quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Tamara Rojo & Johan Kobborg em Don Quixote... quando palavras são supérfluas...
Mesmo caíndo no perigoso risco de me tornar repetitivo, não pude resistir à tentaçäo de colocar esta preciosidade aqui… é simplesmente impossível quando se assiste momentos assim no Ballet: sublimes.
Tamara Rojo dá vida à uma Kitri, que eu nunca tinho visto – desta forma.
Completa.
Palavras säo supérfluas para TENTAR dizer o que sinto quanto a assisto.
Maravilhosa artista! Maravilhosos artistas!
Corrijo Artistas: o "A" maiúsculo não pode faltar!
Tamara Rojo & o dinamarques Johan Kobborg!
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
REMEMBERING: Tamara Rojo & Julio Bocca
Pensando em Julio Bocca e naquela sua forma tão espontanea de ser, dançar…
pensando no seu cabelo que sempre foi desalinhado e mal cortado…
pensando em sua arte que sempre foi sublime e excepcional…
E, como uma coisa chama outra,
pensando também em Tamara Rojo… nome, talento único…
pensando nestes absurdos “balances” que tinha…
pensando em sua linda, inteligente forma de interpretar…
pensando nela. Só nela.
Sorry Julio... agora esqueci de voce...
Que bom reassistir estes dois «latinos» e desfrutar de tanta arte…
Só pensando…
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sábado, 25 de janeiro de 2014
The Music Lovers, 1970
Um esquecido filme de Ken Russell... O único realmente BOM trabalho de ator de Richard Chamberlain, acompanhado dos atores que faziam parte da "Companhia" de Ken e da maravilhosa, inesquecível Glenda Jackson...
Como a linguagem de Ken me fascina.
Até hoje.
Como por exemplo 44 anos depois deste filme ter sido feito...
Será que sua linguagem é assim, eterna?
Ou a idade me transforma num ser que só entende mesmo o que entendeu na juventude?
Pergunta difícil...
Se a segunda afirmação for verdadeira, terei que admitir que estou ficando velho...
E a afirmação de Lizzie Velasquez à qual me referi semana passada ("O que nos define?") torna-se ainda mais interessante - apesar de dolorosa.
Admitir que a "idade" me define...
Aí passo a sentir-me como a data de validade duma lata de boníssimo leite condensado que expirou...
Será?
P.S. Porque "leite condensado"? Por que nada tão denso, concentrado e rico me ocorreu...
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Um punhado de pó (A Handful of Dust, 1988): a great british film
Publicada em 1934 esta „Novel“ de Evelyn Waugh (“Brideshead revisited”) foi considerada pelo Time Magazine uma das melhores „100“ novelas inglesas publicadas entre 1923 e o presente… “Um punhado de pó” (como “Handful of dust” foi traduzida para o portugues) nos fala da suave confrontação entre a alta burguesia e a classe mercantil, apaziguada pela discreta emergencia social de uns, pelo desejo de uma vida mais urbana de outros e pelo silencio dos realmente educados…
Tony e Brenda Last vivem numa casa que mais assemelha-se a um “bolo de noiva”. Hetton Abbey uma abadia em estilo gótico vitoriano, datada e fora de moda, para o gosto da época. John Beaver vem visitá-los um fim-de-semana. Este empobrecido emergente social ve num „caso de amor“ com Brenda uma chance de ascenção monetária e social. Ela, enfadada com a vida campestre, anseia por prazeres urbanos… Um "ajuda" o outro, por assim dizer.
Quando o filho dos Lasts more num acidente eqüestre, Brenda decide se divorciar. Tony concorda mas muda de idéia quando descobre que a famíla de Brenda (a pedido de Beaver) pede um arranjo finaceiro tão alto que obrigaria Tony a vender suas propriedades. Ele adia toda e qualquer decisão e decide tomar parte por seis meses numa expedição para o Amazonas. O destino começa a colocar “suas manguinhas de fora”.
Tony adoece sériamente (malária?) . Ele e seu companheiro, Dr.Messinger, são abandonados pelos caboclos que os acompanhavam. Não tendo outra opção Dr. Messinger tenta pedir ajuda, só, de barco, para morrer brutalmente num acidente numa catarata. Tony está agora só.
Tony acorda um dia numa aldeia, no meio da selva, distante completamente da civilização... Um mestiço de idade, um chamado Mr.Todd, pergunta-lhe se ele sabe ler. Respondendo „Claro“ ele assina para sempre a sua sentença de aprisionamento. Ele passa a ler Charles Dickens todos os dias, todo o dia para Mr.Todd.
Neste interim o relacionamento de Brenda com John Beaver esfriou, já que estava mais do que óbvio que ela não iria tornar-se uma rica divorciada.
Descobrindo que alguns ingleses estão na selva, Mr. Todd convida Tony para uma “festa” indígena. Nesta ele bebe uma mistura desconhecida para acordar no “dia seguinte” tremulo, doente. Mr. Todd revela misteriosamente que ele dormiu mais de dois dias… mesmo assim Tony não percebe a “trama” que foi feita ao seu redor… Só quando começa a procurar seu relógio recebe a resposta cínica que “alguns ingleses estiveram lá, procurando por ele, mas como ele dormia, Mr. Todd não pensou em incomodá-lo… mesmo assim deu seu relógio para eles, como prova de que tinha estado lá e não esqueceu de mostrar a cruz que haviam feito para ele “por ocasião de sua chegada” à aldeia”.
Ele encena a morte de Tony, que está agora "entregue" a ele.
Trama, intriga horrenda e diabólica.
Na Inglaterra Tony é declarado morto. Brenda, ainda não divorciada dele, recebe toda a herança e dedica um monumento colocado no jardim de Hetton ao seu marido, antes de novamente se casar e viver feliz para sempre…
Pobre Tony… O único personagem realmente “bom” desta “Novel” é o que mais sofre com o destino… em farrapos, num calor equatorial , este homem fino e educado passa o resto de sua vida lendo Charles Dickens em voz alta… repetindo livro após livro (Mr.Todd só tinha alguns…). E os monstros "vencem".
Há poucos dias reassisti a adaptação cinematográfica de 1988, dirigida por Charles Sturridge. Muito estranho o fato dela ter-me mais impressionado do que o livro. Mas quero rele-lo de qualquer forma…
Grande elenco: James Wilby como Tony, a lindíssima e talentosa Kristin Scott Thomas como Brenda, Rupert Graves como John Beaver e um maravilhoso Alec Guiness como o falso, egoísta e odioso Mr.Todd. Judi Dench assumiu o papel de Mrs.Beaver – a gananciosa mãe que guia os passos do filho cuidadosamente. Stephen Fry e Anjelica Huston são mais nomes preciosos para o elenco.
Mas algo não sai de minha cabeça: a relação entre esta estória, o porque de ter-me deixado tão revoltado e um discurso que assisti há pouco tempo de Lizzie Velasquez, uma “motivadora oral”. Ela pergunta simplesmente ao seu publico: “O que é que realmente os define? Que características?”. Esta pergunta que sempre me coloco e que é tão difícil de responder… Normalmente sabemos o que NÃO nos define mas coragem é necessária para admitir a si mesmo o que realmente o faz. E “Um punhado de pó” muito me ajudou. Pelo menos num ponto da minha “definição”.
Este título (A handful of dust), aliás, é uma referencia a um poema chamado “The Waste Land” de T.S.Eliot:
I will show you something different from either
Your shadow at morning striding behind you
Or your shadow at evening rising to meet you;
I will show you fear in a handful of dust.
Leiam só o final: “Eu lhe mostrarei medo num punhado de pó”…
A manipulação, a falsidade com a qual o personagem de Tony é tratado por Mr. Todd me revolta extrememente. E poucas coisas existem que tanto me incomodem quanto o sentimento de estar sendo manipulado. Talvez só mesmo o sentimento de impotencia, o não poder decidir por mim mesmo o que quero – ou melhor colocado: a impotencia de ser confrontado com uma decisão (final) tomada para mim mas não por mim… Muitos chamariam isto de "sentido de liberdade". Eu considero a coisa mais complicada do que isso.
Um crítico colocou muito bem em palavras o que sentimos assistindo o filme:
"A Handful of Dust" is about two monsters of selfishness and the suffering that they cause. One is a woman who takes a young lover, and willingly destroys her family and its traditions in the process. The other is a man who likes to be read aloud to. The victim of both of these creatures is one of the nicest men you'd ever want to meet, a British aristocrat named Tony Last , who foolishly allows himself to trust in traditions."
(“Um punhado de pó“ é sobre dois monstros de egoísmo e o sofrimento que eles causam. Um é a mulher que pega um jovem amante, e propositalmente destrói sua família com suas tradições neste processo. O outro é um homem que gosta que leiam alto para ele. A vítima destas duas criaturas é o homem mais agradável que voce conhecerá na sua vida, um aristocrata britanico chamdo Tony Last, que bobamente se permite acreditar em tradições”)
e
"A Handful of Dust" has more cruelty in it than a dozen violent Hollywood thrillers, and it is all expressed so quietly, almost politely."
“Um punhado de pó“ possui mais crueldade em si do que uma dúzia de violentos suspenses de Hollywood e é todo expressado tão calmamente, quase como que cortesmente”
Sim, talvez só um punhado de pó… mas de tão grande sensibilidade.
Como a capa do DVD coloca simples- e perfeitamente: “ A great british film”. Sim, grande!
Recomendo.
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
"Our love affair" (1957)
Será que alguém ainda se lembra deste esquecido filme que nos fez chorar e soluçar de tanta emoção numa época em que tudo, e talvez nós também, éramos mais "naïve", profundamente mais impressionáveis e definitivamente muito mais puros? Penso em épocas nas quais a palavra "terrorismo" ainda era inexistente...
Que épocas...
Reassistindo nos últimos tres dias uma antiga série inglesa chamada “A woman of substance” na qual a querida Deborah Kerr tem um dos papéis principais, fiquei pensando sobre esta “english rose” (na realidade nascida na Escócia) que nos fascinou durante décadas numa grande diversidade de papéis…
Esta “classe” nata parece ter desaparecido das telas. Ela não mais existe. Saudades destas «Ladies» do cinema, principalmente destas «english roses»: gentis, delicadas, de bom gosto, simples, discretas mas fortes como aço quando necessário. Sim... com aquela qualidade - que alguém colocou tão bem em palavras – que nos faz entender «o porque deles terem vencido a guerra». Saudades destas atrizes...
Vou dedicar minhas próximas semanas aos filmes de Kerr que já há muito não assisto… Começarei talvez hoje mesmo com “Narcisso Negro”.
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domingo, 12 de janeiro de 2014
Les Parapluies de Cherbourg (Recit de Cassard)
Um momento, um „recit“ que sempre me deixa cheio de melancolia. De uma bonita melancolia...
Beleza de extrema sensibilidade esta composição do grande Michel Legrand…
Cassard:
Autrefois, j’ai aimé une femme.
Elle ne m’aimait pas.
On l’appelait Lola, autrefois.
Déçu, j’ai voulu l’oublier,
alors j’ai quitté la France.
Je suis allé au bout du monde, mais la vie me paraissait sans attrait.
Et puis, le hasard m’a mis sur votre route.
Mais que j’ai vu Geneviève j’ai su que je l’attendais.
Depuis cette rencontre ma vie a pris un autre sens.
À tout instant c’est elle que je vois.
Je ne vis que pour elle !
Je ne pense plus qu’à elle !
J’ai voulu vous parler franchement.
Vous ne m’en voudrez pas ?
Il n’est bien sûr pas question d’influencer Geneviève.
Geneviève est libre.
Demain, je repars à Amsterdam pour trois mois.
À mon retour, Geneviève me donnera elle-même sa réponse.
Mme Émery:
Je ne sais que vous dire !
Cassard:
Mais ne me dites rien.
Geneviève décidera elle-même.
Bonsoir, Madame.
Mme Émery:
Bonsoir, Monsieur Cassard
Beleza de extrema sensibilidade esta composição do grande Michel Legrand…
Cassard:
Autrefois, j’ai aimé une femme.
Elle ne m’aimait pas.
On l’appelait Lola, autrefois.
Déçu, j’ai voulu l’oublier,
alors j’ai quitté la France.
Je suis allé au bout du monde, mais la vie me paraissait sans attrait.
Et puis, le hasard m’a mis sur votre route.
Mais que j’ai vu Geneviève j’ai su que je l’attendais.
Depuis cette rencontre ma vie a pris un autre sens.
À tout instant c’est elle que je vois.
Je ne vis que pour elle !
Je ne pense plus qu’à elle !
J’ai voulu vous parler franchement.
Vous ne m’en voudrez pas ?
Il n’est bien sûr pas question d’influencer Geneviève.
Geneviève est libre.
Demain, je repars à Amsterdam pour trois mois.
À mon retour, Geneviève me donnera elle-même sa réponse.
Mme Émery:
Je ne sais que vous dire !
Cassard:
Mais ne me dites rien.
Geneviève décidera elle-même.
Bonsoir, Madame.
Mme Émery:
Bonsoir, Monsieur Cassard
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
"Carmina Burana", "Bolero" & "Afternoon of a Faun" (Volksoper, 5.1.2014)
Quite obviously one already knew which themes to expect: Carmina Burana, Bolero & Afternoon of a Faun are woks which deal with relationships, man/woman but most of all with love, sex and desire…loads of it. Profanity at its best.
Let’s put it this way: we were not awaiting a “spiritual” programme.
Let us start with te second part of yesterday’s afternoon.“Bolero”.
We cannot close our eyes to the fact that it is nearly impossible to upstage Maurice Béjart’s masterpiece from 1961. I admire very much audacity and I was willing secretly to enjoy.
But even though András Lukács’ choreography is sometimes quite ostentatiously based upon Béjart’s work, it lacks the timing, the “crescendo” of it.
Béjarts’ choreography might “exist” without Ravel’s notes. This one could not.
The dancers were very well rehearsed but something was missing. Inventivity.
Vesna Orlic’s “Carmina Burana”, the last piece yesterday’s show is definitely a great relief after seeing her “One Thousand and one Nights” just a few months ago.
Having seen a terrible performance of “Carmina”in Rio de Janeiro just some months ago (in which a “soloist” called Edifranc Alves kept insisting on upstaging his fellow dancers, even adding bits and heads where there shouldn’t have been any), I was very impressed by the discipline of the ensemble. Group work.
Some moments were very creative, others in which Miss Orlic tried to be humorous became a bit tasteless, risquée (like the “Can-Can” and the string-Tangas at the very end of “In Taberna”).
The use of the Singers (and the Children) directly on stage was in fact very good – even if Elisabeth Schwarz gave a very insecure and raucous performance.
Lázlo Benedek as “Fortuna” and Samuel Colombet, in full command on point shoes, (I prefer to call this role “The bird” instead of “Black Swan”) were inspiring.
I think that lots more of attention should be given to the preparation of the roles – but that is a point that I keep repeating and repeating. For example, lovely Rebecca Horner (very thin at the moment), had exactly the same expressions and attitude as in “One Thousand and one Nights” and “ Out of Tango” last season. All three pieces not coincidentally Mrs Orlic’s…. Dancers need coaching, direction!
But you might be wondering why I have left the first part of the evening to finish this dissertation with. I simply the kept to best for the End.
Afternoon of a Faun.
Boris Nebyla’s new “reading” of the piece is enchanting: sensual, sexual, full of desire but at the same time earth and NEVER vulgar! What a relief not having to watch a copy of a copy of a supposed interpretation by Nijinsky.
Even though Debussy’s “Prelúde a l’aprés midi dun faune” is not musically as popular to audiences in comparison to “Bolero” and “Carmina”, it brought down the house.
But not only the music was the cause for such a ovation from the audience.
There is only way of describing it: Tainá Ferreira Luiz and Mihail Sosnovschi gave a sort of “show stopper” performance. Nobody could move as if we were all in a sort of trance. I even think that I heard no one coughing in the theatre… Miss Luiz and Mr. Sosnovschi’s chemistry on stage is enormous.
Analysing her closely I realized that this strong dancer has an incredible “inner light” – precisely the very same quality that always fascinates me in Mr. Sosnovschi. Both don’t “play” their roles. They WERE completely inside their roles yesterday, they WERE their roles!
And the audience realized that: both dancers got the longest applauses of the evening. How fitting!
And to think that I nearly missed this performance for having lost my Glasses...
Just a thought: I wonder when Miss Luiz will give us her first “Myrtha”… she’d be perfect in it!
Bem, óbviamente sabia-se que temas esperar: Carmina Burana, Bolero & Tarde de um Fauno são trabalhos que lidam com relações, homem/mulher mas acima de tudo com amor, sexo e desejo… montões dele. O melhor da profanação.
Coloquemos desta forma: não estávamos esperando por um programa “espiritual”.
Comecemos com a Segunda parte da tarde de ontem.“Bolero”.
Não podemos fechar nossos olhos ao fato que é quase impossível ofuscar a obra-prima de Maurice Béjart de 1961. Eu muito admiro audacidade e estava secretamente disposto a gostar.
Mas mesmo que a coreogafia de András Lukács seja algumas vezes ostentativamente baseada no trabalho de Béjart, lhe falta “tempo”, o “Crescendo” dela.
A coreografia de Béjart poderia “existir” sem as nota de Ravel. Esta não.
Os bailarinos estavam muito bem ensaiados mas algo faltou. Inventividade.
“Carmina Buraa” de Vesna Orlic, a última parte do espetáculo de ontem foi definitivamente um grande alívio depois de ter visto seu “As mil e uma Noites” há alguns meses.
Tendo visto uma terrível apresentação de “Carmina” no Rio de Janeiro só alguns meses atrás (na qual um “solista” chamado Edifrac Alves ficou insistindo em ofuscar seus companheiros de danca, até adicionando cacos e cabeças aonde não deveriam existir nenhumas), fiquei muito impressionado com a disciplina da companhia. Trabalho de Grupo.
Alguns momentos foram bastante criativos, outros nos quais Miss Orlic tentou ser humorada tornaram-se de mau gosto, risquée (Como o « Can-Can » e as String-Tangas no final de « In Taberna »)
O uso dos cantores (e das crianças) diretamente no palco foi muito bom – mesmo que Elisabeth Schwarz tenha dado uma atuação insegura e estridente.
Lázlo Benedek como “Fortuna” e Samuel Colombet, em pleno comando em sapatilhas de ponta (Prefiro chamar este papel de “O pássaro” e não de “Cisne Negro”) estavam inspiradores.
Penso que muito mais de atenção deveria ser dada à preparação dos papéis – mas este é um ponto no qual insisto e que não paro de repetir. Por exemplo, adorável Rebecca Horner (Magérrima no momento), teve exatamente as mesmas expressões e atitude como em “As mil e uma Noites » e « Out of Tango ». Todas as tres peças feitas “por acaso” por Miss Orlic… Bailarinos necessitam “Coaching”, direção!
Mas voces devem se perguntar o porque de ter deixado a primera parte do espetáculo para fechar esta dissertação. Eu simplesmente guardei o melhor para o Final.
“A tarde um Fauno“.
A nova “leitura” de Boris Nebyla para esta peça é encantadora: sensual, sexual, cheia de desejo mas ao mesmo tempo “earthy” e jamais vulgar! Que alívio não ter que ter assistido uma cópia da cópia de uma suposta atuação de Nijinsky.
Mesmo que “Prélude a l’aprés midi dun faune” de Debussy não seja musicalmente tão popular com platéias em comparação a «Bolero» ou “Carmina”, trouxe a casa abaixo.
Mas não só a música foi a causa da tremenda ovação do público.
Só há uma maneira de se descrever isso: Tainá Ferreira Luiz e Mihail Sosnovschi deram uma espécie de atuação “que para o show”. Ninguém podia se mover como se o público estivesse numa espécie de “transe”. Até acho que ninguém tossiu no teatro… A química entre Miss Luiz e Mr. Sosnovsci no palco é enorme.
Analizando-a de perto, eu percebi que esta forte bailarina tem “luz interior” – precisamente a mesma qualidade que me fascina em Mr. Sosnovschi. Ambos não tem que «atuar» seus papéis. Eles estavam completamente dentro de seus personagens ontem, eles ERAM os personagens!
E o público percebeu isso: ambos bailarinos receberam os aplausos mais longos de toda a tarde. Que apropriado!
E pensar que quae perdi este espetáculo por ter perdido meus óculos…
Só um pensamento: Me pergunto quando Miss Luiz nos dará sua primeira “Myrtha”… ela seria perfeita neste papel!
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Jerome Robbins "Concerto" - Wiener Staatsballet, 2011
I won't say many words about it... the dancing, the timing, the humour of these tallented, beautiful six girls say it all:
Laura Nistor, Anita Manolova, lovely Ezter Ledan, Franziska Wallner-Hollinek, Marta Drastíková & Ludmila Trayan
(Vienna State Opera, Monte Carlo, Dec. 2011).
Não vou dizer muitas palavras... a dança, o "timing", o humor destas seis talentosas, bonitas meninas dizem tudo:
Laura Nistor, Anita Manolova, maravilhosa Ezter Ledan, Franziska Wallner-Hollinek, Marta Drastíková & Ludmila Trayan
(Vienna State Opera, Monte Carlo, Dezembro 2011).
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