sexta-feira, 1 de março de 2013

Lizzie Borden: Assassinatos que inspiraram o Cinema & o Ballet?


O CASO “LIZZIE BORDEN” - 1892

No dia 4 de agosto do ano acima mencionado, Andrew Borden tinha ido ao centro de Fall River, cidadezinha de Massachusetts, para resolver coisas no banco e no correio. Ele voltou à sua casa mais ou menos às 10:45 hs… Lizzie Borden, sua filha, encontrou seu corpo mutilado meia hora depois!



Lizzie, solteirona de 32 anos de idade foi acusada de homicídio. Durante o processo, a empregadinha dos Borden, Bridget Sullivan testemunhou que ela estava deitada, descansando no seu quarto no terceiro andar da casa depois de ter limpado janelas, quando ouviu logo depois das 11:00 hs Lizzie chamando-a e dizendo que alguém tinha assassinado seu pai! Seu corpo foi encontrado na sala de estar, deitado num sofá. Ele tinha sido morto à machadadas…

Logo depois, enquanto a nervosa Lizzie estava sendo acudida por seus vizinhos e pelo medico da família, a mesma empregada descobriu o também mutilado corpo de Abby Borden, a madrasta das irmãs Borden no chão do quarto de hóspedes (sim, Lizzie tinha uma irmã mais velha, Emma Borden, que não estava em casa durante estes acontecimentos!). Ela também tinha sido assassinada. Fortes machadadas deformavam seu cranio, como acontecera com Andrew (o globo ocular deste tinha sido partido em dois!).



Muitas fatos continuam até hoje inexplicados… Um machado sem cabo foi encontrado no porão. Sem nenhuma mancha de sangue. Mas teria sido o cabo retirado por estar ensanguentado?

Nenhuma roupa ensanguentada foi encontrada. Mas porque Lizzie queimou um vestido numa fornalha alguns dias depois do assassinato? Ou haveria cometido os crimes completamente nua como foi sugerido durate alguma fase do processo? Sugestão esta que chocou os U.S.A. na época…

Por algum desconehecido motivo não foi mencionado o fato que Lizzie tentara comprar numa farmácia um frasco de cianeto de hidrogenio (poderoso veneno) para supostamente limpar uma capa de pele de foca um dia antes dos assassinatos. Porque?

Alguns dias antes todos os moradores da casa “Borden” estiveram misteriosamente doentes (restos de comida deixados sobre um fogao estavam deteriorados… disse-se na época…). Todos os moradores da casa foram porém examinados, inclusive os estomagos de Andrew e Abby foram retirados dos cadáveres, para esta investigação. Teria Lizzie tentado envenená-os? Nenhum vestígio de veneno foi encontrado...



Por falta de provas concretas Lizzie foi absolvida e enviada da prisão para casa… Ela continuou morando em Fall River apesar do ostracismo com o qual foi tratada pela população local até sua morte… As irmãs dexaram a casa "do pai (abaixo) e mudaram-se para uma melhor vizihança.



Até hoje ainda existem especulações sobre as mortes de Andrew e Abby Borden… Muitas sugestões sobre desavenças entre os familiares, por motivos financeiros, são até hoje cogitadas.

De qualquer forma. Julgamento ou não, assassinato premeditado por Lizzie ou não, este caso transformou-se numa “cause célèbre americaine” e inspirou uma rima até hoje cantada por criancinhas (que coisa mais mórbida!):


Lizzie Borden took an axe,
gave her mother forty whacks.
When the job was neatly done,
(ou “When she saw what she had done”)
she gave her father forty-one.


Lendas urbanas… na verdade sua madastra "só" sofreu 18 ou 19 machadadas e seu pai 11!

Lenda porém não é o fato que os cranios de Andrew e Abby foram separados dos corpos, para serem usados como prova durante o processo (Lizzie desmaiou ao ve-los) para depois serem enterrados junto aos corpos, mas não perto dos ombros senão ao pé da cova perto dos pés dos cadáveres!)

FALL RIVER LEGEND – o Ballet (1948)

Eu assisti só uma vez a alguns pedaços do Ballet “Fall River Legend” baseado na vida de Lizzie Andrew Borden.
Um dos trabalhos mais conhecidos do “ícone” da dança Americana, Agnes de Mille, ele tem a distinção de ainda ter a assinatura de Morton Gould na parte musical.



O ballet teve sua Premiere com o American Ballet Theatre e com Alicia Alonso no papel de Lizzie (simplesmente chamada na obra “a acusada”) em 1948. Outras “Lizzies” seguiram seus passos como por exemplo Nora Kaye (esposa do diretor de Cinema Herbert Ross e, mais tarde, diretora do ABT)



e mais recentemente Julie Kent



e Gillian Murphy na temporada de 2007 no New York City Center!



Os pedaços que assisti há alguns anos atrás eram porém com o Dance Theatre of Harlem com a magnífica Virginia Johnson no papel principal…
"Legend" é um trabalho para uma bailarina/atriz de grande personalidade, assim como que Blanche em "Um bonde chamado desejo", Lizzie é um personagem complexo, de muitas nuances, muit difícil de ser interpretado... Personagem digno de um Ferri, de uma jovem Haydée e no Brasil de uma Martinelli... sim trabalho para uma bailarina/atriz de grande personalidade!



(Coincidencia que neste curto "pot-pourri" da dramática Johnson, grande bailarina do Dance Theatre of Harlem, estejam incluídos, ao lado de Lizzie, papéis como Desdemona e Blanche DuBois?)

Um Ballet forte, doído, emocional, visceral… mas com um erro histórico tão fatal para a verissidade da estória, que me deixa desagradavelmente incomodado… De Mille alterou o curso histórico dos fatos quando deixou Lizzie ser declarada culpada das mortes pelo tribunal… Certas liberdades são “un peu trop”. Não acham?



THE LEGEND OF LIZZIE BORDEN – o Filme (1975)

O (interessante) filme para a televisão de 1975 nos dá um “insight” mais preciso e amplo do caráter de Lizzie – mas esta Lizzie do filme também é uma culpada, uma assassina sem pudor ou moral (No filme foi usada a “suposta” nudez enquanto matava suas duas vítimas a machadadas!). Mas, fielmente à história e aos fatos, ela permanece porém livre. O final do filme nos faz crer que Lizzie era uma fria e calculista assassina… mas se ela não foi assim na realidade?



Quase tão interessante como a própria “lenda” sobre Lizzie é o fato de Elizabeth Montgomery, conhecida de “A feiticeira” (Bewitched) ter sido usada no papel de Lizzie (que alguns anos depois do processo, passou a chamar-se “Lizbeth A. Borden” para evitar a atenção sobre sua pessoa, já que ao longo de sua vida vários livros com teorias sobre o crime foram escritos.

Elizabeth Montgomery (Liz? Lizzie?) encontrou mais uma forma de liberar-se como atriz definitivamente das algemas de “Samantha Stevens”.




Por algum motivo, o filme foi considerado "chocante" na época em que apareceu na televisão. Eu lembro-me de te-lo assistido atentamente. Revendo-o depois de mais de 35 anos há pouco tempo não fiquei nada desapontado: a direção é boa, precisa, com a correta porção de “suspense”, sarcasmo, morbidez… e Elizabeth Montgomery magnífica como a solteirona Lizzie.



Mas de volta à Lizzie Borden… o fascinante mistério continua até hoje não resolvido…
E se Lizzie foi na realidade inocente dos crimes dos quai foi acusada...
Tanta suposição a troco de nada?

Um comentário:

Anônimo disse...

A casa continua aqui do mesmo jeito por dentro e por fora, moro aqui em Fall River s mais d 5 anos