sábado, 6 de julho de 2013
Tempos de emoção III: Come to the Moon
Um número, uma canção de Gershwin que foi, por anos, práticamente esquecida... Sim, um dos seus primeiros números a serem apresentados no teatro profissional, “Come to the Moon” foi parte da “Capitol Revue” de 1919.
Por razões que só o destino poderia explicar, uma outra composição de Gershwin foi colocada neste mesmo Show (no Teatro Capitol).
Esta canção tinha sido originalmente composta para uma Revue chamada “Demi-Tasse” mas não teve grande impacto.
Gershwin e seu partner, Irving Caesar, alegavam te-la composto em mais ou menos 10 minutos enquanto estavam num onibus em Manhattan, terminando-a no apartamento de George (que na época tinha 20 anos!). Só uma “brincadeira” que parodiava um sucesso da época, chamado “Old folks at Home” (palavras que, por sinal, fazem parte da letra da música).
Na “Capitol Revue” ela foi mais uma vez usada usada, como um “big production number”, com 60 coristas dançando com luzes nas suas sapatilhas num palco escurecido, transformando-se num grande sucesso.
Ah!!! O nome da canção?
“Swanee” – o primeiro grande sucesso de George, que até hoje, é lembrada, tocada… tendo sido eternizada por Al Jolson, que a cantou nu Show seu em 1920 pela primeira vez, depois de ouvir George tocando-a numa festa e depois Judy Garland em "A Star is born", vários discos e Shows.
Não é necessário dizer que “Swanee” ofuscou todos os outros números do Show e que a sensível balada “Come to the Moon” práticamente desapareceu por completo do Mundo do Entertaimment, da memória do público e nunca era mencionada quando se falava do “acervo musical” de Gershwin.
Por este motivo tenho orgulho em reapresenta-lá aqui, neste Show (que como muitos de voces sabem, reencontrei há pouco tempo) em homenagem aos 50 anos do falecimento de Gershwin, para qual ela foi apresentada, sendo práticamente “redescobeta” pelo público. Como o próprio nome do Show diz: “‘s wonderful"
Mas voces estarão se perguntando: Porque um momento de emoção?
Desta vez “Come to the Moon” recebeu o tratamento merecido e transformou-se num (small) “production number” mas com todo trato e carinho merecido. Uma pequena jóia em si, com um “timing” preciso.
Esta “jóia”, à qual acima me refiro, é maravilhosamente interpretada vocalmente pelos tres cantores do (infelizmente desaparecido) “Manhattan Rythim Kings” (que pena, eles eram MARAVILHOSOS!) e por um pequeno corps de ballet que está 100% afinado ao “estilo” e "charme" de então (Sim, aquele maravilhoso momento dos palcos americanos no final da primeira década do século passado, ainda antes do Charleston…).
Gostaria de acrescentar que é um prazer ouvir o som de Gershwin, em sua primeira fase musical (da qual também “Somebody loves me” é originária e que em breve veremos aqui nas "Tertúlias"), na qual ainda usava, adicionalmente aos (novos) ritmos americanos (notem que o número, ao final, tranforma-se quase num “ragtime”), muitas influencias folclóricas judáicas e também o trabalho clássico de Rubinstein…
Ouçam com atenção. Entenderão com certeza o que digo…
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