terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

The Dream (Sir Frederick Ashton): Alina Cojocaru & Johann Cobborg

Só um curto, singular momento de Ballet…

Finalizando o Carnaval, aqui, em sua homenagem, “The Dream” de Sir Frederick Ashton
Voces estarão se perguntando: “O que tem um Ballet que ver com o Carnaval?”


Baseado em “Sonho de uma Noite de Verão” (Midsummer’s Night dream) de Shakespeare, com música de Meldenssohn , este Ballet de Ashton (trabalho seu dos anos sessenta) celebra um sonho, um delírio, um êxtase louco e a mais célebre das farsas e comédias…


Momentos de magia, de personagens que voam e cintilam, de outros que involuntáriamente se tranformam em “asnos” e fazem com que lindas mulheres se apaixonem por eles (o caso Titania, esposa de Oberon) e ainda os que “pregam peças” fazendo intrigas com todos (o que é o caso de Oberon e principalmente do endiabrado e querido “Puck”). Tudo isso ao sabor de uma "embriaguez" causada pelo calor de uma noite de verão, pelo perfume das flores, pelo desejo...


“Midsummer” é uma farsa deliciosa, rica em detalhes.
Uma farsa que chega ao seu final quando a Aurora chega.
Com o nascer do dia voltam todos os personagens à realidade até reconhecendo-se a si mesmos em si mesmos


Exatamente como quando a quarta-feira de cinzas chega e a “farsa”, o “pregar peças” (lembram do Carnaval de rua? Serpentina, Confetti e Lança-Perfume? Eu nunca festejei Carnaval na minha vida mas imagino que deve ter sido uma coisa gostosa...) do Carnaval acaba e o esplendor da “Avenida” só deixa lugar para a volta à rotina… O que para muitos significa o onibus, o barraco, a marmita, as filas, o suor, a falta de dinheiro...

De volta ao Ballet:
Amo este Pas-de-Deux de Titania e Oberon e não escreverei muito sobre ele. Está tudo aí, nas imagens. Para que falar e descrever? Seria até um insulto a Ashton que com seu "genio" coloca na dança o que outros colocam numa tela, numa folha de papel, numa massa de gesso, numa partitura... Que lindo e misterisos este processo do "criar"!


P.S. Só tenho que destacar a limpeza, a pureza de movimentos de Cojocari & Cobborg e como, aqui, “fiéis” são à escola inglesa e ao estilo de Ashton. Maravilhosos. Para mim que só conhecia este trabalho com Anthony Dowell & (acho) Antoinette Sibley (foto acima) pois assisti um video pirata há uns vinte e tantos anos na casa de um amigo em Londres, tenho que dizer: acho que Ashton haveria gostado, e muito…

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