quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Pseudonimos... algo em comum entre Doris Day e Greta Garbo

Doris...



Doris Day recebeu durante as filmagens do divertidíssimo "Tea for two", baseado em "No, no, Nanette" (1951, e acima com Eve Arden e S.Z. Sakall), o apelido "Clara Bixby" de um comediante bastante insignificante que chamava-se Billy DeWolfe mas que tornou-se um amigo para toda a vida (Ele explicou que ela parecia mais com uma Clara Bixby do que com uma Doris Day... uhmm?). Isto, numa época muito anterior a tornar-se a virgem eterna de Hollywood dos anos 60 e que neste interim viria a filmar com grandes diretores, entre eles Stanley Donen e Hitchcock, em boníssimos filmes). Doris, que na realidade chamava-se Doris Kappelhoff (filha de alemaes) virou um dia as costas a Hollywood e foi viver uma vida bastante rural no interior da California. O fato interessante porém é que ela adotou, oficialmente, o nome "Clara Kappelhoff". Doris Day já nao mais existe...

e Garbo...

Garbo... Garbo foi a atriz com o maior número de pseudonimos (alguns até masculinos), estes criados por ela mesma. Ela, Greta Gustaffson, nunca compreendeu o "monstro" Greta Garbo e em sua vida privada tentou sempre escapar dela. Abaixo seus pseudonimos, todos usados numa incessante busca, num louco esforco de perder sua imagem pública:

01. Miss Harriet Brown
o2. Miss Karin Lund
03. Miss Jane Emerson
04. Miss Emily Clark
05. Miss Mary Holmquist
06. Miss Gussie Berger
07. Harry Brown
08. Mountain Boy
09. Eleanor
10. The Clown
11. GG
12. Miss G
13. G.
14. James Emerson

Seu favorito sempre foi Miss Harriet Brown. Escondendo-se atrás deste nome sem rosto ela vagou pelas ruas de Nova York, Paris, Londres e Viena, muitas vezes negociando em antiquários mas jamais comprando alguma coisa. Ela sempre relutou mas acabava dando seu nome, Miss Harriet Brown... Acho que nao enganando a ninguém, talvez nem à si mesma.
Ainda se lembram do título de seu último filme (MGM, George Cukor, 1941)???? Que coincidencia... "Two-faced woman"...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Tintin, Milou e o fabuloso Hergé...

Eu acho que foi Tintin (acompanhado por seu inteligentíssimo, célebre e ironico cachorrinho Milou) que me inspirou a viajar tanto como fiz até hoje... No Nepal e na China só pensava nele... Nunca esquecerei suas aventuras e seus "companheiros"... Dupont & Dupond, o Capitao Hadock, a cantora Castafiore entre outros!

Georges Prosper Remi (22 Maio 1907 - 3 Marco 1983), melhor conhecido por nós como Hergé (o que significava suas iniciais GR ao contrário... pensem no sotaque frances... ) criou todos estes personagens que tanto nos divertiram. A primeira aventura de Tintin foi escrita e ilustrada por ele em 1929... E eu ainda tenho, aqui em casa, todos os livros que colecionei na minha infancia/adolescencia. Tesouros de estórias com ilustracoes maravilhosas... "Tintin no Tibet", "As jóias de Castafiore" entre tantos...

Neste último fim-de-semana a ilustracao original para a capa de "O Lotus Azul" (1934) foi leiloada em Paris e conseguiu o incrível preco de € 167.300,- ! Que incrível! Para qem quizer porém ter esta capa, está à venda em várias livrarias por € 9,- e a estória toda ainda vem anexada... :-))


Outra "capa" original que também conseguim um maravilhoso preco: " Voo 714 para Sidney" arregatou € 142.500,-! Como se pode concluir: a atual "crise" nao é realmente para todos... Hi hi...

sábado, 22 de novembro de 2008

Happy Birthday, Mickey!!!!!!!

Pelos seus 80 anos, tudo, tudo de bom e muito obrigado por tudo!!!!!!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bruxas, inclusive algumas boas, e outras megeras da nossa infância...

Motivado um dia dêstes pelos comentários sobre minha postagem sobre “Luluzinha” e pela redescoberta de Alcéia e Meméia (Obrigado Maurette!) comecei a pensar nas bruxas da nossa infância e em tôdas as outras que vimos... Lembro-me muito vívidamente de ter-me aproximado mais de minha mãe ou de minha prima, no escuro assustador e ameaçador do cinema, agarrando qualquer mão que estivesse por perto quando os gritos ou as maldades de alguma bruxa assombravam as telas dos (enormes) cinemas da minha infancia...

Woody Allen (também um "bruxinho"...) comenta no seu fabuloso e autobiográfico “Annie Hall” (“Noivo neuróticio, Noiva nervosa”, 1977) a sua “atração” pela mulher errada – enquanto tôdos seus coleguinhas apaixonaram-se por Branca-de-Neve, êle apaixonou-se pela madastra (antes de virar bruxa, diga-se de passagem). Muitos dêstes personagens são dotados de muito charme e “wit” – quem poderá esquecer-se da classe de Malificent, a bruxa de “A bela adormecida” e até mesmo da "bela" madastra da bobinha "Snow White"?

As bruxas de nossa infancia eram o protótipo da “clássica” bruxa... com chapéu prêto de ponta, vassoura para voar e gargalhadas que nos assustavam...

No início de “The Wizard of Oz” (MGM 1939, “O Mágico de Oz”) estávamos todos felizes e satisfeitos porque a casa de Dorothy tinha caído em cima da “The Wicked Witch of the East”. Os Munchkins cantavam e todos festejavam... ♫ (tra-la-la... !!!!) até derepente aparecer a “The Wicked Witch of the West”, a irmã da “falecida”...Margaret Hamilton, minha bruxa preferida para sempre, imortalizou-a, infernizando e assustando não só a pobre Dorothy (Judy Garland) mas também a nós.


Sua antagonista era a “bruxa boa” (ou fada), Glinda, “The good Witch of the North” (interpretada pela deliciosa Billie Burke, a viúva de Florenz Ziegfeld, na época com 56 anos... ), também o protótipo da fada de nossas infãncias; com varinha de condão, roupa cor-de-rosa, coroa e tudo mais...

Outras bruxas e megeras continuaram a aparecer, como por exemplo a linda madastra má de Branca-de-Neve, pessoa "tao simpática", que se transforma naquela megera que dá uma maçã para a pobre menina (e nos livra, pelo menos por um curto tempo, da chatisse irritante da cansativa Branca-de-Neve)


...ou a "meiga" e malévola porém charmosíssima Malificent (com um belo sotaque britânico) de “A bela adormecida”...

...ou a “Megera” que era a madastra de Cinderella... aquela "santa" criatura...


...e até Cruella De Vil !!!!

Mas os tempos foram passando e algumas bruxas ficaram até simpáticas, como por exemplo Madame Min...
...ou as azaradas Alcéia e Meméia...


...ou bruxas que até tornaram-se engraçadas (e até meio-fatais), como Maga Patalógika...


...ou bonitas, como Kim Nowak no genial e misterioso “Bell, book and candle” (1958). Como poderia Jimmy Stewart resistir à tao linda aparição?

A partir do final dos anos 60 as bruxas começaram a mudar mesmo e a verdade é que Samantha (Elizabeth Montgomery) e Endora (a grande Agnes Moorehead) foram bruxas que não nos deram realmente mêdo. Muito pelo contrário.


Seja como fôr: as “maléficas” estao tendo no momento ume espécie de “Come-Back”, uma “Renaissance” daquelas... Só pensar na fantástica, talentosa e “mignon” Gelsey Kirland (vide minha postagem de 27 de março de 2008) no palco, dando vida, no Ballet “A bela adormecida”, às maldades e patifarias de “Carabosse” ( que se chamou “Malificent” no desenho animado de Walt Disney, just for the record...)

...e isto sem contar as que andam sôltas por aí... na rua, por tôdos os lados, por tôdos os cantos!!!!
Um primo jovem meu do Rio contou-me que, quando era menininho, tinha medo da "tia" - a companheira do seu tio - porque achava que ela era uma bruxa... será que nao era? e é ainda? Eu nao duvidaria...
Fasten your seat-belts, elas nao estao só no cinema mas entre nós!!!!!!! He he...

O maravilhoso American Ballet Theatre e a arte de Al Hirschfeld

Gosto, como voces sabem, de relembrar filmes, livros, pinturas… São eternos. Enquanto existir celulóide e papel eles viverão. Para sempre.

Fico saudosista ao relembrar peças de teatro, shows, musicais que vi e que não foram “eternizados”, ou seja, gravados para a posteridade em filme.

Porém o meu coração literalmente “quebra” ao pensar no Ballet, na dança que não foi gravada para gerações futuras…
Épocas maravilhosas de companhias de Ballet incríveis como The New York City Ballet, Joffrey, Twyla Tharp, Alvin Ailey, Operá de Paris, Covent Garden, Ballet de XXme Siécle… só para citar algumas.

A minha companhia preferida sempre foi (e será) o ABT (American Ballet Theatre), aonde trabalhou outra lutadora: Nora Kaye… que depois casou-se com Herbert Ross, o diretor, com quem co-produziu “The Turning Point” (1977, Momento de decisão), "Nijinsky" (1980) e "Dancers" (1987), filmes dedicados com muito amor à Dança.

Aqui duas caricaturas do inimitável, inigualável e talentoso Hirschfeld (mais sôbre êle no futuro, aqui) para lembrar de alguns solistas maravilhosos do ABT dos anos 70, alguns dêles nao mais entre nós…

Alexander Godunov, Martine van Hamel, Anthony Dowell, Natalia Makarova, Fernando Bujones e Cynthia Gregory


E o inesquecível Misha, Mikhail Baryshnikov (Vide minha postagem Mikhail Baryshinikov: Transparência e simplicidade de abril de 2008)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Moon River & Audrey...


Moon river wider than a mile
I'm crossing you in style someday
You dream maker, you heartbreaker
Wherever you're going I'm going your way
Two drifters off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbows end
Waiting round the band
My huckleberry friend,
moon river And me

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Adalgisa Colombo: Eterna

Lembro-me muito bem de Adalgisa Colombo, a linda carioca, na televisão, nos anos 60. Bonita, elegante, inteligente... nada "Miss" que leu "O pequeno Príncipe"...

Em setembro deste ano tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente durante o lançamento do livro/ directory de Lourdes Catão no Copacabana Palace, aliás uma noite muito glamourosa. Fui apresentado por uma querida amiga e conversamos um pouco sobre Viena e aí, como presente de despedida recebi dois beijinhos desta fascinante e encantadora senhora, que têm o porte, a jovialidade e o manequim como na sua época de “Miss Brazil”!

No livro “1958 o ano que não deveria ter acabado” várias referências são feitas ao seu respeito (não só sobre sua beleza como também sobre sua inteligência, perspicácia... ) e é também mencionado o fato de que se fazer ginástica, naquela época, era “cafona”. Ginástica era coisa para aquele pessoal que ficava na praia fazendo exercício naqueles ferros perto da calçada; perdao, mas coisa de “faxineiro”, “lavador de carros” etc., ou seja de um pessoal mais “simples”. Ter-se um corpo bonito era um “presente de Deus”, uma dádiva... E Adalgisa recebeu este presente.



Fico impressionado mesmo até hoje com suas pernas (e "dá-lhe pernas" para ainda ficarem bonitas e longas com o "Maillot" Catalina... ): Trabalhos de pura arte! Ah... se os impressionistas a tivessem visto...

Parabéns Adalgisa por ter-se mantido esta pessoa jovem, bonita e simpática, e por este motivo mesmo tao cheia de classe, que voce é!

domingo, 16 de novembro de 2008

Luluzinha... e a vontade de ser crianca de novo...


Saudades de „Luluzinha“ e da época em que lia estas revistinhas (nao as chamavá-mos também de „gibis“?). Sempre aos sábados eu saía com minha mae e tinha o „direito“ de comprar minhas revistinhas (na „banca“ do Seu Atílio, na esquina da Av.Copacabana com Dias da Rocha, no Rio de Janeiro, um senhor italiano que era o jornaleiro e tinha como sonho um dia retornar a Itália. O pobrezinho nunca conseguiu realizar este sonho antes de morrer.).

Eu era fa íncondicional do Pato Donald e de toda a turminha de Patópolis mas sempre comprava também Luluzinha… Eu admirava-a! E ela realmente era um charme...


Lulu « nasceu » em 1935, nos E.U.A. e chamava-se "Little Lulu"

Saudades destas revistinhas e deste mundinho tao especial que existe na cabeca de uma crianca: o clube das meninas, o clube do Bolinha (O Bolinha em ingles chamava-se Tubby Tompkins), ela mesmo, a Luluzinha (Lulu Moppet) e suas amiguinhas, sua mae (Eu tinha uma coleguinha do primário que adorava e a mae dela era a cara da mae da Luluzinha, e se vestia como ela--- bem, pelo menos eu achava... ), Glorinha (em ingles Gloria mesmo!), Raposo (Wilbur van Snobbe, adoro este nome... ) e uma bruxinha que sempre aparecia nas mesmas revistinhas… uma muito azarada… eu a adorava…

Nossa! Luluzinha foi tao importante no Brasil que até houve uma musiquinha… quen cantava? O “Trio Esperanca”? Voces se lembram?

“Eu ontem fui na festa na casa do Bolinha,
confesso nao gostei dos modos da Glorinha,
toda assanhada… tra-la-la…«
Estou outra vez tirando defuntos da cova.!!!!!


“Lulu” foi traduzida para vários idiomas… eu ainda, nos anos em que vivi na Espanha consegui ler muitas vezes “La pequena Lulu” (apesar de já ser um marmanjo de vinte e tantos anos… ).

Será que em algum lugar do mundo estas revistinhas ainda sao publicadas?
Como eram em frances, "La petite Lulu" ?

ou em grego...

ou até em árabe?

Na ABC e no HBO fora produzidos novos cartoons, e até no Japao… Eu nunca os vi também! Luluzinha ía fazer um « come-back » em « Roger Rabbit » mas, por algum motivo oficial, os direitos autorais nao permitiram… Que pena…

Saudades deste tempo... Tempo em que os "preconceitos" se resumiam entre o "clube das meninas" e o "clube dos meninos". Como simples era tudo...
Seria bom ser crianca de novo... sómente por um dia, um único dia... Ah, como foi rica e sábia nossa infancia...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Supporting actors/actresses IV: Elsa Lanchester

A quarta postagem desta série segue distintos nomes do teatro e cinema como Mary Boland (agôsto de 2008), Gladys Cooper (outubro de 2008) e Jean Hagen (november de 2008) é dedicada a outro rosto que vimos e revimos muitas vêzes ao passar dos anos: a deliciosa Elsa Lanchester
Lanchester, nasceu na Inglaterra em 1902, filha de um casal que não acreditava na instituição chamada casamento (Lanchester: “My parents were always a bit arty. They supported pacifism, vegetarianism, socialism, atheism, and all that”). Aos 10 anos de idade ela foi enviada para Paris para a “Isadora Duncan School of Dance”, pessoa aliás de quem ela nada gostou, mas voltou em 1914 para Londres por causa da I Guerra Mundial. Ela gostava da dança mas também do teatro e debutou num “Music-Hall” como bailarina egípcia em 1920. No West-End ela debutou em 1922 e junta com seu partner, Harold Scott, abriu um “Night Club” em 1924. Nêste eles apresentavam peças de um só ato de Tchekov e Pirandello, além de cantar canções de cabaré. Entre os frequentadores estavam pessoas como Aldous Huxley, o engracadíssimo e espirituoso H.G.Wells (que escreveria três roteiros para filmes que ela faria em 1928), Evelyn Waugh (o grande autor de “Brideshead revisited”, responsável pelo primeiro filme – amador – de Lanchester em 1927) e James Whale, que trabalhava nos palcos londrinos e que brevemente iria dirigir peças na Broadway e alguns clássicos de terror (Mais sobrê sua vida em “Gods and Monsters”, um bom filme).





Elsa não era bonita, num estilo convencional mas mesmo assim, jovem, ela era considerada “pretty”. Posou nua para muitos artistas, deu muitas aulas de dança para crianças, fundou um teatro infantil em Soho e têve a grande publicidade de ter um membro da família real deixar indignado uma apresentação sua, no “Midnight Follies”, enquanto cantava “Please Sell no more Drinks to my Father”. Como o mundo mudou... nao é verdade?

Em 1927 Lanchester começou uma relação profissional com um ator, que nos próximos anos e décadas transformaria-se num “monstro sagrado”: Charles Laughton. Eles casaram-se em 1929 e dois anos depois, chegando em casa encontrou-o no sofá da sala "divertindo-se" com um jovem rapaz, tomando assim pleno conhecimento da sua homossexualidade. Quando lhe indagaram o que fez na época, como reagiu, ela simplesmente respondeu: “Claro que eu vendi o sofá”. Êles permaneceram casados até a morte de Laughton em 1962.Eles tiveramcarreiras separadas apesar de terem muitas vezes trabalhado juntos como por exemplo no suntuoso “The private Life of Henry VIII” ( Korda, 1933) no qual uma novata chamada Merle Oberon interpretou Ann Boleyn e roubou o filme, “Rembrandt” (Korda, 1936, uma das raras apariçôes cinematográficas de Gertrude Lawrence), “Beachcomber” (1938 , foto abaixo) e “Testemunha de acusação” (Witness for prosecution, 1957, Billy Wilder), êle, inesquecível, como o advogado de defesa, ela como sua engraçadíssima enfermeira.




No início dos anos 30 Elsa ja tinha feito West-End, Broadway e Cinema na Inglaterra.Hollywood entraria brevemente em sua vida. Ela fez pouquíssimos filmes e muito decepcionada pensava num retôrno à Inglaterra. Então James Whale, seu velho amigo de Londres, já muito famoso no "Hollywood Firmament" (Thank you, Lina Lamont, peguei esta emprestada... )depois do seu “Frankenstein” (1931) e de “Invisible Man” (1933), ofereceu-lhe o papel principal de “The Bride of Frankenstein”, que se tornaria o filme pelo qual seria mais lembrada... Whale queria Elsa para dois papéis: Mary Shelley e a “Noiva”. Ela foi a atriz principal do filme mas não recebeu “Top-billing”

As filmagens foram uma tortura para Elsa e nada como uma “lua-de-mel” para esta “noiva”. Durante dez dias ela usou maquiagem pesadíssima, seu corpo completamente envolvido por “quilômetros” de bandagens, seu “penteado” sustentado por uma armação de ferro, seus olhos (reparem como estão “abertos” e separados) estavam lateralmente prêsos por fitas adesivas debaixo de sua peruca e acentuam seu olhar de “horror”. Tudo uma perfeita agonia e uma tortura para Elsa. Mas o resultado é fenomenal, nao acham? Encontrei a pouco tempo estas fotos que me tocaram muito: sente-se com qual cuidado e minúcia ela aplicava os últimos retoques ao seu personagem. Gosto muito destas fotos...








Achei fascinante descobrir que os gritos da “Noiva” foram baseados nos cisnes do Regent’s Park e que foram inicialmente gravados e depois colocados ao inverso, efeito este que os transformou em gritos muito mais fantasmagóricos. Elsa: “The most memorable thing I did on that film, I believe, was my screaming. In almost all my films since I’ve been called upon to scream. I don’t know if it is by chance but I would like to think that I am not hired for that talent alone”. “The Bride of Frankenstein”, considerado por alguns como o melhor filme de horror de tôdos os tempos, possui esta interpretação icônica de Elsa.

Muitas vêzes imitada mas NUNCA ridicularizada... Nem mesmo por Madeline Khan em “Young Frankenstein” (“O jovem Frankentein”, Mel Brooks)




Lanchester trabalhou constante- e excelentemente em vários excelentes filmes, sendo até nominada para um Oscar em 1949 por “Come to the Stable”. Entre seus filmes “Androcles and the Lion” (1952), “ Les Miserables” (1952), “The Razor’s Edge” (1946 e baseado no livro homonimo de Sumerset Maughan!!!!!! Uma maravilha esquecida... ), “David Copperfield” 1935), “ Naughty Marietta” (1935), “Tales of Manhattan” (1942), “The glass slipper” (MGM 1955 como a madrasta de Cinderella/Leslie Caron), no misterioso e de boníssimo gosto “Bell, book and candle” (1958, como a tia “bruxa” da também bruxa Kim Nowak, a irmã de Jack Lemmon e apaixonada de James Stewart),

no magnífico “Witness for prosecution” (1957) ao lado de seu marido Charles Laughton e Tyrone Power e Marlene Dietrich, “Mary Poppins” (1964) no minúsculo papel de Katie Nana


e no hilário “Murder by death” (1976, seu penúltimo filme) como uma “Miss Marple” ao lado de um grande cast de “detetives” que incluía David Niven (com quem tinha trabalhado em “The Bishop’s wife” de 1947), Maggie Smith, Nancy Walker, Estelle Winwood (a grande "coadjuante" e deliciosa atriz com quem também já tinha trabalhado em “The glass slipper” e que brevemente terá aqui uma postagem), Alec Guiness, Peter Falk, Peter Sellers, Eileen Brennan e vários outros...
Seu último filme, entre quase 70 títulos, foi “Die Laughing” (1980).

Elsa uma vez, quase no final de sua vida reflexionou sobre sua carreira:


“...longos papéis em filmes terríveis, curtos papéis em filmes maravilhosos... “


mas para mim sua melhor exclamação foi:


“ Para mim o estrelato só significa trabalho duro, aspirinas e purgantes... “


Elsa morreu de pneumonia em finais de 1986 com 84 anos.