Chegando hoje de volta à Viena depois de uns dias em New York.
Cansado (na realidade exausto), jet-lagged, confuso, com sono…
Mesmo assim não posso deixar de falar sobre um novo Show que assisti na sexta-feira passada…
Bem, para ser mais preciso, uma nova montagem de um velho show dos anos 30:
O impecável “Anything Goes” de Cole Porter no “Stephen Sondheim Theatre“.
Maravilhosa produção de extremo bom gosto com números musicais (e de sapateado) simplesmente extasiantes (tudo sob a inimitável marca registrada de Porter).
De “I get a Kick out of you” a “You’re the Top”, de “Easy to love” a “It’s de-lovely”, do número que dá o título à peça ao eterno “Blow, Gabriel, Blow”!
Joel Grey ( o “Emcee” de Cabaret) dá uma ótima, inesquecível performance como “Moonface Martin”, Colin Donnel (Billy) é um novo talento do qual provávelmente muito ouviremos, Laura Osnes (Hope Harcourt) uma ótima bailarina e cantora MAS é Sutton Foster que “rouba” o show com sua “Reno Sweeney” – extremamente “New Yorkish”, ela atua, canta e dança maravilhosamente… Ela é engraçada, vivaz, uma “belter” e tanto, uma fantástica bailarina como uma prefeita sapateadora (ainda por cima sexy, bonita e comica ao mesmo tempo… coisa rara!). MUITO, MUITO recomendável!!!!!!! Foi uma das melhores coisas que assisti até hoje na Broadway... para mim uma noite inesquecível que foi terminada com Cocktails no Bar giratório do New York Marriot Marquis!
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E aqui o número completo para um "Good Morning America"! Divirtam-se!
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
♪ ♫ Start spreadin' the News ♫ ♪ I'm leaving' today... I wanna be a part of it, New York, N.Y. ♪ ♫
Well, not really... I'm not leaving today but... AFTER Tomorrow!
Mal posso esperar para rever meu edíficio predileto... e fazer tantas coisas que adoro e que fazem parte da "philosophy of being Ricardo"!!! :-))
E aqui Liza, na primeira vez que a vimos em 1977 cantando o que se tornaria o hino inoficial dessa cidade (e de todos que a amam!).
I'm looking forward to it!!!! Again!!!!
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
REMEMBERING: the outrageous Tallulah Bankhead
Tallulah Bankhead, que maravilha... Alguém aqui conhece "Lifeboat" de Hitchcock?
Uma personalidade "larger than life". Nao é por menos que Bette Davis inspirou-se tao menuciosamente nesta "imagem cliche" de atriz... Bette, como Margot Channing (A Malvada/ All about Eve, 1950) nao só usou o mesmo corte de cabelo de Tallulah na época como "usou e abusou" de bourbon, cigarettes e escova de cabelo durante o filme - os "essenciais" de Tallulah...
Tallulah, às vezes até mais conhecida pelos seus depoimentos do que realmente pela sua arte... bem, pelo menos para nós que nao tivemos a oportunidade de ve-la brilhando nos palcos da Broadway como, por exemplo, em "The skin of our teeth" de Thorton Wilder ou "The little foxes" de Lillian Hellmann, entre outras, por causa de duas "technicalities" chamadas "tempo" e "geografia"...
Aqui algumas de suas inesquecíveis exclamacoes:
* If I had to live my life again, I'd make the same mistakes, only sooner.
* It's the good girls who keep diaries, the bad girls never have the time.
Uma de suas mais "gostosas" exclamacoes, aconteceu porém quando, durante uma festa numa roda muito animada, ela, foi informada que cocaína "viciava"... uma indignada Tallulah, para quem esta opcao era incogitável, respondeu: "This is absolutely ridiculous. I should know it, I've been taking it since years!".
Porém, para mim, a estória mais "talluliana" que conheco foi-me contada um dia em N.Y.por "alguém que conheceu alguém, que foi sobrinho de um amigo de alguém que teve como conhecido a ex noiva de um futuro jornalista" (nota da redacao: nao sabe-se porém o que aconteceu com o dito jornalista).
Tallulah, que sempre chegava atrasada à qualquer lugar devido à sua "afeicao" à "bourbon & cigarettes", chegou também neste determinado dia muito atrasada à portaria de seu prédio na Park Ave., aonde lhe esperava este jovem futuro jornalista acima mencionado, para uma entrevista. Tallulah sofria de um problema cronico, realmente terrível, de "gases". Subindo juntos no elevador para seu apartamento, Miss Tallulah nao pode mais controlar-se... O ex-futuro jovem repórter perguntou embasbacado: "Miss Tallulah, did you fart?" Ela simplesmente repondeu sacudindo os ombros: "Of course, dahling! Or do you think that I smell like this all the time?".
Folclore? Talvez mas de qualquer forma: Bravo Tallulah!!!!! Espero que voce esteja numa versao de um American Bar, lá no céu, sempre "outrageous", aproveitando seus cigarros & bourbon e usando sua famosa escova.
Que bom que voce nao viu no que a América do Norte transformou-se... Logo voce com seus cigarros! God bless, Dahling!
P.S. Só para constar: "Miss" Tallulah fez moda da palavra "Darling" que ela, no seu sotaque sulista, pronunciava "Dahling"!
E aqui um raríssima Tallulah no "I love Lucy" com Lucille Ball, Ricky Ricardo, Ethel e Fred!!!! I love them!
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sexta-feira, 6 de maio de 2011
He touched me: Streisand "acontecendo" (mesmo) no Central Park...
Quando técnica demais prejudica...
Nunca fui um grande fã de Barbra Streisand (como voces devem ter notado aqui já que práticamente nunca me referi a ela) mas adoro certos desempenhos musicais seus como em “Funny Girl”, “Hello Dolly!”, “On a clear day you can see forever” e até certos filmes como “What’s up, doc?” (“Esta pequena é uma parada” de Peter Bogdanovich) e o lacrimejante (e bonito) “The way we were” (Acho que no Brasil chamou-se “Nosso amor de ontem"). Parei para pensar e percebi que os personagens "dela" que me realmente encantam são as moças judias (Fanny Brice, Dolly Levi e Kathie de "The way we were"). Yidish... e meu íntimo contato com esta cultura...
Tentei há algumas semanas atrás dar uma nova chance a um DVD que estava bem empoeirado no canto de uma estante e reassisti um show de Barbra de 1994.
Minha opinião sincera? Quase morri de tédio pois achei tudo tãããããããooooo chato…
Explico: não me refiro à Barbra dos anos 60, à Barbra do Brooklyn, à Barbra que adorava dar umas escorregadas no “Jidisch”… Me refiro porém à esta “persona californiana estilizada” criada por ela mesma, à esta persona que fala ingles correta- e eloquentemente, à esta persona “estudada” na qual se transformou… Sinto falta de mais espontaneidade. De "character"...
Quel dommage!
Comparei duas cenas em que canta a mesma canção – 27 anos separam ambas – e a minha decepção não poderia ter sido maior. Não estou falando de juventude, de “breijeirice”. Nem de envelhecer. Não.
Falo, infelizmente, de uma retrogressão como artista. Onde está aquela mulher que “jogava a voz no mundo” e nos abalava e emocionava? Só vejo uma longínqua sombra dela…
A canção? “He touched me” de uma esquecida peça de 1965 (“Drat! The cat !”) com Lesley Ann Warren e Elliot Gould. Ele, marido de Streisand na época, cantava esta música… mas como “She touched me”… Ela ficou com a música e o número #1# da Bilboard! Danadinha...
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Este é um daqueles casos nada frequentes nos quais o progresso técnico não ajuda pois interfere no meridiano das emoções tornando tudo o que era explosivo, sincero e espontaneo numa performance perfeita porém tão controlada até os últimos detalhes que a emoção não mais passa para o público, não "rompe" a quarta parede do palco...
Assistindo-a “hoje” penso que está até ao lado de si como que controlando com um cronometro o tempo de suas canções para que caibam melhor no futuro DVD, no CD... para render mais US$...
Precisa, metódica, técnica. Falhar é humano e bom... Transforma artistas em pessoas reais, humanas...
Não imagino esta Barbra de 1994 dominando um Central Park como o fez magistralmente em 1967…
Vejam ao que me refiro no memorável Show “A happening in Central Park” de 1967.
Streisand voou de Hollywood onde preparava seu primeiro filme – «Funny Girl». Seu "público" era composto de admiradores da Broadway, de televisão e de seus discos… Ao total mais de 40.000 espectadores, 12 (YES, só doze !) seguranças… Tempo anterior è Guerra dois seis (ou sete) dias entre o Egyto e Israel...
Como o mundo era bonito antes do terrorismo…
E essa “menina” de 24 ou 25 anos fazendo todos vibrar, chorar…
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Nunca fui um grande fã de Barbra Streisand (como voces devem ter notado aqui já que práticamente nunca me referi a ela) mas adoro certos desempenhos musicais seus como em “Funny Girl”, “Hello Dolly!”, “On a clear day you can see forever” e até certos filmes como “What’s up, doc?” (“Esta pequena é uma parada” de Peter Bogdanovich) e o lacrimejante (e bonito) “The way we were” (Acho que no Brasil chamou-se “Nosso amor de ontem"). Parei para pensar e percebi que os personagens "dela" que me realmente encantam são as moças judias (Fanny Brice, Dolly Levi e Kathie de "The way we were"). Yidish... e meu íntimo contato com esta cultura...
Tentei há algumas semanas atrás dar uma nova chance a um DVD que estava bem empoeirado no canto de uma estante e reassisti um show de Barbra de 1994.
Minha opinião sincera? Quase morri de tédio pois achei tudo tãããããããooooo chato…
Explico: não me refiro à Barbra dos anos 60, à Barbra do Brooklyn, à Barbra que adorava dar umas escorregadas no “Jidisch”… Me refiro porém à esta “persona californiana estilizada” criada por ela mesma, à esta persona que fala ingles correta- e eloquentemente, à esta persona “estudada” na qual se transformou… Sinto falta de mais espontaneidade. De "character"...
Quel dommage!
Comparei duas cenas em que canta a mesma canção – 27 anos separam ambas – e a minha decepção não poderia ter sido maior. Não estou falando de juventude, de “breijeirice”. Nem de envelhecer. Não.
Falo, infelizmente, de uma retrogressão como artista. Onde está aquela mulher que “jogava a voz no mundo” e nos abalava e emocionava? Só vejo uma longínqua sombra dela…
A canção? “He touched me” de uma esquecida peça de 1965 (“Drat! The cat !”) com Lesley Ann Warren e Elliot Gould. Ele, marido de Streisand na época, cantava esta música… mas como “She touched me”… Ela ficou com a música e o número #1# da Bilboard! Danadinha...
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Este é um daqueles casos nada frequentes nos quais o progresso técnico não ajuda pois interfere no meridiano das emoções tornando tudo o que era explosivo, sincero e espontaneo numa performance perfeita porém tão controlada até os últimos detalhes que a emoção não mais passa para o público, não "rompe" a quarta parede do palco...
Assistindo-a “hoje” penso que está até ao lado de si como que controlando com um cronometro o tempo de suas canções para que caibam melhor no futuro DVD, no CD... para render mais US$...
Precisa, metódica, técnica. Falhar é humano e bom... Transforma artistas em pessoas reais, humanas...
Não imagino esta Barbra de 1994 dominando um Central Park como o fez magistralmente em 1967…
Vejam ao que me refiro no memorável Show “A happening in Central Park” de 1967.
Streisand voou de Hollywood onde preparava seu primeiro filme – «Funny Girl». Seu "público" era composto de admiradores da Broadway, de televisão e de seus discos… Ao total mais de 40.000 espectadores, 12 (YES, só doze !) seguranças… Tempo anterior è Guerra dois seis (ou sete) dias entre o Egyto e Israel...
Como o mundo era bonito antes do terrorismo…
E essa “menina” de 24 ou 25 anos fazendo todos vibrar, chorar…
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segunda-feira, 2 de maio de 2011
REMEMBERING: Eartha Kitt e ♫ ♪ Je cherche un homme, un homme, un homme... ♫ ♪
Gosto de ouvir às vezes velhos discos de Eartha Kitt. Em certos números considero sua voz uma das coisas mais charmosas da história... em outras, tenho que confessar, ela me irrita um pouco. Soa-me como uma gata miando... Estranho... ela foi nos anos 60 a "Catwoman" da série "Batman". Nunca havia pensado nisso em conjunto com sua voz! Mas, uma coisa é certa, a "persona" Eartha Kitt, criada ou por ela ou pela vida que teve, não é nada "common-place"! Acho interessantíssima esta mulher que trabalhou com tantos... inclusive com Orson Welles!
Eartha deve ter sido uma pessoa muito complexa. Cheíssima de emoções. Talentosa. Complicada. Amorosa. Temperamental. Agressiva.
Me lembro de uma entrevista, quase um documentário, que assisti uma vez na televisão, no qual todos estes adjetivos acima mencionados vieram à superfície… e como!
Fascinante sua trajetória.
Sua ida para a Europa e depois seu adquirido domínio da lingua francesa (consta que ela falava quatro idiomas e cantava em sete) que, mesmo nas suas canções em ingles, deu-lhe um ar todo especial, continental.
Mas o que mais me marcou nesta entrevista foi uma experiencia extremamente pessoal contada por ela.
Bem em início de sua carreira, ela retornou da Europa e não encontrava emprego em NY. Ela cita muito carinhosamente, e chorando, o nome de um produtor da Broadway que lhe conseguiu um emprego.
O porque do choro?
Sua situação finaceira na época era tão desesperadora que ela se encontrou sem dinheiro e comida em Times Square “andando as ruas”, "fazendo" o trotoir.
Sim, Eartha confessou nas entrelinhas mas muito claramente, que foi obrigada a se prostituir para poder sobreviver.
E foi num desses momentos que ele a encontrou.
E ajudou-a, tirou-a daquele Milleu, deu-lhe trabalho como cantora.
Ela sobreviveu.
Não esqueço sua expressão, seus olhos vermelhos – não esqueço a forma como ela nos descreveu sua trágica situação. O respeito e agradecimento que sentia por este senhor eram imensos. Pena não me lembrar do seu nome.
Ela teve muita coragem em “se despir” assim, perante uma camera.
Isso numa fase em que vivia um "come-back" e cantava para uma geração mais nova "This is my life", em ritmo de discoteca no final dos anos 80.
Fico pensando num de seus sucessos “menos” conhecidos: “Je cherche un Homme”… e no que ela pensava enquanto cantava, com uma voz adorável, essas palavras…
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Eartha deve ter sido uma pessoa muito complexa. Cheíssima de emoções. Talentosa. Complicada. Amorosa. Temperamental. Agressiva.
Me lembro de uma entrevista, quase um documentário, que assisti uma vez na televisão, no qual todos estes adjetivos acima mencionados vieram à superfície… e como!
Fascinante sua trajetória.
Sua ida para a Europa e depois seu adquirido domínio da lingua francesa (consta que ela falava quatro idiomas e cantava em sete) que, mesmo nas suas canções em ingles, deu-lhe um ar todo especial, continental.
Mas o que mais me marcou nesta entrevista foi uma experiencia extremamente pessoal contada por ela.
Bem em início de sua carreira, ela retornou da Europa e não encontrava emprego em NY. Ela cita muito carinhosamente, e chorando, o nome de um produtor da Broadway que lhe conseguiu um emprego.
O porque do choro?
Sua situação finaceira na época era tão desesperadora que ela se encontrou sem dinheiro e comida em Times Square “andando as ruas”, "fazendo" o trotoir.
Sim, Eartha confessou nas entrelinhas mas muito claramente, que foi obrigada a se prostituir para poder sobreviver.
E foi num desses momentos que ele a encontrou.
E ajudou-a, tirou-a daquele Milleu, deu-lhe trabalho como cantora.
Ela sobreviveu.
Não esqueço sua expressão, seus olhos vermelhos – não esqueço a forma como ela nos descreveu sua trágica situação. O respeito e agradecimento que sentia por este senhor eram imensos. Pena não me lembrar do seu nome.
Ela teve muita coragem em “se despir” assim, perante uma camera.
Isso numa fase em que vivia um "come-back" e cantava para uma geração mais nova "This is my life", em ritmo de discoteca no final dos anos 80.
Fico pensando num de seus sucessos “menos” conhecidos: “Je cherche un Homme”… e no que ela pensava enquanto cantava, com uma voz adorável, essas palavras…
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