sábado, 1 de janeiro de 2011

O concerto da Filarmonica de Viena e as Taças da minha avó... Hoje...

Acordar mais cedo no dia primeiro de janeiro faz parte do meu programa anual… toda uma manhã extremamente excitante espera por mim! Começamos com um petit-dejeuner com panquequinhas com geléia de apricot e coisinhas mais “fortes” – acabamos às 15:00 hs com patês, arenques, caviar, cocktails de camarão e champagne…



Começar o Ano, mesmo que em casa, em Viena consiste em algo de emocionante – bem, pelo menos para os amantes da música como eu, como nós aqui em casa… Viena apresenta-se neste dia do seu melhor lado, do lado mais conhecido em todo o mundo: mais uma vez uma celebração à música! Nosso Concerto de Ano-Novo com a Filarmonica de Viena é para mim um “must”. Este ano sob a regência do queridíssimo maestro austríaco Franz Welser-Möst (ele é de Ober-Österreich como minha família austríaca),



ouvimos um programa maravilhoso, durante o qual “pirei” literalmente: pela primeira vez ouvi partes de “Cachucha”, composição que transformou a bailarina austríaca Fanny Elssler num grande sucesso nos 1860s. Sim, ela literalmente sacudiu Viena (e escandalosamente, por sinal, o que acho ótimo!).

700 milhões de expectadores no mundo inteiro prestigiam este evento que ainda é o evento “live” de maior público na televisão mundial… desconhecido no Brasil. A "minha querida e apreciada” Globo (como Flavinha e eu diríamos… a “Grobis”) cancelou o contrato com o “Musikverein” ainda nos anos 60… e isso quando ainda se falava de cultura para o povo no Brasil… Bem, hoje em dia... 51 países assistem esse evento ao vivo.



Note-se que este ano o Ballet foi lindíssimo: começa-se a notar a influencia de Manuel Legris, novo diretor do Ballet aqui, e uma certa nota “empoeirada” como da Ópera de Paris… “empoeirada” é uma coisa OK… nada depreciativo pois como tem tudo que ver com Paris, tem também com Viena. Amei! Principalmente que “O Danúbio Azul” este ano foi bailado pelos “eleves” da escola de Ballet da Ópera! Nada de "espetaular" porém muito, muito sentido...



Este ano acordei realmente bem mais cedo e depois de lavar uma taças de champagne que usamos ontem à noite com amigos queridos no Reveillon dei-me conta de uma coisa: Essas taças são da minha avó por lado materno, do casamento dela… de 1915… e embarquei numa “viagem”: Imaginem só de quantas felicidades e festividades essas taças francesas são testemunhas… em quantos casamentos, bodas-de-prata e de ouro, festas, Reveillons, batizados, aniversários elas estiveram presentes… e isso numa família como a nossa, que sempre gostou de celebrar… Se estas taças pudessem falar, quantas coisas boas contariam… de risadas, sorrisos, amores, beijos, lágrimas, emoções… hoje me concientizei de quanta energia boa elas trazem com si… elas que só saíram dos armários para dias de festa... e aí tomamos mais uma taça de champagne, de manhã, assistindo o concerto (que começa aliás às 11:15hs!). As poucas que restam (10) e que foram todas usadas ontem à noite adicionaram Viena às suas memórias! Quantas estórias mais poderiam contar...






Aqui o final do concerto de hoje (que já está no youtube, incrível!), a Radetzky-March durante a qual o público pode bater palmas – pelo que me consta a única excessão à uma coisa que é completamente proibida no mundo da música…

Bem… enjoy… acabei de ver ao vivo há 3 horas atrás!!!!!!!!

">



Nenhum comentário: