Sabendo que minha amiga Danielle Crepaldi gosta muito de Jeanette MacDonald, dedico-lhe com muito carinho esta postagem que, acho, vai dar-lhe uma nova informação sobre uma não mais tão jovem Jeanette!
Na semana passada estava ouvindo no carro o último CD de Liza Minelli que chama-se “Confessions” – um “relato” bem honesto sobres suas canções preferidas, aquelas que ela costumava cantar depois dos shows, junto aos seus companheiros de teatro – aqueles momentos íntimos nos quais a classe artística “entertain” a classe artística… momentos que existem até hoje no bar do “Algonquin” na 44th Street em N.Y..
Este “álbum” parece ter sido feito em momentos de grande dificuldade na vida de Liza – antes e depois de uma operação que fez. Tudo acompanhado do sabor amargo de “dor” e “recuperação”. Chapeau para esta artista que não só escolheu material musical perfeito para sua voz e técnica momentaneas, como também por ter passado “por cima” da dor…
Entre as canções que interpreta, uma se destacou imensamente para mim: “On such a night as this”. Quanto mais a ouvia, mais parecia-me já conhece-la… seu texto melancólico “conta” de Julieta, Gershwin, Wagner, Robert Taylor, Garbo, Judy Garland e Jeanette Mac Donald!
Sua melodia ficou gravada na minha cabeça e eu me “peguei” cantarolando-a durante dias…
Ontem me lembrei de onde a conhecia… e loucamente comecei a mexer em tres gavetões lotados de cassetes que não são tocados há anos !
Finalmente encontrei um de Michael Feinstein chamado „Live at the Algonquin“ (mais uma vez o Algonquin… e os shows dados no famoso “Oak Room” que foi gerenciado muitos anos por uma cantora austríaca que nao só cantava como também cozinhava (no “Oak Room” do Algonquin pode-se jantar muito bem) em sete línguas: Greta Keller
(para quem não a conhece basta ouvir na trilha sonora de “Cabaret” a canção “Heiraten”).
De volta a Michael Feinstein. Sim, foi ele que ressucitou esta esquecida canção de Hugh Martin (compositor entre outras de grandes sucessos de Garland como «The trolley Song », «Have yourself a merry little Christmas “, “The boy next door” e de cinco musicais da Broadway!).
Mas porque “esquecida”?
Em 1962 Marshall Barer e Hugh Martin estavam escrevendo o « score » de um novo musical para a Broadway. Este deveria ser chamado “A little Night Music” (título que não tem nenhuma relação com o musical de Stephen Sondheim composto mais tarde).
O show estava sendo escrito especialmente para duas pessoas: a veterana do cinema (e de recitais) Jeanette MacDonald e uma jovem menina que começava a “despontar”, Liza Minelli.
MacDonald, já uma “quase sessentona”, estava bem longe dos seus dias “glamourosos” na Metro e de sua muito especial, singular beleza…
Este número, um dueto cantado por MacDonald e Minelli, deveria “se passar” com as duas índo de set a set no velho Backlot da MGM!
Que fantástica idéia – ouvir a própria Jeanette cantando sobre ela mesma e Liza sobre sua mae!
There’s something in the air that you can sense
Elusive but unbearably intense
The Stars are hanging there in bright suspense
As they prepare to light immense events
On such a night as this
did young Lorenzo swear
he’d gladly swim a thousand seas
to please his lady fair?
On such night
did Wagner write
“The evening star”?
‘Neath such a moon
stood Lorna done
and Lochinvar?
On such a night as this
Did gentle Juliet cry
“Forget that I’m a Capulet
and set me by thy side”?
Hurry, my sweet
Wings on your feet
You musn’t miss
The sheer delight
On such a night
as this
‘Twas such a night as this
when Judy Garland swore
“I just adore him
How I can ignore the boy next door”?
On such a night
Did Gershwin write
His Rhapsody ?
On such a set
did young Jeanette
sing, “Lover come back to me”?
On such a night as this
Did Robert Taylor sigh
As Garbo gave a little cough
And wandered off to die?
Lately I find
I’m disinclined
To reminisce
Except, perhaps
On such a night as this…
Aqui Tod Hall num momento "romantico" com "On such a night as this"!
Outro detalhe da produção – ao meu ver também muito interessante – foi uma outra composição chamada “Wasn’t it romantic?”.
Jeanette tinha cantado em “Love me tonight” (com Maurice Chevalier) a canção intitulada “Isn’t it romantic?”.
Uma cena pedia que uma MacDonald mais velha cantasse “Wasn’t it romantic?” simultaneamente a imagem de uma jovem MacDonald, numa tela, na cena de “Love me tonight” cantando “Isn’t it romantic?”.
Que idéia sensacional…
Mas MacDonald adoeceu gravemente com um problema coronário do qual já sofria desde os anos 50 e que seria para ela fatal. O projeto foi esquecido, Liza estreiou em “Flora, the red Menace” e estas canções caíram no “limbo” do esquecimento. Agora foram ressucitadas.
Uma pena o mundo não ter visto “A little Night Music”.
Agora nos resta a memória destas melodias e muita imaginação…
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