segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um vídeo amador: Gelsey Kirkland (Giselle, ABT)

Uma destas afortunadas descobertas que às vezes se faz no Youtube. Nada comparável ao momento mágico que vivenciamos assistindo "Romeu e Julieta" (Kirkland & Dowell), que encontrei há alguns meses, mas de certa forma "imperdível"!

Uma preciosa Raridade!
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Saudades de gente bonita…

Não é precisamente isto, porém sinto saudades de gente bonita (e glamourosa) no Cinema! O fascínio das fotos em preto-e-branco para a publicidade... faces que em alguma época, em algum momento de suas vidas, foram extasiantes. Gente bonita, bem vestida, bem preparada para as cameras...

Aqui um “Who’s who” de alguns que considero realmente bonitos.
Muitos astros e estrelas, cheios de glamour, que povoaram durante muito tempo as telas dos cinemas (e até hoje as de nossas televisões).

Reconhecem-os todos? Gente bonita! Quem voces recomendariam à esta lista? Com certeza ainda faltam muitos…
























Finalizando, uma atriz de pouco talento que, para muitos de nós, simbolizou nos anos 70 tudo o que significa “Beautiful People”: Marisa Berenson fotografada pelo mestre Richard Avedon!

domingo, 22 de novembro de 2009

Leslie Caron como Alla Nazimova...

A querida Danielle me inspirou profundamente e isto sómente pelo fato de ter lido (e comentado com tanta euforia) uma postagem antiga (05.02.2009) que fiz sobre Alla Nazimova, o que muito me alegrou…
Aqui algumas fotos (Cliquem nelas para ampliá-las) de um precioso livro que possuo, entre elas até um Sketch de Shirley Russell, a talentosa figurinista, esposa de Ken Russell...






Meu primeiro "encontro" com Alla, foi, tenho que admitir, “via” Leslie Caron (no maravilhoso e alucinado filme de Russell “Valentino”, com Rudolf Nureyev).
Eu tentei e tentei mas não consegui resistir à tentação de colocar esta cena aqui.
Leslie Caron reinventada por Ken Russell: atriz (o que ela sempre quiz ser, o Ballet foi-lhe imposto pela mãe), maravilhosa, louca, desvairada, alucinada. "Adeus" à "Sinfonia em Paris", "Lili" e "Gigi"! Não cito "Fanny" e "Gaby" por serem filmes sérios (principalmente o primeiro. O segundo é um Remake de "Waterloo Bridge"). Caron infelizmente não é lembrada por grandes desempenhos como atriz como por exemplo no magnífico "The Doctor's Dilemma" de Bernard Shaw e por "The L-shaped Room" pelo qual foi nominada, pela segunda vez, ao Oscar de melhor Atriz.
Voltando a "Valentino": muitos amigos meus lembram ainda com certeza como eu amava este filme!
P.S. Cláudio? Mauri? Cláudia? Não é verdade?
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Profissão: Doméstica

Vivendo desde 1981 na Europa aprendi, no que diz respeito à „casa“, não só a fazer mil coisas que jamais teria aprendido no Rio de Janeiro mas também a dar um grande valor às empregadas, às domésticas, às "escravas" do século XXI, como bem documentado em „Profissão: Doméstica“, um fantástico documentário de 1993 de Sérgio Goldenberg, que recebeu o „North-South Award“ no Festival Nord-Sud em Genebra (Se alguém o tiver e tiver como fazer-me uma cópia… Um filme com muito humor e de uma sensibilidade fora do comum).

As pobrezinhas que chegaram de algum lugarejo do interior (onde deveriam ter permanecido), com uma trouxa ou, na melhor das hipóteses, com uma malinha, os sonhos de Cinderella, de „cidade grande“ dentro da bolsa a tiracolo de matéria plástica ao lado da revista „Amiga“… Muitas querem ser „artista da Globo“ ou até "modelo", mas com o passar do tempo e com a perda dos dentes, passam a ter um orgulho das casas onde trabalham, como se fossem suas… Maravilhosos diálogos deste documentário nos mostram como estes anjos pensam. Sim, estes „anjos“ que estão alí, dia após dia, com uma folga talvez por quinzena, limpando, arrumando, lavando, passando, levando as crianças à escola, tomando conta delas, levando o cachorro para passear, indo buscar cigarro no bar da esquina, fazendo compras e às vezes até cozinhando. Por um salário de fome. Como uma coitadinha, chamada Selma, que conheci uma vez numa casa da Urca. Nessa casa de classe média alta falida, onde tudo é de „razoável“ bom-gosto, leva-se um choque no momento em que se sai da sala e entra na cozinha: à partir d’aí tem-se a impressão de estar numa „Senzala“. Assim moram muitas destas pobrezinhas. E mesmo assim sabem sorrir.

E as „empregadas“ do Cinema?

Fico pensando nas atrizes que ao longo dos anos foram as „domésticas“ da sétima arte.
Durante uma longuíssima época a cor da pele definia quem faria os papéis das empregadas.

Hattie McDaniel foi uma destas atrizes que (apesar do Oscar que recebeu em 1939 por sua „Mammy“ servindo Vivien Leigh em „Gone with the Wind“ „…e o Vento levou!“) foi sempre condenada aos papéis de doméstica.

A engracadíssima Butterfly McQueen (Prissy, que também servia Vivien Leigh em GWTW)
foi outra que nunca conseguiu libertar-se deste tipo de papel. Aqui em „Mildred Pierce“ (Warner, 1944) filme no qual servia Joan Crawford.
E até Billie Holiday (em 1947 em seu único papel cinematográfico no esquecido „New Orleans“, junto a Louis Armstrong) deu vida à uma empregada: neste filme a tristeza de Billie é quase palpável. Ela estava completamente indignada com seu papel…
Em 1944 Marjorie Main servia a família de Judy Garland em „Meet me in St. Louis“ – uma engraçada, decidida e meio mal-humorada doméstica…
Mas foi a magnífica atriz Judith Anderson que elevou um „papel de doméstica“ a um papel secundário de vital importancia – mesmo que maléfico – em „Rebecca“ (1940), servindo (e odiando) Joan Fontaine.
Alguem ainda se lembra da eficiente "Rosinha" dos Jetsons?

e da Anastácia (Jacira Sampaio)de Monteiro Lobato no "Sítio do Picapau Amarelo"?

Para mim a doméstica eterna sempre será Thelma Ritter que deu vida à várias... Sempre engraçadas, espirituosas.

Como em „All about Eve“ (A Malvada, 1950) servindo Bette Davis

Ou em „Janela Indiscreta“ (The rear Window, 1954) servindo James Stewart e investigando ao lado de Grace Kelly
Ou até como uma doméstica bebada inveterada (ela sempre chegava pela manha de ressaca) em „Pillow Talk“ (Confidencias à meia-noite, 1959) ao lado de Rock Hudson e servindo Doris Day (que sempre lhe servia um Bloody Mary de manha!)

E para finalizar duas „domésticas“ de uma outra categoria: Glenda Jackson e Susannah York (duas das minhas atrizes preferidas) como Solange e Claire, no mórbido porém grande filme „The Maids“ (1974) baseado na peça de Jean Genet. Duas empregadas irmãs, completamente alucinadas que acabaram matando a patroa, Vivien Merchant
Admiro-me como isto não acontece com mais frequencia…

domingo, 15 de novembro de 2009

A Month in the Country

Um belíssimo, sensível Ballet de Sir Frederick Ashton, baseado na peça homônima de Ivan Turgenev, escrita em França entre 1848 e 1850, publicada em 1855 e só produzida pela primeira vez em 1872. E isto só porque uma famosa atriz de St. Petersburg, Vasilyeva, queria interpretá-la.
O personagem principal, Natalya Petrovna, uma mulher casada, que está “bored” de sua vida e encontra finalmente um certo divertissement no fato de flertar com Mikhailo Rakitin, um admirador seu, e num “affair” com o estudante de 21 anos Aleksei Belyaev. As coisas se complicam. Sentimentos nascem.

Natalya era uma mulher – para a época – já bastante “madura”. Sim, ela já tinha 29 anos (Não esqueçamos que Balzac tinha publicado “Mulher de trinta anos” – La Femme de trente ans - em 1842… o que gerou a, de certa forma depreciativa, expressão “a Balzaquiana”. Ainda usada no Brasil? ).

Por « truques » do destino Natalya acaba só (bem, ela tem um marido, sete anos mais velho do que ela) e volta ao seu estado completo de “boredom”, no campo, onde mora. Sua “vida” acabou.
Aqui interpretando Natalya outra Natalia: Makarova. Como Aleksei o inesquecível Anthony Dowell. O Ballet de um ato, foi concebido para O Royal Ballet em 1976. Natalya foi criada por Lynn Seymour (para quem o Ballet foi feito – vide minha postagem de 06.03.2009 “ Romeo & Juliet, Lynn Seymour, Christopher Gable, Dame Fonteyn e a Generosidade dela...“. Lynn inspirou muito e muitos!), Aleksei foi criado pelo próprio Dowell, para mim uma pérola do Royal Ballet. Os dois aparecem na foto acima.

Sit down, relax, put you feet up and enjoy!

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sábado, 14 de novembro de 2009

"Apareceu a Margarida" e Miss Jean Brodie...

Recebi do Brasil um livro das peças „precoces“ de Roberto Athayde. Entre elas seu grande sucesso „Apareceu a Margarida“ (que para ele deve representar mais ou menos a „praga“ que „Night and Day“ significou para Cole Porter… por mais que ele escrevesse maravilhosas composições, estas sempre seriam comparadas ao seu primeiro grande sucesso).
Comecei a ler todo entusiamado esta peça que tinha há muitos (muitos mesmo) visto com Marília Pera (num Teatro na Av. Rio Branco… não mais me recordo do nome dele). Minhas lembranças eram super positivas: Eu sabia que tinha adorado a peça na época e estava disposto a me deliciar relendo o livro. Nada disso aconteceu.
“To make a long story short”: achei „Margarida“ um trabalho envelhecido e de uma chatice fora do comum. Muito bem, os tempos mudaram, o tema da peça não é uma coisa nem atual nem que transtorne nossa realidade como nos anos 60, 70. Deste fato estava plenamente consciente. Mas tudo isto, unido à „ aquela fórmula de humor“ que já tanto nos cansou (palavrões, palavrões e mais palavrões…) foi mais do que eu precisava para perder meu bom-humor. Que coisa mais chata! Sente-se a preocupação contínua do autor em querer „chocar“. Que coisa mais fora de moda!
Eu particularmente não entendo como num país onde (infelizmente) as pessoas falam tantos palavrões esta “fórmula“ ainda „choca“ ou causa risos… No final das contas devemos mesmo ser muitos preconceituosos e „pudicos“ – não há outra explicação. Pensem só em peças e até carreiras que foram construídas em cima de „falar palavrões“.

Fiquei pensando porém em uma outra professora que (no cinema) surgiu só poucos anos antes de Margarida e que, acredito, deve ter influenciado muito Athayde na composição de seu personagem Margarida: Miss Jean Brodie de „The Prime of Miss Jean Brodie“ (A primavera de uma Solteirona, 1969) que trouxe à incrível atriz Maggie Smith (sou um grande fã até hoje) um Oscar de melhor Atriz!

Miss Jean Brodie, apesar de defender políticamente o que "Apareceu a Margarida" critica (Ela é fã de „Il Duce“… Mussolini!!!! Uma estudante sua, Mary MacGregor, morre lutando na Guerra Civil Espanhola – mas do lado „errado“, do lado que apoiava Franco!!!), é feita da mesma matéria dura que Margarida: forte, ameaçadora, dominante, alucinada, emocional… mas com os mesmos momentos de fraqueza de Margarida, quando, dentro de sua própria „loucura“ percebe quem é… e como vulnerável é.
„Primavera“, baseado no livro de Muriel Stark, é um „tour-de-force“ para uma grande atriz. Além do Oscar para Maggie Smith o filme causou um grande impacto no Festival de Cannes.
As „concorrentes“ pelo Oscar de 69 foram Jane Fonda („Mas eles não matam cavalo?“ do livro de Horace MacCoy), Geneviéve Bujold („Anna dos mil dias“), Jean Simmons („The happy Ending“) e Liza Minelli ( „The sterile Cuckoo“, só tres anos antes de vencer por „Cabaret“). Que bela companhia, que atrizes…

Muriel Spark revelou que Miss Brodie foi baseada numa professora sua, uma mulher chamada Christina Kay, arrasada e aniquilada pela forma agressiva e descontrolada que tinha em querer „dividir“ seus ideais. Quase um Obsessão. Grande filme!