Quando técnica demais prejudica...
Nunca fui um grande fã de Barbra Streisand (como voces devem ter notado aqui já que práticamente nunca me referi a ela) mas adoro certos desempenhos musicais seus como em “Funny Girl”, “Hello Dolly!”, “On a clear day you can see forever” e até certos filmes como “What’s up, doc?” (“Esta pequena é uma parada” de Peter Bogdanovich) e o lacrimejante (e bonito) “The way we were” (Acho que no Brasil chamou-se “Nosso amor de ontem"). Parei para pensar e percebi que os personagens "dela" que me realmente encantam são as moças judias (Fanny Brice, Dolly Levi e Kathie de "The way we were"). Yidish... e meu íntimo contato com esta cultura...
Tentei há algumas semanas atrás dar uma nova chance a um DVD que estava bem empoeirado no canto de uma estante e reassisti um show de Barbra de 1994.
Minha opinião sincera? Quase morri de tédio pois achei tudo tãããããããooooo chato…
Explico: não me refiro à Barbra dos anos 60, à Barbra do Brooklyn, à Barbra que adorava dar umas escorregadas no “Jidisch”… Me refiro porém à esta “persona californiana estilizada” criada por ela mesma, à esta persona que fala ingles correta- e eloquentemente, à esta persona “estudada” na qual se transformou… Sinto falta de mais espontaneidade. De "character"...
Quel dommage!
Comparei duas cenas em que canta a mesma canção – 27 anos separam ambas – e a minha decepção não poderia ter sido maior. Não estou falando de juventude, de “breijeirice”. Nem de envelhecer. Não.
Falo, infelizmente, de uma retrogressão como artista. Onde está aquela mulher que “jogava a voz no mundo” e nos abalava e emocionava? Só vejo uma longínqua sombra dela…
A canção? “He touched me” de uma esquecida peça de 1965 (“Drat! The cat !”) com Lesley Ann Warren e Elliot Gould. Ele, marido de Streisand na época, cantava esta música… mas como “She touched me”… Ela ficou com a música e o número #1# da Bilboard! Danadinha...
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Este é um daqueles casos nada frequentes nos quais o progresso técnico não ajuda pois interfere no meridiano das emoções tornando tudo o que era explosivo, sincero e espontaneo numa performance perfeita porém tão controlada até os últimos detalhes que a emoção não mais passa para o público, não "rompe" a quarta parede do palco...
Assistindo-a “hoje” penso que está até ao lado de si como que controlando com um cronometro o tempo de suas canções para que caibam melhor no futuro DVD, no CD... para render mais US$...
Precisa, metódica, técnica. Falhar é humano e bom... Transforma artistas em pessoas reais, humanas...
Não imagino esta Barbra de 1994 dominando um Central Park como o fez magistralmente em 1967…
Vejam ao que me refiro no memorável Show “A happening in Central Park” de 1967.
Streisand voou de Hollywood onde preparava seu primeiro filme – «Funny Girl». Seu "público" era composto de admiradores da Broadway, de televisão e de seus discos… Ao total mais de 40.000 espectadores, 12 (YES, só doze !) seguranças… Tempo anterior è Guerra dois seis (ou sete) dias entre o Egyto e Israel...
Como o mundo era bonito antes do terrorismo…
E essa “menina” de 24 ou 25 anos fazendo todos vibrar, chorar…
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