Amazon na Inglaterra andou com umas ofertas „tão em conta“ que não pude resistir e em questão de 15 minutos gastei uns € 200… mas por quase 20 DVDs. Uma “pechincha”, if I may say so e se sou sincero…
Consegui filmes antiquíssimos da Fox com Alice Faye, Tyrone Power e Don Ameche… Clássicos do cinema britanico como “Genevieve” (com Kay Kendall – vide a postagem “Les Girls” de 28.06.2011), “The L-shaped room” (Leslie Caron), “The Pumpkin Eater” (Anne Bancroft) e “Blithe Spirit” (de Noel Coward) com (o marido de Kay Kendall) Rex Harrison e minha querida, amada Margaret Rutherford!
E comprei 5 DVDs de Bette Davis... como era o slogan?
"Nobody's good as Bette when she's bad".
Eu penso que se Bette Davis fosse uma bebida eu diria "Make it a double... or a tiny triple... and no ice, please!". Voces verão porque.
Me lembrava muito vagamente de “A stolen Life” (Warner, 1946) que já tinha visto alguma vez na minha vida am alguma “sessão das duas”. Alguns anos depois o mesmo tema foi desenvolvido para uma novela da TV TUPI, chamada "Mulheres de Areia", com Eva Wilma nos papéis principais como Ruth e Raquel.
Nesta suntuosa (e boníssima) versão a Warner prova mais uma ser um estúdio de „peso“. Além dos grandes dramas da Broadway que Hal Wallis comprava (a maioria para Bette Davis) vários outros filmes foram produzidos no que chamo de “os gloriosos anos 40 da Warner”. Tudo isso óbviamente contra a vontade de Jack Warner (“Quem quer assistir um filme sobre uma mulher morrendo de um tumor no cérebro?”. Toda a América quiz e “Dark Victory” tornou-se o maior sucesso de bilheteria de Davis até então)
Em “Vida roubada” Bette intrepreta as gemeas Kate, pessoa de ótimo caráter a quem falta um pouco de “sex-appeal” e Pat, mulher mais “sofisticada” a quem falta bastante moral.
Bette, danada e endiabrada como de costume, não optou por artifícios tal como usados por Olivia de Havilland em “Espelho d’alma” (Dark Mirror, International Pictures, também de 1946) para interpreter as gemeas. Refiro-me a “artíficios” como estilos de roupa opostos, penteados diferentes e até jóias penduradas em cordões com as (diferentes) iniciais dos nomes delas…
Bette usou só uma arma terrívelmente eficaz: seu talento como atriz.
Que “laboratório” deve ter feito.
Nao é à toa que esta mulher enlouquecia todos - dos camera men a Mr. Warner - no estúdio com seu perfeicionismo…
Escadarias nos famosos interiores da Warner (que adorava uma atmosfera, um “cheiro” de Boston, de New England – o que sempre foi infalível para dar classe a um filme), fabulosa fotografia, portos, gaivotas e barcos em New England, cheiro de mar, faróis, fog… Todos estes elementos dão ao filme uma atmosfera especial e envolvente no seu bem usado “preto-e-branco”.
Muitas cenas me impressionaram por serem de uma época em que a técnica era muito limitada… Principalmente quando as duas irmãs se encontram numa tempestade num pequeno barco no meio do oceano…
Interessante quando, sob este contexto, vemos a atriz filmando a cena só no barco… claro filmava ou Pat ou Kate… antes de serem unidas para sempre no reino do celulóide!
Como é bom sempre reencontrar Bette, aqueles olhos e aquele talento absurdamente grande…
E neste caso em dose dupla!!!!!!! Or let's make it a "tiny triple"?
Alguém já notou (e escreveu) que além de Kate e Pat existe uma terceira “mulher” interpretada por Davis neste filme: Kate, depois de assumir a vida de Pat, finge ser esta e confunde-se e machuca-se na vida atribulada de mentiras, traições, desamor, amantes e intrigas da irmã…
Além dessa „terceira“ encontrei a “metade“ de um quarta: relativamente no incío do filme, antes de Pat conquistar o „interesse romantico“ de sua irmã (um, deliciosamente jovem e bem apessoado Glenn Ford), ela passa-se por Kate… Mais uma faceta de Miss Davis!
Perdoe-me, Tio Walter (Clark) mas amo este "padrão Warner de qualidade"!
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