Na história do Teatro, do Ballet e do Cinema existem célebres “trocas de papéis”. Eu as admiro...
Considero dois exemplos (um no Ballet, outro no Teatro) extremamente interessantes: a constante troca entre Anthony Dowell e David Wall no Ballet der Sir Frederick Ashton “Manon Lescaut”. Aqui Wall como o calculista “Lescaut”, irmão de Manon.
Certamente esta atitude levou os dois “Danseurs” à uma melhor compreensão dos papéis, dos motivos de “Lescaut” e de “Chevalier DesGrieux”.
Gostaria muito de ter visto Dowell como o cínico Lescaut. Nunca tive esta oportunidade. Reparem nesta foto… a pureza de Wall como DesGrieux contrastatada à frieza de Dowell como Lescaut. Que foto magnífica!
No teatro ingles, uma similar situação causou um grande furor nos anos 30. Laurence Olivier e John Gieguld (os dois no futuro seriam transformados em “Sirs”) trocaram, em "Romeu e Julieta", os papéis de Romeu e Mercutio. Esta produção gerou um pequeno escândalo, entre os “connoisseurs” shakespearianos, pela “nota” homosexual que os dois deram à relação entre Romeu e Mercutio. Aqui um jovem Gieguld, que muito iria sofrer na Inglaterra por causa de sua homosexualidade.
Ambos atores confessaram ter avançado muito na sua compreensão destes complexos personagens. Imaginem só, um dia Olivier como Mercutio e no outro como Romeu (compreendendo de dentro de seu Romeu toda a amizade e amor que Mercutio por ele sente – e vice versa. Empatia pura, não é?). Fascinante!
Alguém ainda se lembra de como Laurence Olivier era atraente nessas épocas?
Eu, até hoje, no trabalho, gosto que os empregados da firma “troquem” de emprego durante alguns dias… a confusão é grande, mas o resultado, a compreensão que é alcançada entre os diversos departamentos é uma coisa inigualável!
No cinema, por motivos óbvios, não existiram “trocas diárias” como feitas no teatro ou no Ballet. Mas papéis foram as vezes dados para atores que não estavam previstos para interpretá-los.
Pensem na produção de “Dr. Jekill & Mr. Hyde” (O Médico e o Monstro) com Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner. Por razões óbvias, Lana Turner (pelo fato der mais “óbvia”) estava escalada para o papel da “garçonete” que tem um caso com Mr. Hyde. Ingrid, que ía interpreter a “boazinha” noiva de Dr. Jekyll, sugeriu a troca de papéis. Lana virou «a pura».
Ingrid conseguiu não só roubar o filme como também fazer um grande sucesso de público e crítica – exatamente por libertar-se, por um curto período, do clichée, do «espartilho» no qual Hollywood estava colocando-a (e depois colocou definitivamente – Bergman necessitaria anos de “exílio” e uma ligação amorosa e, para a época, escandalosa, com Rossellini para um dia não ser mais “typecast”).
Logo Bergman. Mulher que só tinha uma coisa em meta. Sua carreira! Mas isto já é uma outra estória para outro dia…
terça-feira, 30 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Ginger and Yam? (Gengibre e Inhame?)
„Fred gave Ginger class, Ginger gave Fred sex“. Este comentário de Katherine Hepburn (que aliás, também na realidade - não só em "Stage Door" - nada simpatizava com Ginger) entrou para a história do cinema. De certa forma ela tem razão. Mas não há dúvida que, como meu pai diria, Ginger era realmente um “mimo”. Que figurinha mais linda!
Ginger e Fred, quando começaram sua “partnership”, sempre lançavam “Danças” novas nos seus filmes (Os estúdios lucravam muito com a venda de discos, partituras etc.).
No seu primeiro filme juntos (em papéis secundários), “Flying down to Rio”, eles roubaram o filme dançando “The Carioca”.
Em “The gay Divorce” eles introduziram “The Continental”.
Em “Top-Hat” bailaram “The Piccolino” (que era porém muito “sofisticado” para tornar-se moda popular). Aqui duas fotos de um livro meu, já que não é nada fácil encontrar-se boas fotos deste número… Cliquem para ampliar, vale a pena! Ginger já deixando a fase "Muffin face" (o que também aconteceu com Vivien Leigh) e tornando-se bonita e sofisticada!
Mas todos estes números eram números «de Fred». Ginger era sua «acompanhante» (o coreógrafo Hermes Pan – muito consciente das limitações de Ginger em termos de dança – limitou, ainda mais do que necessário, a movimentação de Ginger nos primeiros trabalhos em conjunto).
Finalmente um dia, em «Carefree», 1938 (um filme adorado e venerado na Espanha!), Ginger dominou não só um número («The Yam») como TODO o filme. Ela está ótima. Toda soltinha, esfuziante, deliciosa e cheia de energia!
Sim, os dias “verdes” como atriz já tinham passado e em dois anos ela ganharia o Oscar como “Kitty Foyle”. Época na qual sua carreira destacou-se em Hollywood e a de Fred estagnou, quase por uma década…
Aqui, esta delícia chamada “The Yam” (na realidade “Inhame”… imaginem só em portugues: “Oi bem, vamos dançar o “Inhame”?). Divirtam-se! Sim, Ginger and Yam (Gengibre e Inhame) combinam, e muito!
">
E, se voces querem ler o melhor livro, com as estórias mais engraçadas e simpáticas sobre esta linda dupla (que se odiava mútuamente, na realidade), aqui uma dica… Uma maravilha de livro… Está na minha estante!
Ginger e Fred, quando começaram sua “partnership”, sempre lançavam “Danças” novas nos seus filmes (Os estúdios lucravam muito com a venda de discos, partituras etc.).
No seu primeiro filme juntos (em papéis secundários), “Flying down to Rio”, eles roubaram o filme dançando “The Carioca”.
Em “The gay Divorce” eles introduziram “The Continental”.
Em “Top-Hat” bailaram “The Piccolino” (que era porém muito “sofisticado” para tornar-se moda popular). Aqui duas fotos de um livro meu, já que não é nada fácil encontrar-se boas fotos deste número… Cliquem para ampliar, vale a pena! Ginger já deixando a fase "Muffin face" (o que também aconteceu com Vivien Leigh) e tornando-se bonita e sofisticada!
Mas todos estes números eram números «de Fred». Ginger era sua «acompanhante» (o coreógrafo Hermes Pan – muito consciente das limitações de Ginger em termos de dança – limitou, ainda mais do que necessário, a movimentação de Ginger nos primeiros trabalhos em conjunto).
Finalmente um dia, em «Carefree», 1938 (um filme adorado e venerado na Espanha!), Ginger dominou não só um número («The Yam») como TODO o filme. Ela está ótima. Toda soltinha, esfuziante, deliciosa e cheia de energia!
Sim, os dias “verdes” como atriz já tinham passado e em dois anos ela ganharia o Oscar como “Kitty Foyle”. Época na qual sua carreira destacou-se em Hollywood e a de Fred estagnou, quase por uma década…
Aqui, esta delícia chamada “The Yam” (na realidade “Inhame”… imaginem só em portugues: “Oi bem, vamos dançar o “Inhame”?). Divirtam-se! Sim, Ginger and Yam (Gengibre e Inhame) combinam, e muito!
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E, se voces querem ler o melhor livro, com as estórias mais engraçadas e simpáticas sobre esta linda dupla (que se odiava mútuamente, na realidade), aqui uma dica… Uma maravilha de livro… Está na minha estante!
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quarta-feira, 24 de março de 2010
23.03.2010: O "Musikverein", os Meninos Cantores de Viena , "Carmina Burana" e "A Noite" de Schubert
O „Musikverein“ em Viena é conhecido mundialmente desde que o Concerto de Ano-Novo (no dia 1.1. às 11.00 hs da manha) com a Filarmonica de Viena é televisionado e emitido para quase todo o mundo (lembro-me de que, ainda criança, assistíamos empolgadíssimos no Brasil este evento).
Em si, o Musikverein é muito mais do que uma linda sala para Concertos que “respira história”.
É um Templo para a Música com uma grande acústica (e péssimos assentos)!
Neste “Templo” já tive oportunidades de assistir grandes mestres, mágicos “Sacerdotes” da Arte como Riccardo Mutti, Nikolaus Harnoncourt, Herbert von Karajan, Lorin Maazel, Claudio Abbado e ouvir grandes vozes como Agnes Baltsa e Christa Ludwig (num dos melhores e mais inesquecíveis concertos que presenciei até hoje).
Todo ano, como já uma vez descrevi aqui, assisto na TV também o Concerto de Ano-Novo e vejo na segunda fila do lado esquerdo meu primo, Hubert Kroisamer, um dos primeiros violinistas da Filarmonica e (todo ano) penso que deveria ligar para ele…
♫ Ontem tive a oportunidade de assistir lá um memorável recital dos Meninos Cantores de Viena (Wiener Sängerknabben). Como sempre as vozes angelicais destes meninos nos fazem sonhar, nos levam em longas viagens musicais para distantes terras, nos enchem de esperança e nos trazem felicidade, conforto, harmonia. Como pensei em Mamãe (e em papai), que se lembra até hoje tão vívidamente de uma apresentação dos "Meninos Cantores" (da época) no Rio nos anos 50...♪
♪ Surpreendido fiquei com uma escolha musical feita para eles já que num dos “Encores” cantaram “Stormy Weather”. ♫ Uma maravilha. Lena Horne teria gostado!
Durante o recital, ocorreu-ne um pensamento curioso: estas vozes representam ainda umas das melhores coisas que temos neste país… Elas aindam representam a Austria e sua forma de pensar… Uma Austria que também, pouco a pouco, está desaparecendo. Literalmente se desintegrando culturalmente como a maioria dos países europeus (A globalização não dá chance a ninguém, não permite manter suas características).
Que incrível exemplo devem ter sido estas vozes (puras e de paz) quando a Austria, em 1938, foi anexada à Alemanha, desapareceu do mapa (pois como “estado” alemão passou a pertencer ao “III Reich” e chamar-se “Ostmark”) e neste país não mais ouvia-se muito música no rádio porém altas e barulhentas ameaças alemãs.
A apresentação, a noite de ontem foi dividida com dois outros corais: um coral da China e um outro de Viena.
♫ No final os tres corais reuníram-se em cena (mais ou menos 130 vozes) para cantar “Carmina Burana”. Interessante como os “Meninos Cantores” tomaram o lugar dos sopranos (que faltavam um pouco no coro de Viena) dando toda uma nota especial à música. Como sempre “O Fortuna” é repleto de grande emoção. E no lugar muito privilegiadíssimo onde estávamos sentados, a maravilhosa acústica do Musikverein contribuiu ainda mais para que apreciássemos tanto o espetáculo, a noite… ♪
A música me fez viajar longe. Pensamentos, Sonhos, Lembranças. Como dizia Karen Blixen? "O viajante da mente precisa de pouca bagagem... "!
Peguei-me até “sonhando acordado”, relembrando-me de como uma vez, já há muitos anos, dancei em “In Taberna”, também de “Carmina”!
Roda Fortunae…
♫ ♪
E para quen nunca ouviu os "Sängerkanbben", um gostinho só... "Die Nacht" (A Noite) de Schubert...
">
Entendem agora porque adoro viver na Austria?
Em si, o Musikverein é muito mais do que uma linda sala para Concertos que “respira história”.
É um Templo para a Música com uma grande acústica (e péssimos assentos)!
Neste “Templo” já tive oportunidades de assistir grandes mestres, mágicos “Sacerdotes” da Arte como Riccardo Mutti, Nikolaus Harnoncourt, Herbert von Karajan, Lorin Maazel, Claudio Abbado e ouvir grandes vozes como Agnes Baltsa e Christa Ludwig (num dos melhores e mais inesquecíveis concertos que presenciei até hoje).
Todo ano, como já uma vez descrevi aqui, assisto na TV também o Concerto de Ano-Novo e vejo na segunda fila do lado esquerdo meu primo, Hubert Kroisamer, um dos primeiros violinistas da Filarmonica e (todo ano) penso que deveria ligar para ele…
♫ Ontem tive a oportunidade de assistir lá um memorável recital dos Meninos Cantores de Viena (Wiener Sängerknabben). Como sempre as vozes angelicais destes meninos nos fazem sonhar, nos levam em longas viagens musicais para distantes terras, nos enchem de esperança e nos trazem felicidade, conforto, harmonia. Como pensei em Mamãe (e em papai), que se lembra até hoje tão vívidamente de uma apresentação dos "Meninos Cantores" (da época) no Rio nos anos 50...♪
♪ Surpreendido fiquei com uma escolha musical feita para eles já que num dos “Encores” cantaram “Stormy Weather”. ♫ Uma maravilha. Lena Horne teria gostado!
Durante o recital, ocorreu-ne um pensamento curioso: estas vozes representam ainda umas das melhores coisas que temos neste país… Elas aindam representam a Austria e sua forma de pensar… Uma Austria que também, pouco a pouco, está desaparecendo. Literalmente se desintegrando culturalmente como a maioria dos países europeus (A globalização não dá chance a ninguém, não permite manter suas características).
Que incrível exemplo devem ter sido estas vozes (puras e de paz) quando a Austria, em 1938, foi anexada à Alemanha, desapareceu do mapa (pois como “estado” alemão passou a pertencer ao “III Reich” e chamar-se “Ostmark”) e neste país não mais ouvia-se muito música no rádio porém altas e barulhentas ameaças alemãs.
A apresentação, a noite de ontem foi dividida com dois outros corais: um coral da China e um outro de Viena.
♫ No final os tres corais reuníram-se em cena (mais ou menos 130 vozes) para cantar “Carmina Burana”. Interessante como os “Meninos Cantores” tomaram o lugar dos sopranos (que faltavam um pouco no coro de Viena) dando toda uma nota especial à música. Como sempre “O Fortuna” é repleto de grande emoção. E no lugar muito privilegiadíssimo onde estávamos sentados, a maravilhosa acústica do Musikverein contribuiu ainda mais para que apreciássemos tanto o espetáculo, a noite… ♪
A música me fez viajar longe. Pensamentos, Sonhos, Lembranças. Como dizia Karen Blixen? "O viajante da mente precisa de pouca bagagem... "!
Peguei-me até “sonhando acordado”, relembrando-me de como uma vez, já há muitos anos, dancei em “In Taberna”, também de “Carmina”!
Roda Fortunae…
♫ ♪
E para quen nunca ouviu os "Sängerkanbben", um gostinho só... "Die Nacht" (A Noite) de Schubert...
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Entendem agora porque adoro viver na Austria?
sábado, 20 de março de 2010
Lady in the Dark: Take Three... "The Saga of Jenny"... mais um anjo caído?
Pela terceira vez (e segunda neste mês) uma menção sobre „Lady in the Dark“. Aqui, mais uma vez «The Saga of Jenny» (música Kurt Weil, texto Ira Gerschwin).
Uma ótima versão que apareceu no muito mal-compreendido (e, apesar de péssimamente recebido na época, hoje em dia "cult") “Star!” de Robert Wise (20th Century Fox, 1968) com Julie Andrews, na época a atriz melhor paga do planeta… e aqui em grande forma!
A coreografia – muito especial – é de Michael Kidd (que no mesmo ano coreografou “Hello Dolly” para Gene Kelly).
Gosto muito deste circo mais “vivo” do que na versão de Ginger Rogers - vide minha penúltima postagem - que, diga-se de passagem, é mais próxima ao original da Broadway e de Gertrude Lawrence. Este circo está mais “relatando a estória de Jenny”: os pais e os irmaos, o marido, as mulheres dos seus amantes... Adoro no final sua “ascenção aos céus” e sua “caída de vez no inferno”, onde ela parece sentir-se bem mais à vontade. Todo o simbolismo de um “fallen angel”, de Lúcifer… Jenny, her equals would be hard to find…
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Uma ótima versão que apareceu no muito mal-compreendido (e, apesar de péssimamente recebido na época, hoje em dia "cult") “Star!” de Robert Wise (20th Century Fox, 1968) com Julie Andrews, na época a atriz melhor paga do planeta… e aqui em grande forma!
A coreografia – muito especial – é de Michael Kidd (que no mesmo ano coreografou “Hello Dolly” para Gene Kelly).
Gosto muito deste circo mais “vivo” do que na versão de Ginger Rogers - vide minha penúltima postagem - que, diga-se de passagem, é mais próxima ao original da Broadway e de Gertrude Lawrence. Este circo está mais “relatando a estória de Jenny”: os pais e os irmaos, o marido, as mulheres dos seus amantes... Adoro no final sua “ascenção aos céus” e sua “caída de vez no inferno”, onde ela parece sentir-se bem mais à vontade. Todo o simbolismo de um “fallen angel”, de Lúcifer… Jenny, her equals would be hard to find…
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terça-feira, 16 de março de 2010
REMEMBERING: Pinduca
Lembrando de mais uma figura, de um símbolo, de um herói da minha infancia...
O pouco que sei sobre “Pinduca” é que ele nos U.S.A. chamava-se “Henry” e que foi criado para o Saturday Evening Post em 1932. Só.
O muito que me faz lembrar de “Pinduca” (durante o curto tempo em que acompanhei suas aventuras pois um dia sumiram das "bancas", dos jornaleiros) é o fato dele ser um menino de família, honesto, “legal” e que gostava de ajudar as pessoas (o que seria “chatíssimo” hoje em dia e não venderia um "gibi", não é verdade?).
Sim, “Pinduca” ainda faz parte de um (bem recente) passado no qual nossos heróis não eram “maus” no sentido de quererem passar os outros para trás. Nossos heróis poderiam ser até ser “ruinzinhos”, uns "desamaldinhos", mas, quando eram, estavam simplesmente lutando pela própria sobrevivencia (existia pestinha maior e mais eficaz do que Jerry e as maldades que fazia com Tom, the cat? ou pior e mais "premeditado" do que "Tweedy" - nosso Piu-Piu - azucrinando a vida do pobre gato "Frajola"? ) mas no fundo tinham um bom caráter…
Até mesmo “Os sobrinhos do Capitão”, “Pafúncio e Marocas”, “Donald & Co.”, “Luluzinha e Bolinha”. Todos. Todos os "habitantes" de um imenso baú que tinha no meu quarto de menino e no qual guardei até minha adolescencia todas estas estorinhas...
O mundo das estorinhas em quadrinhos ainda não estava ensinando à criançada a ser destrutiva, chantageadora, desonesta, mentirosa... Mas, hoje em dia quem “ganha” é quem sabe passar a perna no outro, passar o outro para trás, mentir… Valores bem atuais no nosso Brasil , que vão formando a mentalidade da meninada… (Onde existem ainda valores?). Pinduca querido, meu desaparecido amigo de outrora, saudades de voce e do tempo em que te conheci…
O pouco que sei sobre “Pinduca” é que ele nos U.S.A. chamava-se “Henry” e que foi criado para o Saturday Evening Post em 1932. Só.
O muito que me faz lembrar de “Pinduca” (durante o curto tempo em que acompanhei suas aventuras pois um dia sumiram das "bancas", dos jornaleiros) é o fato dele ser um menino de família, honesto, “legal” e que gostava de ajudar as pessoas (o que seria “chatíssimo” hoje em dia e não venderia um "gibi", não é verdade?).
Sim, “Pinduca” ainda faz parte de um (bem recente) passado no qual nossos heróis não eram “maus” no sentido de quererem passar os outros para trás. Nossos heróis poderiam ser até ser “ruinzinhos”, uns "desamaldinhos", mas, quando eram, estavam simplesmente lutando pela própria sobrevivencia (existia pestinha maior e mais eficaz do que Jerry e as maldades que fazia com Tom, the cat? ou pior e mais "premeditado" do que "Tweedy" - nosso Piu-Piu - azucrinando a vida do pobre gato "Frajola"? ) mas no fundo tinham um bom caráter…
Até mesmo “Os sobrinhos do Capitão”, “Pafúncio e Marocas”, “Donald & Co.”, “Luluzinha e Bolinha”. Todos. Todos os "habitantes" de um imenso baú que tinha no meu quarto de menino e no qual guardei até minha adolescencia todas estas estorinhas...
O mundo das estorinhas em quadrinhos ainda não estava ensinando à criançada a ser destrutiva, chantageadora, desonesta, mentirosa... Mas, hoje em dia quem “ganha” é quem sabe passar a perna no outro, passar o outro para trás, mentir… Valores bem atuais no nosso Brasil , que vão formando a mentalidade da meninada… (Onde existem ainda valores?). Pinduca querido, meu desaparecido amigo de outrora, saudades de voce e do tempo em que te conheci…
sábado, 13 de março de 2010
Lady in the Dark.... a segunda postagem!
Estar no escuro... que medo!
Mas menos medo do escuro e de seus fantasmas do que do medo da ignorancia, da falta de conhecimento, do estar parado no tempo, de estar perdido nele…
Tive experiencias recentes que fizeram-me parar para pensar e que – Graças a Deus – fizeram-me perceber que o «caminho» que sigo é bom.
Talvez só "realizei" que não estou no escuro...
To be in the dark… que assustante ver pessoas assim, tão no escuro e pensando que estao na claridade. Dói muito ve-los assim como que flutuando entre a vida e o nada.
Aqui uma cena maravilhosa que recobrei há pouquíssimo tempo.
Sim, este tema lembrou-me a peça “Lady in the Dark”. Pois esta "Lady" estava no "escuro", sem saber para onde ir... só.
Vejam minha postagem de 02 de marco de 2008 para entender mais sobre o que aqui estou comentando - o que recomendaria de todo coração.
As imagens são fortes, precisas. Algumas lembram-me até certos pesadelos que tinha como criança (lembram-se daquela "coisa" de comer e ir dormir com a barriga cheia? Dos meus pesadelos lembro-me até hoje... Estes coelhinhos, anões, estes meios montros da minha infancia… brancos, assustantes, redondos... todos aí no vídeo... ).
Ainda, para mim, uma das cenas mais ousadas do cinema americano musical dos 40… Ginger – usando com bastante liberdade a “mood” da interpretação que Gertude Lawrence deu na Broadway em 1940… Ginger como ela nunca foi… sassy, brassy, bawdy… Uma boa cena.
“And poor Jenny kicked the bucket at 76… “
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Mas menos medo do escuro e de seus fantasmas do que do medo da ignorancia, da falta de conhecimento, do estar parado no tempo, de estar perdido nele…
Tive experiencias recentes que fizeram-me parar para pensar e que – Graças a Deus – fizeram-me perceber que o «caminho» que sigo é bom.
Talvez só "realizei" que não estou no escuro...
To be in the dark… que assustante ver pessoas assim, tão no escuro e pensando que estao na claridade. Dói muito ve-los assim como que flutuando entre a vida e o nada.
Aqui uma cena maravilhosa que recobrei há pouquíssimo tempo.
Sim, este tema lembrou-me a peça “Lady in the Dark”. Pois esta "Lady" estava no "escuro", sem saber para onde ir... só.
Vejam minha postagem de 02 de marco de 2008 para entender mais sobre o que aqui estou comentando - o que recomendaria de todo coração.
As imagens são fortes, precisas. Algumas lembram-me até certos pesadelos que tinha como criança (lembram-se daquela "coisa" de comer e ir dormir com a barriga cheia? Dos meus pesadelos lembro-me até hoje... Estes coelhinhos, anões, estes meios montros da minha infancia… brancos, assustantes, redondos... todos aí no vídeo... ).
Ainda, para mim, uma das cenas mais ousadas do cinema americano musical dos 40… Ginger – usando com bastante liberdade a “mood” da interpretação que Gertude Lawrence deu na Broadway em 1940… Ginger como ela nunca foi… sassy, brassy, bawdy… Uma boa cena.
“And poor Jenny kicked the bucket at 76… “
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segunda-feira, 8 de março de 2010
San Francisco
Uma postagem para minha querida amiga Danielle - "fã" incondicional de Miss MacDonald! (Acho lindo ver esta geração, tão mais nova, amando estes antigos atores do passado. Adoro!)
Amo esta canção… Sim!
Agora vamos ser sinceros: Jeanette MacDonald - que rosto mais precioso para o Cinema (e que dentes!!!!! Eu sei, nunca se fala de dentes… eu falo… Dentes são lindos !).
O mundo inteiro esqueceu-se que um musical estava sendo feito para Jeanette nos meio dos anos 60… para um "Come-back" na Broadway… Nele, uma jovem atriz iria debutar ao lado dela: LIZA. YES! Mas Miss MacDonald morreu e o projeto foi esquecido – menos por Michael Feinstein que regravou uma das canções…
Mais sobre esta canção (“Wasn’t it romantic?”) – que deveria ser cantada paralelamente à uma cena dos anos 30 da própria Jeanette (cantando seu sucesso “Isn’t it romantic?”) que seria mostrada numa tela – outro dia... Numa outra "Tertúlia".
Em "San Francisco" Jeanette pode sair um pouco do clichée no qual a MGM havia colocado-a.
O «Soprano» do estúdio, dos filmes “de prestígio” da Metro… (que seria substituído por Kathryn Grayson nos anos 40). Logo Jeanette que tinha mostrado bastante temperamento (as vezes até relativamente risquée) nos seus primeiros trabalhos… Cantando a terceira versão de “San Francisco” ela parece divertir-se, seus movimentos beiram um pouco uma espécie de “Negro Dance”, solta... Enfim, deliciosa… (neste video ve-se tres versões de “San Francisco”, aliás «coloridas»… aquelas "absurdas e divertidas" idéias dos anos 80… «colorir» filmes clássicos feitos originalmente em preto-e-branco! “Casablanca” foi outra vítima desta "onda").
Mas brevemente L.B. Mayer colocaria-a de novo ao lado do inexpressivo Nelson Eddy… para uma outra Operetta à la “Maytime”. E isto, logo depois de ter trabalhado (no filme "San Francisco"), ao lado de Clark Gable e Spencer Tracy, grande clássico sobre o terremoto que já uma vez acabou com aquela cidade com cenas muito, muito eficientes... Aqui Miss MacDonald, espetacularmente magra e delgada para os padrões dos anos 30 (Pensem em Harlow, West...). Muito linda!
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E alguém se lembra de como Judy Garland, nos seus últimos anos, cantava “San Franciso” simplesmente zombando de Jeanette???
Ela cantava… “I’ll never will forget Jeanette MacDonald… etc. ...I'll never will forget how that brave Jeanette just stood there in the ruins and sang… “. Safadinha Judy, não é verdade? Mas também ótima! Sorry, Miss MacDonald, mas Judy está aqui "óptima", simplesmente "supimpa"!!
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Amo esta canção… Sim!
Agora vamos ser sinceros: Jeanette MacDonald - que rosto mais precioso para o Cinema (e que dentes!!!!! Eu sei, nunca se fala de dentes… eu falo… Dentes são lindos !).
O mundo inteiro esqueceu-se que um musical estava sendo feito para Jeanette nos meio dos anos 60… para um "Come-back" na Broadway… Nele, uma jovem atriz iria debutar ao lado dela: LIZA. YES! Mas Miss MacDonald morreu e o projeto foi esquecido – menos por Michael Feinstein que regravou uma das canções…
Mais sobre esta canção (“Wasn’t it romantic?”) – que deveria ser cantada paralelamente à uma cena dos anos 30 da própria Jeanette (cantando seu sucesso “Isn’t it romantic?”) que seria mostrada numa tela – outro dia... Numa outra "Tertúlia".
Em "San Francisco" Jeanette pode sair um pouco do clichée no qual a MGM havia colocado-a.
O «Soprano» do estúdio, dos filmes “de prestígio” da Metro… (que seria substituído por Kathryn Grayson nos anos 40). Logo Jeanette que tinha mostrado bastante temperamento (as vezes até relativamente risquée) nos seus primeiros trabalhos… Cantando a terceira versão de “San Francisco” ela parece divertir-se, seus movimentos beiram um pouco uma espécie de “Negro Dance”, solta... Enfim, deliciosa… (neste video ve-se tres versões de “San Francisco”, aliás «coloridas»… aquelas "absurdas e divertidas" idéias dos anos 80… «colorir» filmes clássicos feitos originalmente em preto-e-branco! “Casablanca” foi outra vítima desta "onda").
Mas brevemente L.B. Mayer colocaria-a de novo ao lado do inexpressivo Nelson Eddy… para uma outra Operetta à la “Maytime”. E isto, logo depois de ter trabalhado (no filme "San Francisco"), ao lado de Clark Gable e Spencer Tracy, grande clássico sobre o terremoto que já uma vez acabou com aquela cidade com cenas muito, muito eficientes... Aqui Miss MacDonald, espetacularmente magra e delgada para os padrões dos anos 30 (Pensem em Harlow, West...). Muito linda!
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E alguém se lembra de como Judy Garland, nos seus últimos anos, cantava “San Franciso” simplesmente zombando de Jeanette???
Ela cantava… “I’ll never will forget Jeanette MacDonald… etc. ...I'll never will forget how that brave Jeanette just stood there in the ruins and sang… “. Safadinha Judy, não é verdade? Mas também ótima! Sorry, Miss MacDonald, mas Judy está aqui "óptima", simplesmente "supimpa"!!
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sexta-feira, 5 de março de 2010
A despedida de Nina Ananiashvilli
Já há muito tempo queria colocar esta matéria, estas fotos aqui. Mas tenho tido tantas outras coisas para dizer, contar...
Aqui a despedida, o canto do cisne, de Nina Ananiashvilli do American Ballet Theatre (27/06/09).
No papel com o qual foi (e ainda é) mais identificada, Odette/Odille (Lago), ela se “retirou”.
Assisti Nina pela primeira (e única) vez, aqui em Viena em 1988. No “Lago”. Lembro-me que fui para o “Westbahnhof” (estação de trem oeste de Viena) para ver toda a Troupe do Ballet Bolshoi chegando da Rússia (Imaginem só que horror para os bailarinos: tres dias num trem! Coitados!) Detalhe: Eles traziam caixas e caixas de papel higienico… Nunca entendemos esta. Será que nosso papel austríaco era «capitalista»?
Lembro-me que a estrela era Natalia Bessmertnova (que nunca me agradou muito)
Lembro-me que o “cartão de visita” deles era “Spartacus” (que também, inteiro, nunca me agradou).
Lembro-me que Nina dançou “O Lago dos Cisnes”
.
Lembro-me que sua "performance" foi anunciada na última hora por nao estar programada.
Lembro-me do seu cisne branco. Emocionante, sincero. Lindo!
Lembro-me da emoção que me causou com seu cisne negro. Quanta força maléfica!
Estou falando de 1988.
Lembro-me que ela tinha seus 24 ou 25 anos.
No início achei aqueles braços “longos demais”, quase “primatas”.
Mas, ao passar do tempo, percebi a forma como ela sabia/sabe usá-los.
Só ela poderia dar uma "solução" para aqueles braços! Muito "especiais"!
Divina.
Nunca mais a assisti, mesmo depois que imigrou para os U.S.A.
Vejam as fotos de sua “despedida” – em si já uma coreografia ! (Seu último “Lago” foi ao lado de "mi chiquito y fantástico bailarín español” Angel Corella!). Talvez não tão emocionante como a despedida de Alessandra Ferri do “La Scala” que nos faz chorar (impossível de copiar do Youtube – Balletomanos: Assistam! É um “must”. Sua última performance foi «La Dame aux Camelias» de John Neumeyer e sua despedida dos palcos realmente emocionante!). Mas esta já é uma outra estória… uma outra "tertúlia"!
Vejam que lindas as fotos de Nina (ela traz sua filhinha ao palco!) e que vídeo amador mais maravilhoso...
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Aqui a despedida, o canto do cisne, de Nina Ananiashvilli do American Ballet Theatre (27/06/09).
No papel com o qual foi (e ainda é) mais identificada, Odette/Odille (Lago), ela se “retirou”.
Assisti Nina pela primeira (e única) vez, aqui em Viena em 1988. No “Lago”. Lembro-me que fui para o “Westbahnhof” (estação de trem oeste de Viena) para ver toda a Troupe do Ballet Bolshoi chegando da Rússia (Imaginem só que horror para os bailarinos: tres dias num trem! Coitados!) Detalhe: Eles traziam caixas e caixas de papel higienico… Nunca entendemos esta. Será que nosso papel austríaco era «capitalista»?
Lembro-me que a estrela era Natalia Bessmertnova (que nunca me agradou muito)
Lembro-me que o “cartão de visita” deles era “Spartacus” (que também, inteiro, nunca me agradou).
Lembro-me que Nina dançou “O Lago dos Cisnes”
.
Lembro-me que sua "performance" foi anunciada na última hora por nao estar programada.
Lembro-me do seu cisne branco. Emocionante, sincero. Lindo!
Lembro-me da emoção que me causou com seu cisne negro. Quanta força maléfica!
Estou falando de 1988.
Lembro-me que ela tinha seus 24 ou 25 anos.
No início achei aqueles braços “longos demais”, quase “primatas”.
Mas, ao passar do tempo, percebi a forma como ela sabia/sabe usá-los.
Só ela poderia dar uma "solução" para aqueles braços! Muito "especiais"!
Divina.
Nunca mais a assisti, mesmo depois que imigrou para os U.S.A.
Vejam as fotos de sua “despedida” – em si já uma coreografia ! (Seu último “Lago” foi ao lado de "mi chiquito y fantástico bailarín español” Angel Corella!). Talvez não tão emocionante como a despedida de Alessandra Ferri do “La Scala” que nos faz chorar (impossível de copiar do Youtube – Balletomanos: Assistam! É um “must”. Sua última performance foi «La Dame aux Camelias» de John Neumeyer e sua despedida dos palcos realmente emocionante!). Mas esta já é uma outra estória… uma outra "tertúlia"!
Vejam que lindas as fotos de Nina (ela traz sua filhinha ao palco!) e que vídeo amador mais maravilhoso...
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quarta-feira, 3 de março de 2010
Honolulu: memórias da minha mãe!
Adoro quando minha mãe conta-me suas memórias “cinematográficas”. São memórias muito valiosas, cheias de sensibilidade, bonitas... principalmente as de sua infancia.
Em Manáus dos anos 30 as sessões de Cinema aos sábados eram um «acontecimento social». Todo mundo que era alguém ía ao cinema (Uma Tia minha sempre entrava por último para chamar atenção ao seu novo traje da semana!!!)
Os cinemas mais frequentados eram o « Avenida » e o “Polyteama”. Ficavam lotados. Foi num destes que uma vez interromperam a sessão das crianças para comunicar aos gritos, com aquele “savoir-faire” bem típico do nosso povo, que o Brasil tinha entrado na Guerra. Ela conta como as crianças ficaram desesperadas, entraram em panico com medo e saíram nervosas correndo para casa. Inclusive ela. Quanta “psicologia”!
Num destes cinemas minha mãe assistiu ao seu primeiro filme. Ela não mais se recorda do nome do filme – mas tem a ligeira impressão de que era um filme com Ruby Keeler… Bem, to make a long story short, o filme começava com uma cena com um balanço, no qual a atriz principal (supostamente Keeler) se embalava… E qual não foi a decepção desta menininha de 3 ou 4 anos (mamãe) quando no segundo, no terceiro, no quarto filme de sua vida não viu mais um balanço… para ela filmes tinham que comecar com balanços! (Até hoje brinco com ela quando num musical aparece um “balanço” e penso naquela menininha da “geração Shirley Temple” com seus cachinhos! Olhem só que carinha mais simpática!)
Poucos anos passaram e o “love affair” de minha mãe com o cinema já tinha começado (“Filho de peixe peixinho é” , voces devem estar pensando…) e ela se encantou com um filme de Eleanor Powell (remember her ?)) chamado “Honolulu”. (Never heard of, não é verdade?) Estas ainda eram épocas nas quais as moças de família “imitavam” as artistas, fazendo os mesmos penteados, as mesmas roupas. Tudo num mundo bem mais cheio de naïveté do que o nosso atual, que nos força a perder nossa sensibilidade! (Bem, pelo menos “tenta” muito. E como... Não perderemos esta batalha!)
Ela conta, até hoje e muito animada, de como, ainda menininha, ficou completamente fascinada por Eleanor e seu jeito exótico de bailar, de usar o “Sarong”, flores no cabelo, colares... voces lembram que esta "fantasia" era usada por quase todas as meninas no Carnaval? Isto senão estivessem vestidas ou de "Melindrosa" ou "Tirolesa"... quando penso nestes tempos, pareciam sómente existir estas tres fantasias femininas para pular o Carnaval... Oooops, já estou eu divagando e saíndo, como sempre, do assunto... Honolulu.
Viva o Youtube! Encontrei cenas do filme – que ela assistiu há mais de 70 anos – e quando chegar do Brasil terá o prazer de rever a talentosíssima Eleanorzinha dançando o “Hula” ( e sapateando-o!). Estou curioso para ver como será sua reação... as vezes cenas de cinema, armazenadas na nossa memória, "mudam" tanto com o passar dos anos... Aloha….
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Em Manáus dos anos 30 as sessões de Cinema aos sábados eram um «acontecimento social». Todo mundo que era alguém ía ao cinema (Uma Tia minha sempre entrava por último para chamar atenção ao seu novo traje da semana!!!)
Os cinemas mais frequentados eram o « Avenida » e o “Polyteama”. Ficavam lotados. Foi num destes que uma vez interromperam a sessão das crianças para comunicar aos gritos, com aquele “savoir-faire” bem típico do nosso povo, que o Brasil tinha entrado na Guerra. Ela conta como as crianças ficaram desesperadas, entraram em panico com medo e saíram nervosas correndo para casa. Inclusive ela. Quanta “psicologia”!
Num destes cinemas minha mãe assistiu ao seu primeiro filme. Ela não mais se recorda do nome do filme – mas tem a ligeira impressão de que era um filme com Ruby Keeler… Bem, to make a long story short, o filme começava com uma cena com um balanço, no qual a atriz principal (supostamente Keeler) se embalava… E qual não foi a decepção desta menininha de 3 ou 4 anos (mamãe) quando no segundo, no terceiro, no quarto filme de sua vida não viu mais um balanço… para ela filmes tinham que comecar com balanços! (Até hoje brinco com ela quando num musical aparece um “balanço” e penso naquela menininha da “geração Shirley Temple” com seus cachinhos! Olhem só que carinha mais simpática!)
Poucos anos passaram e o “love affair” de minha mãe com o cinema já tinha começado (“Filho de peixe peixinho é” , voces devem estar pensando…) e ela se encantou com um filme de Eleanor Powell (remember her ?)) chamado “Honolulu”. (Never heard of, não é verdade?) Estas ainda eram épocas nas quais as moças de família “imitavam” as artistas, fazendo os mesmos penteados, as mesmas roupas. Tudo num mundo bem mais cheio de naïveté do que o nosso atual, que nos força a perder nossa sensibilidade! (Bem, pelo menos “tenta” muito. E como... Não perderemos esta batalha!)
Ela conta, até hoje e muito animada, de como, ainda menininha, ficou completamente fascinada por Eleanor e seu jeito exótico de bailar, de usar o “Sarong”, flores no cabelo, colares... voces lembram que esta "fantasia" era usada por quase todas as meninas no Carnaval? Isto senão estivessem vestidas ou de "Melindrosa" ou "Tirolesa"... quando penso nestes tempos, pareciam sómente existir estas tres fantasias femininas para pular o Carnaval... Oooops, já estou eu divagando e saíndo, como sempre, do assunto... Honolulu.
Viva o Youtube! Encontrei cenas do filme – que ela assistiu há mais de 70 anos – e quando chegar do Brasil terá o prazer de rever a talentosíssima Eleanorzinha dançando o “Hula” ( e sapateando-o!). Estou curioso para ver como será sua reação... as vezes cenas de cinema, armazenadas na nossa memória, "mudam" tanto com o passar dos anos... Aloha….
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