quarta-feira, 14 de outubro de 2009
THE FORGOTTEN: Lucille Bremer (e Copacabana?)
A talentosísssima Lucille Bremer (1917 – 1996) teve uma curtíssima carreira: depois de ter aparecido num papelzinho secundário na Broadway em “Panama Hattie” (detalhe: no côro também estavam June Allyson e Vera Ellen) ela chamou a atenção de Hollywood, da MGM e de Louis B.Mayer. Estava, por assim dizer, práticamente “predestinada” para uma longa carreira de sucesso.
Seu primeiro papel foi um secundário, como a irmã de Judy Garland e Margaret O'Bien em “Ainda seremos felizes” (Meet me in St. Louis, MGM 1944). Ah... a sensível camera de Vincente Minnelli com angulos desconhecidos na época... vejam a próxima cena, o perfil das duas ao cantar ao piano... puro Minnelli e sua opulencia visual! Alguém já reparou no detalhe da estátua sobre o piano em relação ao perfil das duas? Pensem...
Seu próximo filme, já na qualidade de estrela principal, foi “Iolanda e o Ladrão” (Yolanda and the Thief, MGM 1945) com Fred Astaire
Ela voltaria a trabalhar com Astaire em “Ziegfeld Follies” de 1946. Olhem só os outros nomes do filme…
Neste filme, ela bailou “Limehouse Blues” com ele… Música esta, uma das minhas preferidas, que foi introduzida nos U.S.A. por Gertrude Lawrence na “Charlot’s Revue” de 1924, sobre a qual um dia terei que escrever mais.
"Follies" foi feito no mesmo ano de seu último “grande” filme "A" (“Till the Clouds roll by”, uma biografia sobre o magnífico Jerome Kern… compositor de Ol’ Man River entre centenas de outras). E também aqui vale a pena ler os outros nomes do filme…
A partir deste filme a Metro começou a perder o interesse por ela – alguma coisa não “funcionava” na sua “persona” cinematográfica. Ela simplesmente não atraía simpatia, o público… e não atraía US$ para as bilheterias! Apesar de ser bonita, glamourosa, fotogenica para o Technicolor (branquíssima e com lindos cabelos ruivos), dançar e cantar brilhantemente e ser boa atriz…. Ela simplesmente não funcionou com o público.
Lucille fez ainda alguns filmes “menores” depedindo-se do cinema na produção (práticamente “B”) de 1948, “Behind locked Doors” (um “filminho” de 62 Minutos).
Ela , muito decepcionada com sua carreira, resolveu não renovar seu contrato e deixou Hollywood pare sempre. Esteve no cinema ao total 4 anos. 2 1/2 deles como “Estrela”. Durante este tempo foi até capa do “Life-Magazine”…
Dizem as más línguas que ela era uma “protegée” de algum Big-Shot da MGM… lembro-me de ter lido, ouvido isso alguma vez… Ela casou-se no mesmo ano em que se despediu do cinema, foi morar numa cidadezinha do interior da California e até sua morte em 1996 (aos 79 anos, de uma ataque do coração) nunca voltou a reativar, de nenhuma forma, sua carreira . Um pouco “amarga” sobre este capítulo de sua vida. Triste. Que pena.
Mas esta sua curta passagem pela tela deixou-nos lindos momentos.
Em homenagem à esta linda bailarina, gostaria de colocar aqui uma cena sua com Fred Astaire (a partir de 2:15 minutos para quem nao puder esperar!) que, além de ser preciosa, nos lembra o calçadão do Rio pois o filme se passa no Rio... e esta cena é durante o Carnaval... (Carioca é muito orgulhoso! Bem, nossa cidade é realmente linda... He he…
E para os aficcionados pela dança existe ainda um detalhe interessantíssimo: a orquestra toca um 4/4 e os bailarinos dançam um 5/4. Eugene Loring, o brilhante coreógrafo da MGM (outro “esquecido”) estava, nos anos 40, bem à frente do seu tempo! Eu não conheço outro trabalho assim… Alguém talvez?
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Um comentário:
se Lucille era tão talentosa e boa bailarina além de bonita é estranho que não tenha feito sucesso!!vai entender por que algumas estrelas em Hollywood brilham e outras não!!Marcos Punch.
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