Aos 12 anos de idade lembro-me de um certo dia na Biblioteca do I.B.E.U., um dos meus lugares favoritos, em Copacabana (adorava ficar horas lá, folheando livros americanos de Teatro, de Ballet, de Cinema… ) e ter tido minha atenção despertada por duas capas de Revista que me deixaram curioso… muito curioso.
As capas (naquela semana) do “Time” e de “Newsweek” mostravam a foto de um personagem que não era nada comum… Porque alguém apareceria na mesma semana na capa de duas (na época) tão ilustres revistas?
Apanhei as revistas e folheei-as com calma mas muita curiosidade como que querendo absorver cada palavra que lia…
Quem era? Ah, uma atriz? Num filme que fazia um “estrondo” nos U.S.A.? Foi meu primeiro encontro na vida com nomes como Kander & Ebb, Bob Fosse e esta figura que parecia ser extra-terrena: Liza.
Um Senhor reclamou o fato de "um menininho" estar com ambas revistas “principais” da semana e uma bibliotecária que era muito durona (mas também muito minha amiga, principalmente por não me cobrar multas quando eu me atrasava em devolver livros e Long-Plays) pediu-me para recolocar as duas revistas em sua devida prateleira já que eu as lia há mais de uma hora.
Cumpri comportadamente o que me foi pedido mas as “mensagens” das duas ficaram para sempre na minha memória:
“A Star is born” e “The new Miss Show Biz”.
Muitos anos passariam até eu poder assistir “Cabaret” (era proibido para menores de 18 anos… ) e conhecer Liza... Mas este “love-affair”dura até hoje… Quanto talento!
Reassisti esta cena, que nunca me cansa, há algumas semanas atrás… E como sempre, nada na vida acontece por mero acaso.
Interpretei “Bye-Bye, mein Lieber Herr” pela primeira vez não pelo seu lado “sensual” mas por sua sugestão de “Adeus”, “Mudança”, “Ir em frente”, “largar”, “Deixar ir” e tudo o que está relacionado ao movimento contínuo da “Tranformação”, da “Modificação”.
É com orgulho que conto que me encontro num momento de grandes mudanças… Uma gostosa possibilidade, uma incrível chance apareceu na minha vida e mais uma vez tenho a oportunidade de “mudar”, deixar para trás tantas coisas profissionais que já estavam muito maçantes e monótonas pelo fato de repetí-las há muitos anos…
Que bom poder reinventar-me de novo… e estar, de certa forma muito mais próximo de mim e do que gosto de fazer.
Começar de novo, como cantaria Simone…
Mesmo assim, prefiro o tom endiabrado, brincalhão, assanhado, apimentado (e extremamente talentoso) desta que nos dá tanto “entertaimment”.
Um brinde para a eterna “Miss Show Biz”! Hooray!
Bye-Bye mein lieber Herr.
Auf Wiedersen, mein Herr.
Es war sehr gut, mein Herr, und vorbei.
Du kennst mich wohl, mein Herr.
Ach, lebe wohl, mein Herr.
Du sollst mich nie mehr sehen mein Herr...
terça-feira, 30 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Merci, Monsieur Legris!
Yes, Merci bien... for the marvelous work that you have been doing with the Ballet of the State Opera here! Bravo!
Sim, Obrigado... pelo maravilhoso trabalho que voce tem vindo feito com o Ballet da Opera aqui! Bravo!
Bom rever tantos amigos nestes videos... até alguns que já deixaram Viena...
Sim, Obrigado... pelo maravilhoso trabalho que voce tem vindo feito com o Ballet da Opera aqui! Bravo!
Bom rever tantos amigos nestes videos... até alguns que já deixaram Viena...
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
REMEMBERING "Isadora": Vanessa Redgrave - perfeita!
Vanessa Redgrave não é uma bailarina e “Isadora” também não é um filme sobre Dança.
Ele usa a Dança da americana Isadora Duncan (1877 - 1927) para pontear, cronológica- e precisamente a vida desta alma livre que até hoje fascina o mundo das Artes, o mundo de muita gente… inclusive o meu.
Mesmo que a linguagem seja um pouco antiquada por delinear suas memórias num “Flash-Back” da exata, precisa duração de todo o filme, ele capturou em celulóide o movimento e o espírito tão peculiar deste genero de Dança…
Eu gosto deste filme.
E não só pela fabulosa e, na época, linda Vanessa Redgrave.
Pensemos que existem sómente alguns segundos de registro «em celulóide» da Arte de Duncan (dançando numa Garden-Party em Londres) e que toda sua “escola”, seu “estilo” foi transmitido por suas alunas (As «Isadorables» ?) através de gerações.
Muito ao contrário do que muitos dizem, não considero Duncan a “mãe da Dança contemporanea”. Sua dança evocava vasos e Afrescos da velha Grécia. O mundo "clássico" (!!!!).
Eu prefiro deixar este título acima, esta honra para outros personagens da Dança do século XX.
Mas Duncan criava liberdade ao dançar… Não havia uma técnica no sentido clássico da palavra (Falo de Ballet e ela abominava-o) e com o passar dos anos a “Diva”, que foi envelhecendo rápidamente por causa de uma vida muito bohemia e desregrada, foi adaptando sua dança às condições de seu corpo: à perda de elasticidade, às suas coxas e a seus braços mais “roliços”… num puro movimento organico de mudança, de adaptação à novas situações, talvez barreiras, mesmo que estas tenham sido trazidas pela idade.
Existe coisa mais natural do que envelhecer? É o ciclo da vida – e Isadora adaptou-o muito bem à sua carreira. Gosto deste pensamento, desta atitude.
O filme nos leva de San Francisco à Europa, pelo seu Debùt nos grandes palcos (descalça e mostrado as pernas nuas… imaginem só; um escandalo na época!), pela sua primeira gravidez, pelas suas dúvidas sobre ser “mãe solteira” em 1906, pelos seus sucessos, por sua fase mais burguesa (quado esteve ligada a Paris Singer – sim o milionário, herdeiro das máquinas de costura),
pela morte de seus filhinhos num trágico acidente no Seine em 1913, pela sua fase vermelha na Rússia, pelo seu casamento mal-sucedido com o poeta russo Sergei Jessenin, sua “volta” à uma America que lhe “acusou” de comunismo (o que ela realmente era) e a cruelmente repudiou (e para a qual ela mostrou seus seios nus, conseguindo chocar as mais "tradicionais" almas de Boston), sua triste derrocada psicológica e física em companhia íntima do alcóol, de muito alcóol e, depois, sua morte brutal, só poucos momentos após ter gritado : "Adieu, mes amis. Je vais à la gloire!" (apesar de existir uma versão de uma amiga que clama que ela haveria dito «Je vais à l’Amour», comentário muito «ousado» para a época já que ela se encontrava na companhia de um belo italiano e em Nice haviam muitos «hotéis de hora». E o que importa ? What the hell. As duas versões são bonitas… Morrer "a caminho do Amor"... Ora, belíssimo! Bastante mais "humano" e real do que a "Glória", à qual ela supostamente se referiu...).
“Isadora” (1968) foi dirigido por Karel Reisz e foi um “pequeno” sucesso de bilheteria. Mesmo a nomeação de Redgrave para o Oscar de melhor atriz naquele ano (Katharine Hepburn e Barbra Streisand “empataram”) não ajudou muito à bilheteria... O filme realmente não foi concebido para a “massa” por tratar muito especialmente de um tema muito especial sobre uma pessoa extremamente especial...
Confiram o Trailer:
Ele foi “rebatizado” em “The loves of Isadora” tentando assim que esta “sugestão” de “sexo e pecado” melhorasse a bilheteria. Não melhorou.
Vanessa passou por um lindo trabalho de corpo para este filme. Nunca devemos nos esquecer: ela é uma ATRIZ, não uma bailarina !
Num dos momentos, para mim, mais lindos do filme ela faz sua «Première» em Londres ao som do segundo movimento (o Allegretto) da sétima Sinfonia de Beethoven. Amo-a naquela "correria" pelo palco, toda soltinha, relaxada, linda…
E para quem tiver interesse em imagens da verdadeira Isadora e nos seus poucos segundos registrados em filme, aqui um interessante vídeo!
Correção: as últimas imagens (de um carro) não são do carro em que Isadora faleceu - como erroneamente dito no video - porém do carro em que suas crianças se acidentaram no desastre no Seine.
Ele usa a Dança da americana Isadora Duncan (1877 - 1927) para pontear, cronológica- e precisamente a vida desta alma livre que até hoje fascina o mundo das Artes, o mundo de muita gente… inclusive o meu.
Mesmo que a linguagem seja um pouco antiquada por delinear suas memórias num “Flash-Back” da exata, precisa duração de todo o filme, ele capturou em celulóide o movimento e o espírito tão peculiar deste genero de Dança…
Eu gosto deste filme.
E não só pela fabulosa e, na época, linda Vanessa Redgrave.
Pensemos que existem sómente alguns segundos de registro «em celulóide» da Arte de Duncan (dançando numa Garden-Party em Londres) e que toda sua “escola”, seu “estilo” foi transmitido por suas alunas (As «Isadorables» ?) através de gerações.
Muito ao contrário do que muitos dizem, não considero Duncan a “mãe da Dança contemporanea”. Sua dança evocava vasos e Afrescos da velha Grécia. O mundo "clássico" (!!!!).
Eu prefiro deixar este título acima, esta honra para outros personagens da Dança do século XX.
Mas Duncan criava liberdade ao dançar… Não havia uma técnica no sentido clássico da palavra (Falo de Ballet e ela abominava-o) e com o passar dos anos a “Diva”, que foi envelhecendo rápidamente por causa de uma vida muito bohemia e desregrada, foi adaptando sua dança às condições de seu corpo: à perda de elasticidade, às suas coxas e a seus braços mais “roliços”… num puro movimento organico de mudança, de adaptação à novas situações, talvez barreiras, mesmo que estas tenham sido trazidas pela idade.
Existe coisa mais natural do que envelhecer? É o ciclo da vida – e Isadora adaptou-o muito bem à sua carreira. Gosto deste pensamento, desta atitude.
O filme nos leva de San Francisco à Europa, pelo seu Debùt nos grandes palcos (descalça e mostrado as pernas nuas… imaginem só; um escandalo na época!), pela sua primeira gravidez, pelas suas dúvidas sobre ser “mãe solteira” em 1906, pelos seus sucessos, por sua fase mais burguesa (quado esteve ligada a Paris Singer – sim o milionário, herdeiro das máquinas de costura),
pela morte de seus filhinhos num trágico acidente no Seine em 1913, pela sua fase vermelha na Rússia, pelo seu casamento mal-sucedido com o poeta russo Sergei Jessenin, sua “volta” à uma America que lhe “acusou” de comunismo (o que ela realmente era) e a cruelmente repudiou (e para a qual ela mostrou seus seios nus, conseguindo chocar as mais "tradicionais" almas de Boston), sua triste derrocada psicológica e física em companhia íntima do alcóol, de muito alcóol e, depois, sua morte brutal, só poucos momentos após ter gritado : "Adieu, mes amis. Je vais à la gloire!" (apesar de existir uma versão de uma amiga que clama que ela haveria dito «Je vais à l’Amour», comentário muito «ousado» para a época já que ela se encontrava na companhia de um belo italiano e em Nice haviam muitos «hotéis de hora». E o que importa ? What the hell. As duas versões são bonitas… Morrer "a caminho do Amor"... Ora, belíssimo! Bastante mais "humano" e real do que a "Glória", à qual ela supostamente se referiu...).
“Isadora” (1968) foi dirigido por Karel Reisz e foi um “pequeno” sucesso de bilheteria. Mesmo a nomeação de Redgrave para o Oscar de melhor atriz naquele ano (Katharine Hepburn e Barbra Streisand “empataram”) não ajudou muito à bilheteria... O filme realmente não foi concebido para a “massa” por tratar muito especialmente de um tema muito especial sobre uma pessoa extremamente especial...
Confiram o Trailer:
Ele foi “rebatizado” em “The loves of Isadora” tentando assim que esta “sugestão” de “sexo e pecado” melhorasse a bilheteria. Não melhorou.
Vanessa passou por um lindo trabalho de corpo para este filme. Nunca devemos nos esquecer: ela é uma ATRIZ, não uma bailarina !
Num dos momentos, para mim, mais lindos do filme ela faz sua «Première» em Londres ao som do segundo movimento (o Allegretto) da sétima Sinfonia de Beethoven. Amo-a naquela "correria" pelo palco, toda soltinha, relaxada, linda…
E para quem tiver interesse em imagens da verdadeira Isadora e nos seus poucos segundos registrados em filme, aqui um interessante vídeo!
Correção: as últimas imagens (de um carro) não são do carro em que Isadora faleceu - como erroneamente dito no video - porém do carro em que suas crianças se acidentaram no desastre no Seine.
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Cortesia e Respeito… God save our King, o Teatro!
Tenho conversado (será por coincidencia?) com diversos amigos sobre o tema “Respeito/Comportamento” nos teatros brasileiros e sobre fato do público (pelo menos o carioca) ter-se, ao longo dos anos, transformado num publico descortes, grosseiro…
É óbvio que não podemos e não devemos generalizar esta afirmação… mas a impressão geral “que fica” é esta… Infelizmente pessoas descortesas e grosseiras dão muito mais na vista, chamam muito mais atenção, mesmo que negativamente, do que pessoas educadas… Infelizmente esta é uma verdade.
Relatos da nossa grande Primeira Bailarina (e minha querida amiga) Cristina Martinelli me dizem de como as pessoas agora “gritam” nos teatros, nos Ballets… Uma outra amiga, a adorável cantora Marília Barbosa, simplesmente abandonou os palcos brasileiros por não aguentar mais o desrespeito do público… falando, conversando, telefonando e – o pior de tudo – “tentando” até cantar junto com a cantora… Uma coisa é falta de respeito... mas ainda uní-la à falta de talento... Haja!
Incrível como este tema é frequentemente abordado: meus amigos me contam de Celulares ligados, tocando ou recebendo SMSs, gente conversando, falando alto, desrespeitando os artistas no palco… isto sem levar em conta a forma inadequada de como se” vestem” para ir a um teatro… Jeans, camisetas… até Bermudas já foram vistas no Theatro Municipal! Não sou realmente uma pessoa conservadora mas neste ponto sim…
Os Teatros, as Óperas do mundo tem para mim o mesmo significado que “um Templo”.
E num Templo é necessário respeito, saber comportar-se.
Lugar de veneração às Artes cenicas… Lugar cheio de fantasmas do passado, de história e estórias, de magia, de mistérios… Lugar magnífico.
Como é bom sentir um "cheiro de teatro"...
Graças a Deus existe – ainda – um outro “trato” aos que estão no palco na Europa… claro que a platéia pode ser “má” mas estas atitudes são tomadas por outras razões… Já passei por apresentações aqui na Ópera nas quais o público, ao final, simplesmente se levantou e foi embora. Em silencio. Não vaiou (como na Itália) mas também não aplaudiu… Mesmo assim não desrespeitou o artista. Simplesmente não mostrou emoções…
Deixo-os aqui com uma curta imagem de 1948… Época na qual, apesar do severo racionamento de comida na Inglaterra, o povo de novo se «arrumava» para ir ao teatro. Por sinal de respeito à "ocasião" os homens colocavam de novo seus ternos e as Senhoras ainda usavam “violetas” (“a bunch of violets”) para ir ao Teatro.
Gosto desta noção de "ocasião".
Ela parece transformar-se porém aos poucos num fóssil pré-histórico...
Numa Royal Command Performance no London Palladium para King George VI, sua esposa a Rainha Elizabeth (depois Rainha-Mãe) e suas filhas Elizabeth e Margaret, uma menina desengonçada de pernas compridas e dentes tortos, termina a “Performance” cantando “God Save our King”.
Atrás dela, se voces bem repararem, se encontra Danny Kaye.
Momento de respeito.
Concentração.
Amor.
Momento repleto de sentimentos de Honra, Gratidão, Agradecimento.
Bonito.
Homenagem ao soberano que levou esta Nação com tanta força e coragem através da II Guerra Mundial (como admiro os Ingleses e sua bravura durante os anos de guerra).
Neste ano a menina de doze anos despontava nos palcos londrinos num “Vaudeville” (no London Hypodrome) chamado “Starligt Roof”, espetáculo no qual cantava a difícil ária de de Coloratura “Je suis Titania”.
Anos depois se transformaria em «Everybody’s darling», mas isto já é uma outra estória/Tertúlia:
Julie Andrews
E eu não poderia deixá-los aqui sem ouvir «Je suis Titania»… Como a própria Julie disse, suas quatro escalas eram quase “freaky”.
Uma Maravilha!
Vale a pena ouví-la!
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domingo, 7 de outubro de 2012
L'Herbier des Fées: mágica pura...
Obra de delicadeza absoluta «L’Herbier des Fées» foi feita pelo desenhista/ilustrador parisiense Bénjamin Lacombe (30) em trabalho com Sébastien Pérez, que finalmente lhe convenceu a deixar finalmente de ilustrar velhos contos-de-fadas e Edgar Allan Poe…
Trabalho magnífico… poético, informativo, sonhador, intligente,
Sinópse (Poderia ser até verdade!) : Rasputin manda um Botanico, Alexander Bogdanowitsch para França. Lá ele deve procurar ingredientes para um Elixir que trará a imortalidade!
Na Floresta de Brocéliande na Bretanha o russo encontra plantas, nas quais vivem pequenas fadas.
Muitas aparentam ser frutas do «Aron» (Arun Maculatun), outras são quase invisíveis entre as muitas flores de uma espécie de cravo «barbudo» (Dianthus barbatus).
Bogdanowitsch deve matá-las para examiná-las, investigá-las…
Mas da mesma forma como ele cai no encanto das fadas, o leitor também sucumbe aos poderes desta lindas criaturas dançantes...
“L’Herbier des Fées” (Editora Jacoby & Stuart) é um trabalho prodigioso de caráter não só ficcional mas também informativo, realista e até naturalista.
Além de ser um “colírio" para os olhos…
Olhem só este detalhe acima (cliquem na foto para aumentá-la): a quase translúcida fadinha...
Somos levados por um mundo de pergamentos, sonhos, encantos e mágica…
e não queremos voltar à realidade da sala, do lugar onde estamos sentados lendo este livro...
Este livro foi (positivamente) chamado pela crítica de “quase irreal” por causa de extrema atmosfera de sonho, mistério…
Será que os críticos e nós estamos também sucumbindo aos encantos destas fadas?
Espero que sim…
Espero que sim...
Outros trabalhos desta dupla talentosa:
"A Branca-de-Neve",
"Lizbeth"
e "Ondine".
Em Portugues foi impresso "Genealogia de uma Bruxa" (acho que é "Lizbeth"):
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Georges Seurat: "Un dimanche après-midi à l'Île de la Grande Jatte" & “Sunday in the Park with George”
Não é segredo que sou fascinado por (bons) shows da Broadway, também não que amo a música e a sensibilidade de Stephen Sondheim… e muito menos que sou um grande admirador da talentosíssima Bernadette Peters. That’s common knowledge para os Tertuliadores…
Obra teatral, que recebeu o Pullitzer Prize (categoria Drama) em 1985 “Sunday in the Park with George” é um musical incrívelmente “inspirado”, complexo e ao mesmo tempo transportador de uma estória extremamente bem definida e simples linguagem… Linguagem que arrebata o publico e toda sua atenção e concentração.
Este trabalho com música e letras de Stephen Sondheim e “livro” de James Lapine foi inspirado maravilhosamente no quadro de (Georges) Seurat “Uma tarde de domingo na I'lle de la Grand Jatte”… Realmente inspirador…
Obra complexa, que gira ao redor de um Seurat ficcional completamente imerso em seu processo de criação pintando as pessoas e emoções representadas nesta grande obra-prima neo-impressionista.
O trabalho de Seurat, grande representante técnica do “pointilismus”, serve, com sua luz, suas cores, suas nuances, como uma luva para esta delicada estória ficcional. …
A partir do momento em que somos apresentados a George (um jovem Mandy Patinkin, lembram de "Yentl"?), passando pelas fantasias e reclamações de sua amante analfabeta (gloriosamente interpretada por Bernadette Peters) até chegar a personagens dictícios que foram (na realidade) pintados e eternizados neste quadro, é literalmente impossível desprender a atenção da tela... do palco...
Incrível... Magnífico...
Aqui Bernadette como “Dot”, a amante de Seurat, num outro momento típicamente (não só musicalmente) “Sondheimiano”…
O show estreiou for a da Broadway em 1983 (com Patinkin e Peters) e só foi apresentado 25 vezes… Só possuía um ato e este mesmo ainda estava sendo desenvolvido… Sondheim, com louca, maníaca inspiração, perseverança e absurda rapidez, completou o Segundo ato que abriu para as tres últimas apresentações!!!!! Leonard Bernstein (amigo de Sondheim, com quem trabalhou em "West Side Story") lhe escreveu: “ brilliant, deeply conceived, magisterial and by far the most personal statement I’ve heard from you thus far. Bravo”.
Precisa-se de mais incentivo do que isso?
O musical foi transferido para a Broadway em 1984, o segundo ato finalmente “congelado” dois dias antes da estréia… As críticas foram “mixtas”. O show não foi “estraçalhado” pela crítica mas também não foi reverenciado devidamente… porém não lhe faltou publico e ele só fechou em 1985, isto depois de 604 espetáculos! Um sucesso de bilheteria!
Apesar de receber o Pullitzer Prize e ser nominado para para dez “Tonys” (recebeu dois) “Sunday” não entrou para a lista dos “eternos Sucessos” da Broadway.
Por isto talvez, tento recuperar um pouco da história perdida e insisto em colocá-lo aqui, brilhando pelo que tem de mais profundo: Sensibilidade.
Mesmo que “Sunday”, hoje em dia, tenha finalmente tornado-se um clássico, a memória do público é curta, muito curta – Temos, como pudermos sempre ajudar a memória, nossa memória…
E na realidade acho que esta é a verdadeira função, o verdadeiro objetivo destas "Tertúlias" frequentes... não deixar que nos esqueçamos...
"Sunday"... Divirtam-se com todo o elenco neste emocionante, fascinante número...
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