Em 1959 Callas assinou um contrato interessantíssimo com o Covent Garden: Neste estava estipulado que ela cantaria na produção de Zefirelli de “Lucia di Lammermoor” e na produção de Minotis de “Medea” (o que implicava numa troca transatlantica das duas produções entre o Covent Garden e Dallas).
A produção de “Lucia” tinha sido concebida originalmente para o jovem Soprano australiano, Joan Sutherland, que despontava nos palcos de Ópera.
Callas voou de Milão para Londres para assistir o ensaio geral de Sutherland e, sentada na platéia, sem tirar nem seu casaco, nem seu chapéu de arminho (como que preparada para sair a qualquer momento… talvez para sómente dar a impressão de que não estaria ali por muito tempo...), ouviu deslumbrada, concentrada e silenciosa toda a “performance” de Joan: “Eu ficaria enciumada de qualquer pessoa cantando tão bem mas não de voce”, ela disse à mulher que sete anos antes cantou a pequena parte da confidente de “Norma” para a própria Callas.
Imediatamente ela contatou a direção da famosa Casa de Ópera e disse a David Webster: “O que a imprensa disser não importa: Voces tem uma GRANDE “Lucia”. Nunca mais me peçam para cantar «Lucia». Voces tem a sua própria Lucia britanica e deveriam estar mais do que orgulhosos dela!”.
Confrontada com real talento, Maria sempre reconheceu-o, sem vaidade.
(Um episódio contado por Zefirelli: Ele tinha lhe dado um disco antiquíssimo chamado “The golden Age of the Metropolitan”. Ela riu descontroladamente (até chorar) ouvindo Tetrtazzini e Galli-Curci mas quando Rosa Ponselle começou a cantar, ela beijou a capa do disco e manteve-a bem colada ao seu coração!)
Aqui Dame Joan Sutherland, não em “Lucia”, não em “La Traviata” e nem em “Norma” – três das várias Óperas que imortalizou – mas em uma das minhas “preferidas”: a “quase esquecida” Lakmé de Delibes. O “Dueto das Flores”. Um lindo, inesquecível momento!
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e com Marilyn Horne no mesmo dueto, porém concertante.
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