quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

REMEMBERING: Niña e um diferente Gene Kelly...


Há alguns dias escrevi sobre uma «ceninha sem importancia», com roupas e cenários maravilhosos, Technicolor perfeito, música e arranjo excepcionais, “pseudo-latinismos”, Mar do Caribe e Fred Astaire… Hoje repito a dose: das roupas e cenários à musica e ao arranjo, do Technicolor aos “pseudo-latinismos”. Até o Caribe repetirei… a única diferença está na presença de Gene Kelly no lugar de Fred.


“Niña” é uma cançãozinha de Cole Porter feita para o (fracassado) filme “The Pirate” (MGM, 1948), trabalho de Vincente Minnelli que na época foi extremamente incompreendido.


Judy Garland tem algumas cenas e canções inesquecíveis como por exemplo sua “endemoniada” e "enlouquecida" versão de “Mack, the Black” durante a qual está hipnotizada ("pegando santo", bem "Caribeña"! I love it!)



assim como Gene no Ballet “The Pirate” – a única vez que Kelly colocou nas telas dos cinemas suas torneadas pernas à vista transformando-se numa figura extrememente erótica (Minnelli, que admirava muito Kelly, sabia muito bem o que fazia. Gene, na "prude" MGM nunca explorou este seu lado…). Gene era um rapaz bonito da época - com aquela cicatrizinha que depois deixou de ser retocada pelos maquiadores da MGM - perfeita. Mas isto não se "ve" devido à direções muito superficiais de triviais diretores que recebeu ao longo de sua carreira... e como ele adorava fazer umas caretas... Aí tornava-se "meio palhaço", chato... Um exemplo do mesmo vício é o chatérrimo Jim Carrey - na realidade um homem até bonito. Só que ninguém se dá conta disso.


Aqui ele está bem "dirigido", "contido" - talvez um dos poucos personagens de Kelly que não era a personificação do próprio Gene Kelly... Existem porém muitas diferenças de opinião sobre seu bigodinho... e sobre este filme... Uma coisa todavia é certa: seu personagem aqui e em "An American in Paris" (Jerry) são seus melhores trabalhos como "ator". Ambos dirigidos por Minnelli. Mestre.




As caretas ele pode fazer ao lado dos sensacionais Nicholas Brothers


e no "chatinho" número final ao lado de Judy: "Be a clown!" Tudo bem...


Mas, a razão desta postagem, “Niña”, ficou em segundo plano, bastante esquecida… Ao contrário de “I left my Hat in Haiti” (Astaire em “Royal Wedding”) ela é parte da “estória”, do roteiro do filme e serve perfeitamente para nos descrever e posicionar o personagem de Kelly: “a ladie’s man”.

Como sempre as incomparáveis “lyrics” de Porter
«But since I’ve seen yah,
Niña, Niña, Niña…
I’ll be having schizophrenia…
Till I’ll make yah,
Till I’ll make yah,
Till I’ll make yah mine»


Outra "daquelas" ceninhas sem importancia e esquecidas…
mais uma "daquelas" simplesmente maravilhosas!!!!



P.S. Acabei de rever a cena – sim, os figurinos são realmente incrívelmente fotogenicos, perfeitos!
VIVA a MGM e suas impecáveis produções!!!!!!!

Nenhum comentário: