segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Final de Agosto... A Arte de ser paciente... O Outono mostra seu rosto...



Chegamos ao final do mes. Um mes, aliás muito criativo para mim... Nunca fiz tantas postagens etc. Também nao me lembro, em toda a vida, de ter tido tanto Stress no trabalho como neste verao... A crise... abusei um pouco do trabalho mas escrever aqui sempre ajudou a manter a balanca equilibrada... Agora está chegando a hora, tenho que relaxar um pouco... Em duas semanas sairemos de férias... duas semanas vendo sol, céu azul, mar, areia... comendo, dormindo, lendo, vendo o por-do-sol... Maldivas.... Aqui o outono comeca a deixar notar sua chegada... as noites já estao bem mais fresquinhas... Na última tivemos só 10 graus... Como o tempo passa rápido.... Mais um verao vai-se... Aghh, what the hell, como sou sortudo de ir para o meu Water-Bungalow em Fihalhohi... Na foto acima: um daqueles doze ao lado direito da ilha!
Shorts, camisetas, calcao de banho, protetor solar, livros... estes sao os "essenciais" necessários para lá... e o luxo de andar duas semanas sem sapatos...

Mas ainda faltam duas semanas... hoje só uma "Preview"... ainda postarei outras coisas aqui antes de me despedir - propositalmente - do computador por um tempo. Mas mal posso esperar... Desta vez falta-me um pouco da ARTE DE TER PACIENCIA...

domingo, 30 de agosto de 2009

REMEMBERING: Arlene Dahl (Three little words, MGM 1950)


Minha amiga Danielle e eu, de certa forma “redescobrimos” o filme “Three little words” (Tres Palavrinhas/ MGM 1950) e, tertuliando, como de costume, vai-se de um coisa à outra, de um assunto a outro… Da maravilhosa Vera Ellen a Fred Astaire, do primeiro papel de Debbie Reynolds (como Helen Kane cantando “I wanna be loved by you”) ao inesquecível número “Thinking of you” (vejam minha postagem de 21 de Agosto passado: “REMEMBERING: Vera Ellen”).

Hoje uma pequena lembrança da segunda atriz deste filme: a lindíssima , quase esquecida Arlene Dahl (bem conhecida por sua beleza nos anos 50, primeira mulher do argentino Fernando Lamas, mãe de Lorenzo Lamas e ainda viva). Aqui Arlene canta “I love you so much”, um dos números preferidos do meu pai!

Como eu me lembro dele “cantarolando” esta música… Os últimos segundos desta glamourosa cena (que tem um boníssimo guarda-roupa, por sinal) é muito usada em documentários sobre a MGM, principalmente quando querem mostrar o mundo “atrás das cameras”!






sexta-feira, 28 de agosto de 2009

My Friend Colleen... Fazer da vida uma obra de arte!


VERY IMPORTANT: IF ANYONE KNOWS HOW TO GET IN CONTAT TO COLLEEN O'CONNOR, PLEASE LT ME KNOW... WE HAVE LOST CONTACT AND SINCE YEARS I AM TRYING TO FIND HER!
THANK YOU!!!!!!!!!!!!!




I’d like to write today about my dear friend Colleen O’Connor, ballet dancer and a person who knows how to make life a work or art.
We have danced together in the 80’s (even at “Die lustige Witwe”/ “The merry widow” at Theater an der Wien in 1982 – she was ten and I eleven and half years old! He he!).
(Click on the pictures to see them bigger)

Hoje gostaria de escrever sobre minha querida amiga Colleen O’Connor, bailarina clássica e uma pessoa que sabe fazer da vida uma obra de arte.
Nós dançamos juntos nos anos 80 (até na “Viúva Alegre” no Theater an der Wien em 1982 – Ela tinha dez anos e eu onze e meio ! Ha ha!)
(Clique nas fotos para ve-las ampliadas)

Ever since we have been blessed with such an abundance of good fortune because our friendship keeps growing, everyday – even if she lives in Vancouver Island and I here in Vienna – and even though we have not met since many, many years!

Desde então somos abençoados com uma abundância de sorte porque nossa amizade continua crescendo, todo dia – apesar de ela viver em Vancouver Island e eu aqui em Viena – e apesar de não ter-mos nos encontrado já há muitos, muitos anos!

We danced, performed and took class together – we laughed, talked (about everything), improvised for the neighbours (in fact a sewing company, just across the road, as Mary and Bertie - “It’s a jolly ‘oliday” from Mary Poppins), cooked and baked together (Can you imagine the finesse of putting rose petals on top of a chocolate Mousse? She did it!), went shopping on depressing days and bought absolutely nothing – we had no money!!!! (Oh God! We destroyed a shop window, by mistake, as I touched a pair of shoes and this caused an avalanche of hundreds of shoes!!!! How awful, how embarrassing… how absolutely funny!). We even planted our avocado seeds… we had many by the window-sill… all growing beautifully. We lived on the fourth floor – no elevator. We called them “our avocado plantation”. One day we arrived home and noticed glass and strange things on the street… well, to make a long story short: our plantation was “gone with the wind”, lying g on the street. We lived in a big flat and had no money for furniture… what did we do? We bought furniture from “Caritas” – it’s like the Red Cross, really for poor people (in Vienna in those days, this was “unheard of” but we were young and were very glad to have a table and four chairs to have friends over for dinner!!!!). We shared lovely times together. We also shared the harsh ones, like the times we even had to use the same tea bag twice. I am, in some special way, very proud about that !


Nós dançamos, trabalhamos e fizemos aulas juntos – ríamos, falávamos (sobre tudo), improvisávamos para os vizinhos(na verdade uma confecção, do outro lado da rua, como Mary e Bertie - “It’s a jolly ‘oliday” de Mary Poppins), cozinhamos e fizemos tortas e biscoitos juntos (Voces podem imaginar o Finesse de colocar pétalas de rosas em cima de um Mousse au Chocolat? Ela fez isto!), saíamos juntos em dias depressivos para fazer compras e comprávamos absolutamente nada – não tínhamos dinheiro!!! (Meu Deus! Destruímos, acidentalmente, uma vitrine, quando eu toquei num par de sapatos e isto causou uma avalanche de centenas de sapatos !!! Que terrível, que desagradável… e que absolutamente engraçado !!!). Até plantávamos nossas sementes de abacate… nós as tínhamos, crescendo lindamente, na nossa janela. Morávamos no quarto andar – sem elevador. Nós as chamávos de « nossa plantação de abacates ». Um dia chegamos em casa e notamos vidros e coisas estranhas na rua… bem, para diminuir uma longa estória: “…e o vento levou” nossa plantação, que estava ali no chão da rua. Nós vivíamos num imenso apartamento e não tínhamos dinheiro para comprar móveis… o que fizemos? Compramos nossos móveis no “Caritas” – é como “A Cruz vermelha”, coisa para pobre mesmo! (em Viena naquela época, ninguém ousaria fazer isto mas nós éramos jovens e estávamos felicíssimos de ter u’a mesa e quatro cadeiras para poder “receber” para jantar!!!!). Nós dividimos lindos tempos juntos. Dividimos também os duros, como a época na qual até tínhamos que usar o mesmo saquinho de chá duas vezes. Eu me orgulho, de certa forma, sobre isso! strong>

We laughed a lot at the time I had found in some flea Market a record (yes, we are THAT old) of “My Fair Lady” with Julie Andrews (1956) and reading the names of the cast we found a “Colleen O’Connor” in the chorus! We “payed for all our sins” working at the “Volksoper” with all those (pardon me the expression) bitches! Jesus, we were young and talented and from the western world (The iron curtain still existed in those days) and that ensemble surely tried to make us feel “comfortable”, “welcome”, “at home” (???!!!). They were all either called “Istvan, Bogdan, Pavel, Karel” or “Marushka, Stanka, Ilona, Stephanka”. All from the East. We were the only ones that couldn’t speak hungarian, polish, bulgarian or whatever…

Rimos muito quando eu descobri num Mercado de pulgas um disco (sim, somos assim tão velhos) de “My Fair Lady” com Julie Andrews (1956) e lendo os nomes do elenco descobrimos uma “Colleen O’Connor” no côro! Pagamos todos nossos pecados trabalhando na « Volksoper » com todas aquelas (desculpem a expressão) « bitches » ! Meu Deus, éramos jovens e talentosos e do mundo do oeste (a cortina de ferro ainda existia naquela época) e aquela companhia realmente tentou que nos sentíssemos « confortáveis », « bem-vindos », “em casa” (???!!!). Todos chamavam-se ou “Istvan, Bogdan, Pavel, Karel” ou “Marushka, Stanka, Ilona, Stephanka”. Todos do leste. Nós éramos os únicos que não falavam húngaro, polonês, búlgaro ou sei lá o que…
Here some pictures of us that mean a lot to me: “Rote Lippen” (Red Lips, Theater an der Wien, 1982). A ballet by a very talented swiss choreographer (but a lousy dancer) called Peter Wissmann (He let her fall down from two meters height on her knees – watch the third photo from this posting. It was the only time I have ever head Colleen saying four-letter-words. I remember saying at the time: “It is like witnessing Mary Poppins turning into The Exorcist”). Colleen… So many dancers, even in Brazil, try to imitate, without any success,
this look that is, in fact, her natural one… white, nearly translucid skin, lots of long, beautiful, curly RED hair, a “petite” dancer. “Mignon” as the French would say. And very, very talented, very versatile! I remember her ways at the barre and how she worked on those lovely feet. That Royal Ballet Technique. Those elegant, noble Arabesques. And her discipline… I remember her especially opening the Ballet in the second act of the “Widow”, in (pseudo Hungarian) costume… She was, is a lovely sight! I keep this “photo” on my mind. Perfect. A beautiful dancer!
Here a picture of the general rehearsal of “Lips”. Without Colleen . Not easy for me. I cannot remember why anymore…


Aqui algumas fotos nossas que significam muito para mim: “Rotte Lippen” (Lábios vermelhos, Theater an der Wien, 1982). Uma ballet feito por um coreógrafo suíço, muito talentoso (mas péssimo bailarino) chamado Peter Wissmann. (Ele deixou Colleen cair de quatro de dois metros de altura em cima dos seus joelhos– vejam a terceira foto desta postagem. Foi a única vez que ouvi Colleen dizer palavroes. Lembro-me de ter dito na época: “É como ver Mary Poppins tranformar-se no Exorcista”). Colleen… quantas bailarinas, até no Brasil, tentam imitar, sem sucesso, este “look” que na realidade é seu, naturalmente… pele branca, quase translúcida, muito cabelo lindo, ondulado, comprido e ruivo, uma bailarina tipo “petite”. “Mignon” como os francêses diriam. E muito, muito talentosa e versátil! Lembro-me de como ela trabalhava na barra e com seu pés. Aquela técnica do Royal Ballet. Aqueles elegantes, nobres Arabesques. E de sua disciplina… Eu me lembro de como ela abria o ballet no segundo ato da “Viúva” . Que visão mais linda! Eu mantenho esta « foto » na minha cabeça. Perfeita. Uma bailarina linda!
Aqui uma foto do ensaio geral de “Lips”. Sem Colleen. Nada fácil para mim. Nao me lembro mais porque…

And this is one of my favourites pictures: Pay attention how precise both couples are. Feet, hands, heads… even how turned out we are: Peter and Trixi Wipperich completely “en dedans” (turned-in), Colleen and I very “en dehors” (turned-out).

E aqui uma da minhas fotos favoritas: Atenção à precisão dos dois casais. Pés, mãos, cabeças… até como “abertos” estamos: Peter e Trixi Wipperich completamente “en dedans” (sem abertura vinda da bacia), Colleen e eu bem “en dehors” (abertos)…

My dearest of Friends,
God Bless Dear!
Love, always
Your brother and Friend
Ricardo

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um Brinde???? Nossa, Obrigado!

Acabei de receber esta foto e a seguinte mensagem de uma prima que vive na Holanda. Gostei!

Um brinde ao sucesso de "tertúlias"!!!!!!!!!!bjs Dja

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro (e a "Cidade Maravilhosa"): Quo vadis?


O nosso Theatro Municipal no Rio de Janeiro só completou 100 anos. Isto não é muito em termos de história. Principalmente aqui na Europa.
Mas ele, de qualquer forma simboliza e representa toda uma outra época e também a cultura internacional ainda tão prezada no Rio, muito da cidade "maravilhosa" e do pouco que restou dela… Penso como minha amiga Eliana Caminada: "Meu Rio de Janeiro começa no Centro da Cidade e vai até a Av. Niemeyer..." Nunca esquecerei o dia em ela disse isso - Estou de pleno acordo, o meu também!
Cartões postais maravilhosos estes mas ao mesmo tempo assustantes.

Como que numa questão de só 100 anos uma cidade pode mudar tanto? Como pode ter sido tão mutilada e destruída? E tudo isto em nome do chamado „progresso“? É realmente „progresso“ (e qualidade de vida) viver no alto de um prédio como num poleiro? É realmente „progresso“ cortar-se árvores e deixar de ver crianças brincando e rindo nas calçadas da cidade? Deixar de ver idosos nos bancos das praças? Ter que ir a um Shopping porque as casas de Chá, Leiterias, Confeitarias já não mais existem? Toda uma geração de engenheiros e arquitetos deve pensar assim. Vejam o que fizeram com nossas cidades. Vejam só que « cidades maravilhosas » temos hoje em dia no Brasil… Herdeiros do Sr. Niemeyer e seu amor pelo concreto? Infelizmente o trabalho de Niemeyer para mim (estudei também arquitetura) é como “Cinema-Novo”… Envelheceu rápido, antes do tempo, por ser muito vinculado à uma era e situação social muito especial... Se pensar-mos sériamente sobre Juscelino Kubitschek... Bem, meu pai amava o trabalho do Sr. Niemeyer. Este sempre foi um ponto sobre o qual discordávamos profundamente.
Admiro-me até que uma certa « elite » das cabeças « pensantes » do Rio de Janeiro (nota: esta não é minha opinião pessoal) ainda não quiz colocar nosso Theatro, este símbolo, o Museu Nacional de Belas-Artes, a Biblioteca Nacional abaixo como fez com o Palácio do Monroe (que „fechava“ perfeitamente a perspectiva da Cinelandia). Nossa, poderiam-se colocar tantos estacionamentos e Shoppings em todo aquele areal... ou será que pensam que o nosso Templo cultural deveria voltar a ser fechado para Bailes-de-Carnaval? A Ópera de Viena é fechada na mesma época para o Baile da Ópera... mas "Carnaval" como nos anos 60 (e 70?) no Rio, com as pessoas semi-nuas, suadas, bebadas ou vestidas de "hawaianos"? Pobre Theatro - os vexames pelos quais já passastes...

Outro assunto:

Aqui uma pequena e simples homenagem, não aos bailarinos, músicos, cantores, maestros, coréografos, estrelas que atuaram no nosso Theatro, mas sim aos que nunca são mencionados. Nunca. Em nenhum lugar. Todos aqueles que estão nos bastidores e fazem tudo possível. Todos aqueles talentos cheios de habilidades brasileiras.
Aqui, como um exemplo, um programa de 1978… só para citar alguns nomes! Cliquem na imagem para ampliá-la. MUITO OBRIGADO! Voces também fizeram TUDO tornar-se possível!

domingo, 23 de agosto de 2009

Penedo/ Itatiaia, Dona Manuela, a arte de comer simples- e frugalmente


Penedo, minha "terra"...

Há quase um ano atrás fui ao Brasil para passar três semanas e estive em Penedo, acho que o único lugar neste vasto mundo que chamo de “casa”. Estar lá, olhar para as pedras do rio, para o perfil da Serra de Itatiaia, respirar aquele ar, dançar Polkas, Mazurkas e “Letkiss-Jenka” no “Clube Finlandês”, passear pelas estradas da minha infância, abraçar as árvores que ainda estão lá, reencontrar amigos de toda uma vida – principalmente minha amiga Marie - é estar “em casa”.
Num dos meus passeios encontrei na rua Dona Manuela, uma pessoa linda e querida, já com mais de 80 anos e ainda trabalhando para “sobreviver” . Mas mesmo esta “luta” não impede que Dona Manuela viva sorrindo. Aquele sorriso branco, tão em contraste com sua pela negra, simples, honesto, sincero… (Ah, se o povo austríaco compreendesse isto – esta terra seria um verdadeiro paraíso!). Conversamos muito e ela me contou que agora não mais trabalha como lavadeira e sim cozinha para uma Senhora: “Ah, eu faço aquela comidinha nossa do interior, voce sabe, aquela comidinha do campo. Aquela comidinha saudável, sem gordura, sem muito tempero, leve… um arrozinho, um feijãozinho com um pouquinho de manteiga…”.
Que linda! Que sábia! Fiquei feliz por ela, por estar assim, bem. Lembro-me da coitadinha levando trouxas de roupa na cabeça… indo a pé, quilometros, para casa. Ah, estas “Santas” do interior do nosso Brasil… Estas que jamais serão mencionadas. Estas que existem…
Nos despedimos, eu dei-lhe um beijo vindo do fundo do coração, e lá se foi Dona Manuela, quase saltitante, com aquele sorriso e vivacidade contagiante e deixou-me com este “presente”. Um pouco mais “rico”, feliz... Meu amigo Mauri nos observava e acho que também sorriu, interiormente.
Ontem fiz um almoço aqui em casa para uns amigos queridos, entre eles um holandês de Amsterdam, que viveu anos com uma brasileira de Lindóia, no estado de São Paulo.
E o que resolvi fazer? Nada de salmão, nada de camarões e molhos, nada exótico, nada de assados envoltos numa “farse” ou delírios gastronomicos da “Nouvelle Couisine”. Não.

(Todas as fotos dos pratos são “emprestadas” do Internet… Ontem não fizemos fotos…)

Fiz, com a inspiração de Dona Manuela, uma comidinha do “Campo”: Uns Franguinhos de forno, Creme-de-Milho, Batatas Doces e Aipins, Cenourinhas levemente caramelizadas com muita salsinha, Couve e uma imensa salada verde, cortadinha bem miudinha (nao como na Europa) com Agrião e (ao lado, porque nao é todo mundo que gosta) coentros… Nossos amigos Sabine e Remko adoraram. Gios de Amsterdam “vibrou”: “Comida de Fazenda”, disse vivaz! Almoçamos das 14.00 às 18.00 Hs… preciso dizer se gostaram?

Pois é, “não precisa ser sempre Caviar”, não é verdade?

Obrigado Dona Manuela e saiba que sou muito grato por ter tido na minha vida este privilégio: conhecer pessoas bonitas, decentes, honestas de Penedo como a Senhora, Seu Eduardo (jardineiro), Marcolina (cozinheira), Seu Aristídes (outro jardineiro), Santina (fazia o melhor feijão do mundo!), Maria (arrumadeira da “Chácara”), Seu Benedito (outro jardineiro, que já na época da minha infancia “falava” com suas plantas), Neusa, Nina, e tantos outros… Fiquem todos com Deus! O tempo passou mas eu não esqueci de voces! Nunca conseguiria…

Mari & Mauri, para Voces dois!

Les Ballets Russes - Theatermuseum/ Viena 2009


Sob o título „Schwäne und Feuervögel” (Cisnes e Pássaros de Fogo, bom título... ) está no Museu do Teatro (Theatermuseum) de Viena uma maravilhosa exposição sobre o original „Les Ballets Russes“ (1909 – 1929).

Uma deslumbrante viagem pelo mundo de Diaghilev, Nijinsky, Bakst, Karsavina, Fokine, Pavlova, Massine, Cocteau, Picasso, Stravinsky, Satie, Braque… só para citar alguns poucos genios do século XX.

Um grande apanhado de uma época importantíssima para o mundo da Dança: Fotos, programas, lembranças, Posters, guarda-roupas originais, acessórios, partituras, Sketches! Do “Fauno” a “Apollon Musagette” de Balanchine, de “Petrouschka” a “Le Sacre du Printemps”… Uma maravilha poder observar tão “de perto” toda a riqueza de tanta criatividade reunida num período tão curto! Uma reunião "única" na história das Artes...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

REMEMBERING: Vera-Ellen & Thinking of you....

Uma certa música de uma certa cena de um certo filme… Uma lembrança, memórias… Como elas sao „dinamicas“, uma coisa levando a outra, em segundos, rápidamente… e com o passar do tempo, aqui nas „Tertúlias“, esta é uma coisa que reaprendi a fazer. Como é bom deixar os pensamentos fluir e voar… Daydreaming…
Há poucos dias uma amiga corrigiu-me em ingles quando eu disse „Are you speaking of me?“ Ela disse-me que era „speaking about me“. Para explicar tive que lhe mostrar que a diferença é tão sútil como no portugues (e no espanhol e no alemão…): Estar-se falando de uma pessoa ou sobre uma pessoa… Depois de passado este momento, comecei a pensar sobre a sutil diferença entre „Thinking of you“ e „Thinking about you“… e me lembrei da maravilhosa e romantica balada que Ruby e Kalmar escreveram com este mesmo título, como ela foi dançada em „Tres Palavrinhas“ (Three little Words, MGM 1950) por Fred Astaire & Vera-Ellen, de como Vera-Ellen era talentosa e da forma como foi esquecida… e do fato dela ter sido o primeiro caso „oficial“ de anorexia, ainda nos anos 50, em Hollywood. Sim… Em „White Christmas“ (1954) ela já está com o pescoço escondido por lenços pois as rugas causadas por dietas absurdas não fotografariam bem. Ela tinha só 33 anos… Vera-Ellen teve poucas, porém marcantes aparições nas telas do cinema: „Words and Music“ (MGM 1948) no qual ela dança com
Gene KellySlaughter on the tenth Avenue“ (Rodgers & Hart, de „On your Toes“),

no inesquecível „On the Town“ (MGM 1949) mais uma vez ao lado de Gene Kelly,
Assim como em „The Belle of New York“ (MGM 1951), no qual tem magníficas cenas, outra vez com Fred Astaire.
Esquecida durante décadas, Vera-Ellen (que faleceu em 1981 aos sessenta anos), hoje ela é comparada merecidamente à outras grandes Bailarinas da sua era como Charisse, Caron… Durante muitos anos ela só foi lembrada por ter sido o "date" de Rock Hudson para fins publicitários... Aqui Vera-Ellen com Fred em "Tres palavrinhas". Eu estava/ estou „thinking of her“.

Prestem atencao à simplicidade deste texto… desta danca...

Why is it I spend the day
Wake up and end the day
Thinking of you

Oh, why does it do this to me
Is it such bliss to be
Thinking of you

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And when I fall asleep at night, it seems
You just tiptoe into all my dreams

So, I think of no other one
Ever since I've begun
Thinking of you


Do Show da Broadway "The Five O'Clock Girl" (1927)
(Harry Ruby / Bert Kalmar)


Esta postagem jamais poderia ter sido realizada sem a ajuda e o carinho de minha querida Danielle Crepaldi Carvalho que pacientemente conseguiu baixar „Tres Palavrinhas“ e colocar esta cena aqui!

Um presente que fez, na realidade, para todos os seguidores de cinema, já que nada existe no Youtube sobre este filme. Foi super difícil para Danielle colocar este vídeo aqui... Tentou no Youtube mas este cortou a "trilha sonora" etc.etc. Uma confusao daquelas... Mas ela com muita perseverancia conseguiu!!!!! E como eu lhe agradeco por isto (Youtube, eat your heart out!). À ela dedico com muito carinho, admiracao e agradecimento esta postagem!

Prestigiem seu Blog, „Filmes, filmes, filmes“ (veja ao lado nos „Blogs que eu sigo“), um dos melhores Blogs sobre cinema que já vi! Vale a pena!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sylvie Guillem - Maurice Béjart - Boléro (Tokyo 2009)



Sylvie Guillem, como sempre nos enriquecendo... mulher de tantas faces, aqui andrógina... Eu a vi pela primeira vez no palco aqui em Viena em 1992 (ou foi 89? Lembro-me que foi no Grand Pas Classique)e até hoje não parei de admirá-la!

Com a evolução da movimentação humana (nós não nos movimentamos da mesma forma como fazíamos no século XIX), a técnica no Ballet, na Dança também vai mudando. Penso como os movimentos de Guillem aqui parecem mais „sharp“ do que em outras prévias versões do Boléro. Como se o „lápis estivesse ainda melhor apontado“!

Isto me fascina nos trabalhos mais contemporaneos, esta (como expressar-me corretamente para não ser mal compreendido?) "maleabilidade" em termos de adaptação de expressão, adaptando-se à evolução da movimentação...

Ah...nenhum comentário mais de minha parte hoje, minhas palavras pareceriam-me supérfluas... Quero que voces se recostem, relaxem e aproveitem este mágico momento!


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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

The Julie Andrews Hour - Episódio Nr.1 - "The Boy Friend"

A TV dos anos 70... terrível às vezes mas como me enche de memórias!

„The Julie Andrews Hour“: consegui esta série completa via Internet. 24 Episódios de uma hora e números musicais e mais números musicais... Peggy Lee, Robert Goulet, Mama Cass, Harry Belafonte, Harve Presenell e tantos outros... Que delícia! Quanta diversão!

Esta série nunca passou completa nas nossas televisões brasileiras… Mas Walter Clark (Tio Walter, pai de minha melhor amiga), um genio em questões de Marketing, comprou-a e todo domingo em 1972 e 1973 alguma cena de algum episódio era emitida! Ele contou-me esta estória… E orgulhava-se de ter-mos saboreado Julie só em doses "homeopáticas". Eu, com meus 13 anos, já achava aquilo uma "pena". Acho que hoje me dia ninguém se lembra mais disto... E estes videos devem já ter desaparecido do acervo da "Grobis" (como eu e Flavinha, sua filha, chamáva-mos a atual fábrica de novelas que só produz aquelas variações tupiniquins de "Cinderella Complex" - que pouco diferem uma da outra) na qual nós tínhamos livre acesso no início dos anos 70.

Eu lembro-me muito bem desta cena abaixo – na realidade ainda tenho um cassete empoeirado com a gravação da música que fiz em frente à TV (Pobres dos meus pais... Era "Prohibido" falar enquanto eu gravava... Acreditam?). Voces se lembram daqueles gravadorezinhos, "super bacaninhas", portáteis, japoneses com microfone e daquelas pequeninas televisões (Sanyo) em preto-e-branco dos anos 70? Eu os tinha no meu quarto… Chic... e assim comecei meu «acervo» que até hoje nao parou de completar-se. Tanta coisa ainda a descobrir! Quem cresceu com vídeo e outras mordomias mal pode imaginar como nós, com aqueles gravadorezinhos primitivos, íamos (com eles escondidos) para o cinema “registrar” história… foi assim que gravei pela primeira vez a música e os inesquecíveis diálogos de “Singin’ in the rain” (no extinto Cinema 2 da Raul Pompéia no Rio). Estas fitas são interessantíssimas... sempre, além da péssima qualidade de som, incluem um comentário ou uma risada ou a tosse de um vizinho mas geralmente de um dos queridos amigos da infancia, da adolescencia... Tenho até uma com uma gritaria histérica... Um Morcego no Cinema Caruso! Até pararam o filme para pegar o pobre do Morcego...

Em 1972, só um ano depois do filme “The Boy Friend” de Ken Russell com Twiggy (vide minha postagem de 20.03.2008) Julie fez esta cena na qual canta “The Boyfriend” (com Alice Ghostley, sua “irmã” de Cinderella de 1957 e muito conhecida como "Esmeralda" da "Feiticeira" ), “Won’t you charleston with me?” (que foi o Show-Stoper mas não era uma canção de Julie) e « I could be happy with you ». Linda! Vivacidade pura! (Será que meu amigo Cláudio, "fã" do filme, conhece estas cenas?)

Por que? Ora, simplesmente porque Julie criou o papel de Polly em 1954 na Broadway antes de “My Fair Lady”. Seu primeiro papel nos U.S.A. aos 19 anos… Ela foi também um “Broadway’s Darling” no seu tempo! Julie (que em 1972 também estava um pouco "out") não foi cogitada para o filme, também pelo fato de estar muito "velha" para o papel de Polly - Julie já estava com 37 anos na época (Sua últime "Ingénue" foi Millie... do excelente "Thoroughly Modern Millie" sobre o qual terei um dia que fazer pelo menos umas tres postagens!).

“The Julie Andrews Hour” foi emitido 24 vezes e então cancelado…. Julie foi naquele ano nominada para um “Golden Globe” como melhor atriz em um “Musical Or Comedy Series”. Tarde demais. Julie já tinha entrado nos seus anos reclusos de ostracismo até voltar triunfante em “Victor, Victoria” (1982) dez anos depois, para ser nominada para um “Oscar” - sua terceira nominação by the way. Ah… quanto tempo perdido (para nós) sem Julie!

Os primeiros minutos pertencem à Alice Ghostley que sempre (referindo-se à "perfeição" de Julie) dizia: "Doesn't she make you sick?" Adoro...
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Broadway Baby... Sondheim, Bernadette Peters & CO.



Bernadette Peters, apesar de nunca ter trabalhado em "Follies" (vide minha postagem de 06.08.2008) usa/usou muito "Broadway Baby" de Stephen Sondheim como uma espécie de "carro-chefe" seu... e sempre muito bem... inventiva... aqui um exemplo (tenho que dizer que a música foi escrita para uma velha corista, lembrando-se do seus dias do passado. Peters - e outras - adaptou-a à sua "persona"). Notem como Peters, principamente no início do número, "estica" as notas... transformando-as até em outras. Magnífica interpretacao:

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Mas, um outro espetáculo, uma Gala em Londres (com Peters e Julia McKenzie entre outras) tem sabor de festa!!!! Diversao, alegria... e quase talento demais, ao mesmo tempo, para um só palco!

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GLORIFYING ALL BROADWAY BABIES!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As loucas e geniais inventividades de Marlene Dietrich

Nao é à toa que esta mulher transformou-se num mito ainda durante a vida.

Ela transformou-se.
Sim, ninguém mais, ninguém menos do que « Marlene » (o nome com o qual Maria Magdalena praticava sua caligrafia, como descoberto em vários cadernos de escola, como se ela já soubesse no que se transformaria) transformou “Marlene” em "Marlene". Da gordota mãe, nao mais tao jovem para a época, à Lola-Lola, que causou um grande furor (já um pouco mais magra) na época em “O Anjo azul” /Der Blaue Engel, 1930, do austríaco Josef von Sternberg (que transformaria-se numa espécie de seu “Pigmalião”. Bem, ela deixou-o acreditar nisto). Até hoje se comenta que Sternberg colocou "actrizes" mais gordas, mais velhas do que ela no palco para, de certa forma "rejuvenece-la".

Dietrich entendia muito de iluminação (normalmente do alto para realçar mais suas maçãs facias), de guarda-roupas, de Maquiagem, de perucas (foi ela que recomendou a Vivien Leigh, outra perseguida pelo problema da calvície um manufator de perucas em Paris), de trejeitos (como aqueles olhos semi-abertos), de truques (a voz que transformou-se de um soprano “gasguito” numa das vozes mais graves femininas das telas de cinema). Não sabia muito sobre a arte de representar… mas para que ? Ela, em sua concepção “estelar” estava acima disto… Sua filha fala uma coisa muito interessante na seu livro “Meine Mutter Marlene”: ela conta o fato muito abertamente que sua mãe jamais acreditou que iria morrer… e lendas morrem? A lenda bebeu muito café e fumou loucamente para emagrecer... emagrecer...

Aqui tres exemplos (só tres, existem mais!) das loucas inventividades, das geniais loucuras desta mulher que, como contado por Billy Wilder, passava HORAS olhando-se na frente de um espelho… estudando-se… para alcançar efeitos desejados no mundo do celulóide! Claro que uma certa dose de narcisismo contribuiu muito...

Na sua estréia americana ela, logo em sua primeita cena com “Chanteuse” não mostra o que as audiências americanas estavam esperando. As famosas pernas de “Lola-Lola”. Como Amy em « Morocco » (1930) ela aparece de calças compridas, vestida de homem (e ainda dá um beijo na boca de uma figurante).


Em “A Venus Loura” ( The Blonde Venus, 1932) ela teve um outro "acesso de loucura" para o número “Hot Voodoo”. Além de sair de dentro de um gorila, coloca esta cabeleira loura e uma das roupas mais ousadas em termos de loucura/ demencia que o cinema viu até hoje… em frente ao público e com um olhar de extrema arrogancia. Diva. E muito louca.


Também neste filme ela troca, vestida de homem mas desta vez de branco, umas carícias com uma corista no palco! Sempre estas "sugestoes" sexuais, ainda aceitas numa época anterior ao código de censura que logo colocaria Hollywood em panico. Aqui ela com um jovem Cary Grant.

Sua idéia mais incrível nesta época (e descrita em seis páginas de livro) é a busca pelo tecido que teria que ser usado como um véu para seu chapéu em “Shanghai Express” (1932) no qual ela interpreta “Shanghai Lily”, uma prostituta com diálogos do mais absurdos da história do cinema (mas com dois pointes bem interessantes… Ela chama-se na realidade “Magdalen” e fala irresistívelmente “It took more than one man to change my name to Shanghai Lily”:

Depois de semanas buscando uma idéia, um tecido, ela encontrou-o por acaso em cima de uma mesa de uma costureira da Paramount e apesar de só ter uns 30 centímetros dele, ela soube: este seria perfeito! É! Levou-o e costurou ela mesma o véu em sua boina/chapéu… E como eu disse… seis páginas de livro para descrever esta busca, este problema… como eu adoraria se meus problemas fossem assim, tao fáceis... (tenho que rir… sorry!).

Mas olhem o efeito… Dietrich, the self-made Goddess… Ela sabia o que estava fazendo. Gosto destas pessoas com "visoes" claras, objetivas sobre si mesmas. Acho que jamais teria-me encontrado com Dietrich para um chá, para bater papo (como teria adorada com Gladys Cooper, Estelle Winwood... ou ficar sentado na cozinha de Montserrat Caballé por horas se ela cozinhasse uma boa paella... quem sabe um dia...), mas admiro este seu "feeling" única- e exclusivamente visual... Nisto ela era simplesmente genial!


Eu visitei seu túmulo em Berlim. Pois é, lá está Maria Magdalena Sieber enterrada entre uma Frau Müller e uns Senhores Mayer da vida… O mito, a lenda… como se não acabássemos todos iguais…

domingo, 9 de agosto de 2009

Sooner or later (ou "o que Bernadette Peters com seu imenso talento faz da música do também talentosíssimo Stephen Sondheim e nos deixa boquiabertos")


Bernadette Peters, quase sessentona aqui, e com todas as curvas de Mae West que adquiriu durante os últimos anos, dá aqui um show. Presenca, Performance, Voz… semi-deitada… semi-nua… e usa sua técnica ao máximo sem deixar este fato “transparecer”. Broadway’s Darling… always! Mine too!

Não só sua “picante” insinuação sobre o título do filme (que leva o nome do detetive) “Dick” Tracy, como também o fato de dizer que a “Blonde Bombshell” do filme, que cantou a canção "Sooner or Later" de Stephen Sondheim, não foi ela – apesar das duas “terem nomes religiosos… “ transformam esta pequena cena num momento muito divertido. Talento é fogo... irresistível!

Voces sabem a quem ela se refere? Quem tem também um nome religioso como "Bernadette"?

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