quinta-feira, 9 de julho de 2009

I'll be seeing you...

Uma coisa leva à outra… quem pesquiza, divaga e "tertúlia" sabe disto...

Em 1944 William Dieterle produziu para David O.Selznick (...E o Vento levou!/Gone with the Wind) um filme chamado „I’ll be seeing You“ para a United Artists.

Ginger Rogers e Joseph Cotten tiveram a possibilidade de criar dois personagens nada típicos para eles e bem diferentes dos que estávamos acostumados a ver: Ela, livre por uns dias da prisão onde está por assasinato, para passar o Natal com sua família. Ele, um soldado extremamente traumatizado pela guerra, com problemas mentais, ou seja, „preso“ em si mesmo e só há poucos dias fora do departamento psiquiátrico de um hospital. Eles se apaixonam. Cada um guarda seu segredo.

Nesse mesmo ano Ginger e Joseph fariam separadamente „Gaslight“ (Vide minha postagem de 23.05.2008) e „Lady in the Dark“ (também uma postagem de 02.03.2008), filmes que são mais „lembrados“. Em „I’ll be… „ principalmente Ginger está muito bem: contida, bem dirigida, com um „very low profile“, senhora de um personagem bem estruturado, real, com muitas gamas. Se compreende porque ela ganhou seu Oscar de melhor atriz de 1940 em „Kitty Foyle“ – Ginger distante Anos Luz da dupla „Astaire & Rogers“. Mais um assunto para uma futura postagem.

Em papéis secundários uma (chatíssima) adolescente chamada Shirley Temple (que fez pouquíssimos filmes na adolescencia e que, para nossa sorte, „retirou-se“ pouco depois do cinema) e a simpatissíssima Spring Byington (que ia muito a negócios ao Brasil), conhecida de muitos filmes.

O filme teve um sucesso considerável mas o relançamento de uma canção, „I’ll be seing you“ – o tema do filme – um ainda muito maior!

Redescobri esta canção (que por sinal é lindíssima!), não faz muito tempo, numa gravação de Bing Crosby de 1944, ou seja, do ano do filme.

Ao pegar por acaso num CD de Rod Stewart, dei-me conta que ele também cantou esta música há poucos anos… Billie Holiday, Mama Cass, Frank Sinatra e até Liberace criaram suas próprias versões.

Frequentemente usada (até à atualidade) „I’ll be seeing You“ foi também fundo musical de „Star Trek“, „Crimes and Mesdemeanors“ (de Woody Allen) e até do final do assustante „Misery“ com Kathy Bates!!!! Imaginem aquele personagem (já morto) e o som de "I'll be seeing you". Deus...

Um longo caminho para uma canção composta por Irving Kahal e Sammy Fain em 1938 para um Show da Broadway („Right this way“) que fechou depois de 15 apresentações!

E por falar-se em Broadway, aqui uma interpretação emocionada e emocionante com ninguém mais nem menos do que um dos „Broadway’s Darlings“ do momento (e um dos meus "Darlings" também!): a talentosíssima Bernadette Peters (em grande forma e aqui já com seus “cinquenta e tantos”).

Uma gravação inspirada, na qual a profundidade do texto é interpretada de uma forma única. Coisa muito comum em Miss Peters, dona de tanto talento e capaz de dar este ar de "simplicidade" a certos momentos, fazendo-os parecer "fáceis" e íntimos... como se ela estivesse cantando só para nós, num palquinho de uma "Boite"...

I'll be seeing you
In all the old familiar places
That this heart of mine embraces
All day through.

In that small cafe;
The park across the way;
The children's carousel;
The chestnut trees;
The wishin' well.


">

I'll be seeing you
In every lovely summer's day;
In every thing that's light and gay.
I'll always think of you that way.

I'll find you
In the morning sun
And when the night is new.
I'll be looking at the moon,
But I'll be seeing you.

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