlotte”(Bette Davis em “Now, Voyager” - A viagem, Warner 1942). Gladys recebeu uma indicação ao Oscar. Perdeu.

Também não podemos esquecer de invejosa, angustiada freira que, torturada por seus própios demônios, nao podia aceitar que Deus tivesse elegido uma garôta pobre, burrinha, práticamente analfabeta como Bernadette para “presenciar o aparecimento de Maria" em “The Song of Bernadette” (A canção de Bernadette, MGM 1943) ao lado de Jennifer Jones. Esta coitada, que é digna de pena, é colocada cara-a-cara com a revelação da divindade do caráter de Bernadette, que já havia sido injustamente transformada em “Irmã Maria Bernarda” por uma insegura igreja que não sabia o que fazer com ela, e se arrepende... Nada pior na vida do que o remorso... Mais uma indicação ao Oscar para Gladys. Perdeu uma segunda vêz.


Versátil como sempre foi a boa Beatrice Hamimgtons que “une” Joseph Cotten à linda Jennifer Jones (as duas mais uma vez trabalhando juntas) em “Love Letters” de 1945 (foto abaixo), uma mulher de altíssima sociedade em “The bishop’s Wife” (1947 ao lado de Cary Grant, Loretta Young e David Niven), a tia de Judy Garland, a “Manuela” da Comédia-Musical “The Pirate” (O pirata, MGM 1948 também com Gene Kelly) de Vincente Minelli e a mãe preocupada de um rapaz que está apaixonado por Emma... a fútil, sonhadora Emma Bovary... sim, mais uma vêz ela com Jennifer Jones em “Madame Bovary” (MGM 1949) também de Vincente Minelli.


Seu complexo personagem em “Separate Tables” que desempenhou nao só na Broadway (primeira foto abaixo) mas também em Hollywood (segunda foto abaixo) em 1958 ( com "minha querida" Deborah Kerr, sua oprimida e recalcada filha... ), atuação sua muito aclamada ao lado também de Burt Lancaster, David Niven, Rita Hayworth, Wendy Hiller e outros...


...e como também “The bright one” na Broadway em 1959 ao lado da encantadora, mágica e inesquecível Kay Kendall, na época casada com Rex Harrison e no auge de sua curta carreira, que logo depois sucumbiria à uma terrível leucemia...


... e, para finalizar esta lista (que é realmente curta em relação aos trinta e poucos filmes que fez) a encantadora, jovial, descomplicada mas também finíssima, aguda e retóricamente precisa Mrs. Higgins, mãe do professor e grande suporte à Eliza no grandioso “My fair Lady” (Minha bela Dama, Warner 1964, dirigido pelo grande George Cukor). Mrs. Higgins trouxe-lhe uma terceira indicação ao Oscar e também uma terceira perda. Aqui Cooper ao lado de Audrey Hepburn e de Wilfrid Hyde-White...



Seu ínico premio foi um Golden Globe em 1965 pela séria “The Rogues” com David Niven, Charles Boyer, Gig Young e Larry Hagman.

Até o final de sua vida Gladys Cooper continuou entre o West-End, a Broadway e Hollywood.
Ela foi casada três vezes, teve duas filhas (no primeiro e segundo casamento) e não existem quase relatos sôbre sua vida como pessoa privada. Melhor assim.
Ela morreu em 1971 aos 82 anos de idade.
Deixou uma grande heranca para todos nós: Muitos momentos brilhantes nas telas do cinema com muito talento e técnica usados precisamente para nos dar esta grande satisfação em vê-la... assistí-la....
Por todo este legado, por todos estes momentos: Obrigado GRANDE Gladys!!!!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bertha Rosanova (31.08.1930 - 13.10.2008)



"DE TODAS AS BAILARINAS BRASILEIRAS, BERTHA ROSANOVA FOI A QUE MAIS ME INSPIROU PELA ESPIRITUALIDADE QUE ELA TRANSMITIA EM SUA DANÇA "
Marcia Haydée



domingo, 12 de outubro de 2008

Luise Rainer, O-Lan e "A boa terra" (The good earth, 1937)

Luise Rainer pertence à categoria das atrizes que foram completamente esquecidas: como é a canção “I’m still here” (de Follies – vide minha postagem de 6 de agosto de 2008) de Stephen Sondheim? “TOP BILLING MONDAY, TUESDAY YOU`RE TOURING IN STOCK“.

Uma “diva” com dois Oscars, contemporânea de Garbo, Dietrich, Shearer, Leigh, Crawford, Hepburn, Loy, Bergman, Harlow e também de Gable, Tracy, Powell, Muni, Bogart entre tantos, ela é a única que ainda está viva... vivendo em Londres e com 98 anos!Luise é até hoje considerada “vienense” (nao só porque começou sua carreira teatral em Viena como atriz de Max Reinhard mas também porque o tiranico, despótico L.B.Mayer optou por fazer a publicidade em tôrno desta “nova Garbo” como uma vienens), Luise na realidade nasceu em Düsseldorf em 1910 mas - desculpem-me os alemaes - ser vienense sempre foi, é e sempre será mais "chic" do que ser alemão... Em muitas biografias suas ela é citada como austríaca e acho que os alemães também esqueceram que ela nasceu em solo alemão... pois na realidade é a ínica atriz alemã até hoje a ter recebido um “Oscar” e ainda por cima a primeira atriz da história que ganhou dois Oscars sucessivamente (1936 e 1937) e ninguém na Europa se lembra disso: O primeiro pelo seu papel relativamente curto como Anna Held (no magnífico “The great Ziegfeld” com William Powell e Mirna Loy, também vencedor do Oscar de melhor filme de 1936) e o segundo por sua legendária O-Lan em “A boa terra” (The good earth, 1937) do romance homonimo de Pearl Buck (vencedor do Pullitzer Prize de 1932).



Ambos filmes da MGM. Rainer tinha chegado a Hollywood em 1935. De família judia, esta ida para os E.U.A. foi muito bem-vinda numa época em que a perseguição dos judeus já começara.O Oscar que recebeu por Anna Held causou muita polêmica na época... principalmente porque o papel era muito curto (estávamos aqui ainda a anos luz da revolução que aconteceria em Hollywood com o Oscar que Jane Wyman recebeu em 1948 por "Johny Belinda", no qual seu personagem era mudo!). Sua cena principal, a hoje antológica “cena do telefone” na qual ela, falando com “Flo” (Florenz Ziegfeld), recebe a notícia do seu casamento com Billie Burke (a linda Glinda, the good witch of the North de “O mágico de Oz”). Uma daquelas cenas bem típicas da época e que eu chamo de “Oscar winning scenes”; ela, atrás do seu sorriso escondendo suas lágrimas, com o queixo alto... A segunda razão da polêmica foi o fato de sua interpretação nao ter sido muito bem recebida em Hollywood. Eu, particularmente, acho-a muito exagerada como Anna.

No ano seguinte todas as opiniões a seu respeito em Hollywood mudariam com “A boa terra”. Primeiro ela recebeu o New York Film Critics Circle Award. Depois seu segundo Oscar. O-Lang, a camponêsa chinesa, ex escrava, que luta ao lado do seu marido (Paul Muni, êste realmente austríaco) tôda uma vida para acabar vendo-o casar com uma segunda esposa, Lotus (Tilly Losch, outra austríaca que tinha dancado com Fred Astaire na Broadway– porque tantos austríacos fazendo papel de chineses? Peter Lorre também em alguma época virou chinês... Nunca entenderei...) e perder tôda a fortuna de uma vida para uma praga de gafanhotos. Um desempenho não só para a época mas até hoje que só pode ser descrito com uma única palavra: MAGNÍFICO ! Eu, particularmente, considero-a fantástica neste filme e como O-Lan.
O filme demorou quase um ano para ser filmado, fato que abalou o casamento de Rainer com o (assumido) comunista Clifford Odets que, na época, estava montando sua peça “The golden Boy” na Broadway e tendo um caso amoroso com Frances Farmer. Para uma jovem geração ela é conhecida através de Jessica Lange, que a interpretou e também foi nominada para um Oscar de melhor atriz no genial “Frances” de 1982 (no mesmo ano em que recebeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu mais simples trabalho em “Tootsie”). Mas esta já é outra estória para uma postagem própria.

Há alguns anos assisti uma entrevista com Rainer no qual ela descrevia a forma como criou O-Lan. Ela estava com muitos problemas e nao conseguia entender e entrar na personagem. Um dia no estúdio, dia no qual muitos figurantes chineses e asiáticos estavam sendo testados, ela saiu do seu guarda-roupa e esbarrou com uma jovem chinesa, seu script caiu ao chão e as duas se abaixaram ao mesmo tempo para apanhá-lo. Bateram uma na outra com a cabeça. Ela se levantou e olhou para a chinesa, que ainda abaixada tinha um olhar de apreensão em sua direção. Ela sorriu para a chinesa que naquele momento nao só abriu-lhe um sorriso doce, terno como também “arrulhou” de prazer, felicidade, alívio... Como uma pombinha, uma rolinha feliz mas cheia de humildade. Naquêle momento O-Lan nasceu ou como disse Rainer lindamente: “Naquêle momento ela me presenteou com O-Lan”. Sempre que, por alguma razão, insegura com sua interpretação ela pensaria naquela chinêsa e O-Lan voltava a estar presente!



Depois dêste segundo Oscar um brilhante futuro cinematográfico parecia estar assegurado para Luise Rainer. Mas não... Durante 1937 e 1938 ela fêz filmes triviais, no qual não se destacou de nenhuma forma. Sómente em “A grande valsa” (The great waltz, 1938) ela conseguiu dar vida a um caráter de mais “carne e osso”: Poldi, a padeirinha vienense, a traída esposa de Strauss. Mais uma vez o “carma” de ser vienense.
Ela se afastou do cinema em 38. Sua carreira nos E.U.A. que tinha comecado em 1935 e tinha-lhe trazido dois Oscars (e muito dinheiro para a MGM), acabou tres anos depois. Uma tentativa frustrada de um “come-back” em 1943 (The hostages) foi quase “embarassing”. Ela mudou-se para Londres aonde vive até hoje.
Mais uma vez a pergunta: como é a canção “I’m still here” de Stephen Sondheim? “TOP BILLING MONDAY, TUESDAY YOU`RE TOURING IN STOCK“. Nem esta sorte têve.

Ainda fez alguns trabalhos para a televisão e respectivamente em 1988, 1997 e 2003 (aos 93 anos) fez aparições no cinema (a última, lendo um poema, pela primeira vêz em alemão dêsde 1933!).Na cerimônia do Oscar em 2004 apareceu como a vencedora “Senior”, sentadinha ao lado de Julia Roberts (nunca tinha percebido que neste dia todos os ganhadores do Oscar estavam sentados em ordem alfabética quando a cortina abriu... atrás dela Jennifer Jones, Shirley Jones, ao seu lado Roberts e Cliff Robertson assim como na frente John Voight e Christopher Walken).


E ainda uma terceira vez: "Top billing monday, Tuesday you're touring in stock! But I'm here!!!! E Luise definitivamente ainda está aqui para contar sua história e sua/s estória/s.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Viena: A longa noite dos museus (Wien: die lange Nacht der Museen)

Durante minha última estadia de tres semanas no Rio em setembro, conversei muito com um amigo sobre os museus de Viena e como êstes fazem parte integrada da vida do povo. Será porque as temperaturas a partir do outono nos leva automáticamente para lugares com calefação?
Eu não conheco ninguém que conheca TODOS os museus de Viena, principalmente porque novos museus estao sempre sendo abertos, como é o caso do (nôvo) Museu do Chocolate…
Uma vez por ano a cidade decide não ir dormir tão cedo para celebrar “ A longa noite dos museus”: Todos os museus da cidade ficam toda a noite abertos e por um preço práticamente simbólico (€ 13,-) pode-se visitar quantos queira... Entre os museus e pontos mais importantes da cidade ficam à disposição do público Shuttles para facilitar a locomoção (incluídos nos € 13,-), em frente de quase todos os museus são instaladas as mais diferentes barraquinhas... Petiscos e doces, bebidas quentes... De comida mesmo até castanhas quentes tudo é possível – e comível! E tudo muito divertido!

A cidade vibra durante toda uma noite e “tout Vienne” está presente: personalidades das ciencias e da economia, turistas, políticos, atores, a “Haute-Volée”, cantores de ópera e de música popular e muito, muito povo, muitas famílias com crianças, muitas pessoas da terceira idade, muitas pessoas em cadeiras de rodas... É bonito ver-se que ainda hoje em dia, o povo quer cultura e agarra qualquer chance ou oportunidade mais “em conta” para disfrutar (e aprender!), mesmo que tenha que abrir mão de algumas horas de sono. É muito emocionante ver-se o povo buscando (e celebrando) cultura. Faz bem...


A noite de 4 para 5 de outubro foi, no que diz respeito aos museus e à atmosfera calma e segura mas porém de “festa de cidade”, linda!
Os grandes museus como Belvedere (com muitos Klimts e Schieles), o Museu de História Natural (com tudo o que Leopoldina enviou para a Austria da “Grande Expedição Austríaca”) O Museu de História da Arte, o Albertina, o Museu de Arte Moderna (MUMOK), o Museu Leopold (com o maior acêrvo de Schiele do país) estavam lotados.
Mesmo assim museus menores, museus de “low profile” como o Museu do Chocolate, O Museu de Freud (na realidade sua casa... ), o Museu dos Relógios, o Museu Judaico, o Museu dos Lipizzaner e o Museu dos Limpadores de Chaminé (Sim! Divertidíssimo!) estavam cheíssimos e disputadíssimos!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Good-bye Paul!



Good-bye, blue eyes!

*********** Paul Newman: 26.01.1925 - 26.09.2008 ***********

O "passado" de Betty Boop...

O primeiro Cartoon com Betty Boop foi feito em 1930, produzido pelos irmãos Fleischer para a Paramount. Este, “Dizzy Dishes” fazia parte da série “Talkartoon” na qual Betty era uma mera coadjuvante e “Bimbo” o verdadeiro astro. Já no início de sua carreira a sua marca registrada era o seu extremo Sex-appeal. Depois, por causa do grande sucesso com o público, foi produzida uma série de desenhos animados no qual ela tornou-se a estrêla.
Numa época em que heroínas de desenhos animados eram práticamente assexuais (vide por exemplo Minnie Mouse) não havia quase nenhum episódio no qual ela não deixasse de arrumar as meias (e a liga) ou de levantar a saia ou de ser assediada por algum personagem do sexo masculino (numa direta implicação da palavra “sexo”).

Exatamente a saia curta, as ligas e os cachinhos curtos (numa cabeça extremamenre "cearense") transformaram-a numa verdadeira “flapper” dos “roaring twenties”. Estas eram as mulheres que eram livres, que fumavam e que sabiam festejar e dançar. Imediatamente os irmãos Fleischer “usaram” o talento musical de Betty e várias cooperações musicais com artistas famosos do rádio da época foram produzidas. Tudo isto junto ao quase “surrealismo” dos irmãos Fleischer transformou esta série de Cartoons em algo inesquecível e muito especial!

Um grande momento de Betty aconteceu num Cartoon no qual ela, num palco de Vaudeville, aparecia imitando grandes artistas da época como Jimmy Durante, Maurice Chevalier, Fanny Brice (vide minha postagem “Fanny Brice – Funny girl?????” de 4 de julho) e até a esquecida Gilda Gray dançando o Hoola (uma das minhas cenas peferidas na qual ela, práticamente nua, só com um colar de flôres, realmente “abusa” do direito de ser sexy!).
Mas a sua imagem sexy e ousada virou um problema para o estúdio e para os irmãos Fleischer. A nova censura que abalou a indústria cinematográfica a partir de 1934 obrigou nao só Cecil B. De Mille a “comportar-se” e a não mais filmar nús e orgias, como também a Betty a usar um vestido bem mais longo, a ser menos sexy e até a virar uma comportadíssima dona de casa com um pequeno cachorrinho. Max Fleischer tentou salvar a série com “cameos” de outras figuras de desenho animado mas não sucedeu. O interêsse do público por Betty foi diminuindo e o seu último cartoon foi feito em 1939.
Em 1988 Betty ainda fêz uma aparição especial (como único personagem em prêto-e-branco) no colorido “Roger Rabbit”.
O que todos esqueceram é que Betty, muito antes de tornar-se a encantadora e atraente “IT-girl” aparecia com“Bimbo”, como sua namorada. “Bimbo” (hoje em dia um termo pejorativo para uma “mulher avoada, completely brainless” era antes usado única- e exclusivamente para pessoas de pouca inteligência do sexo masculino) era um cachorrinho meio bobinho e Betty sua namorada canina!!!!!
Sim, esta é a verdade sobre o passado de Betty: ela era uma cadela quando começou sua carreira!!!!!
O focinho desapareceu aos poucos, as pernas tornaram-se mais finas e delineadas e as suas longas orelhas transformaram-se em brincos. Aqui abaixo suas orelhas ainda caninas...

E se exalta a incrível transformação que Hollywood fêz com Rita Hayworth, transformando-a daquela mexicaníssima Rita Cansino (que tinha feito até filmes de “Charlie Chan”) numa ruiva, quase irlandêsa que abalou as telas Technicolor dos anos 40 (mais assunto para outra postagem)! Nada, realmente nada em comparação à nossa eterna “Boo-boo-pe-do” Betty Boop !!!!