domingo, 22 de setembro de 2013

Fanny & Le parapluies de Cherbourg: Temas franceses vistos por dois pontos de vista…


Se existem dois filmes, que na semente de sua trama principal, tem um enredo/roteiro parecidíssimo estes são “Fanny” (Joshua Logan, 1961) e “Les parapluies de Cherbourg” (“Os guarda-chuvas do amor”, Jacques Demy, 1964): nos dois a “heroína” engravida do namorado que vai embora da cidade onde moram, deixando-a para que se case com um homem que não ama. O Namorado não sabe do nascimento do filho (Fanny) / filha (Parapluies).

Uma coisa porém sempre me deixou curioso… A forma como Joshua Logan teve um “olhar tão frances” através da camera e de sua direção, da mesma forma como Demy teve um “olhar extremamente Americano” no seu filme…

Ambos filmes práticamente “esquecidos” hoje em dia… Mesmo assim quero colocar aqui dois (tres na verdade) curtos videos destes dois trabalhos, pedindo que comparem o olhar frances de um diretor Americano ao olhar Americano do diretor frances quando tratando o mesmo tema… Amor frustrado... Muito interessante…


“Fanny” surpreende pelo desempenho (e beleza) de Leslie Caron, numa fase muito “atriz”, vinda do precioso filme ingles “The doctor’s dilemma” (1958) e indo para o aclamadíssimo “The L-shaped room” (1962) no qual não só ganharia um troféu da BAFTA (British Academy of Fim and Television Arts), como melhor atriz, como também seria nominada para um merecido Oscar…


Uma cena que me fascina... Marseille, Notre Dame de la Garde, as vendedoras de peixe no porto vistas pelos olhos de Josh Logan... (Perdoem-me, foi impossível fazer um upload desta maravilhosa cena entre - as atrizes - mãe e filha em ingles, idioma original do filme...)



E aqui algumas outras cenas, em original... um filme tão precioso... uma jóia esquecida!



“Les parapluies de Cherbourg” é talvez hoje só lembrado pela (lacrimogenica) música de Michel Legrand e por ter sido um dos primeiros filmes (o terceiro na verdade) de Catherine Deneuve.

Apesar da primeira parte do filme (que é na íntegra cantado) agradar muito, principalmente pelo seu uso de cores (muitas delas quentes), ele perde em “ritmo” na sua segunda parte e tende a tornar-se muito “piegas” pelo tratamento que dá à gravidez indesejada de Geneviéve (Deneuve).


Aqui a cena final do filme, no posto de gasolina "americano", com uma árvore de natal "americana" e com o penteado "americano" de Catherine: Amor frustrado, incapacidade de expressar-se, dois estranhos sem saber o que dizer... triste momento porém muito verdadeiro.



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