segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"Carmina Burana", "Bolero" & "Afternoon of a Faun" (Volksoper, 5.1.2014)




Quite obviously one already knew which themes to expect: Carmina Burana, Bolero & Afternoon of a Faun are woks which deal with relationships, man/woman but most of all with love, sex and desire…loads of it. Profanity at its best.
Let’s put it this way: we were not awaiting a “spiritual” programme.


Let us start with te second part of yesterday’s afternoon.“Bolero”.
We cannot close our eyes to the fact that it is nearly impossible to upstage Maurice Béjart’s masterpiece from 1961. I admire very much audacity and I was willing secretly to enjoy.
But even though András Lukács’ choreography is sometimes quite ostentatiously based upon Béjart’s work, it lacks the timing, the “crescendo” of it.
Béjarts’ choreography might “exist” without Ravel’s notes. This one could not.
The dancers were very well rehearsed but something was missing. Inventivity.


Vesna Orlic’s “Carmina Burana”, the last piece yesterday’s show is definitely a great relief after seeing her “One Thousand and one Nights” just a few months ago.
Having seen a terrible performance of “Carmina”in Rio de Janeiro just some months ago (in which a “soloist” called Edifranc Alves kept insisting on upstaging his fellow dancers, even adding bits and heads where there shouldn’t have been any), I was very impressed by the discipline of the ensemble. Group work.


Some moments were very creative, others in which Miss Orlic tried to be humorous became a bit tasteless, risquée (like the “Can-Can” and the string-Tangas at the very end of “In Taberna”).
The use of the Singers (and the Children) directly on stage was in fact very good – even if Elisabeth Schwarz gave a very insecure and raucous performance.
Lázlo Benedek as “Fortuna” and Samuel Colombet, in full command on point shoes, (I prefer to call this role “The bird” instead of “Black Swan”) were inspiring.
I think that lots more of attention should be given to the preparation of the roles – but that is a point that I keep repeating and repeating. For example, lovely Rebecca Horner (very thin at the moment), had exactly the same expressions and attitude as in “One Thousand and one Nights” and “ Out of Tango” last season. All three pieces not coincidentally Mrs Orlic’s…. Dancers need coaching, direction!


But you might be wondering why I have left the first part of the evening to finish this dissertation with. I simply the kept to best for the End.
Afternoon of a Faun.
Boris Nebyla’s new “reading” of the piece is enchanting: sensual, sexual, full of desire but at the same time earth and NEVER vulgar! What a relief not having to watch a copy of a copy of a supposed interpretation by Nijinsky.
Even though Debussy’s “Prelúde a l’aprés midi dun faune” is not musically as popular to audiences in comparison to “Bolero” and “Carmina”, it brought down the house.
But not only the music was the cause for such a ovation from the audience.


There is only way of describing it: Tainá Ferreira Luiz and Mihail Sosnovschi gave a sort of “show stopper” performance. Nobody could move as if we were all in a sort of trance. I even think that I heard no one coughing in the theatre… Miss Luiz and Mr. Sosnovschi’s chemistry on stage is enormous.
Analysing her closely I realized that this strong dancer has an incredible “inner light” – precisely the very same quality that always fascinates me in Mr. Sosnovschi. Both don’t “play” their roles. They WERE completely inside their roles yesterday, they WERE their roles!

And the audience realized that: both dancers got the longest applauses of the evening. How fitting!
And to think that I nearly missed this performance for having lost my Glasses...


Just a thought: I wonder when Miss Luiz will give us her first “Myrtha”… she’d be perfect in it!






Bem, óbviamente sabia-se que temas esperar: Carmina Burana, Bolero & Tarde de um Fauno são trabalhos que lidam com relações, homem/mulher mas acima de tudo com amor, sexo e desejo… montões dele. O melhor da profanação.
Coloquemos desta forma: não estávamos esperando por um programa “espiritual”.


Comecemos com a Segunda parte da tarde de ontem.“Bolero”.
Não podemos fechar nossos olhos ao fato que é quase impossível ofuscar a obra-prima de Maurice Béjart de 1961. Eu muito admiro audacidade e estava secretamente disposto a gostar.
Mas mesmo que a coreogafia de András Lukács seja algumas vezes ostentativamente baseada no trabalho de Béjart, lhe falta “tempo”, o “Crescendo” dela.
A coreografia de Béjart poderia “existir” sem as nota de Ravel. Esta não.
Os bailarinos estavam muito bem ensaiados mas algo faltou. Inventividade.


“Carmina Buraa” de Vesna Orlic, a última parte do espetáculo de ontem foi definitivamente um grande alívio depois de ter visto seu “As mil e uma Noites” há alguns meses.

Tendo visto uma terrível apresentação de “Carmina” no Rio de Janeiro só alguns meses atrás (na qual um “solista” chamado Edifrac Alves ficou insistindo em ofuscar seus companheiros de danca, até adicionando cacos e cabeças aonde não deveriam existir nenhumas), fiquei muito impressionado com a disciplina da companhia. Trabalho de Grupo.


Alguns momentos foram bastante criativos, outros nos quais Miss Orlic tentou ser humorada tornaram-se de mau gosto, risquée (Como o « Can-Can » e as String-Tangas no final de « In Taberna »)
O uso dos cantores (e das crianças) diretamente no palco foi muito bom – mesmo que Elisabeth Schwarz tenha dado uma atuação insegura e estridente.
Lázlo Benedek como “Fortuna” e Samuel Colombet, em pleno comando em sapatilhas de ponta (Prefiro chamar este papel de “O pássaro” e não de “Cisne Negro”) estavam inspiradores.
Penso que muito mais de atenção deveria ser dada à preparação dos papéis – mas este é um ponto no qual insisto e que não paro de repetir. Por exemplo, adorável Rebecca Horner (Magérrima no momento), teve exatamente as mesmas expressões e atitude como em “As mil e uma Noites » e « Out of Tango ». Todas as tres peças feitas “por acaso” por Miss Orlic… Bailarinos necessitam “Coaching”, direção!


Mas voces devem se perguntar o porque de ter deixado a primera parte do espetáculo para fechar esta dissertação. Eu simplesmente guardei o melhor para o Final.
“A tarde um Fauno“.
A nova “leitura” de Boris Nebyla para esta peça é encantadora: sensual, sexual, cheia de desejo mas ao mesmo tempo “earthy” e jamais vulgar! Que alívio não ter que ter assistido uma cópia da cópia de uma suposta atuação de Nijinsky.
Mesmo que “Prélude a l’aprés midi dun faune” de Debussy não seja musicalmente tão popular com platéias em comparação a «Bolero» ou “Carmina”, trouxe a casa abaixo.
Mas não só a música foi a causa da tremenda ovação do público.


Só há uma maneira de se descrever isso: Tainá Ferreira Luiz e Mihail Sosnovschi deram uma espécie de atuação “que para o show”. Ninguém podia se mover como se o público estivesse numa espécie de “transe”. Até acho que ninguém tossiu no teatro… A química entre Miss Luiz e Mr. Sosnovsci no palco é enorme.
Analizando-a de perto, eu percebi que esta forte bailarina tem “luz interior” – precisamente a mesma qualidade que me fascina em Mr. Sosnovschi. Ambos não tem que «atuar» seus papéis. Eles estavam completamente dentro de seus personagens ontem, eles ERAM os personagens!

E o público percebeu isso: ambos bailarinos receberam os aplausos mais longos de toda a tarde. Que apropriado!
E pensar que quae perdi este espetáculo por ter perdido meus óculos…


Só um pensamento: Me pergunto quando Miss Luiz nos dará sua primeira “Myrtha”… ela seria perfeita neste papel!

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