No início dos anos 80, aqui em Viena, trabalhei numa produção de “The Boy Friend”.
Nela tinha que segurar com minhas pernas o braço de uma “vitrola” (ou eletrola?) por uns 30 minutos, logo no início do primeiro ato…
"Hooray e Viva" para a Tendonite maravilhosa que tenho desde então!
Toda a força estava focalizada e centralizada na perna que ficava no chão… coitadinha dela...
E qualquer movimento do “braço” da vitrola eu sentia refletido na própria…
Acreditam que até hoje tenho essas dores? Tendonite cronica "amiga" de toda uma vida... Bem, tendonite ou não... pelo menos fiquei com uma foto boa de lembrança...
Click on the pic! :-))
sábado, 30 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
A stolen Life (Warner 1946) ou "o roteiro original de " Mulheres de Areia" da TV Tupi"
Amazon na Inglaterra andou com umas ofertas „tão em conta“ que não pude resistir e em questão de 15 minutos gastei uns € 200… mas por quase 20 DVDs. Uma “pechincha”, if I may say so e se sou sincero…
Consegui filmes antiquíssimos da Fox com Alice Faye, Tyrone Power e Don Ameche… Clássicos do cinema britanico como “Genevieve” (com Kay Kendall – vide a postagem “Les Girls” de 28.06.2011), “The L-shaped room” (Leslie Caron), “The Pumpkin Eater” (Anne Bancroft) e “Blithe Spirit” (de Noel Coward) com (o marido de Kay Kendall) Rex Harrison e minha querida, amada Margaret Rutherford!
E comprei 5 DVDs de Bette Davis... como era o slogan?
"Nobody's good as Bette when she's bad".
Eu penso que se Bette Davis fosse uma bebida eu diria "Make it a double... or a tiny triple... and no ice, please!". Voces verão porque.
Me lembrava muito vagamente de “A stolen Life” (Warner, 1946) que já tinha visto alguma vez na minha vida am alguma “sessão das duas”. Alguns anos depois o mesmo tema foi desenvolvido para uma novela da TV TUPI, chamada "Mulheres de Areia", com Eva Wilma nos papéis principais como Ruth e Raquel.
Nesta suntuosa (e boníssima) versão a Warner prova mais uma ser um estúdio de „peso“. Além dos grandes dramas da Broadway que Hal Wallis comprava (a maioria para Bette Davis) vários outros filmes foram produzidos no que chamo de “os gloriosos anos 40 da Warner”. Tudo isso óbviamente contra a vontade de Jack Warner (“Quem quer assistir um filme sobre uma mulher morrendo de um tumor no cérebro?”. Toda a América quiz e “Dark Victory” tornou-se o maior sucesso de bilheteria de Davis até então)
Em “Vida roubada” Bette intrepreta as gemeas Kate, pessoa de ótimo caráter a quem falta um pouco de “sex-appeal” e Pat, mulher mais “sofisticada” a quem falta bastante moral.
Bette, danada e endiabrada como de costume, não optou por artifícios tal como usados por Olivia de Havilland em “Espelho d’alma” (Dark Mirror, International Pictures, também de 1946) para interpreter as gemeas. Refiro-me a “artíficios” como estilos de roupa opostos, penteados diferentes e até jóias penduradas em cordões com as (diferentes) iniciais dos nomes delas…
Bette usou só uma arma terrívelmente eficaz: seu talento como atriz.
Que “laboratório” deve ter feito.
Nao é à toa que esta mulher enlouquecia todos - dos camera men a Mr. Warner - no estúdio com seu perfeicionismo…
Escadarias nos famosos interiores da Warner (que adorava uma atmosfera, um “cheiro” de Boston, de New England – o que sempre foi infalível para dar classe a um filme), fabulosa fotografia, portos, gaivotas e barcos em New England, cheiro de mar, faróis, fog… Todos estes elementos dão ao filme uma atmosfera especial e envolvente no seu bem usado “preto-e-branco”.
Muitas cenas me impressionaram por serem de uma época em que a técnica era muito limitada… Principalmente quando as duas irmãs se encontram numa tempestade num pequeno barco no meio do oceano…
Interessante quando, sob este contexto, vemos a atriz filmando a cena só no barco… claro filmava ou Pat ou Kate… antes de serem unidas para sempre no reino do celulóide!
Como é bom sempre reencontrar Bette, aqueles olhos e aquele talento absurdamente grande…
E neste caso em dose dupla!!!!!!! Or let's make it a "tiny triple"?
Alguém já notou (e escreveu) que além de Kate e Pat existe uma terceira “mulher” interpretada por Davis neste filme: Kate, depois de assumir a vida de Pat, finge ser esta e confunde-se e machuca-se na vida atribulada de mentiras, traições, desamor, amantes e intrigas da irmã…
Além dessa „terceira“ encontrei a “metade“ de um quarta: relativamente no incío do filme, antes de Pat conquistar o „interesse romantico“ de sua irmã (um, deliciosamente jovem e bem apessoado Glenn Ford), ela passa-se por Kate… Mais uma faceta de Miss Davis!
Perdoe-me, Tio Walter (Clark) mas amo este "padrão Warner de qualidade"!
Consegui filmes antiquíssimos da Fox com Alice Faye, Tyrone Power e Don Ameche… Clássicos do cinema britanico como “Genevieve” (com Kay Kendall – vide a postagem “Les Girls” de 28.06.2011), “The L-shaped room” (Leslie Caron), “The Pumpkin Eater” (Anne Bancroft) e “Blithe Spirit” (de Noel Coward) com (o marido de Kay Kendall) Rex Harrison e minha querida, amada Margaret Rutherford!
E comprei 5 DVDs de Bette Davis... como era o slogan?
"Nobody's good as Bette when she's bad".
Eu penso que se Bette Davis fosse uma bebida eu diria "Make it a double... or a tiny triple... and no ice, please!". Voces verão porque.
Me lembrava muito vagamente de “A stolen Life” (Warner, 1946) que já tinha visto alguma vez na minha vida am alguma “sessão das duas”. Alguns anos depois o mesmo tema foi desenvolvido para uma novela da TV TUPI, chamada "Mulheres de Areia", com Eva Wilma nos papéis principais como Ruth e Raquel.
Nesta suntuosa (e boníssima) versão a Warner prova mais uma ser um estúdio de „peso“. Além dos grandes dramas da Broadway que Hal Wallis comprava (a maioria para Bette Davis) vários outros filmes foram produzidos no que chamo de “os gloriosos anos 40 da Warner”. Tudo isso óbviamente contra a vontade de Jack Warner (“Quem quer assistir um filme sobre uma mulher morrendo de um tumor no cérebro?”. Toda a América quiz e “Dark Victory” tornou-se o maior sucesso de bilheteria de Davis até então)
Em “Vida roubada” Bette intrepreta as gemeas Kate, pessoa de ótimo caráter a quem falta um pouco de “sex-appeal” e Pat, mulher mais “sofisticada” a quem falta bastante moral.
Bette, danada e endiabrada como de costume, não optou por artifícios tal como usados por Olivia de Havilland em “Espelho d’alma” (Dark Mirror, International Pictures, também de 1946) para interpreter as gemeas. Refiro-me a “artíficios” como estilos de roupa opostos, penteados diferentes e até jóias penduradas em cordões com as (diferentes) iniciais dos nomes delas…
Bette usou só uma arma terrívelmente eficaz: seu talento como atriz.
Que “laboratório” deve ter feito.
Nao é à toa que esta mulher enlouquecia todos - dos camera men a Mr. Warner - no estúdio com seu perfeicionismo…
Escadarias nos famosos interiores da Warner (que adorava uma atmosfera, um “cheiro” de Boston, de New England – o que sempre foi infalível para dar classe a um filme), fabulosa fotografia, portos, gaivotas e barcos em New England, cheiro de mar, faróis, fog… Todos estes elementos dão ao filme uma atmosfera especial e envolvente no seu bem usado “preto-e-branco”.
Muitas cenas me impressionaram por serem de uma época em que a técnica era muito limitada… Principalmente quando as duas irmãs se encontram numa tempestade num pequeno barco no meio do oceano…
Interessante quando, sob este contexto, vemos a atriz filmando a cena só no barco… claro filmava ou Pat ou Kate… antes de serem unidas para sempre no reino do celulóide!
Como é bom sempre reencontrar Bette, aqueles olhos e aquele talento absurdamente grande…
E neste caso em dose dupla!!!!!!! Or let's make it a "tiny triple"?
Alguém já notou (e escreveu) que além de Kate e Pat existe uma terceira “mulher” interpretada por Davis neste filme: Kate, depois de assumir a vida de Pat, finge ser esta e confunde-se e machuca-se na vida atribulada de mentiras, traições, desamor, amantes e intrigas da irmã…
Além dessa „terceira“ encontrei a “metade“ de um quarta: relativamente no incío do filme, antes de Pat conquistar o „interesse romantico“ de sua irmã (um, deliciosamente jovem e bem apessoado Glenn Ford), ela passa-se por Kate… Mais uma faceta de Miss Davis!
Perdoe-me, Tio Walter (Clark) mas amo este "padrão Warner de qualidade"!
sábado, 23 de julho de 2011
Adeus Amy Winehouse - uma Tertúlia extraordinária....
Adeus Amy,
Fico triste em pensar como "pessoas" falaram sobre sua estada no Rio há alguns meses no "Facebook"... voce agora se foi... aos 27 anos de idade...
Adeus voz maravilhosa
(a mais negra – wow ! - entre as vozes brancas),
Adeus imenso talento,
Adeus incomparável sensibilidade
e Adeus ao teu sofrimento.
Descanse em paz, Amy. Descanse.
GOD BLESS!
Fico triste em pensar como "pessoas" falaram sobre sua estada no Rio há alguns meses no "Facebook"... voce agora se foi... aos 27 anos de idade...
Adeus voz maravilhosa
(a mais negra – wow ! - entre as vozes brancas),
Adeus imenso talento,
Adeus incomparável sensibilidade
e Adeus ao teu sofrimento.
Descanse em paz, Amy. Descanse.
GOD BLESS!
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Smoke gets in your eyes... que música, que dança...
Hoje pela manhã, a caminho do trabalho, ouvi por acaso esta melodia da qual tinha-me já quase esquecido… Há quanto tempo não pensava nela e no maravilhoso número musical com o qual estará para sempre (na minha cabeça) vinculada…
Um número inesquecível de um filme esquecível („Lovely to look at”, MGM 1952), um remake de “Roberta” - no qual Ginger & Fred tiveram uma participação práticamente como coadjuvantes ao lado de Irene Dunne e de um bonito Randolph Scott.
Apesar de um bom elenco (Red Skelton, Kathrin Grayson, Howard Keel, Ann Miller e – pela primeira vez nas telas – a canastroníssima e encantadora Zsa Zsa Gabor), lindos figurinos, maravilhosa música e uma produção impecável, daquelas “ao nível” da Metro, o filme não “acontece”…
Marge & Gower Champion porém roubam o filme.
Ela nunca teve realmente uma carreira “considerada” (físico nada propício à uma bailarina e pernas muito curtas). Ele, como seu contemporaneo Bob Fosse, nunca alcançou sucesso na grande tela. Apesar de muito mais brilho (e técnica) do que Fosse, ele viveria para transformar-se num dos mais prestigiados diretores e coreógrafos da Broadway.
De qualquer forma:
Viva este inspiradíssimo “Smoke gets in your eyes”.
Viva o eterno Jerome Kern e sua música.
Viva a magia do departamento técnico da Metro para fazer desaparecer todos esses cenários.
Viva o figurino, as cores, a orquestração, a camera e a coreografia.
Mas, acima de tudo, Viva Marge & Gower Champion por esta perfeita harmonia que aqui nos presenteiam !!!!!!!!!
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sábado, 16 de julho de 2011
The small Woman (1957, Alan Burgess)
Animadíssimo para assitir amanhã Liza Minelli aqui em Viena peguei-me refletindo sobre a força destas mulheres “pequenas”. Quero dizer “baixinhas” mesmo… Sim.
Liza é um desses exemplos (Quanto talento e força dentro daquele corpo de pequena estatura). Minha avó também foi uma dessas fortes mulheres. Esta costumava sempre dizer:
“Nos pequenos frascos se encontram os melhores perfumes” adicionando depois de uma bem refletida pausa dramática “e os piores venenos!”.
Mas não é verdade?
Reecontrei hoje por acaso um livrinho que comprei aqui em Viena numa tarde ensolarada de um dia em fevereiro de 1983. Lembro até hoje desse dia. Um livro adorável chamado “The small Woman” – a estória de coragem e força de uma “mulher pequena”. De uma mulher sem instrução que vinha de uma família bem proletária londrina. De uma mulher que aos 27 anos de idade – depois de ter sido recusada por todas as instituições de missionários por sua falta de «background» foi só para a China, seguindo o que acreditava ser seu destino. De uma mulher que influenciaria fortemente muitos destinos e salvaria muitas vidas de crianças numa China em guerra invadida por forças japonesas em 1938.
Seu nome foi Gladys May Aylward (em chines: 艾偉德 ). Uma heroína!
Sua primeira «residencia» na China seria com a missionária inglesa Jeannie Lawson na “Morada da sexta felicidade” (Nome escolhido, para despertar curiosidade, para um “hotel” para viajantes no qual contavam estórias – na maioria das vezes bíblicas).
Um bonito detalhe: Os chineses desejam-se cinco felicidades… Riqueza, longevidade, boa saúde, virtude e uma morte em paz na velhice… Deve-se decidir por si mesmo o que vem a ser para si a “sexta felicidade”.
Em 1958 a vida de Gladys foi filmada por Hollywood… A pobre, que havia retornado para a Inglaterra e que tentara em vão voltar à China (um visto de entrada lhe foi recusado pelo governo comunista), estava já nessa época vivendo em Taipei onde tinha aberto o orfanato que administraria até sua morte, aos 68 anos, em 1970, ficou bastante “insultada” pela forma com a qual sua vida foi tratada.
Insultada não realmente pelas liberdades que foram tiradas em termos históricos mas pelo fato de Ingrid Bergman, uma mulher “alta” (e o livro do ano anterior ao filme de Alan Burgess chama-se realmente “The small Woman”), loira e de sotaque escandinavo, interpretá-la. Gladys era não só pequenina mas bem morena e possuía um forte sotaque proletário “cockney” (e não negava suas raízes). Mas o fato de terem transformado o seu “love interest” (no filme um terrível Curd Jürgens meio travestido de chines) num “Eurásio” como que para assim não “chocar” o público americano com um romance “interracial”, foi a gota que fez o copo transbordar. Gladys tinha muito orgulho desse amor que perdeu para sempre durante a guerra (Ela também achou, como a pessoa simples e até rude que era, que as cenas de amor foram muito exageradas e que passavam uma impressão deturpada de sua pessoa).
Agora, posso ser sincero? Eu adoro este filme… sempre adorei!
Fecho de certa um olho, esqueço que Bergman era (em todos os sentidos) bem diferente da “small woman” (Mina amiga Danielle e eu estamos de acordo que não gostaríamos de ter Ingrid como parente… ), tento esquecer que Curd Jürgens está ali, presente no filme e deixo-me levar por outros personagens como o Mandarim (o fabuloso Robert Donat de “Adeus, Mr. Chips!”), Jeannie Lawson (Athene Seyler), Hok-A (Michael David) e o engraçado Yang (Peter Chong).
Sim, “the small women”…
Liza é um desses exemplos (Quanto talento e força dentro daquele corpo de pequena estatura). Minha avó também foi uma dessas fortes mulheres. Esta costumava sempre dizer:
“Nos pequenos frascos se encontram os melhores perfumes” adicionando depois de uma bem refletida pausa dramática “e os piores venenos!”.
Mas não é verdade?
Reecontrei hoje por acaso um livrinho que comprei aqui em Viena numa tarde ensolarada de um dia em fevereiro de 1983. Lembro até hoje desse dia. Um livro adorável chamado “The small Woman” – a estória de coragem e força de uma “mulher pequena”. De uma mulher sem instrução que vinha de uma família bem proletária londrina. De uma mulher que aos 27 anos de idade – depois de ter sido recusada por todas as instituições de missionários por sua falta de «background» foi só para a China, seguindo o que acreditava ser seu destino. De uma mulher que influenciaria fortemente muitos destinos e salvaria muitas vidas de crianças numa China em guerra invadida por forças japonesas em 1938.
Seu nome foi Gladys May Aylward (em chines: 艾偉德 ). Uma heroína!
Sua primeira «residencia» na China seria com a missionária inglesa Jeannie Lawson na “Morada da sexta felicidade” (Nome escolhido, para despertar curiosidade, para um “hotel” para viajantes no qual contavam estórias – na maioria das vezes bíblicas).
Um bonito detalhe: Os chineses desejam-se cinco felicidades… Riqueza, longevidade, boa saúde, virtude e uma morte em paz na velhice… Deve-se decidir por si mesmo o que vem a ser para si a “sexta felicidade”.
Em 1958 a vida de Gladys foi filmada por Hollywood… A pobre, que havia retornado para a Inglaterra e que tentara em vão voltar à China (um visto de entrada lhe foi recusado pelo governo comunista), estava já nessa época vivendo em Taipei onde tinha aberto o orfanato que administraria até sua morte, aos 68 anos, em 1970, ficou bastante “insultada” pela forma com a qual sua vida foi tratada.
Insultada não realmente pelas liberdades que foram tiradas em termos históricos mas pelo fato de Ingrid Bergman, uma mulher “alta” (e o livro do ano anterior ao filme de Alan Burgess chama-se realmente “The small Woman”), loira e de sotaque escandinavo, interpretá-la. Gladys era não só pequenina mas bem morena e possuía um forte sotaque proletário “cockney” (e não negava suas raízes). Mas o fato de terem transformado o seu “love interest” (no filme um terrível Curd Jürgens meio travestido de chines) num “Eurásio” como que para assim não “chocar” o público americano com um romance “interracial”, foi a gota que fez o copo transbordar. Gladys tinha muito orgulho desse amor que perdeu para sempre durante a guerra (Ela também achou, como a pessoa simples e até rude que era, que as cenas de amor foram muito exageradas e que passavam uma impressão deturpada de sua pessoa).
Agora, posso ser sincero? Eu adoro este filme… sempre adorei!
Fecho de certa um olho, esqueço que Bergman era (em todos os sentidos) bem diferente da “small woman” (Mina amiga Danielle e eu estamos de acordo que não gostaríamos de ter Ingrid como parente… ), tento esquecer que Curd Jürgens está ali, presente no filme e deixo-me levar por outros personagens como o Mandarim (o fabuloso Robert Donat de “Adeus, Mr. Chips!”), Jeannie Lawson (Athene Seyler), Hok-A (Michael David) e o engraçado Yang (Peter Chong).
Sim, “the small women”…
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sábado, 9 de julho de 2011
Do I love you because you're beautiful? (or are you beautiful because I love you?)
A original produção de Rodgers & Hammerstein de „Cinderella“ para a televisão foi ao ar (ao vivo, imaginem!) em 1957…
Outras produções para a televisão da mesma obra seriam feitas ao decorrer dos anos mas alguma coisa ainda permanece de certa forma “inatingível” nestas produções… Acho que talvez pela simplicidade, pela “naiveté” da época, do preto-e-branco, dos “truques” feitos ao vivo (como por exemplo o do vestido que Cinderella recebe da fada-madrinha para ir ao baile), do “calor” gerado por interpretações honestas…
Rodgers e Hammerstein aceitaram rápidamente a proposta da NBC para criar este musical para a TV principalmente por um motivo: a possibilidade de trabalhar com Julie Andrews (na época triunfando em “My Fair Lady” na Broadway). Este trabalho parece ter sido brindado com muita harmonia e sensibilidade. Elementos que até hoje podem ser “sentidos” ao assistí-lo.
Uma jovem Julie de 22 anos é absolutamente honesta (e linda) e nos conquista completamente como Cinderella (aqui entre nós: que delícia ve-la nesta idade... ainda 7 anos antes de Mary Poppins! Que voz mais preciosa!),
as deliciosas Ilka Chase, Kaye Ballard e Alice Ghostley são a madastra e as meia-irmãs (mais engraçadas do que realmente más), os veteranos da Broadway Dorothy Stickney e Howard Linday dão vida aos bem-humorados rainha e rei, o “casting” de Edith Adams como a fada-madrinha jovem, brincalhona (bem longed a sua sexy “Daisy Mae” de “Lil’ Abner” (Ferdinando) é inspirado e o novato Jon Cypher embeleza o papel do “Prince Charming” com sua maravilhosa voz…
Num documentário sobre “Cinderella” Kaye Ballard nos conta de um ensaio em particular em que todos os atores estavam presentes. Richard Rodgers e Oscar Hammerstein tinham “tirado do forno” um segundo dueto de amor para Cinderella e o príncipe (o primeiro chamado “Ten Minutes ago”). Richard sentou-se ao piano e começou a tocar e cantar… nenhum dos olhos naquela sala de ensaio naquele dia permaneceu seco tal a comoção geral.
A música, de beleza comovente é de uma simplicidade enorme. Seu texto descreve básicamente tudo o que dois apaixonados se dizem e perguntam… “será que vejo tudo assim só por causa do meu amor por voce”? Comprovem.
♫ ♪ ♫ Do I love you because you're beautiful,
or are you beautiful because I love you?
Am I making believe I see in you a girl too lovely to be really true?
Do I want you because you're wonderful,
or are you wonderful because I want you?
Are you the sweet invention of a lover's dream
or are you really as beautiful as you seem?
Am I making believe I see in you a man too perfect to be really true?
Do I want you because you're wonderful,
or are you wonderful because I want you?
Are you the sweet invention of a lover's dream
or are you really as wonderful as you seem? ♪ ♫ ♪
Rodgers & Hammerstein teriam num bem próximo futuro algumas “chateações” com Julie: Quando esta fez seu primeiro show de TV com Carol Burnett (Julie and Carol at Carnegie Hall, 1962), aproveitou para fazer um número satírico chamado “Family Pratt”, que foi descaradamente baseado na “Family Trapp”, do musical de Rodgers e Hammerstein , “The Sound of Music” (A Noviça rebelde). Julie achava o personagem da novice tão absurdamente ridículo e não perdia nenhuma chance para debochar dele (“We’ll brig you a happy song that I used to sing when I was a happy nun back home in Switzerland…”) o que chateava demais Rodgers e Hammerstein. Julie mal sabia que em dois anos assinaria um contrato para dar vida à Maria von Trapp nas telas, papel que a transformaria, junto à Mary Poppins, numa estrela internacional! Mas isto é “pano para manga” para uma outra hora…
Outras produções para a televisão da mesma obra seriam feitas ao decorrer dos anos mas alguma coisa ainda permanece de certa forma “inatingível” nestas produções… Acho que talvez pela simplicidade, pela “naiveté” da época, do preto-e-branco, dos “truques” feitos ao vivo (como por exemplo o do vestido que Cinderella recebe da fada-madrinha para ir ao baile), do “calor” gerado por interpretações honestas…
Rodgers e Hammerstein aceitaram rápidamente a proposta da NBC para criar este musical para a TV principalmente por um motivo: a possibilidade de trabalhar com Julie Andrews (na época triunfando em “My Fair Lady” na Broadway). Este trabalho parece ter sido brindado com muita harmonia e sensibilidade. Elementos que até hoje podem ser “sentidos” ao assistí-lo.
Uma jovem Julie de 22 anos é absolutamente honesta (e linda) e nos conquista completamente como Cinderella (aqui entre nós: que delícia ve-la nesta idade... ainda 7 anos antes de Mary Poppins! Que voz mais preciosa!),
as deliciosas Ilka Chase, Kaye Ballard e Alice Ghostley são a madastra e as meia-irmãs (mais engraçadas do que realmente más), os veteranos da Broadway Dorothy Stickney e Howard Linday dão vida aos bem-humorados rainha e rei, o “casting” de Edith Adams como a fada-madrinha jovem, brincalhona (bem longed a sua sexy “Daisy Mae” de “Lil’ Abner” (Ferdinando) é inspirado e o novato Jon Cypher embeleza o papel do “Prince Charming” com sua maravilhosa voz…
Num documentário sobre “Cinderella” Kaye Ballard nos conta de um ensaio em particular em que todos os atores estavam presentes. Richard Rodgers e Oscar Hammerstein tinham “tirado do forno” um segundo dueto de amor para Cinderella e o príncipe (o primeiro chamado “Ten Minutes ago”). Richard sentou-se ao piano e começou a tocar e cantar… nenhum dos olhos naquela sala de ensaio naquele dia permaneceu seco tal a comoção geral.
A música, de beleza comovente é de uma simplicidade enorme. Seu texto descreve básicamente tudo o que dois apaixonados se dizem e perguntam… “será que vejo tudo assim só por causa do meu amor por voce”? Comprovem.
♫ ♪ ♫ Do I love you because you're beautiful,
or are you beautiful because I love you?
Am I making believe I see in you a girl too lovely to be really true?
Do I want you because you're wonderful,
or are you wonderful because I want you?
Are you the sweet invention of a lover's dream
or are you really as beautiful as you seem?
Am I making believe I see in you a man too perfect to be really true?
Do I want you because you're wonderful,
or are you wonderful because I want you?
Are you the sweet invention of a lover's dream
or are you really as wonderful as you seem? ♪ ♫ ♪
Rodgers & Hammerstein teriam num bem próximo futuro algumas “chateações” com Julie: Quando esta fez seu primeiro show de TV com Carol Burnett (Julie and Carol at Carnegie Hall, 1962), aproveitou para fazer um número satírico chamado “Family Pratt”, que foi descaradamente baseado na “Family Trapp”, do musical de Rodgers e Hammerstein , “The Sound of Music” (A Noviça rebelde). Julie achava o personagem da novice tão absurdamente ridículo e não perdia nenhuma chance para debochar dele (“We’ll brig you a happy song that I used to sing when I was a happy nun back home in Switzerland…”) o que chateava demais Rodgers e Hammerstein. Julie mal sabia que em dois anos assinaria um contrato para dar vida à Maria von Trapp nas telas, papel que a transformaria, junto à Mary Poppins, numa estrela internacional! Mas isto é “pano para manga” para uma outra hora…
sábado, 2 de julho de 2011
Jane Fonda, Michael Sarrazin, Susannah York, Sidney Pollack... "Mas não se mata cavalo?" (1969)
Uma das obras primas de um cinema que hoje em dia pode ser considerado como "angry" (num muito bom sentido, diga-se de passagem), "They shoot horses, don't they?"/ "Mas não se mata cavalo?" (Sidney Pollack, 1969), baseado no novela homonima de 1935 (!!!) de Horace McCoy, significa para mim um grande marco do cinema comercial americano dos anos 60…
Junto à uma boa dezena de filmes com mensagens sociais fortíssimas, «Horse» se distingue pelo fato dos seus personagens serem realmente “engolidos” pela máquina cruel chamada sociedade… pelo fato deles estarem completamente à mercê “deles” e sem nenhuma esperança… O que fazer quando acaba a esperança?
Engoli este livro “avidamente” no final dos anos 70 (em 77 para ser mais preciso) quando uma hippie conhecida, daquelas sempre em “alfa” (com uma certa ajuda “herbária” diga-se de passagem) falou-me muito dele… lembro ainda daquele domingo, na feirinha hippie de Penedo…
Considero este filme a melhor chance que Jane Fonda teve até então para provar que era uma atriz, uma grande por sinal. Logo seguiria “Klute” pelo qual ganharia um Oscar… mas Klute foi um filme mais confortável para a academia: não criticava o sistema, o “american dream” como “Horse” fazia. Fonda deveria ter recebido um Oscar por este desempenho (foi pelo menos nominada), por sua sensível e cínica “Gloria”.
O maravilhoso trabalho fotográfico de Bob Willoughby, que produziu centenas de “stills” para este filme (Willoughby fotogrou muito “outra espécie de filme”, suas fotos de Audrey Hepburn são conhecidíssimas) mostra em detalhe o trabalho fortíssimo, a entrega dos atores…
Lembram da cena inicial? O lindo cavalo correndo por uma campina ensolarada cheia de flores? E o seu acidente, a perna quebrada, o menino (seu dono e amigo) chorando e o pai matando-o com seu rifle?
Lembram da cena final e Gloria (Fonda) irremediávelmente “quebrada”, aniquilada, visivelmente reduzida a farrapos por tudo e todos, violada nos seus mais íntimos sentimentos, dando uma arma para o Cowboy (meu querido Michael Sarrazin – o que aconteceu com ele?) e dizendo: “Help me... They shoot horses, don’t they?”.
Ao lado dos dois, em papéis de muito peso, os sensacionais Susannah York (sou um grande fã de York!), Gig Young (Oscar de ator secundário) e Red Buttons… Um “cast” e um diretor magnífico (que imcompreensívelmente para mim faria um dia os lacrimejantes e piegas “The Way we were” com Streisand e Redford assim como “Out of Africa” com Redford e Streep!) levam a estória de Mc Coy “à ponta da faca”.
Mais sobre “Horse” não quero contar, assistam só esta cena para se dar conta da força do roteiro, da direção, dos atores e de seus desempenhos… Sim, está na hora de rever-mos filmes assim…
"People are the ultimate spectacle" - desde os cristãos no Coliseum até Big Brother...
e o magnífico trailer...
Junto à uma boa dezena de filmes com mensagens sociais fortíssimas, «Horse» se distingue pelo fato dos seus personagens serem realmente “engolidos” pela máquina cruel chamada sociedade… pelo fato deles estarem completamente à mercê “deles” e sem nenhuma esperança… O que fazer quando acaba a esperança?
Engoli este livro “avidamente” no final dos anos 70 (em 77 para ser mais preciso) quando uma hippie conhecida, daquelas sempre em “alfa” (com uma certa ajuda “herbária” diga-se de passagem) falou-me muito dele… lembro ainda daquele domingo, na feirinha hippie de Penedo…
Considero este filme a melhor chance que Jane Fonda teve até então para provar que era uma atriz, uma grande por sinal. Logo seguiria “Klute” pelo qual ganharia um Oscar… mas Klute foi um filme mais confortável para a academia: não criticava o sistema, o “american dream” como “Horse” fazia. Fonda deveria ter recebido um Oscar por este desempenho (foi pelo menos nominada), por sua sensível e cínica “Gloria”.
O maravilhoso trabalho fotográfico de Bob Willoughby, que produziu centenas de “stills” para este filme (Willoughby fotogrou muito “outra espécie de filme”, suas fotos de Audrey Hepburn são conhecidíssimas) mostra em detalhe o trabalho fortíssimo, a entrega dos atores…
Lembram da cena inicial? O lindo cavalo correndo por uma campina ensolarada cheia de flores? E o seu acidente, a perna quebrada, o menino (seu dono e amigo) chorando e o pai matando-o com seu rifle?
Lembram da cena final e Gloria (Fonda) irremediávelmente “quebrada”, aniquilada, visivelmente reduzida a farrapos por tudo e todos, violada nos seus mais íntimos sentimentos, dando uma arma para o Cowboy (meu querido Michael Sarrazin – o que aconteceu com ele?) e dizendo: “Help me... They shoot horses, don’t they?”.
Ao lado dos dois, em papéis de muito peso, os sensacionais Susannah York (sou um grande fã de York!), Gig Young (Oscar de ator secundário) e Red Buttons… Um “cast” e um diretor magnífico (que imcompreensívelmente para mim faria um dia os lacrimejantes e piegas “The Way we were” com Streisand e Redford assim como “Out of Africa” com Redford e Streep!) levam a estória de Mc Coy “à ponta da faca”.
Mais sobre “Horse” não quero contar, assistam só esta cena para se dar conta da força do roteiro, da direção, dos atores e de seus desempenhos… Sim, está na hora de rever-mos filmes assim…
"People are the ultimate spectacle" - desde os cristãos no Coliseum até Big Brother...
e o magnífico trailer...
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