domingo, 27 de março de 2011
Les Liaisons dangereuses - se arrependimento matasse...
“Ligações perigosas” (Dangerous Liaisons), filme baseado na peça homonima de Christopher Hampton que por sua vez foi baseada na novela também homonima do século XVIII “Les Liaisons dangereuses” de Pierre Choderlis de Laclos, me fascina.
Dirigido em 1988 por Stephen Frears, este filme tem um lugar distinto, muito especial entre os meus favoritos: é o único filme que prefiro ver dublado em alemão do que em seu ingles original… estranho? Pode ser, mas mais estranho encontro os sotaques americanos de todos os principais atores… e isto na corte de Louis XV. Por esta razão prefiro assistí-lo com uma boa e séria dublagem.
Mas esta não é a razao desta postagem.
Nem a trama do filme inteiro – Quem não o conhece, aconselho a assistí-lo.
“Tropecei” porém,de novo e por acaso, sobre a cena final. Mais uma vez a fabulosa Glenn Close me fascinou com sua força, carisma e imenso talento. Um momento soberbo de uma grande atuação! Magistral!
Um filme sobre o poder. Poder adquirido via mentiras, intrigas, maldades, sexo… Mas até que ponto?
No final do filme a Marquise de Merteuil (Close) descobre o fato que o Vicomte de Valmont (John Malkovich) e Madame de Tourvel (Michelle Pfeiffer) morreram.
Ela de amor, ele num duelo.
Apesar de mortos eles “ganharam” pois estão reunidos em algum lugar onde a maldade da Marquise não os alcançará. Estão juntos.
Ela perdeu.
E mal sabe ela que ainda perderá mais. O Vicomte tratou, antes de sua morte, de colocar todas as cartas da Marquise para ele, em circulação pela sociedade parisiense.
Cartas que revelam um plano odioso, sua força maquiavélica, seu espírito diabólico.
A última cena é maravilhosa. Impressionante.
Ela. Só. Em sua casa.
Se arrependimento matasse…
Definitivamenre uma das grandes cenas do cinema dos ano 80.
">
E fico pensando nas pessoas que são assim: que machucam deliberadamente os outros…
Só quando retiram a maquiagem podemos ver seu verdadeiro rosto.
Só assim vemos como são feias.
Antes não eram assim para nossos olhos. Como a própria Marquise abaixo...
Como somos cegos às vezes...
Acabam sós, esquecidas dentro de suas quatro paredes.
Como suas vidas e destinos devem ser tristes.
Elas constroem pouco o pouco o inferno e a prisão nos quais se trancam para sempre!
Na realidade dignas de pena...
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quarta-feira, 23 de março de 2011
Raina Kabaivanska - Tosca
sábado, 19 de março de 2011
Pensando no Japão, em "Suzuki e as 1000 garças" e em tantas outras coisas...
Pensando no Japão…
Nos anos 80, mais precisamente em 1987, estive lá. Viajei do Norte ao Sul mas o que mais me impressionou, me lembro nítidamente, foi Hiroshima.
Impressionante o Parque no Centro da cidade, bem próximo ao “T” onde a bomba caiu. Um Parque todo dedicado à Paz. Uma cidade repleta de cegos. Uma cidade fascinante pelo seu lado humano.
Lá visitei “o Sino da Paz” e me emocionei muito ao ler as seguintes frases (abaixo 3 fotos pessoais minhas no Japão):
Óbviamente subi e o toquei uma vez. Queria bate-lo fortemente para a Paz Mundial. Tão intensamente que queria que ouvissem-o até no Brasil... Me lembro de um grupo de russos que subiu logo após de mim. Estávamos ainda no auge da “guerra fria” e este grupo trocou comigo olhares da paz, de amizade, de entendimento, de fraternidade…
Quando me distancei um pouco do sino dei-me conta que estava em frente a um templo… e por todos os lados estavam penduradas garças feitas de papel, nas diferentes cores do arco-íris. Comecei a chorar.
Quando eu era menino recebi um livro que se chamava “Suzuki e as 1000 garças”. Era um livro em alemão (que na realidade chamava-se “Suzuki und die tausend Kraniche”). O livro contava a estória desta menininha que, doentinha como milhares de outras crianças depois da “bomba de Hiroshima” (e Nagazaki), era tratada num hospital. Como terapia ocupacional as crianças eram incentivadas a dobrar MIL pássaros de papel que depois seriam pendurados num templo (Shrine) com seus pedidos para curarem-se… Quem dobrasse e fizesse MIL pássaros ficaria sarado de sua doença. Até hoje acredita-se no Japão que dobrando mil, desejos serão atendidos (Minha amiga Lícia me explicou que esta arte em papel chama-se Origami. Eu não sabia).
Acompanhamos com muita curiosidade, apego e amizade os pensamentos, os fatos da vida, o dia-a-dia de nossa querida Suzuki. Éramos crianças, ela também. Logo nos tornamos os mais queridos dos companheiros, amigos. A leitura, para uma criança de seus 7, 8 anos de idade era difícil e o livro – para minha idade – relativamente longo.
Pois bem: Chegando ao último capítulo fomos confrontados com o destino de Suzuki… Ela dobrou e fez com todo amor 999 pássaros… e aí morreu. Não teve sua "chance" pois não dobrou 1000.
Que injusto. Que dor. Que triste.
Quando revi todos aqueles pássaros pendurados em frente ao templo e todas aquelas cartinhas dirigidas a Deus com pedidos, lembrei-me desta então esquecida amiga de infancia e de seu destino. Comecei a chorar e entre soluços consegui explicar ao meu acompanhante de viagem o porque daquela reação. Um momento de pura emoção. Quando penso em Suzuki ainda vejo o rosto que "ela tinha" enquanto eu lia o livro...
Hoje penso na tragédia que mais uma vez tomou conta daquela linda terra.
E paro para pensar nos livros que nos davam para ler quando éramos ainda tão «puros», tão «verdes» em relação ao mundo :
o tristíssimo «O meu pé de laranja lima»,
o trágico «Os meninos da Rua Paulo» (do mesmo Molnár de «O Cisne»).
Até uma novela chegou a ser cruel conosco: a “Pequena Orfã” (acho quera da “finada” TV Excelsior) na qual uma menininha (Patrícia Aires) era maltratada pela madrasta (a ótima atriz Riva Nimitz), que batia tanto na pobrezinha que esta vivia dizendo “Não me bate, não me bate!”. Coitadinha. Seu único amigo era o “Velho Gui” (Dionísio Azevedo).
Já então nos mostravam como cruel e injusta a vida pode ser.
Será que era esta a forma de quererem nos preparar para as “durezas e tristezas” da vida?
Se era, não acho que conseguiram. Os desastres neste nosso frágil e vulnerável mundo parecem agravar-se a cada dia. Preparados nunca estaremos…
Mesmo assim acredito num fato que o “passar dos anos” nos dá: com a idade descobrimos que somos capazes de sobreviver às dores, às injustiças e às decepções da vida…
Mas, como diz a canção? "Cada Garça que voa, me faz chorar..."
Pensando no Japão…
Lícia, minha amiga de toda a vida, a voce dedico hoje esta postagem. A voce, que me acompanhou lado a lado e dividiu, na época do primário, tudo isso… e que como um “presente” retornou à minha vida para trazer muita LUZ!
Nos anos 80, mais precisamente em 1987, estive lá. Viajei do Norte ao Sul mas o que mais me impressionou, me lembro nítidamente, foi Hiroshima.
Impressionante o Parque no Centro da cidade, bem próximo ao “T” onde a bomba caiu. Um Parque todo dedicado à Paz. Uma cidade repleta de cegos. Uma cidade fascinante pelo seu lado humano.
Lá visitei “o Sino da Paz” e me emocionei muito ao ler as seguintes frases (abaixo 3 fotos pessoais minhas no Japão):
Óbviamente subi e o toquei uma vez. Queria bate-lo fortemente para a Paz Mundial. Tão intensamente que queria que ouvissem-o até no Brasil... Me lembro de um grupo de russos que subiu logo após de mim. Estávamos ainda no auge da “guerra fria” e este grupo trocou comigo olhares da paz, de amizade, de entendimento, de fraternidade…
Quando me distancei um pouco do sino dei-me conta que estava em frente a um templo… e por todos os lados estavam penduradas garças feitas de papel, nas diferentes cores do arco-íris. Comecei a chorar.
Quando eu era menino recebi um livro que se chamava “Suzuki e as 1000 garças”. Era um livro em alemão (que na realidade chamava-se “Suzuki und die tausend Kraniche”). O livro contava a estória desta menininha que, doentinha como milhares de outras crianças depois da “bomba de Hiroshima” (e Nagazaki), era tratada num hospital. Como terapia ocupacional as crianças eram incentivadas a dobrar MIL pássaros de papel que depois seriam pendurados num templo (Shrine) com seus pedidos para curarem-se… Quem dobrasse e fizesse MIL pássaros ficaria sarado de sua doença. Até hoje acredita-se no Japão que dobrando mil, desejos serão atendidos (Minha amiga Lícia me explicou que esta arte em papel chama-se Origami. Eu não sabia).
Acompanhamos com muita curiosidade, apego e amizade os pensamentos, os fatos da vida, o dia-a-dia de nossa querida Suzuki. Éramos crianças, ela também. Logo nos tornamos os mais queridos dos companheiros, amigos. A leitura, para uma criança de seus 7, 8 anos de idade era difícil e o livro – para minha idade – relativamente longo.
Pois bem: Chegando ao último capítulo fomos confrontados com o destino de Suzuki… Ela dobrou e fez com todo amor 999 pássaros… e aí morreu. Não teve sua "chance" pois não dobrou 1000.
Que injusto. Que dor. Que triste.
Quando revi todos aqueles pássaros pendurados em frente ao templo e todas aquelas cartinhas dirigidas a Deus com pedidos, lembrei-me desta então esquecida amiga de infancia e de seu destino. Comecei a chorar e entre soluços consegui explicar ao meu acompanhante de viagem o porque daquela reação. Um momento de pura emoção. Quando penso em Suzuki ainda vejo o rosto que "ela tinha" enquanto eu lia o livro...
Hoje penso na tragédia que mais uma vez tomou conta daquela linda terra.
E paro para pensar nos livros que nos davam para ler quando éramos ainda tão «puros», tão «verdes» em relação ao mundo :
o tristíssimo «O meu pé de laranja lima»,
o trágico «Os meninos da Rua Paulo» (do mesmo Molnár de «O Cisne»).
Até uma novela chegou a ser cruel conosco: a “Pequena Orfã” (acho quera da “finada” TV Excelsior) na qual uma menininha (Patrícia Aires) era maltratada pela madrasta (a ótima atriz Riva Nimitz), que batia tanto na pobrezinha que esta vivia dizendo “Não me bate, não me bate!”. Coitadinha. Seu único amigo era o “Velho Gui” (Dionísio Azevedo).
Já então nos mostravam como cruel e injusta a vida pode ser.
Será que era esta a forma de quererem nos preparar para as “durezas e tristezas” da vida?
Se era, não acho que conseguiram. Os desastres neste nosso frágil e vulnerável mundo parecem agravar-se a cada dia. Preparados nunca estaremos…
Mesmo assim acredito num fato que o “passar dos anos” nos dá: com a idade descobrimos que somos capazes de sobreviver às dores, às injustiças e às decepções da vida…
Mas, como diz a canção? "Cada Garça que voa, me faz chorar..."
Pensando no Japão…
Lícia, minha amiga de toda a vida, a voce dedico hoje esta postagem. A voce, que me acompanhou lado a lado e dividiu, na época do primário, tudo isso… e que como um “presente” retornou à minha vida para trazer muita LUZ!
segunda-feira, 14 de março de 2011
La Bayadère: "corrigindo" um fato histórico do nosso Theatro
Não estou «Making History» (Título aliás do fabuloso livro de Stephen Fry, que muito recomendo) e nem tentando corrigí-la. Estou porém corrigindo a ordem dos fatos, como nos estão expostos, estes sim injustamente «mudando o curso a história». Como já disse uma vez, aqui nas «Tertúlias» : « Nunca tive e nunca terei qualquer ambição didática com este Blog“.
Tenho porém desta vez quase que dar „o braço a torcer“ porque, com minha querida amiga Eliana Caminada, consegui desvendar algo que não está corretamente colocado em várias plataformas da Internet e até em vários livros e Enciclopédias!!!!
Tudo começou com minha postagem do dia 24 de fevereiro de 2011 sobre “La Bayadère” (postagem, aliás, que eu achava que ninguém iria ler e que se transformou na melhor sucedida que fiz até hoje…):
„La Bayadère“ era considerada um clássico na Russia mas no mundo ocidental completamente desconhecida. Segundo a “história”, a primeira “impressão” que o público ocidental teve deste trabalho foi quando o Ballet Kirov apresentou “The Kingdom of the Shades” (O Reino das Sombras) em 4 de julho de 1961 no Palais Garnier em Paris”. Quase dois anos e meio depois, em novembro de 1963 como consta, Nureyev apresentou a cena (ou melhor, o terceiro ato – ou segundo, dependendo da versão) para o Royal Ballet com Margot Fonteyn como Nikiya.
Tenho aqui em Viena o raríssimo livro “O Ballet no Brasil” de Edméa A. Carvalho, comprado ainda nos anos 70 num daqueles maravilhosos e imensos “sebos” de dois andares da Rua do Rosário ou em outras paralelas (ainda existem?). Tatiana Leskova, Eliana Caminada e várias outras pessoas tiveram este livro, um dos primeiros sobre Ballet no Brasil, mas de alguma forma todos “sumiram” (por isso mantenho meu princípio: discos e livros não empresto!) e lá encontrei uma foto da maravilhosa Bertha Rosanova e de meu querido mestre Aldo Lotufo em “Bayadera” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Bem, mais do que isso não “precisamos” (a sabida e maravilhosa Eliana Caminada e eu – curioso “par excellence”)... Tenho que adicionar que à esta pesquiza se juntou minha querida Danielle Crepaldi, sempre atenta, esperta e inteligente.
Na primeira versão no Brasil conseguimos descobrir, no livro de Edméa, quem estava no corpo de baile:
Alda Acioli, Sonia Barroso, Luciana Bogdanocich, Rojan Cavina, Oneide Craveiro, Maria Enamar, Wanda Garcia, Therezinha Goulart, Eunice Khoury, Helena Lobato, Nair Moussatche, Helna Nogueira, Irene Orazem, Estella Reigas, Julia Rodrigues e Clélia Serrano.
Mas o livro é de certa forma “pobre” em termos de datas, revela pouco.
Um dia chegou um impressionante e.mail de Eliana, no qual mal pude acreditar e que tenho que aqui citar:
Ricardo, Aldo Lotufo está aqui em casa e me esclareceu que dançou, com Bertha Rosanova, o Ato das Sombras de La Bayadère, em uma versão de Chabukiani, estreando no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 12 de abril de 1961 (de acordo com o livro de Edgard de Brito Chaves Junior "Memórias e Glórias de um Teatro").
A versão foi extraída do filme de Chabukiani com Dudinskaya, mas Aldo comenta que muita coisa foi colocada por Dona Genia (comentário meu: Eugenia Feodorova) a partir de suas próprias lembranças e do conhecimento que tinha do estilo do ballet.
Uma musicista da Rádio Mec tirou a partitura de disco para piano e posteriormente foi feita a orquestração.
D. Eugenia remontou o mesmo ato do ballet para sua Fundação Brasileira de Ballet, quando Aldo dançou com Sílvia Barroso.
Bjsss
Caminada
Num dicionário mais recente sobre dança, a parte que se refere a este Ballet no Theatro é lamentávelmente erronea. Nem Bertha nem Aldo constam na menção sobre “La Bayadère”. Falta de informação? As vezes existe neste nosso mundo não só falta de informação mas também mal intenções, parcialidade e muita falta de ética..
Mas neste livro está o fato comprovado: "Memórias e glórias de um Teatro: sessenta anos de história do T. M. do Rio de Janeiro" de Edgard de Brito Chaves.
TROCANDO EM MIÚDOS: a Première no mundo Ocidental não foi feita nem pelo Kirov em Paris em 1961 nem pelo Royal Ballet com Fonteyn e Nureyev em 1963 porém no Theatro Municipal do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 1961.
Como agora vou conseguir manter-me “quieto” e não querer mudar todas as Enciclopédias do mundo? (Pelo menos a Wikipedia em ingles e alemão já mudei oficialmente).
Não é uma questao de orgulho.
Só quero que Dona Eugenia, Bertha Rosanova e Aldo Lotufo tenham seu prestigiado (e justo) lugar na História.
“A César o que é de César”, n’est-ce-pas ?
Idéias?
A minha é simplesmente uma: Passem esta postagem para o maior número posível de pessoas relacionadas ao mundo do Ballet!!!!
Vamos prestigiar a memória dos nossos talentos!
Tenho porém desta vez quase que dar „o braço a torcer“ porque, com minha querida amiga Eliana Caminada, consegui desvendar algo que não está corretamente colocado em várias plataformas da Internet e até em vários livros e Enciclopédias!!!!
Tudo começou com minha postagem do dia 24 de fevereiro de 2011 sobre “La Bayadère” (postagem, aliás, que eu achava que ninguém iria ler e que se transformou na melhor sucedida que fiz até hoje…):
„La Bayadère“ era considerada um clássico na Russia mas no mundo ocidental completamente desconhecida. Segundo a “história”, a primeira “impressão” que o público ocidental teve deste trabalho foi quando o Ballet Kirov apresentou “The Kingdom of the Shades” (O Reino das Sombras) em 4 de julho de 1961 no Palais Garnier em Paris”. Quase dois anos e meio depois, em novembro de 1963 como consta, Nureyev apresentou a cena (ou melhor, o terceiro ato – ou segundo, dependendo da versão) para o Royal Ballet com Margot Fonteyn como Nikiya.
Tenho aqui em Viena o raríssimo livro “O Ballet no Brasil” de Edméa A. Carvalho, comprado ainda nos anos 70 num daqueles maravilhosos e imensos “sebos” de dois andares da Rua do Rosário ou em outras paralelas (ainda existem?). Tatiana Leskova, Eliana Caminada e várias outras pessoas tiveram este livro, um dos primeiros sobre Ballet no Brasil, mas de alguma forma todos “sumiram” (por isso mantenho meu princípio: discos e livros não empresto!) e lá encontrei uma foto da maravilhosa Bertha Rosanova e de meu querido mestre Aldo Lotufo em “Bayadera” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Bem, mais do que isso não “precisamos” (a sabida e maravilhosa Eliana Caminada e eu – curioso “par excellence”)... Tenho que adicionar que à esta pesquiza se juntou minha querida Danielle Crepaldi, sempre atenta, esperta e inteligente.
Na primeira versão no Brasil conseguimos descobrir, no livro de Edméa, quem estava no corpo de baile:
Alda Acioli, Sonia Barroso, Luciana Bogdanocich, Rojan Cavina, Oneide Craveiro, Maria Enamar, Wanda Garcia, Therezinha Goulart, Eunice Khoury, Helena Lobato, Nair Moussatche, Helna Nogueira, Irene Orazem, Estella Reigas, Julia Rodrigues e Clélia Serrano.
Mas o livro é de certa forma “pobre” em termos de datas, revela pouco.
Um dia chegou um impressionante e.mail de Eliana, no qual mal pude acreditar e que tenho que aqui citar:
Ricardo, Aldo Lotufo está aqui em casa e me esclareceu que dançou, com Bertha Rosanova, o Ato das Sombras de La Bayadère, em uma versão de Chabukiani, estreando no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 12 de abril de 1961 (de acordo com o livro de Edgard de Brito Chaves Junior "Memórias e Glórias de um Teatro").
A versão foi extraída do filme de Chabukiani com Dudinskaya, mas Aldo comenta que muita coisa foi colocada por Dona Genia (comentário meu: Eugenia Feodorova) a partir de suas próprias lembranças e do conhecimento que tinha do estilo do ballet.
Uma musicista da Rádio Mec tirou a partitura de disco para piano e posteriormente foi feita a orquestração.
D. Eugenia remontou o mesmo ato do ballet para sua Fundação Brasileira de Ballet, quando Aldo dançou com Sílvia Barroso.
Bjsss
Caminada
Num dicionário mais recente sobre dança, a parte que se refere a este Ballet no Theatro é lamentávelmente erronea. Nem Bertha nem Aldo constam na menção sobre “La Bayadère”. Falta de informação? As vezes existe neste nosso mundo não só falta de informação mas também mal intenções, parcialidade e muita falta de ética..
Mas neste livro está o fato comprovado: "Memórias e glórias de um Teatro: sessenta anos de história do T. M. do Rio de Janeiro" de Edgard de Brito Chaves.
TROCANDO EM MIÚDOS: a Première no mundo Ocidental não foi feita nem pelo Kirov em Paris em 1961 nem pelo Royal Ballet com Fonteyn e Nureyev em 1963 porém no Theatro Municipal do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 1961.
Como agora vou conseguir manter-me “quieto” e não querer mudar todas as Enciclopédias do mundo? (Pelo menos a Wikipedia em ingles e alemão já mudei oficialmente).
Não é uma questao de orgulho.
Só quero que Dona Eugenia, Bertha Rosanova e Aldo Lotufo tenham seu prestigiado (e justo) lugar na História.
“A César o que é de César”, n’est-ce-pas ?
Idéias?
A minha é simplesmente uma: Passem esta postagem para o maior número posível de pessoas relacionadas ao mundo do Ballet!!!!
Vamos prestigiar a memória dos nossos talentos!
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Nureyev Rudolf
sexta-feira, 11 de março de 2011
Um Cisne... mesmo?
Neste momento, no qual a mídia quer nos fazer acreditar que um „Cisne“ é uma nova invenção, um novo tópico de conversação (até como se a interpretação de Odette/Odille, respectivamente cisne branco e negro no "Lago dos Cisnes", pela mesma bailarina fosse única- e exclusivamente uma "descoberta de Hollywood" para o roteiro de “Black Swan”) fiquei refletindo sobre a emoção que um cisne nos passa, sobre o que ele representa, sutil- e simbólicamente…
Era isso o que Anna Pavlova queria nos comunicar neste “Shooting”? (Que aliás "adoro"... Pavlova simples, de cara "lavada", relaxada...)
Pensei muito em várias bailarinas, me perguntando se elas também reflexionaram tanto, seja para o “Lago” ou para “A morte do Cisne”. Se fizeram seu "dever de casa"... Dos solistas ao Corps-de-Ballet... Se o fizeram bem, vemos imediatamente no palco... Não estou falando do lado físico, me entendam. Falo de muito além disso. Falo do “simbolismo” de um cisne como uma obra-de-arte em si próprio.
Vejo um pouco do que sinto na distancia de Makarova no “Lago”,
e até nas incomparáveis “asas quebradas” de Lopatkina na «Morte» (Impressionante momento!). Mesmo assim, só um pouco...
Também pensei em vários bailarinos. Sim – jamais poderemos esquecer a versão do “Lago dos Cisnes” de Matthew Bourne como aqui com Will Kemp
e até de Geo Macia da Miami Contemporary Dance Company na “Morte” (pois não foi no “SBT” a primeira vez que um homem dançou esta curta peça – vídeo aliás que recebi já umas 20 vezes!). Mas não são nem de longe tudo o que imagino...
Me revi e me reinventei nas margens de um lago aqui na Austria olhando para cisnes… para me lembrar...
Dentro de mim uma pergunta se respondia automáticamente – mas poderia eu articular estes sentimentos de forma compreensível? Eu só sabia que não queria mais ver alguém "imitando" um cisne...
E como que “por pura coincidencia” (elas não existem mesmo, não é?) recebi um comunicado da TCM (Turner Classic Movies) no qual notei o lançamento em DVD de “The Swan”, filme maravilhoso (que buscava há muitos, muitos anos mesmo) com um elenco soberbo: Grace Kelly, Alec Guinness, Louis Jourdan, Agnes Moorehead, Jessie Royce Landis (fantástica!), a magnífica Estelle Winwood e Leo G. Carroll) de 1956, dirigido por Charles Vidor e baseado na peça do húngaro Ferenc Molnár (1878-1952). Um filme de uma delicadeza sóbria e de uma apaixonante decepção (pois me envolvi demais com os personagens e acabei sofrendo com sua conclusão). Ontem revi este filme. E a emoção da qual me lembrava (pois faziam pelo menos uns 25 anos desde que o tinha visto pela última vez) foi ainda muito mais forte, intensa, quase abaladora…
Encontrei o que pensava e não precisei mas procurar formas de articular meus pensamentos. Eles estavam ali, na tela, no texto em que ouvia (e “via” concretamente), como se estivessem me recontando algo que havia esquecido dentro de mim.
O diálogo (práticamente um monólogo de Alec Guiness como “Prince Albert”) revela ao personagem de Kelly (Princess Alexandra) o que significa “ser” um cisne, no exato momento em que seu amor “burgues” (o professor de seus irmãos, brilhantemente interpretado por Louis Jourdan) deixa o palácio, saíndo assim eternamente de sua vida. Brilhante metáfora de Ferenc Molnár. Aplaudo de pé… Bravo !!!!!!!!
E “vejo”, "revejo" finalmente meu cisne perfeito na interpretação de Grace Kelly…
Curioso o fato de eu não conseguir ve-lo assim no Ballet porém num filme, numa atriz... e num ator! (Sim, Guinness também me recorda um cisne aqui, um cisne mais sábio que conhece os "por ques"!). Logo eu...
Aqui o diálogo original e uma livre tradução minha.
Leiam e assistam a cena abaixo. Sei que entenderão o que quiz dizer.
Um lindo momento cinematográfico - cheio de emoção. Grande Arte pode ser o cinema...
Prince Albert: Your father used to call you his swan, or at least so I am told. I think that's a good thing to remember. Think what it means to be a swan. To glide like a dream on the smooth surface of the lake, and never go on the shore. On dry land, where ordinary people walk, the swan is awkward, even ridiculous. When she waddles up the bank she painfully resembles a different kind of bird, n'est-ce-pas?
Princess Alexandra: A goose.
Prince Albert: I'm afraid so. And there she must stay, out on the lake; silent, white, majestic. Be a bird, but never fly; know one song but never sing it until the moment of her death. And so it must be for you, Alexandra. And high, cool indifference to the staring crowds along the bank. And the song? Never.
">
Príncipe Albert: Seu pai costumava lhe chamar de seu cisne, ou pelo menos foi o que me disseram. Eu acho que isto é uma coisa boa para se relembrar. Pense no que significa ser um cisne. Deslizar como um sonho na suave superfície de um lago e nunca ir à sua margem. No terra seca, onde gente comum caminha, o cisne é desajeitado, até ridículo. Quando anda bamboleando-se ele dolorosamente assemelha-se a um outro tipo de pássaro, n’est-ce-pas?
Princesa Alexandra: A um ganso.
Príncipe Albert: Temo que sim. Então lá ele deve se manter, fora no lago; silencioso, branco, majestoso. Sendo um pássaro porém nunca voando; sabendo uma única canção mas nunca cantando-a até o momento de sua morte. E assim deve ser com voce, Alexandra. E altiva e gélida indiferença para as massas que lhe olham fixamente ao longo da margem. E a canção? Nunca.
Era isso o que Anna Pavlova queria nos comunicar neste “Shooting”? (Que aliás "adoro"... Pavlova simples, de cara "lavada", relaxada...)
Pensei muito em várias bailarinas, me perguntando se elas também reflexionaram tanto, seja para o “Lago” ou para “A morte do Cisne”. Se fizeram seu "dever de casa"... Dos solistas ao Corps-de-Ballet... Se o fizeram bem, vemos imediatamente no palco... Não estou falando do lado físico, me entendam. Falo de muito além disso. Falo do “simbolismo” de um cisne como uma obra-de-arte em si próprio.
Vejo um pouco do que sinto na distancia de Makarova no “Lago”,
e até nas incomparáveis “asas quebradas” de Lopatkina na «Morte» (Impressionante momento!). Mesmo assim, só um pouco...
Também pensei em vários bailarinos. Sim – jamais poderemos esquecer a versão do “Lago dos Cisnes” de Matthew Bourne como aqui com Will Kemp
e até de Geo Macia da Miami Contemporary Dance Company na “Morte” (pois não foi no “SBT” a primeira vez que um homem dançou esta curta peça – vídeo aliás que recebi já umas 20 vezes!). Mas não são nem de longe tudo o que imagino...
Me revi e me reinventei nas margens de um lago aqui na Austria olhando para cisnes… para me lembrar...
Dentro de mim uma pergunta se respondia automáticamente – mas poderia eu articular estes sentimentos de forma compreensível? Eu só sabia que não queria mais ver alguém "imitando" um cisne...
E como que “por pura coincidencia” (elas não existem mesmo, não é?) recebi um comunicado da TCM (Turner Classic Movies) no qual notei o lançamento em DVD de “The Swan”, filme maravilhoso (que buscava há muitos, muitos anos mesmo) com um elenco soberbo: Grace Kelly, Alec Guinness, Louis Jourdan, Agnes Moorehead, Jessie Royce Landis (fantástica!), a magnífica Estelle Winwood e Leo G. Carroll) de 1956, dirigido por Charles Vidor e baseado na peça do húngaro Ferenc Molnár (1878-1952). Um filme de uma delicadeza sóbria e de uma apaixonante decepção (pois me envolvi demais com os personagens e acabei sofrendo com sua conclusão). Ontem revi este filme. E a emoção da qual me lembrava (pois faziam pelo menos uns 25 anos desde que o tinha visto pela última vez) foi ainda muito mais forte, intensa, quase abaladora…
Encontrei o que pensava e não precisei mas procurar formas de articular meus pensamentos. Eles estavam ali, na tela, no texto em que ouvia (e “via” concretamente), como se estivessem me recontando algo que havia esquecido dentro de mim.
O diálogo (práticamente um monólogo de Alec Guiness como “Prince Albert”) revela ao personagem de Kelly (Princess Alexandra) o que significa “ser” um cisne, no exato momento em que seu amor “burgues” (o professor de seus irmãos, brilhantemente interpretado por Louis Jourdan) deixa o palácio, saíndo assim eternamente de sua vida. Brilhante metáfora de Ferenc Molnár. Aplaudo de pé… Bravo !!!!!!!!
E “vejo”, "revejo" finalmente meu cisne perfeito na interpretação de Grace Kelly…
Curioso o fato de eu não conseguir ve-lo assim no Ballet porém num filme, numa atriz... e num ator! (Sim, Guinness também me recorda um cisne aqui, um cisne mais sábio que conhece os "por ques"!). Logo eu...
Aqui o diálogo original e uma livre tradução minha.
Leiam e assistam a cena abaixo. Sei que entenderão o que quiz dizer.
Um lindo momento cinematográfico - cheio de emoção. Grande Arte pode ser o cinema...
Prince Albert: Your father used to call you his swan, or at least so I am told. I think that's a good thing to remember. Think what it means to be a swan. To glide like a dream on the smooth surface of the lake, and never go on the shore. On dry land, where ordinary people walk, the swan is awkward, even ridiculous. When she waddles up the bank she painfully resembles a different kind of bird, n'est-ce-pas?
Princess Alexandra: A goose.
Prince Albert: I'm afraid so. And there she must stay, out on the lake; silent, white, majestic. Be a bird, but never fly; know one song but never sing it until the moment of her death. And so it must be for you, Alexandra. And high, cool indifference to the staring crowds along the bank. And the song? Never.
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Príncipe Albert: Seu pai costumava lhe chamar de seu cisne, ou pelo menos foi o que me disseram. Eu acho que isto é uma coisa boa para se relembrar. Pense no que significa ser um cisne. Deslizar como um sonho na suave superfície de um lago e nunca ir à sua margem. No terra seca, onde gente comum caminha, o cisne é desajeitado, até ridículo. Quando anda bamboleando-se ele dolorosamente assemelha-se a um outro tipo de pássaro, n’est-ce-pas?
Princesa Alexandra: A um ganso.
Príncipe Albert: Temo que sim. Então lá ele deve se manter, fora no lago; silencioso, branco, majestoso. Sendo um pássaro porém nunca voando; sabendo uma única canção mas nunca cantando-a até o momento de sua morte. E assim deve ser com voce, Alexandra. E altiva e gélida indiferença para as massas que lhe olham fixamente ao longo da margem. E a canção? Nunca.
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Pavlova Anna,
Winwood Estelle
segunda-feira, 7 de março de 2011
The Boy Friend, 1970
Hoje acordei tarde (tirei o dia livre !) e com vontade de ouvir a trilha sonora de «The Boy Friend», filme divertidíssimo, louco e alucinado de Ken Russell para a MGM de 1970.
Russell usou a estória que estava desde 1954 nas prateleiras da Metro, acrescentou uma peça dentro do filme e colocou o original não mais como “roteiro principal” porém com uma estória paralela “por trás dos bastidores”, já que o original seria "pueril" demais (e o "tom" cínico dos anos 50 seria mal compreendido nos 70).
Uma delícia de filme, uma declaração de amor ao filme musical.
“Polly” o personagem central, tinha sido criada na Broadway por uma mocinha inglesa de 19 anos, em 1954: Julie Andrews, que causou um grande impacto (e causaria um ainda maior no ano seguinte, em “My fair Lady”) tonando-se da noite para o dia "Broadway's darling". Para a versão cinemaográfica Julie não foi cogitada – já não tinha idade para ser uma “ingenue” e andava numa fase muito triste de sua carreira, com muita falta de exito... O disco do “original Broadway cast” de 1954 é uma destas delícias que um “tem que ter” e foi exatamente esta gravação que ouvi hoje pela manhã…
Twiggy (que na época foi chamada de ”deliciosamente amadora”) é Polly Brown, o grande e já falecido bailarino do Royal Ballet, Christopher Gable (sobre quem já algumas vezes escrevi aqui), é o “Namoradinho”. Um ótimo elenco coadjuvante liderado por Max Adrian (trabalhou muito com Russell), Moyra Fraser (enlouquecida como Madame Dubonnet), Antonia Ellis (que "arrasa" num Charleston... Antonia transformou-se depois na produtora de “Sex and the City”), Georgina Hale (com quem assisti muitos filmes... Seu número "It's never too late to fall in love" é uma delícia!), Barbara Windsor (fantástica como a empregada francesa!), Tommy Tune numa de suas raras aparições no cinema e até (pasmem) Glenda Jackson!!!! (como a real "estrela" do show que prende a perna num trilho de bonde... o que implica que sua "substituta" (Twiggy) tenha que entrar em cena... Que besteira!!! Que maravilha!!!)
Uma jóia de filme, bem empacotado dentro de um palquinho mágico onde tudo pode acontecer! Como uma caixinha de música!
(Sei que meu querido amigo Mauri vai gostar de rever estas ceninhas – dedico a ele esta “Tertúlia”!)
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Russell usou a estória que estava desde 1954 nas prateleiras da Metro, acrescentou uma peça dentro do filme e colocou o original não mais como “roteiro principal” porém com uma estória paralela “por trás dos bastidores”, já que o original seria "pueril" demais (e o "tom" cínico dos anos 50 seria mal compreendido nos 70).
Uma delícia de filme, uma declaração de amor ao filme musical.
“Polly” o personagem central, tinha sido criada na Broadway por uma mocinha inglesa de 19 anos, em 1954: Julie Andrews, que causou um grande impacto (e causaria um ainda maior no ano seguinte, em “My fair Lady”) tonando-se da noite para o dia "Broadway's darling". Para a versão cinemaográfica Julie não foi cogitada – já não tinha idade para ser uma “ingenue” e andava numa fase muito triste de sua carreira, com muita falta de exito... O disco do “original Broadway cast” de 1954 é uma destas delícias que um “tem que ter” e foi exatamente esta gravação que ouvi hoje pela manhã…
Twiggy (que na época foi chamada de ”deliciosamente amadora”) é Polly Brown, o grande e já falecido bailarino do Royal Ballet, Christopher Gable (sobre quem já algumas vezes escrevi aqui), é o “Namoradinho”. Um ótimo elenco coadjuvante liderado por Max Adrian (trabalhou muito com Russell), Moyra Fraser (enlouquecida como Madame Dubonnet), Antonia Ellis (que "arrasa" num Charleston... Antonia transformou-se depois na produtora de “Sex and the City”), Georgina Hale (com quem assisti muitos filmes... Seu número "It's never too late to fall in love" é uma delícia!), Barbara Windsor (fantástica como a empregada francesa!), Tommy Tune numa de suas raras aparições no cinema e até (pasmem) Glenda Jackson!!!! (como a real "estrela" do show que prende a perna num trilho de bonde... o que implica que sua "substituta" (Twiggy) tenha que entrar em cena... Que besteira!!! Que maravilha!!!)
Uma jóia de filme, bem empacotado dentro de um palquinho mágico onde tudo pode acontecer! Como uma caixinha de música!
(Sei que meu querido amigo Mauri vai gostar de rever estas ceninhas – dedico a ele esta “Tertúlia”!)
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quinta-feira, 3 de março de 2011
O Baile dos Capulettos (ou "Saudades de Marcia, Richard, Egon, Reid e do Ballet de Stuttgart")
Há alguns dias atrás reencontrei numa velha «Dance Magazine» de 1983 fotos de um dos meus grandes ídolos, Richard (Rick) Cragun, que imediatamente escaneei e enviei para ele por email
Uma delas é este ótimo portrait acima e a outra uma foto de “Poème de L’extase”, Ballet de John Cranko que foi feito em 1970 para Margot Fonteyn e Richard – e que tem um «quoi» todo Gustav Klimtiano no seu décor e figurinos… Já contei que moro há 50 metros da última casa de Klimt? (No mínimo umas dez vezes...)
A foto de "Poème" (acima) é bastante conhecida mas como conheço muito bem bailarinos, sei que muitos são completamente desapegados às coisas terrestres e nunca guardaram suas fotos e que apesar de não viverem numa «louca busca» para reencontrá-las, se alegram ao reve-las… só pelo fato de reve-las...
Uma coisa leva à outra (típico de uma "tertúlia pessoal") e acabei revendo esta (maravilhosa) cena do Baile dos Capulettos de “Romeu e Julieta” de Cranko… e aí me dei conta do que deveria me dar conta todos os dias: ahhhhh… que imensas saudades de Marcia Haydée, Richard Cragun, Egon Madsen, Reid Anderson, de todo esse «Ensemble», deste momento especial na história do Ballet. Que saudades destes enormes talentos que revolucionaram nesta certa época o mundo da dança. Quantas saudades, quanto respeito...
Meu querido amigo, Antonio Negreiros, dançou “Paris” no TheatroMunicipal com Makarova (e na sua modéstia nunca toca nesse assunto! Assunto aliás sobre o qual deveria um dia dissertar longamente conosco!).
Amo o pas-de-deux de Julieta e Paris... um momento "filigrana". Perfeito. Genial!
Que fascinação a coreografia de Cranko ainda exerce sobre mim. Trabalho de genialidade, criatividade, sensibilidade e musicalidade quase incomparáveis… Take a sit, put your feet up, relax and enjoy…
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Uma delas é este ótimo portrait acima e a outra uma foto de “Poème de L’extase”, Ballet de John Cranko que foi feito em 1970 para Margot Fonteyn e Richard – e que tem um «quoi» todo Gustav Klimtiano no seu décor e figurinos… Já contei que moro há 50 metros da última casa de Klimt? (No mínimo umas dez vezes...)
A foto de "Poème" (acima) é bastante conhecida mas como conheço muito bem bailarinos, sei que muitos são completamente desapegados às coisas terrestres e nunca guardaram suas fotos e que apesar de não viverem numa «louca busca» para reencontrá-las, se alegram ao reve-las… só pelo fato de reve-las...
Uma coisa leva à outra (típico de uma "tertúlia pessoal") e acabei revendo esta (maravilhosa) cena do Baile dos Capulettos de “Romeu e Julieta” de Cranko… e aí me dei conta do que deveria me dar conta todos os dias: ahhhhh… que imensas saudades de Marcia Haydée, Richard Cragun, Egon Madsen, Reid Anderson, de todo esse «Ensemble», deste momento especial na história do Ballet. Que saudades destes enormes talentos que revolucionaram nesta certa época o mundo da dança. Quantas saudades, quanto respeito...
Meu querido amigo, Antonio Negreiros, dançou “Paris” no TheatroMunicipal com Makarova (e na sua modéstia nunca toca nesse assunto! Assunto aliás sobre o qual deveria um dia dissertar longamente conosco!).
Amo o pas-de-deux de Julieta e Paris... um momento "filigrana". Perfeito. Genial!
Que fascinação a coreografia de Cranko ainda exerce sobre mim. Trabalho de genialidade, criatividade, sensibilidade e musicalidade quase incomparáveis… Take a sit, put your feet up, relax and enjoy…
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