
terça-feira, 21 de outubro de 2008
O que Streisand, Madonna e Lotte Lennya tem em comum?
They're playing MY song...
Sim, este foi o título de um show da Broadway dos anos 80.
Eu estou porém querendo referir-me a alguns casos de “roubo" de temas/músicas, o que nao é muito raro no mundo do show-business... Aqui tres exemplos de como atrizes principais conseguiram (ou tentaram) tirar músicas de suas companheiras de palco ou telao cinematográfico...
A “Ópera dos tres vinténs” (Die Dreigroschenoper, The three-penny Opera) de Brecht e Weil é um exemplo fascinante. Concebida no início dos anos 30, ela foi relancada pela grandiosa Lotte Lenya – a viúva de Kurt Weil – na metade dos anos 50 num teatro off-Broadway e manteve-se em cartaz até 1961. Um grande sucesso... com uma única diferenca: Quase todas as cancoes de Polly (a segunda “leading actress” da peca); aliás cancoes maravilhosas, com um caráter muito Brechtiniano foram incorporadas ao personagem “Jenny” – die spelunke Jenny – interpretado por ninguém menos do que Lotte Lenya.

Bem; Gene nao cedeu mas o fato é que Marianne MacAndrew, a linda atriz que fazia a chapeleira Irene Molloy (e que cantava “Ribbons”) sumiu do planeta... Aqui no Internet nem se consegue encontrá-la... Nada... Eu queria tanto uma foto dela para cá...
Outro caso de roubo “descarado” (que escandalizou muito os fas de Andrew Lloyd Weber) foi o fato de Madonna, tentando ser "grandiosa", ter-se apoderado da balada mais linda de “Evita”: Another suitcase in another hall. Fato este que modificou um pouco da trama original, tirou qualquer luz positiva e simpatia do personagem da amantezinha menor de idade que era chamada por Perón de “Piranha” (que, no palco, tinha "seu" momento ao cantar esta balada). Mas o pior foi Madonna nao ter conseguido, nem com esta linda cancao, ter tido um exito melhor em Evita... faltou-lhe voz, ou melhor, alcance vocal para esta Ópera-Rock...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Dancin' Days ( TV Globo 1978)
domingo, 19 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Supporting Actors/Actresses II : Gladys Cooper
Bem vinda a "Tertúlias", Gladys Cooper!!!!!
Filha de um famoso jornalista, Cooper (1888, Inglaterra - 1971, U.S.A.) começou sua carreira teatral em 1905 no teatro musical em peças como “Bluebell in Fairyland” e “The Belle of Myfair”, em 1907 virou uma corista no famôso Gaiety Theatre em Londres e durante a Primeira Guerra Mundial foi a “paixão” (em termos de II Guerra Mundial comparável à "pin up" Betty Grable) dos soldados inglêses. Trabalhou numa produção de “The importance of being Earnest” de Oscar Wilde, assim como, em 1919, em “Home and Beauty” de Somerset Maughan. Nesta foi criticadíssima por Aldous Huxley que a encontrou “estática, demasiadamente estatuesca, atuando todo o tempo como se fôsse Galatéa, recentemente desempetrificada e ainda não à vontade, nao acostumada à forma de viver dos sêres humanos”.
A partir de 1922 ela encontrou o estrelato no palco (já tendo também trabalhado no cinema mudo na Inglaterra desde 1913) na peça “The second Mrs. Tanqueray”. Entre seus grandes êxitos nos anos 20 a peça “The letter” (A carta, 1927) também de Somerset Maughan por quem foi extremamente elogiada e que a aclamou dizendo: “Gladys Cooper transformou-se de uma atriz indiferente numa atriz extremamente competente!”. “The Letter”, uma estória de traições, infidelidade e mentiras passada numa plantação fora de Singapura (na mais incrível tradição Maughanesca!!!!!! ) foi filmada em 1940 e trouxe muito prestígio e indicacao ao Oscar para Bette Davis).





Até o final de sua vida Gladys Cooper continuou entre o West-End, a Broadway e Hollywood.
Ela foi casada três vezes, teve duas filhas (no primeiro e segundo casamento) e não existem quase relatos sôbre sua vida como pessoa privada. Melhor assim.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Bertha Rosanova (31.08.1930 - 13.10.2008)
domingo, 12 de outubro de 2008
Luise Rainer, O-Lan e "A boa terra" (The good earth, 1937)
Luise Rainer pertence à categoria das atrizes que foram completamente esquecidas: como é a canção “I’m still here” (de Follies – vide minha postagem de 6 de agosto de 2008) de Stephen Sondheim? “TOP BILLING MONDAY, TUESDAY YOU`RE TOURING IN STOCK“.Uma “diva” com dois Oscars, contemporânea de Garbo, Dietrich, Shearer, Leigh, Crawford, Hepburn, Loy, Bergman, Harlow e também de Gable, Tracy, Powell, Muni, Bogart entre tantos, ela é a única que ainda está viva... vivendo em Londres e com 98 anos!Luise é até hoje considerada “vienense” (nao só porque começou sua carreira teatral em Viena como atriz de Max Reinhard mas também porque o tiranico, despótico L.B.Mayer optou por fazer a publicidade em tôrno desta “nova Garbo” como uma vienens), Luise na realidade nasceu em Düsseldorf em 1910 mas - desculpem-me os alemaes - ser vienense sempre foi, é e sempre será mais "chic" do que ser alemão... Em muitas biografias suas ela é citada como austríaca e acho que os alemães também esqueceram que ela nasceu em solo alemão... pois na realidade é a ínica atriz alemã até hoje a ter recebido um “Oscar” e ainda por cima a primeira atriz da história que ganhou dois Oscars sucessivamente (1936 e 1937) e ninguém na Europa se lembra disso: O primeiro pelo seu papel relativamente curto como Anna Held (no magnífico “The great Ziegfeld” com William Powell e Mirna Loy, também vencedor do Oscar de melhor filme de 1936) e o segundo por sua legendária O-Lan em “A boa terra” (The good earth, 1937) do romance homonimo de Pearl Buck (vencedor do Pullitzer Prize de 1932).

No ano seguinte todas as opiniões a seu respeito em Hollywood mudariam com “A boa terra”. Primeiro ela recebeu o New York Film Critics Circle Award. Depois seu segundo Oscar. O-Lang, a camponêsa chinesa, ex escrava, que luta ao lado do seu marido (Paul Muni, êste realmente austríaco) tôda uma vida para acabar vendo-o casar com uma segunda esposa, Lotus (Tilly Losch, outra austríaca que tinha dancado com Fred Astaire na Broadway– porque tantos austríacos fazendo papel de chineses? Peter Lorre também em alguma época virou chinês... Nunca entenderei...) e perder tôda a fortuna de uma vida para uma praga de gafanhotos. Um desempenho não só para a época mas até hoje que só pode ser descrito com uma única palavra: MAGNÍFICO ! Eu, particularmente, considero-a fantástica neste filme e como O-Lan.
Há alguns anos assisti uma entrevista com Rainer no qual ela descrevia a forma como criou O-Lan. Ela estava com muitos problemas e nao conseguia entender e entrar na personagem. Um dia no estúdio, dia no qual muitos figurantes chineses e asiáticos estavam sendo testados, ela saiu do seu guarda-roupa e esbarrou com uma jovem chinesa, seu script caiu ao chão e as duas se abaixaram ao mesmo tempo para apanhá-lo. Bateram uma na outra com a cabeça. Ela se levantou e olhou para a chinesa, que ainda abaixada tinha um olhar de apreensão em sua direção. Ela sorriu para a chinesa que naquele momento nao só abriu-lhe um sorriso doce, terno como também “arrulhou” de prazer, felicidade, alívio... Como uma pombinha, uma rolinha feliz mas cheia de humildade. Naquêle momento O-Lan nasceu ou como disse Rainer lindamente: “Naquêle momento ela me presenteou com O-Lan”. Sempre que, por alguma razão, insegura com sua interpretação ela pensaria naquela chinêsa e O-Lan voltava a estar presente! 
Depois dêste segundo Oscar um brilhante futuro cinematográfico parecia estar assegurado para Luise Rainer. Mas não... Durante 1937 e 1938 ela fêz filmes triviais, no qual não se destacou de nenhuma forma. Sómente em “A grande valsa” (The great waltz, 1938) ela conseguiu dar vida a um caráter de mais “carne e osso”: Poldi, a padeirinha vienense, a traída esposa de Strauss. Mais uma vez o “carma” de ser vienense.
Ela se afastou do cinema em 38. Sua carreira nos E.U.A. que tinha comecado em 1935 e tinha-lhe trazido dois Oscars (e muito dinheiro para a MGM), acabou tres anos depois. Uma tentativa frustrada de um “come-back” em 1943 (The hostages) foi quase “embarassing”. Ela mudou-se para Londres aonde vive até hoje. Ainda fez alguns trabalhos para a televisão e respectivamente em 1988, 1997 e 2003 (aos 93 anos) fez aparições no cinema (a última, lendo um poema, pela primeira vêz em alemão dêsde 1933!).Na cerimônia do Oscar em 2004 apareceu como a vencedora “Senior”, sentadinha ao lado de Julia Roberts (nunca tinha percebido que neste dia todos os ganhadores do Oscar estavam sentados em ordem alfabética quando a cortina abriu... atrás dela Jennifer Jones, Shirley Jones, ao seu lado Roberts e Cliff Robertson assim como na frente John Voight e Christopher Walken).
E ainda uma terceira vez: "Top billing monday, Tuesday you're touring in stock! But I'm here!!!! E Luise definitivamente ainda está aqui para contar sua história e sua/s estória/s.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Viena: A longa noite dos museus (Wien: die lange Nacht der Museen)
Eu não conheco ninguém que conheca TODOS os museus de Viena, principalmente porque novos museus estao sempre sendo abertos, como é o caso do (nôvo) Museu do Chocolate…
Uma vez por ano a cidade decide não ir dormir tão cedo para celebrar “ A longa noite dos museus”: Todos os museus da cidade ficam toda a noite abertos e por um preço práticamente simbólico (€ 13,-) pode-se visitar quantos queira... Entre os museus e pontos mais importantes da cidade ficam à disposição do público Shuttles para facilitar a locomoção (incluídos nos € 13,-), em frente de quase todos os museus são instaladas as mais diferentes barraquinhas... Petiscos e doces, bebidas quentes... De comida mesmo até castanhas quentes tudo é possível – e comível! E tudo muito divertido!
A cidade vibra durante toda uma noite e “tout Vienne” está presente: personalidades das ciencias e da economia, turistas, políticos, atores, a “Haute-Volée”, cantores de ópera e de música popular e muito, muito povo, muitas famílias com crianças, muitas pessoas da terceira idade, muitas pessoas em cadeiras de rodas... É bonito ver-se que ainda hoje em dia, o povo quer cultura e agarra qualquer chance ou oportunidade mais “em conta” para disfrutar (e aprender!), mesmo que tenha que abrir mão de algumas horas de sono. É muito emocionante ver-se o povo buscando (e celebrando) cultura. Faz bem...
A noite de 4 para 5 de outubro foi, no que diz respeito aos museus e à atmosfera calma e segura mas porém de “festa de cidade”, linda!
Os grandes museus como Belvedere (com muitos Klimts e Schieles), o Museu de História Natural (com tudo o que Leopoldina enviou para a Austria da “Grande Expedição Austríaca”) O Museu de História da Arte, o Albertina, o Museu de Arte Moderna (MUMOK), o Museu Leopold (com o maior acêrvo de Schiele do país) estavam lotados.quarta-feira, 1 de outubro de 2008
O "passado" de Betty Boop...
O primeiro Cartoon com Betty Boop foi feito em 1930, produzido pelos irmãos Fleischer para a Paramount. Este, “Dizzy Dishes” fazia parte da série “Talkartoon” na qual Betty era uma mera coadjuvante e “Bimbo” o verdadeiro astro. Já no início de sua carreira a sua marca registrada era o seu extremo Sex-appeal. Depois, por causa do grande sucesso com o público, foi produzida uma série de desenhos animados no qual ela tornou-se a estrêla.Numa época em que heroínas de desenhos animados eram práticamente assexuais (vide por exemplo Minnie Mouse) não havia quase nenhum episódio no qual ela não deixasse de arrumar as meias (e a liga) ou de levantar a saia ou de ser assediada por algum personagem do sexo masculino (numa direta implicação da palavra “sexo”).
Exatamente a saia curta, as ligas e os cachinhos curtos (numa cabeça extremamenre "cearense") transformaram-a numa verdadeira “flapper” dos “roaring twenties”. Estas eram as mulheres que eram livres, que fumavam e que sabiam festejar e dançar. Imediatamente os irmãos Fleischer “usaram” o talento musical de Betty e várias cooperações musicais com artistas famosos do rádio da época foram produzidas. Tudo isto junto ao quase “surrealismo” dos irmãos Fleischer transformou esta série de Cartoons em algo inesquecível e muito especial!Um grande momento de Betty aconteceu num Cartoon no qual ela, num palco de Vaudeville, aparecia imitando grandes artistas da época como Jimmy Durante, Maurice Chevalier, Fanny Brice (vide minha postagem “Fanny Brice – Funny girl?????” de 4 de julho) e até a esquecida Gilda Gray dançando o Hoola (uma das minhas cenas peferidas na qual ela, práticamente nua, só com um colar de flôres, realmente “abusa” do direito de ser sexy!).
Mas a sua imagem sexy e ousada virou um problema para o estúdio e para os irmãos Fleischer. A nova censura que abalou a indústria cinematográfica a partir de 1934 obrigou nao só Cecil B. De Mille a “comportar-se” e a não mais filmar nús e orgias, como também a Betty a usar um vestido bem mais longo, a ser menos sexy e até a virar uma comportadíssima dona de casa com um pequeno cachorrinho. Max Fleischer tentou salvar a série com “cameos” de outras figuras de desenho animado mas não sucedeu. O interêsse do público por Betty foi diminuindo e o seu último cartoon foi feito em 1939.Em 1988 Betty ainda fêz uma aparição especial (como único personagem em prêto-e-branco) no colorido “Roger Rabbit”.
O que todos esqueceram é que Betty, muito antes de tornar-se a encantadora e atraente “IT-girl” aparecia com“Bimbo”, como sua namorada. “Bimbo” (hoje em dia um termo pejorativo para uma “mulher avoada, completely brainless” era antes usado única- e exclusivamente para pessoas de pouca inteligência do sexo masculino) era um cachorrinho meio bobinho e Betty sua namorada canina!!!!!Sim, esta é a verdade sobre o passado de Betty: ela era uma cadela quando começou sua carreira!!!!!
O focinho desapareceu aos poucos, as pernas tornaram-se mais finas e delineadas e as suas longas orelhas transformaram-se em brincos. Aqui abaixo suas orelhas ainda caninas...
E se exalta a incrível transformação que Hollywood fêz com Rita Hayworth, transformando-a daquela mexicaníssima Rita Cansino (que tinha feito até filmes de “Charlie Chan”) numa ruiva, quase irlandêsa que abalou as telas Technicolor dos anos 40 (mais assunto para outra postagem)! Nada, realmente nada em comparação à nossa eterna “Boo-boo-pe-do” Betty Boop !!!!














