quinta-feira, 29 de outubro de 2009

The Trolley Song - A arte de transformar banalidades em momentos eternos!


Judy Garland conheceu seu futuro marido, o grande diretor Vincente Minelli, durante as filmagens de Meet me in St.Louis („Ainda seremos felizes", MGM 1944 – aliás, uma boa dica para a época do Natal!).
Minelli, num de seus primeiros trabalhos cinematográficos (Ele vinha da direção dos Shows no Radio City Music Hall, onde criava também os cenários e os figurinos e este era seu terceiro filme, seu primeiro em cores) com uma linguagem cinematográfica toda especial, usava angulos até então desconhecidos na „sétima arte“ (vide minha postagem de 14.10.2009).

Seu uso dos cenários era fenomenal e único – os tetos dos aposentos eram vistos (em Hollywood só usados anteriormente em „Citizen Kane“ de Orson Welles), os atores (e a camera) passavam de sala para sala. Enfim, uma linguagem dinamica, cheia de um „Grandeur“ visual, cheia de „visões“, sofisticada e natural ao mesmo tempo.
E „Meet me in St.Louis“ foi só o começo.

Seu uso da cor tornaria-se inesquecível como em „O Pirata“ (MGM, 1948), „An Americam in Paris“ (Sinfonia em Paris, MGM 1951), em „Gigi“ (MGM, 1958), alcançando porém sua melhor e mais densa expressão em „Some came Running“ (1958) durante a cena em que Shirley MacLaine, mais uma vez como uma prostituta, é assassinada enquanto defende Frank Sinatra, num parque de diversões! Uma festa visual que „joga“ com nossos nervos!

Judy contou que uma vez, durante as filmagens de „Meet me…“, a MGM entregou-lhes uma música muito boba sobre um Bonde. Ela e Minelli ficaram desanimadíssimos pensando: „Um Bonde? Um Bonde????? O que vamos fazer com uma canção boba sobre um Bonde? Como transformar uma coisa tão banal como um Bonde em „Cinema“? E logo com estas letras, que não tem o mínimo que ver com a estória, com o roteiro do filme?“

Final da estória – ter talento é realmente uma dádiva:
aqui uma das mais brilhantes cenas musicais deste filme, e talvez da história da grande MGM e do cinema, pela qual Judy e Minelli nutriam um imenso e profundo orgulho! Também não é para menos!

Falando das cores e de como dinamica era sua direção… e sobre uma boba canção sobre um Bonde.
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