terça-feira, 5 de maio de 2009

Remembering: Alphonse Mucha

Alfons Maria Mucha (Alphonse Mucha) nasceu em 1860 em Mähren e morreu em 1939 em Praga. Este incrível e genial pintor, gráfico, ilustrador é reconhecido hoje em dia como um dos maiores representantes do “Art Noveau” ou como se diz aqui: “Jugendstil”.
Já que foi recusado como estudante na Academia de Belas Artes de Praga, começou sua carreira como um auto-didata. De 1879 a 1881 visitou uma escola de Cenografia em Viena durante o dia e às noites uma escola de desenho. Depois, de 1885 a 1887, pode estudar mais séria- e intensamente na Academia de Belas Artes em Munique com o apoio da Família Khuen-Belasi que já tinha-lhe dado alguns trabalhos de decoração nos seus palácios tanto na Boemia como no Tirol-Sul (Hoje parte da atual Itália) e muito acreditava em seu talento.

Mas durante a época da Exposição Mundial em Paris, o jovem artista, como vários outros, foi atraído por Paris, nesta época a “Mecca” das Artes gráficas. Foi uma época muito difícil para ele. Com pequenos trabalhos ele conseguiu “manter-se”, sobreviver. Durante um curto tempo ele até dividiu um Studio com outro pintor: Paul Gauguin. Mas o frio e a fome fizeram parte de sua vida.

Mucha conseguiu sua “estréia”, seu “Breakthrough” com ajuda e por intermédio de Sarah Bernhardt. A famosa e incansável atriz estava em 1894 em busca de um novo artista, de um novo talento que lhe fizesse urgentemente o poster de sua nova peca: “Gismonda”. Mucha começou seu trabalho imediatamente e da noite para o dia, com seu poster pendurado em toda Paris, transformou-se numa celebridade. Bernhardt adorou seu trabalho.
Seus posters foram tão bem recebidos que a maioria deles foi roubada – por amantes da arte! Seus posters fizeram dele uma das personalidades mais conhecidas da “Belle Époque”. O resto, e uma série de posters para Bernhardt, ilustrações para Moët & Chandon, são agora parte da história! Seu poster de 1896 para “La Dame aux Camélias” de Bernhardt é considerado hoje em dia como um dos ápices das artes gráficas da “Art-Noveau”. Agora, se voces repararem bem, vao notar que ele nao fazia em realidade nenhuma diferenca entre seus posters para "A divina" Bernhardt e anúncios de Moet Chandon ou até um anúncio para uma impressora... Gosto disto... Abaixo meu poster preferido de Sarah: Medéa. Quanta tragédia...





Como Mucha tinha uma inspiração contínua e maravilhosa (e pelo que parece, inesgotável) continuou seu trabalho individual (na maioria das vezes num formato vertical, notaram?) e paralelamente executou muitas obras encomendadas por diversas companias (na maioria das vezes francêsas) como a loja de departamentos “Paris-France” que em poucos anos tinha conseguido expandir seus negócios de uma forma tal, que em 1914 já possuía 70 filiais em toda a França. Sómente para esta emprêsa ele desenhou 13 ações (Sim, ações! Eles estavam na Bôlsa e nestas épocas até investir dinheiro tinha mais “chic” mais “flair”... imaginem... Ações ilustradas por Mucha!) e 16 posters. Trabalhou também para “Société des Immeubles de France”, para o seguro “Slavia” (mais ações!), para a “Sociéte Anonyme de L’Exposition Réligieuse Internationale de 1900” e para muitos outros ...








Em 1904 ele dirigiuu-se aos U.S.A., onde, além de ter sido muito “festejado”, “badalado” e admirado (teve até tido um caderno especial de várias páginas no “New York Times”) passou dois anos como docente da Academia de Belas Artes lecionando em New York, Philadelphia e Boston.

Depois da Primeira Guerra Mundial seu sucesso acabou da noite para o dia. Os tempos mudavam. As lembranças de dor e perda de uma guerra, de trincheiras, fome e tragédia que arrasaram metade da Europa não deixaram muito espaço para os lírios, as rosas, as orquídeas, as luzes, rubis e nuances do seu trabalho. Os tempos mudavam. Brevemente chegariam os anos "20", os "roaring Twenties", que hoje em dia parecem-nos "romanticos e puros" (e sao, na realidade, se comparados ao mundo de hoje) mas que na época foram a verdadeira "ruptura" com valores considerados antiquados - Pensem em "O fio da Navalha" de Maughan). Ele retornou à sua pátria, à Tchecoslovakia. Aí ele trabalhou e trabalhou mais uma vez incansávelmente: sêlos, cédulas, ordens... Mas seu trabalho só seria mesmo redescoberto nos anos 70.

Então uma "encomenda" vinda de um milionário americano: A Epopéia Eslava. Uma série de 20 quadros (monumentais por sinal, imensos...) que Alphonse Mucha pintou num período de 18 anos!!!!! Este foi seu trabalho mais criticado e mais esquecido – nunca chegando perto à admiração que seu trabalho mais “comercial” teve – que está desde 2006 em Praga.


Mucha (agora financeiramente independente) e sua família viveram num Castelo ao Norte de Praga. Aqui um lindo retrato de suas filhas, mostrando uma outra técnica, assim como um estudo de uma mulher numa cadeira datado de 1936 (o que nao está muito de acordo com seus trajes tao "1890's").


Alfons Mucha foi, em 1939, um dos primeiros Tchecos a serem “internados” pelos nazistas, morrendo pouquíssimo tempo depois por consequência de uma pneumonia aos 79 anos.

Este ano Viena tem a grande honra de ter uma exposição com um acervo quase completo dos trabalhos de Mucha. No Schloss (Palácio) Belvedere (que em si mesmo já é uma jóia de um dos mais puros rococós em toda a Europa. Ele pertenceu ao francês, Príncipe Eugenio, que veio morar aqui na época de Metternich e do Congresso vienense... e que certamente teria adorado o trabalho de Mucha se nao tiversse vivido antes e... bem, esta já é uma outra estória/história... fica para a próxima!). A exposição estará aqui só até o dia primeiro de junho!

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