segunda-feira, 2 de maio de 2011

REMEMBERING: Eartha Kitt e ♫ ♪ Je cherche un homme, un homme, un homme... ♫ ♪

Gosto de ouvir às vezes velhos discos de Eartha Kitt. Em certos números considero sua voz uma das coisas mais charmosas da história... em outras, tenho que confessar, ela me irrita um pouco. Soa-me como uma gata miando... Estranho... ela foi nos anos 60 a "Catwoman" da série "Batman". Nunca havia pensado nisso em conjunto com sua voz! Mas, uma coisa é certa, a "persona" Eartha Kitt, criada ou por ela ou pela vida que teve, não é nada "common-place"! Acho interessantíssima esta mulher que trabalhou com tantos... inclusive com Orson Welles!



Eartha deve ter sido uma pessoa muito complexa. Cheíssima de emoções. Talentosa. Complicada. Amorosa. Temperamental. Agressiva.
Me lembro de uma entrevista, quase um documentário, que assisti uma vez na televisão, no qual todos estes adjetivos acima mencionados vieram à superfície… e como!

Fascinante sua trajetória.
Sua ida para a Europa e depois seu adquirido domínio da lingua francesa (consta que ela falava quatro idiomas e cantava em sete) que, mesmo nas suas canções em ingles, deu-lhe um ar todo especial, continental.



Mas o que mais me marcou nesta entrevista foi uma experiencia extremamente pessoal contada por ela.

Bem em início de sua carreira, ela retornou da Europa e não encontrava emprego em NY. Ela cita muito carinhosamente, e chorando, o nome de um produtor da Broadway que lhe conseguiu um emprego.

O porque do choro?
Sua situação finaceira na época era tão desesperadora que ela se encontrou sem dinheiro e comida em Times Square “andando as ruas”, "fazendo" o trotoir.
Sim, Eartha confessou nas entrelinhas mas muito claramente, que foi obrigada a se prostituir para poder sobreviver.
E foi num desses momentos que ele a encontrou.
E ajudou-a, tirou-a daquele Milleu, deu-lhe trabalho como cantora.

Ela sobreviveu.



Não esqueço sua expressão, seus olhos vermelhos – não esqueço a forma como ela nos descreveu sua trágica situação. O respeito e agradecimento que sentia por este senhor eram imensos. Pena não me lembrar do seu nome.
Ela teve muita coragem em “se despir” assim, perante uma camera.
Isso numa fase em que vivia um "come-back" e cantava para uma geração mais nova "This is my life", em ritmo de discoteca no final dos anos 80.

Fico pensando num de seus sucessos “menos” conhecidos: “Je cherche un Homme”… e no que ela pensava enquanto cantava, com uma voz adorável, essas palavras…

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