Este final do Ano trouxe-me muitos risos. Alguns deles, literalmente, quase me mataram. Ontem mesmo estava assistindo o filme „Australia“ com Nicole Kidmann e morrendo de rir. Depois de uma meia hora comunicaram-me grave- e cordialmente que não se tratava de uma comédia porém de um melodrama. Foi então que desabei completamente. Os alicerces da postura foram arrasados, demolidos. Fazia já muito tempo que não via uma coisa assim, tão medonha. Simplesmente terrível. Foi uma noite linda e engraçadíssima – destas cheias de „Giggles“ (riso frouxo): Adoro! E como „faz bem ao fígado“!
Bem, aqui estamos, práticamente no solar da porta de uma nova década que espero ser boa e fascinante. Para todos nós, para o Mundo.
A meia-Noite virá e como Olga de „Arenas cariocas“ disse ontem sábiamente:
„Amanhã o ano virá, com um mundo de gente cumprindo a obrigação de ser esfuziante à meia-noite. Uma sensação absolutamente dispensável depois que a vida já ultrapassou tres décadas“.
Eu quero neste final do Ano refletir sobre o que 2009 trouxe e, em vez de celebrar a chegada de 2010, prefiro despedir-me com graça, calma, paz e finesse deste ano que está para acabar e de certa forma dizer, mesmo que seja baixinho, „Obrigado, obrigado mais uma vez por tudo que pude aprender“.
Nada melhor do que esta canção interpretada pela fantástica Diane Keaton (numa de suas raras – porém, afinadíssimas – excursões no mundo da música) para descrever o espírito, „ the mood“ na qual me encontro neste final de ano: ♫ ♪ You’d be so nice, to come home to… ♪ ♫
Esta cena, precede no filme „Radio Days“ (Woody Allen, 1987) a passagem de um Ano, mais um Réveillon.
Gosto deste „tom“ amoroso, leve, poético, envolvente, cheio de paz… é assim que quero despedir-me do Ano 2009 – e de todos os leitores das „Tertúlias“, que tanto prestigiaram este Salão este Ano. Obrigado!
Até o Ano que vem!
Será sempre „nice to come home to you” e tertuliar! Feliz Ano-Novo a Todos!
You'd be so nice to come home to
You'd be so nice by the fire
While the breeze on high sings a lullaby
You'd be all that I could desire
Under stars chilled by the winter
Under an August moon burnin' above
You'd be so nice, you'd be paradise
To come home to and love
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Vamos hoje (sor)rir com Mikhail Baryshnikov?
Push comes to shove (Twyla Tharp, 1975 para o American Ballet Theatre), é um destes Ballets incríveis, demoníacos,inventivos, enlouquecidos, bem-humorados e cheios de alegria, energia e ritmo. Sou um grande fã do trabalho de Tharp.
Este primeiro encontro de Mikhail Baryshnikov, „Misha“, com uma linguagem mais contemporanea de dançar foi imortalizado alguns anos depois nesta filmagem.
Do Cast original (Mikhail Baryshnikov, Martine van Hamel, Marianna Tcherkassky – que também supreendeu - e o magnífico Clark Tippet) só Misha. Van Hammel substituída por Susan Jaffe, Tcherkassky por Elaine Kudo e Tippet por Robert La Fosse, que abandonou cedo o ABT por não aguentar a „pressão“ exercida sobre os Bailarinos. Uma nota: Gelsey Kirkland estava "escalada" para o papel principal mas recusou-se a fazer parte deste Ballet. Tcherkassky teve um grande sucesso no seu lugar.
Depois do „prelúdio“ ao som de um Ragtime (que boa escolha), que introduz a figura masculina central e suas duas bailarinas, como „Vaudevillians“, o Ballet assume quase uma outra linguagem ao som de outro compositor austríaco Haydn – como só Twyla poderia ter usado a musicalidade do Mestre. Este primeiro solo já „delata“ o genio de Twyla e requer uma virtuosidade absurda misturada vezes com uma „casualidade“ tentadora. Fascinante combinação.
Um trabalho longe de ser „convencional“ e nada similar ao resto do repertório do ABT na época, "Push" chocou muito partes do público habituè da época. „Push“ foi coreografado para Mikhail Baryshnikov, então num auge impressionante de sua carreira. Numa daquelas fazes que nos fazia querer que o tempo passa-se mais devagar para poder-mos aproveitar por muitos mais anos a glória deste magnífico Bailarino.
Vamos hoje (sor)rir com Mikhail Baryshnikov?
">
Música Joseph Lamb (Bohemia Rag) e Franz Joseph Haydn (Sinfonia Nr. 82 em C "The Bear")
Coreografia Twyla Tharp
Figurinos Santo Loquasto
Premiere mundial: Uris Theatre, New York, 9/ 1/ 1976
">
Um trabalho coreográfico simplesmente fascinante!
Este primeiro encontro de Mikhail Baryshnikov, „Misha“, com uma linguagem mais contemporanea de dançar foi imortalizado alguns anos depois nesta filmagem.
Do Cast original (Mikhail Baryshnikov, Martine van Hamel, Marianna Tcherkassky – que também supreendeu - e o magnífico Clark Tippet) só Misha. Van Hammel substituída por Susan Jaffe, Tcherkassky por Elaine Kudo e Tippet por Robert La Fosse, que abandonou cedo o ABT por não aguentar a „pressão“ exercida sobre os Bailarinos. Uma nota: Gelsey Kirkland estava "escalada" para o papel principal mas recusou-se a fazer parte deste Ballet. Tcherkassky teve um grande sucesso no seu lugar.
Depois do „prelúdio“ ao som de um Ragtime (que boa escolha), que introduz a figura masculina central e suas duas bailarinas, como „Vaudevillians“, o Ballet assume quase uma outra linguagem ao som de outro compositor austríaco Haydn – como só Twyla poderia ter usado a musicalidade do Mestre. Este primeiro solo já „delata“ o genio de Twyla e requer uma virtuosidade absurda misturada vezes com uma „casualidade“ tentadora. Fascinante combinação.
Um trabalho longe de ser „convencional“ e nada similar ao resto do repertório do ABT na época, "Push" chocou muito partes do público habituè da época. „Push“ foi coreografado para Mikhail Baryshnikov, então num auge impressionante de sua carreira. Numa daquelas fazes que nos fazia querer que o tempo passa-se mais devagar para poder-mos aproveitar por muitos mais anos a glória deste magnífico Bailarino.
Vamos hoje (sor)rir com Mikhail Baryshnikov?
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Música Joseph Lamb (Bohemia Rag) e Franz Joseph Haydn (Sinfonia Nr. 82 em C "The Bear")
Coreografia Twyla Tharp
Figurinos Santo Loquasto
Premiere mundial: Uris Theatre, New York, 9/ 1/ 1976
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Um trabalho coreográfico simplesmente fascinante!
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sábado, 26 de dezembro de 2009
Vamos hoje rir com Fanny Brice?
Por alguns motivos muito pessoais redescobri neste final do ano como é importante rir… Até o próximo ano seguirão aqui postagens chamadas “Vamos rir?”. Hoje começo este “ciclo” com a incomparável Fanny Brice - estrela legendária do Ziegfeld Follies e inspiração para um grande musical.. Lembram de Barbra Streisand em “Funny Girl”? Pois é, a própria… Vejam também uma antiga Postagem de 4.7.2008: Fanny Brice – Funny Girl?????
Vamos hoje rir com ela?">
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Castanhas assadas, Vinhos quentes, Luzes, Neve, Viena: Have Yourself a merry little Christmas
Poderíamos tertuliar por horas sobre o „consumo“ nesta época do ano, sobre o fato de se comer todos os anos as mesmas coisas e, ainda por cima, demais, sobre o lado „comercial“ do Natal e por aí vai a lista.
Eu, como durante minha vida inteira, sinto-me criança nesta época do Ano. Admito isto abertamente pois sempre amei estes dias de final de ano.
Viena está toda branca com neve. Fico orgulhoso de como „minha cidade“ fica linda assim, para colocar o Natal ainda mais lindo.
Tivemos hoje 12 graus negativos pela manha. Nas ruas vendem-se castanhas e vinhos quentes. A cidade está „vestida“ para a Festa e em todos os cantos vê-se decorações de Natal, luzes… Aqui, alguns detalhes da Cidade, com os „Candelabros“ que minha querida amiga Sueli Stambowsky tanto ama!
Dia 24 celebramos o Natal em casa.
Nosso dia é simples porém repleto de „vida“: acordamos cedo, compramos o pinheiro (que, como moro num apartamento de 1908 de pé direito altíssimo, sempre tem seus 3 Metros de altura), decoramos a árvore (nao só com enfeites mas também com muitos chocolates) e depois passamos toda a tarde na cozinha arrumando as bandejas de doces, docinhos, amendoas, nozes, avelas, damascos e biscoitos… para depois levá-las para o Buffet de Doces (que fica montado até o Ano-Novo). Nos divertimos assando castanhas (pois as caramelizo para rechear o perú), fazendo pequenos „Knödel“ (bolinhos cozidos de pão), preparando um repolho vermelho com maçãs, creme de milho, inváriavelmente uma salada de aipo, queijo, creme de leite ácido e nozes e o próprio perú (que sempre chamamos de „Trudi“!!!).
Depois nos arrumamos, perfumamos e nos colocamos bonitos… O jantar é servido mais tarde neste dia, a casa toda está cheia de velas vermelhas, a lareira aquecendo, a casa cheirando a cravo, canela e baunilha, os presentes debaixo da árvore… e depois do longo e tranquilo jantar, um cálice de „vinho de gelo“ (é uma especialidade para o Natal: "Eiswein". Este vinho doce, de sobremesa é prensado de uvas congeladas. Seu aroma e gosto são execpionais… ótimos para acompanhar uns docinhos ou um mousse de chocolate amargo!). E todos os anos, quase tudo igual… e eu adoro! O silencio nas ruas, a paz no ar, a espiritualidade de uma Noite de harmonia e celebracao interior. Isto é o nosso Natal.
Conversamos todo dia, nos divertimos com as coisas pequenas da vida todo o dia pelo fato de cada um ter suas tarefas e vamos até tarde, mesmo depois de ter aberto os presentes, sentados ao redor da Árvore.
Este Ano a felicidade é porém mais completa. Minha Mãe está aqui para passar o Natal.
Quase me esquecia: No dia 24 ouço todos meus velhos discos (sim, de vinil mesmo!) natalinos… de hinos protestantes (que são lindíssimos) à Julie Andrews cantando „Silent Night“ e „Glory to the new-born King“ e até Bing Crosby (Adoro „White Christmas“). Tenho porém que confessar que minha canção preferida de Natal é uma que foi composta para um filme de Judy Garland, que adoro: Have Youself a Merry little Christmas (de „Meet me in St Louis“ 1944, Vincente Minnelli).
Antes de me despedir por hoje, deixando-os aqui com esta simples e linda interpretação, gostaria de desejar a todos lindas Festas cheias de harmonia, carinho, sorrisos, aconchego, paz e amor! E que estes sentimentos encham e enriqueçam o próximo ano de todos e o nosso Mundo.
Have yourself a merry little Christmas,
Let your heart be light
Next year, all our troubles will be out of sight
Have yourself a merry little Christmas,
Make the Yule-tide gay,
Next year, our troubles will be miles away.<
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Once again as in olden days,
Happy golden days of yore.
Faithful friends who are dear to us
will be near to us once more.
Someday soon, we all will be together
If the Fates allow
Until then we'll have to muddle through somehow,
so have yourself A merry little Christmas now.
Sim... ♫ ♪ „Faithful Friends who are dear to us, will be near to us once more!“ ♪ ♫
Um beijo para todos, extensivo às suas famílias e queridos!
Ricardo
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Minelli Vincente
domingo, 20 de dezembro de 2009
REMEMBERING: Jennifer Jones
No dia 17 de Dezembro o mundo perdeu mais uma vez uma querida atriz dos áureos tempos de Hollywood: Jennifer Jones ( 2.3.1919 - 17.12.2009).
Como o mundo virtual está „fervendo“ com matérias sobre ela, não vou preocupar-me muito em contar sua história ou ir a fundo nos detalhes de seus filmes.
Gostaria porém de colocar algumas fotos dos meus filmes prediletos com ela. Talvez alguns, que ainda não assisti como „Clunny Brown“, „Love Letters“ ou „Indiscretion of an american Housewife“ venham a entrar nesta lista.
Ela tinha feito em 1939 dois filmes como Phyllis Isley, seu nome verdadeiro, sem o menor exito… Isto antes de passar por um intenso período de „grooming“ no qual transformaram-a em „Star-Material“. Seu primeiro filme como Jennifer Jones trouxe-lhe o Oscar de melhor atriz em 1943 „The Song of Bernadette“. Quatro outras nominações seguiriam no futuro.
Em „Since you went away“ (1944) ao lado de Claudette Colbert, Joseph Cotten, Shirley Temple, Lionel Barrymore e Robert Walker (seu marido na época) entre outros, teve grande exito com público e crítica.
Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946) como a afetadíssima Pearl Chavez.
No meu filme preferido com ela: o inspirado e sensível O Retrato de Jennie (The portrait of Jennie, 1948), um dos filmes preferidos também de Luís Buñuel (Vejam também minha longa postagem de 14.02.2009 sobre este filme) e um dos mais fascinantes estudos cinematográficos sobre o tempo, o passado, magia....
1949 foi uma ano que lhe trouxe um sucesso imenso em Madame Bovary
e um grande fracasso: A produção inglesa „Gone to Earth“, filme incompreendido na época com um dos finais mais assustantes da história do cinema.
Jennifer afastou-se por três anos das telas, só voltando em 1952 em „Carrie“ onde se presencia a total destruição social e moral de Laurence Olivier, no filme seu amante.
Em 1955 como a médica eurásia, Dr. Han Suyin, ao lado de Bill Holden (de novo sem camisa) em „Love is a many splendored Thing“ (Suplício de uma Saudade), talvez o filme pelo qual até hoje é mais lembrada.
A cena do cigarro é até hoje (como a cena de praia entre Burt Lancaster e Deborah Kerr em „From Here to Eternity“) considerada um momento „erótico“ clássico dos anos 50.
Em „The Barrets of Wimpole Street“ (1957) interpretou a poetisa Elizabeth Barret Browning e numa interessantíssima e forte cena com Sir John Gieguld conseguiu o quase impossível na época: Sem nunca tocar na palavra revela ao público o amor incestuoso que seu pai por ela sentia e abandona a casa para casar-se com Browning.
Mais uma vez se afasta por muitos anos do cinema, voltando em „Tender is the Night“ (Suave é a Noite, 1962) ao lado de Jason Robards, Joan Fontaine e Tom Ewell. Lembro-me de uma descrição uma vez no Jornal do Brasil: „Jennifer Jones que neste filme tem a boca das mulheres que sofrem“ (Como eram bons os tempos mais moldados por sentimentos e sensibilidade, antes desta era tão „cool“ na qual vivemos).
Seu último filme foi „Inferno na Torre“ (The Towering Inferno, 1974) que assisti no „Roxy“ em Copacabana antes de ser dividido em vários cineminhas. Mas sobre este filme nao vale muito a pena falar.
Ela adoeceu sériamente com Parkinson, viu seu segundo marido morrer (o famoso produtor de …e o Vento levou! David O.Selznick) e sua filha de 21 anos se matar.
Agora Jennifer descansou!
Porque sempre me sinto „viúvo“ e „órfão“ ao mesmo tempo quando certos atores/atrizes de Hollywood morrem?
Aqui a inesquecível cena do baile de Madame Bovary - grande trabalho de Vincente Minelli: reparem no "timing" desta cena, principalmente a "extaseante" valsa "brilhante", a partir do quinto minuto deste vídeo, com o jovem e belo Louis Jourdan. Quanto simbolismo... A valsa, a extase, o quase desmaio, o romper dos cristais das janelas... Cinema at its very best!
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Como o mundo virtual está „fervendo“ com matérias sobre ela, não vou preocupar-me muito em contar sua história ou ir a fundo nos detalhes de seus filmes.
Gostaria porém de colocar algumas fotos dos meus filmes prediletos com ela. Talvez alguns, que ainda não assisti como „Clunny Brown“, „Love Letters“ ou „Indiscretion of an american Housewife“ venham a entrar nesta lista.
Ela tinha feito em 1939 dois filmes como Phyllis Isley, seu nome verdadeiro, sem o menor exito… Isto antes de passar por um intenso período de „grooming“ no qual transformaram-a em „Star-Material“. Seu primeiro filme como Jennifer Jones trouxe-lhe o Oscar de melhor atriz em 1943 „The Song of Bernadette“. Quatro outras nominações seguiriam no futuro.
Em „Since you went away“ (1944) ao lado de Claudette Colbert, Joseph Cotten, Shirley Temple, Lionel Barrymore e Robert Walker (seu marido na época) entre outros, teve grande exito com público e crítica.
Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946) como a afetadíssima Pearl Chavez.
No meu filme preferido com ela: o inspirado e sensível O Retrato de Jennie (The portrait of Jennie, 1948), um dos filmes preferidos também de Luís Buñuel (Vejam também minha longa postagem de 14.02.2009 sobre este filme) e um dos mais fascinantes estudos cinematográficos sobre o tempo, o passado, magia....
1949 foi uma ano que lhe trouxe um sucesso imenso em Madame Bovary
e um grande fracasso: A produção inglesa „Gone to Earth“, filme incompreendido na época com um dos finais mais assustantes da história do cinema.
Jennifer afastou-se por três anos das telas, só voltando em 1952 em „Carrie“ onde se presencia a total destruição social e moral de Laurence Olivier, no filme seu amante.
Em 1955 como a médica eurásia, Dr. Han Suyin, ao lado de Bill Holden (de novo sem camisa) em „Love is a many splendored Thing“ (Suplício de uma Saudade), talvez o filme pelo qual até hoje é mais lembrada.
A cena do cigarro é até hoje (como a cena de praia entre Burt Lancaster e Deborah Kerr em „From Here to Eternity“) considerada um momento „erótico“ clássico dos anos 50.
Em „The Barrets of Wimpole Street“ (1957) interpretou a poetisa Elizabeth Barret Browning e numa interessantíssima e forte cena com Sir John Gieguld conseguiu o quase impossível na época: Sem nunca tocar na palavra revela ao público o amor incestuoso que seu pai por ela sentia e abandona a casa para casar-se com Browning.
Mais uma vez se afasta por muitos anos do cinema, voltando em „Tender is the Night“ (Suave é a Noite, 1962) ao lado de Jason Robards, Joan Fontaine e Tom Ewell. Lembro-me de uma descrição uma vez no Jornal do Brasil: „Jennifer Jones que neste filme tem a boca das mulheres que sofrem“ (Como eram bons os tempos mais moldados por sentimentos e sensibilidade, antes desta era tão „cool“ na qual vivemos).
Seu último filme foi „Inferno na Torre“ (The Towering Inferno, 1974) que assisti no „Roxy“ em Copacabana antes de ser dividido em vários cineminhas. Mas sobre este filme nao vale muito a pena falar.
Ela adoeceu sériamente com Parkinson, viu seu segundo marido morrer (o famoso produtor de …e o Vento levou! David O.Selznick) e sua filha de 21 anos se matar.
Agora Jennifer descansou!
Porque sempre me sinto „viúvo“ e „órfão“ ao mesmo tempo quando certos atores/atrizes de Hollywood morrem?
Aqui a inesquecível cena do baile de Madame Bovary - grande trabalho de Vincente Minelli: reparem no "timing" desta cena, principalmente a "extaseante" valsa "brilhante", a partir do quinto minuto deste vídeo, com o jovem e belo Louis Jourdan. Quanto simbolismo... A valsa, a extase, o quase desmaio, o romper dos cristais das janelas... Cinema at its very best!
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Moonglow, Drinks & William Holden: Picnic
Picnic (1955, direção Joshua Logan) é um filme que usa e abusa do „sex-appeal“ de seu ator principal: o bonito William (Bill) Holden. No papel de Hal Carter ele, de certa forma, lembra-me um personagem de Tennessee Williams.
Holden, que na época já tinha cumprido 37 anos, estava um pouco „maduro“ para o papel, já que sua partner, Kim Novak só tinha 23 . Resultado: a maquiagem mais clara o fez parecer mais „fresco“, „jovem“ (As primeiras olheiras, queixo duplo e rugas já apareciam, causadas por anos de extremas bebedeiras) e o cabelo do peito foi raspado para dar-lhe um ar mais „jovial“ nas cenas sem camisa. Fotos de estúdio destas cenas em que ele aparecia "shirtless", com uma contida porém óbvia sensualidade dos anos 50, foram exatamente as usadas para promover o filme – Nascia o "Beefcake" (fotos eróticas masculinas mostrando muita pele) em resposta ao "Cheesecake" (eróticas femininas também mostrando muita pele). Não podemos porém olvidar que "Beefcake" e "Cheesecake" tinham que ser aprovadas pela censura, ou seja, jamais foram muito ousadas.
Estas fotos„contam“ porém uma outra estória.
Não é Kim que rasga sua camisa (como interpretado quando só se conhece as fotos). Rosalind Russell como a sexualmente frustrada professora solteirona é que, bêbada, rasga-lhe as calças (para ver suas pernas) e sua camisa. É a única cena de „violação“ que conheço no cinema na qual a vítima é um homem..
Todo o filme possui este „tom“ de sexualidade reprimida.
O que porém lhe causou as maiores dores de cabeça e puro pânico foi o fato de ter que dançar com Kim Novak. Sim, dançar! (Clark Gable tinha passado em 1939 por um semelhante panico em „…e o Vento levou!“ no qual tinha que chorar. Achava que isto atingiria sua máscula reputação e que os fãs lhe virariam as costas). Logan levou-o para restaurantes de estrada onde ele ficava praticando em frente de „Jukeboxes“ com o coreógrafo do filme.
A filmagem desta famosa cena, que, como o resto do filme, estava sendo feita „in location“ no Kansas, teve que ser interrompida, para o total desespero de Holden, por causa de tornados.
O resto da filmagem foi resumido num „backlot“ em Burbank – e durante todo o tempo Bill estava completamente bêbado. Engraçado pensar-se que ele estava bêbado (na realidade) e que a talentosíssima Rosalind Russell (atuando uma bêbada ninfomaníaca) é a pessoa que o fere, humilha e deixa vestindo farrapos. Um homem muito vulnerável.
„Moonglow“ (de George Dunningan e Steve Allen) transformou-se mum grande sucesso e foi gravada em várias versões. A cena que aterrorizou Holden transformou-se numa das mais „sexy“ da história do cinema. Não importa que os dois as vezes estão práticamente fora de ritmo (e que pobre Novak, ainda loira escura e começando sua carreira, devia estar sofrendo horrívelmente com o hálito de Holden). O que conta é esta pura sensualidade, esta energia entre os dois que faz o ar (e o público) vibrar!
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Cruel World: Pas-de-Deux
Julie Kent não é destas bailarinas que me „eletrificam“ com qualquer um de seus trabalhos. Uma linda figura, uma linda técnica, muita emoção… Mas alguma coisa “falta”, na minha opinião, em papéis totalmente clássicos como Odette/Odille, Giselle e até em Le Corsaire.
Alguma coisa, em termos históricos do Ballet parece não estar presente, parece “faltar”.
Difícil expressar um ponto tão subjetivo. Se ela tivesse vindo do New York City Ballet seria mais fácil ter-se uma explicação (A própria Gelsey Kirkland descreveu seus longos estudos e suas lutas para poder dançar papéis clássicos depois de anos de aprendizado com Mr.B.). Mas não. Ela “cresceu” como artista no ABT.
Porém neste Pas-de-Deux de Cruel World ela (e Robert Hill – o Ballet foi criado para ambos) está para mim mais do que maravilhosa! Sim, James Kudelka e seu inspirado « Cruel World ». Que coreografia. Que «soluções» dentro deste Pas-de-Deux (como as inspiradas «soluções» de John Cranko nos seus próprios trabalhos). Há muito, muitos anos recebi este vídeo de N.Y. Hoje o reencontrei no Youttube e espero, caso voces não o conheçam, apresentar mais uma pequena e rara jóia em termos de Dança! Nao vou continuar escrevendo… Estou curioso mesmo é sobre as opinioes de Voces! (Nao deixem-se porém influenciar pela voz de Julie na curta entrevista que procede o Pas-de-Deux. Como voces verão : ela É uma bailarina)
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Dedico esta postagem à minha querida amiga Cristina Martinelli.
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sábado, 12 de dezembro de 2009
Sex and th... Annie?
Acho que muitas pessoas vão me „matar“ quando lerem que considero Sarah Jessica Parker um ícone em termos de moda. Sim ela tem um estilo pessoal todo seu – usado em grande parte na série „Sex and the City“ – misturando um estilo clássico com ousadias, Second-Hand com Alta Costura, Drift Shops com „Manolos“ etc.
Questão de gosto? Claro. Excentrica? Acho que não. Chamativa? Definitivamente. Verdade é que este estilo, criado especialmente para ela, muito contribuiu para o sucesso mundial da série „Sex and the City“.
Mas porque esta menção sobre „Annie“? Sim, este musical delicioso? Esta delícia com músicas eternas como „Tomorrow“? (Adoro a primeira versão cinematográfica com Albert Finney, Carol Burnett – como a maravilhosa e cruel Miss Hannigan , Ann Reinking, querida Bernadette Peters, Tim Curry e Aileen Queen no papel da orfã „Annie“. Mais sobre este filme uma outra vez).
Muitos vão se admirar em descobrir que Sarah Jessica Parker foi mais uma numa longuíssima lista de „Annies“ da Broadway! Aqui na TV em 1982 (ano em que o filme estreiou)!
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domingo, 6 de dezembro de 2009
Richard Cragun: Saudades.
Saudades de Richard Cragun. De assistí-lo. De ficar boquiaberto com sua técnica. De ficar tocado com suas inteligentes performances e sua sensibilidade.
Aqui uma pequena homenagem e alguma fotos que encontrei num magnífico livro!
Assisti o inesquecível «Rick» pela primeira vez no meio dos anos 70, no Theatro Municipal no Rio de Janeiro, depois várias vezes em Stuttgart, em Viena em "Wien, Wien nur Du allein..." de Bejárt e também dançando com a linda Aurea Hammerli no Theatro Municipal do Rio de janeiro em "Romeu e Julieta". Quem pode se esquecer dele em “Sacre du Printemps”, em “Requiem”, em “Voluntaries”? e o seu maravilhoso, bem humorado e ao mesmo tempo sensual «Petrucchio» de «A Megera Domada» ?
Por alguma razão, que absolutamente não entendo, o mundo da dança fala pouco desta “lenda” do Ballet , parece pouco se lembrar deste incrível bailarino, que, dotado não só de um magnífico físico, possuía toda uma sensibilidade que nos arrebatava completamente, que nos literalmente "sacudia" interiormente. Até no mundo virtual se encontra muito pouco sobre ele apesar de ser um dos nomes principais do Ballet do século XX (e no Brasil até ter dirigido o Ballet do Theatro Municipal depois de ter deixado a Deutsche Oper em Berlin).
Disseram-me que Richard fazendo aula na sala de Ballet da Academia Tatiana Leskova, na Av. Copacabana (antes de ele e Márcia Haydée terem abandonado completamente as aulas de Leskova) deixava todos até com medo pois o teto era baixo demais para seus saltos. Como tudo que fazia parecia ser "fácil"...
Lembro-me, anos depois, de alguns telefonemas entre Stuttgart (ou Berlin?) e Viena: longas conversas com aquela voz sonora e amável sobre amigos em comum, principalmente sobre a querida Miriam, mae de minhas amigas Silvinha e Eliana Caminada: uma das pessoas mais lindas que conheci nesta vida! Como Rick gostava dela... Quanta delicadeza e sensibilidade ele possui. Pena que nunca o conheci pessoalmente. Talvez um dia.
Richard Romeu? Físicamente, para mim, muito distante da imagem de Romeu que nos foi “imposta”. Mas vendo-o aqui, nesta filmagem da TV alema dos anos 70, com Marcia Haydée (Uma de minhas bailarinas prediletas - para sempre.), passsa-se- a compreender o genio de John Cranko – um dos mehhores coreografos da história – que “farejou” talento nestes magníficos intérpretes. Richard: vamos celebrá-lo mais uma vez e SEMPRE! Quanto talento, quanta sensibilidade, quanta genialidade! ">
Aqui uma pequena homenagem e alguma fotos que encontrei num magnífico livro!
Assisti o inesquecível «Rick» pela primeira vez no meio dos anos 70, no Theatro Municipal no Rio de Janeiro, depois várias vezes em Stuttgart, em Viena em "Wien, Wien nur Du allein..." de Bejárt e também dançando com a linda Aurea Hammerli no Theatro Municipal do Rio de janeiro em "Romeu e Julieta". Quem pode se esquecer dele em “Sacre du Printemps”, em “Requiem”, em “Voluntaries”? e o seu maravilhoso, bem humorado e ao mesmo tempo sensual «Petrucchio» de «A Megera Domada» ?
Por alguma razão, que absolutamente não entendo, o mundo da dança fala pouco desta “lenda” do Ballet , parece pouco se lembrar deste incrível bailarino, que, dotado não só de um magnífico físico, possuía toda uma sensibilidade que nos arrebatava completamente, que nos literalmente "sacudia" interiormente. Até no mundo virtual se encontra muito pouco sobre ele apesar de ser um dos nomes principais do Ballet do século XX (e no Brasil até ter dirigido o Ballet do Theatro Municipal depois de ter deixado a Deutsche Oper em Berlin).
Disseram-me que Richard fazendo aula na sala de Ballet da Academia Tatiana Leskova, na Av. Copacabana (antes de ele e Márcia Haydée terem abandonado completamente as aulas de Leskova) deixava todos até com medo pois o teto era baixo demais para seus saltos. Como tudo que fazia parecia ser "fácil"...
Lembro-me, anos depois, de alguns telefonemas entre Stuttgart (ou Berlin?) e Viena: longas conversas com aquela voz sonora e amável sobre amigos em comum, principalmente sobre a querida Miriam, mae de minhas amigas Silvinha e Eliana Caminada: uma das pessoas mais lindas que conheci nesta vida! Como Rick gostava dela... Quanta delicadeza e sensibilidade ele possui. Pena que nunca o conheci pessoalmente. Talvez um dia.
Richard Romeu? Físicamente, para mim, muito distante da imagem de Romeu que nos foi “imposta”. Mas vendo-o aqui, nesta filmagem da TV alema dos anos 70, com Marcia Haydée (Uma de minhas bailarinas prediletas - para sempre.), passsa-se- a compreender o genio de John Cranko – um dos mehhores coreografos da história – que “farejou” talento nestes magníficos intérpretes. Richard: vamos celebrá-lo mais uma vez e SEMPRE! Quanto talento, quanta sensibilidade, quanta genialidade! ">
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