domingo, 27 de março de 2011

Les Liaisons dangereuses - se arrependimento matasse...



“Ligações perigosas” (Dangerous Liaisons), filme baseado na peça homonima de Christopher Hampton que por sua vez foi baseada na novela também homonima do século XVIII “Les Liaisons dangereuses” de Pierre Choderlis de Laclos, me fascina.

Dirigido em 1988 por Stephen Frears, este filme tem um lugar distinto, muito especial entre os meus favoritos: é o único filme que prefiro ver dublado em alemão do que em seu ingles original… estranho? Pode ser, mas mais estranho encontro os sotaques americanos de todos os principais atores… e isto na corte de Louis XV. Por esta razão prefiro assistí-lo com uma boa e séria dublagem.

Mas esta não é a razao desta postagem.
Nem a trama do filme inteiro – Quem não o conhece, aconselho a assistí-lo.



“Tropecei” porém,de novo e por acaso, sobre a cena final. Mais uma vez a fabulosa Glenn Close me fascinou com sua força, carisma e imenso talento. Um momento soberbo de uma grande atuação! Magistral!

Um filme sobre o poder. Poder adquirido via mentiras, intrigas, maldades, sexo… Mas até que ponto?

No final do filme a Marquise de Merteuil (Close) descobre o fato que o Vicomte de Valmont (John Malkovich) e Madame de Tourvel (Michelle Pfeiffer) morreram.

Ela de amor, ele num duelo.

Apesar de mortos eles “ganharam” pois estão reunidos em algum lugar onde a maldade da Marquise não os alcançará. Estão juntos.
Ela perdeu.

E mal sabe ela que ainda perderá mais. O Vicomte tratou, antes de sua morte, de colocar todas as cartas da Marquise para ele, em circulação pela sociedade parisiense.
Cartas que revelam um plano odioso, sua força maquiavélica, seu espírito diabólico.

A última cena é maravilhosa. Impressionante.
Ela. Só. Em sua casa.
Se arrependimento matasse…
Definitivamenre uma das grandes cenas do cinema dos ano 80.

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E fico pensando nas pessoas que são assim: que machucam deliberadamente os outros…
Só quando retiram a maquiagem podemos ver seu verdadeiro rosto.
Só assim vemos como são feias.
Antes não eram assim para nossos olhos. Como a própria Marquise abaixo...
Como somos cegos às vezes...



Acabam sós, esquecidas dentro de suas quatro paredes.
Como suas vidas e destinos devem ser tristes.
Elas constroem pouco o pouco o inferno e a prisão nos quais se trancam para sempre!
Na realidade dignas de pena...

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