Um dia desses comentávamos sobre Helen Morgan e seu talento...
Uma coisa leva à outra e me lembrei que Ava Gardner interpretou "O" papel maior de Helen Morgan... a infeliz Julie...
Esta cena reune vários elementos que lhe dão um valor todo especial e a fazem única:
O sol amarelo e quente da Califónia num Take exterior, coisa rara na época, que lhe dá uma cor única, uma cor quente toda especial e envolvente, o maravilhoso trabalho de camera, a belíssima Ava Gardner que apesar de levar um tipo de vida repleto de “excessos” (estou falando do seu consumo alcoólico) preservava ainda uma beleza singular, a canção mais do que especial de Jerome Kern, o mise-en-scène e, neste caso especialmente, o magnífico e simples arranjo assim como a verdadeira voz de Ava… (que muitos anos depois inspirariam Barbra Streisand e - pasmem - Stevie Wonder tocando a "Harmonica", para a gravação de um álbum chamado "Broadway" no qual interpretaram juntos "can't help lovin' that man of mine).
Sim, no filme Ava foi surpreendentemente dublada por uma cantora chamada Anette Warren. Um fato infeliz.
A MGM não confiou em seu talento e Ava, depois de meses de ensaios e preparo, só tomou conhecimento disso durante a premiére do filme.
Humilhante.
Triste este tipo de traição…
Aqui, Ava e sua voz, que reencontram o público...
sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Comentários...
Estou super triste...
apaguei por erro todos os comentários (mais de 8 mil) que haviam entrado no meu Blog,
comentários para todo meu trabalho desde 2008, para artistas magníficos ...
uma perda lastimável... irreparável...
nem sei expressar o que sinto...
já olhei e pesquisei tudo mas a opiniao geral, também do Blogger, é que é impossível regastá-los depois de apagados...
sao sete anos de comentários... sete anos...
Triste...
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Helen Morgan: What wouldn't I do for that man? (1929)
Helen Morgan, torch singer, cantora das canções de vítima, das dependentes emocionais, das sofredoras…
Atriz que encontrou em Julie (de «Showboat») sua definitiva interpretação de uma vítima, de uma dependente emocional, de uma sofredora… papel com qual sempre foi identificada – e com o qual provávelmente se identificava.
Helen que morreu aos 41 anos de idade de cirrose pela fato de ser uma vítima, uma dependente emocional e uma sofredora afundando suas amarguras e frustrações dentro de garrafas de alcool…
Aqui numa clássica interpretação, num momento de esperança no qual indagava o que não faria pelo seu homem…
Pena só que estas esperanças eram sempre tão efemeras, como tudo na vida...
sábado, 24 de janeiro de 2015
Salomé: Richard Strauss & Oscar Wilde...
“Salomé” de Richard Strauss...
Baseada na peça escrita (em frances) por Oscar Wilde é, infelizmente, famosa para o publico não conhecedor sómente pela cena da “Dança dos sete véus”… Uma pena e injustiça com o trabalho de Strauss que com “Salomé”, e “Elektra”, conseguiu uma nova dinamica para a Ópera moderna elevando-a à uma nova dimensão, apesar da forte agressividade e brutalidade com que ambos relatos, temas são tratados…
Quando penso na cena final de “Salomé”… na qual Salomé declara seu amor – e beija a cabeça recém decapitada de João Batista/Jochanaam… fogem-me palavras e penso no choque em que deve ter causado ao público germanico da Austria e Alemanha, países em que desde centenas de anos é considerado de “bom tom” não se falar ou de emoções ou sentimentos (aí minha simples explicação para o uso desenfreado de anti-depressivos por aqui… ).
Deve ter sido, ainda é, um choque para as platéias assistir, presenciar, viver tal dilúvio de desprazeres, envolvimentos, tara, loucura e desgostos…
Acho interessantíssimo Strauss ter feito nos anos 30 (“Salomé” foi concluída em 1905) uma versão em frances, mais próxima à inspiração original (peça de Oscar Wilde que, nas palavras do mesmo, continha vários “Motivs” recorrentes que a faziam próxima de uma peça de música) e que, apesar de muito desconhecida hoje em dia (tenho uma versão com o Soprano australiano Marjorie Lawrence) dá, ao meu ver, mais enfase pela maior dramaticidade do idioma fraces, à perigosa combinação de um tema bíblico, erotismo e amor passional/crime…
Uma “Trinca” que atraiu em sua essencia Wilde mas que chocou o público despreparado, conservador…
Nao é à toa que esta obra foi banida na Inglaterra até 1910 e que Gustav Mahler (na época diretor da Ópera de Viena) não conseguiu permissão para encená-la em Viena, fato só corrigido em 1918!
Por incrível que pareça, a Première na Austria foi em Graz, capital da Styria mas na realidade “província”, em 1906, regida pelo próprio autor ( e no público não só a presença de Schönberg, Puccini mas também de Mahler).
Em N.Y., depois da Première, ela foi cancelada por exigencia de patrocinadores que a consideram indecente… Muito me admira que hoje em dia, numa América tão cheia de pudores, “Salomé” possa ser livremente encenada…
Ontem tive infelizmente a infortúnia de assistir um péssimo espetáculo de «Salomé» na Ópera de Viena, que não comentarei, e hoje acordei com vontade de tirá-lo da minha lembrança.
Procurando e procurando, finalmente reencontrei a cena final numa versão do Covent Garden que gostaria de lhes apresentar…
Maravilhoso mise-en-scène com a expressiva, forte Nadja Michael, Soprano alemão de primeira categoria, natural de Leipzig e talvez a mais completa Salomé da atualidade.
Em toda as fotos desta “tertúlia”: Nadja Michael.
domingo, 11 de janeiro de 2015
Swanee (Judy Garland)
Swanee, o primeiro sucesso de George Gershwin...
Esta canção foi escrita em 1919, no primeiro andar de um onibus que percorria Manhattan, por ele em coloboração com Irving Caesar.
Não foi práticamente “notada” pelo público e passou completamente desapercebida...
Mas só por um pequeno período de tempo:
Quando o famoso Al Jolson ouvi-a pela primeira vez apaixonou-se por ela e decidiu-se a usá-la num de seus shows.
O público literalmente “delirou” e “Swanee”, hoje gravada centenas de vezes por vários intérpretes, tornou-se uma das canções mais memoráveis da história do teatro musical americano, um dos maiores sucessos de Gershwin e do próprio Al Jolson.
Querida Judy cantou “Swanee” em “Nasce uma estrela” (A star is born, 1954) e este “monumento” do Show Bizz americano transformou-se num de seus carros-chefes em Concertos, Discos...
Eu sempre considerei que esta cena não se enquadrava bem na sequencia de “Born in a Truk” (dirigida por George Cukor... quem sou EU para criticar o grande Cukor?).
Não faz muito “redescobri” esta cena mais uma vez na minha vida e com um outro olhar mudei completamente de opinião...
o que às vezes faz muito bem...
Sim, o passar doa anos nos dá o presente de novas leituras...
Ela é deliciosamante “emoldurada” por um lindo elenco, por uma ótima coreografia (adaptada às limitações de Garland que não era bailarina), por um colorido ao mesmo tempo Hollywoodiano e “muito Broadway” e por um palco que nos faz lembrar uma caixinha de surpresas... tudo bem "couchy-couchy".
e Judy...
...bem, Judy é Judy, e aqui na sua melhor fase do Cinema (1954), ótimamente dirigida e no top de sua capacidade vocal...
E esta voz maravilhosamente metálica...
Sim, Judy foi, é única!
Esta canção foi escrita em 1919, no primeiro andar de um onibus que percorria Manhattan, por ele em coloboração com Irving Caesar.
Não foi práticamente “notada” pelo público e passou completamente desapercebida...
Mas só por um pequeno período de tempo:
Quando o famoso Al Jolson ouvi-a pela primeira vez apaixonou-se por ela e decidiu-se a usá-la num de seus shows.
O público literalmente “delirou” e “Swanee”, hoje gravada centenas de vezes por vários intérpretes, tornou-se uma das canções mais memoráveis da história do teatro musical americano, um dos maiores sucessos de Gershwin e do próprio Al Jolson.
Querida Judy cantou “Swanee” em “Nasce uma estrela” (A star is born, 1954) e este “monumento” do Show Bizz americano transformou-se num de seus carros-chefes em Concertos, Discos...
Eu sempre considerei que esta cena não se enquadrava bem na sequencia de “Born in a Truk” (dirigida por George Cukor... quem sou EU para criticar o grande Cukor?).
Não faz muito “redescobri” esta cena mais uma vez na minha vida e com um outro olhar mudei completamente de opinião...
o que às vezes faz muito bem...
Sim, o passar doa anos nos dá o presente de novas leituras...
Ela é deliciosamante “emoldurada” por um lindo elenco, por uma ótima coreografia (adaptada às limitações de Garland que não era bailarina), por um colorido ao mesmo tempo Hollywoodiano e “muito Broadway” e por um palco que nos faz lembrar uma caixinha de surpresas... tudo bem "couchy-couchy".
e Judy...
...bem, Judy é Judy, e aqui na sua melhor fase do Cinema (1954), ótimamente dirigida e no top de sua capacidade vocal...
E esta voz maravilhosamente metálica...
Sim, Judy foi, é única!
sábado, 3 de janeiro de 2015
Jacques Brel: ne me quitte pas
Oh Jacques, por que se foi assim , tão cedo?
Voce nos deixou... cedo demais... e ainda continua nos dizendo "Ne me quitte pas".
Isso não é justo... Saudades...
Voce nos deixou... cedo demais... e ainda continua nos dizendo "Ne me quitte pas".
Isso não é justo... Saudades...
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