terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Domingo: uma tarde nevada, uma xícara de chá, um poema de Elizabeth Barret Browning e o primeiro Arabesque de Debussy.

Um momento…

Domingo passado sentei-me tranquilamente na cozinha para beber um chá…
para ler…
para ouvir música…

Meu jardim está coberto do tapete branco da neve e eu adoro sentar-me olhando para este mundo de calma e paz que é o meu „velho“ jardim.
Um mundo cheio de silencio prateado invernal – „lar“ de uma família de esquilos e outra de pica-paus – apesar de morarmos na cidade.
A luz da tarde já começava a ficar mais fraca, mais fina.

Acendi algumas velas para tornar ainda mais aconchegante o ar quentinho da cozinha .
Como num ritual fervi a água, apanhei um bule e servi-me um chá. O gosto das longínquas Índias invadiu-me e de certa forma „voltei“ ao meu querido Ceilão, ou melhor Sri Lanka, que já visitei tantas vezes.
Escolhi cautelosamente um CD. Debussy. Bem suavemente comecei a ouvir o primeiro Arabesque.

Abri um dos meus livros preferidos: The poetical Works of Elizabeth Barret Browning e então li

Love me Sweet, with all thou art,
Feeling, thinking, seeing;
Love me in the lightest part,
Love me in full being.


Que momento mais rico.
Voei como um pássaro para longe. Para muito longe. Com as palavras de um poema, com as notas e paz de uma linda composicao. Como se estas fossem o vento que me levava. Que fazia minhas asas bater.

Um momento. Só um momento.
E mesmo assim eterno.
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