Relembrando o magnífico bailarino Jean Charles Gil (Na realidade Juan Carlos Gil, bailarino nascido na Espanha em 1959).
Um dos meus grandes ídolos nos anos 80, ele debutou em N.Y. numa Gala do ABT no Lincoln Center em 1988..
Alguns anos antes eu tive a grande sorte de poder assistí-lo em «As Quatro Estações» (Vivaldi), coreografia de Roland Petit na Praça da São Marcos, ao ar livre ao lado de Dominique Kalfouni, e Denys Ganio! Uma noite inesquecível para mim já que foi a primeira vez que «entendi» Vivaldi… Lembro-me de um suave vento e de não saber se estava sonhando tudo aquilo ou nâo…
Como Jean Charles me impressionou… Ele já então era um bailarino com um „huge following“. Impressionante!
Ele ainda me impressiona todas as vezs que o reassisto num DVD desta obra, feito, para minha grande felicidade exatamente naquela noite em que a assisti… Que bailarino!
Linhas masculinas como nunca mais voltei a ve-las.
Linhas de uma impressionante máscula suavidade… como se uma fina camada de espuma envolvesse seu corpo.
Jean Charles fez uma grande decisão aos 17 anos de idade: unir-se ao Ballet National de Marseilles onde Roland Petit, encantado por seu talento, nomeou-o “Etoile” e criou especialmente para ele ballets como Les Amours de Franz, Les Hauts de Hurlevents (O Morro dos Ventos uivantes – uma obra divina !) e Rosa…
Em 1983 ele foi honrado pela Imprenssa ameriana com o título de melhor Bailarino do ano. Debutando só em 1988 nos U.S.A. ele teve, depois de uma longa Tournee pelo país, a distinguida honra de dançar em Giselle na celebração dos 100 anos do “Met” a pedido pessoal de Baryshnikov!!!!!
Sua carreira, a meu ver hoje extremamente “esquecida”, levou-o do Canada para dançar com Evelyn Hart ao Scala para dividir o palco com Carla Fracci… e a incríveis trabalhos coreográficos com Joseph Lazzini, Karole Armitage, Uwe Scholz e até William Forsythe.
Ele foi solista do San Francisco Ballet de1985 a 1988, onde dançou uma outra “linha” de trabalhos como por exemplo coreografias de Balanchine e Jerome Robbins.
Muitos não esquecerão sua colabroração com Noëllla Pontois… Eu os imagino juntos... Noëllla era uma linda bailarina...
Nureyev convidou-o como “guest star” para a Opera de Paris para dançar na sua produção de “Romeu e Julieta” – o que causou um certo “frisson” de inveja e muitas intrigas nos bailarinos da casa… Maurice Béjart lhe deu “O pássaro de Fogo” para as apresentações no Grand Palais por ocasião da celebração dos 200 anos da Revolução Francesa… a última vez em que o vi no palco!
Ele foi “Etoile” dos Ballets de Monte-Carlo de1991 a 1997 e por aí vai seu imenso “Curriculum Vitae”.
Depois de mais de 20 anos dançando ao redor do Globo, Gil comeæou sua carreira como coreografo em “Electre” para o Ballet of the Grand Théâtre de Bordeaux.
Criou em 1999 o “Ballet des Jeunes d’Europe” e depois em 2003 o “BALLET D’EUROPE” . Esta companhia, onde ainda está, foi estabelecida em Allauch (perto de Marseilles).
Toda uma vida dedicada ao Ballet…
Como disse no início desta “Tertúlia”:
Relembrando o magnífico bailarino Jean Charles Gil .
Um dos meus grandes ídolos nos anos 80, ele debutou em N.Y. numa Gala do ABT no Lincoln Center em 1988..
Aqui um registro de uma noite histórica!!!!
Saudades de talentos assim… que parecem estar tão esquecidos hoje em dia pelo público…
... e aqui seu trabalho atual!
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