sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Cortesia e Respeito… God save our King, o Teatro!



Tenho conversado (será por coincidencia?) com diversos amigos sobre o tema “Respeito/Comportamento” nos teatros brasileiros e sobre fato do público (pelo menos o carioca) ter-se, ao longo dos anos, transformado num publico descortes, grosseiro…

É óbvio que não podemos e não devemos generalizar esta afirmação… mas a impressão geral “que fica” é esta… Infelizmente pessoas descortesas e grosseiras dão muito mais na vista, chamam muito mais atenção, mesmo que negativamente, do que pessoas educadas… Infelizmente esta é uma verdade.


Relatos da nossa grande Primeira Bailarina (e minha querida amiga) Cristina Martinelli me dizem de como as pessoas agora “gritam” nos teatros, nos Ballets… Uma outra amiga, a adorável cantora Marília Barbosa, simplesmente abandonou os palcos brasileiros por não aguentar mais o desrespeito do público… falando, conversando, telefonando e – o pior de tudo – “tentando” até cantar junto com a cantora… Uma coisa é falta de respeito... mas ainda uní-la à falta de talento... Haja!


Incrível como este tema é frequentemente abordado: meus amigos me contam de Celulares ligados, tocando ou recebendo SMSs, gente conversando, falando alto, desrespeitando os artistas no palco… isto sem levar em conta a forma inadequada de como se” vestem” para ir a um teatro… Jeans, camisetas… até Bermudas já foram vistas no Theatro Municipal! Não sou realmente uma pessoa conservadora mas neste ponto sim…
Os Teatros, as Óperas do mundo tem para mim o mesmo significado que “um Templo”.
E num Templo é necessário respeito, saber comportar-se.

Lugar de veneração às Artes cenicas… Lugar cheio de fantasmas do passado, de história e estórias, de magia, de mistérios… Lugar magnífico.
Como é bom sentir um "cheiro de teatro"...


Graças a Deus existe – ainda – um outro “trato” aos que estão no palco na Europa… claro que a platéia pode ser “má” mas estas atitudes são tomadas por outras razões… Já passei por apresentações aqui na Ópera nas quais o público, ao final, simplesmente se levantou e foi embora. Em silencio. Não vaiou (como na Itália) mas também não aplaudiu… Mesmo assim não desrespeitou o artista. Simplesmente não mostrou emoções…


Deixo-os aqui com uma curta imagem de 1948… Época na qual, apesar do severo racionamento de comida na Inglaterra, o povo de novo se «arrumava» para ir ao teatro. Por sinal de respeito à "ocasião" os homens colocavam de novo seus ternos e as Senhoras ainda usavam “violetas” (“a bunch of violets”) para ir ao Teatro.

Gosto desta noção de "ocasião".
Ela parece transformar-se porém aos poucos num fóssil pré-histórico...


Numa Royal Command Performance no London Palladium para King George VI, sua esposa a Rainha Elizabeth (depois Rainha-Mãe) e suas filhas Elizabeth e Margaret, uma menina desengonçada de pernas compridas e dentes tortos, termina a “Performance” cantando “God Save our King”.
Atrás dela, se voces bem repararem, se encontra Danny Kaye.


Momento de respeito.

Concentração.

Amor.

Momento repleto de sentimentos de Honra, Gratidão, Agradecimento.

Bonito.


Homenagem ao soberano que levou esta Nação com tanta força e coragem através da II Guerra Mundial (como admiro os Ingleses e sua bravura durante os anos de guerra).


Neste ano a menina de doze anos despontava nos palcos londrinos num “Vaudeville” (no London Hypodrome) chamado “Starligt Roof”, espetáculo no qual cantava a difícil ária de de Coloratura “Je suis Titania”.

Anos depois se transformaria em «Everybody’s darling», mas isto já é uma outra estória/Tertúlia:
Julie Andrews



E eu não poderia deixá-los aqui sem ouvir «Je suis Titania»… Como a própria Julie disse, suas quatro escalas eram quase “freaky”.
Uma Maravilha!
Vale a pena ouví-la!


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