terça-feira, 30 de março de 2010

Trocando os papéis... Alternando papéis no Ballet, no Teatro e no Cinema!

Na história do Teatro, do Ballet e do Cinema existem célebres “trocas de papéis”. Eu as admiro...

Considero dois exemplos (um no Ballet, outro no Teatro) extremamente interessantes: a constante troca entre Anthony Dowell e David Wall no Ballet der Sir Frederick Ashton “Manon Lescaut”. Aqui Wall como o calculista “Lescaut”, irmão de Manon.

Certamente esta atitude levou os dois “Danseurs” à uma melhor compreensão dos papéis, dos motivos de “Lescaut” e de “Chevalier DesGrieux”.
Gostaria muito de ter visto Dowell como o cínico Lescaut. Nunca tive esta oportunidade. Reparem nesta foto… a pureza de Wall como DesGrieux contrastatada à frieza de Dowell como Lescaut. Que foto magnífica!

No teatro ingles, uma similar situação causou um grande furor nos anos 30. Laurence Olivier e John Gieguld (os dois no futuro seriam transformados em “Sirs”) trocaram, em "Romeu e Julieta", os papéis de Romeu e Mercutio. Esta produção gerou um pequeno escândalo, entre os “connoisseurs” shakespearianos, pela “nota” homosexual que os dois deram à relação entre Romeu e Mercutio. Aqui um jovem Gieguld, que muito iria sofrer na Inglaterra por causa de sua homosexualidade.
Ambos atores confessaram ter avançado muito na sua compreensão destes complexos personagens. Imaginem só, um dia Olivier como Mercutio e no outro como Romeu (compreendendo de dentro de seu Romeu toda a amizade e amor que Mercutio por ele sente – e vice versa. Empatia pura, não é?). Fascinante!
Alguém ainda se lembra de como Laurence Olivier era atraente nessas épocas?

Eu, até hoje, no trabalho, gosto que os empregados da firma “troquem” de emprego durante alguns dias… a confusão é grande, mas o resultado, a compreensão que é alcançada entre os diversos departamentos é uma coisa inigualável!

No cinema, por motivos óbvios, não existiram “trocas diárias” como feitas no teatro ou no Ballet. Mas papéis foram as vezes dados para atores que não estavam previstos para interpretá-los.
Pensem na produção de “Dr. Jekill & Mr. Hyde” (O Médico e o Monstro) com Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner. Por razões óbvias, Lana Turner (pelo fato der mais “óbvia”) estava escalada para o papel da “garçonete” que tem um caso com Mr. Hyde. Ingrid, que ía interpreter a “boazinha” noiva de Dr. Jekyll, sugeriu a troca de papéis. Lana virou «a pura».

Ingrid conseguiu não só roubar o filme como também fazer um grande sucesso de público e crítica – exatamente por libertar-se, por um curto período, do clichée, do «espartilho» no qual Hollywood estava colocando-a (e depois colocou definitivamente – Bergman necessitaria anos de “exílio” e uma ligação amorosa e, para a época, escandalosa, com Rossellini para um dia não ser mais “typecast”).
Logo Bergman. Mulher que só tinha uma coisa em meta. Sua carreira! Mas isto já é uma outra estória para outro dia…

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