domingo, 2 de março de 2008

Lady (really) in the dark (1944)


Lady in the dark: Um filme muito mal compreendido e práticamente esquecido de 1944.

Baseado na peca (como cedilha faz falta...) homonima o filme narra as aventuras de Liza Elliott com o detalhe que todos os números musicais sao sequencias de "sonhos" enquanto ela é analisada pelo seu psiquiatra, o que, para a época, ainda era um tema bastante novo, principalmente para um musical!

Este (música de Kurt Weill, Libretto de Ira Gershwin) foi dirigido pelo nao muito brilhante Mitchell Leisen. Um detalhe porém é bastante interessante:
Na vida de Mitchell Leisen havia uma coisa que ele realmente detestava mais do que tudo:
A música de Kurt Weill.

Entao qual foi a solucao que ele encontrou? Cortou a maioria das músicas, encurtando assim muito as sequencias dos sonhos e transformando o filme num "outro" musical.
Na época toda a publicidade se concentrou no preco do guarda-roupa de Ginger - inclusive o vestido de mink usado na sequencia do "Circo" (na qual ela canta "The saga of Jenny", um número que foi mantido do original da Broadway e que era realmente "o" show-stoper deste espetáculo!) que na época custou a quantia absurda de US$ 35.000,- (vide foto acima!) Nao esquecamos que o mundo estava em guerra em 1944 e um costume deste preco... hoje em dia isto nao seria políticamente correto.
By the way: Ginger está maravilhosa neste filme, principalmente em "Jenny". Este é talvez um de seus melhores papéis, depois de "Roxie Hart" (que inspirou muita gente... mais sobre "Roxie", Chicago, Gwen Verdon & Cia. numa postagem futura!). Ginger nao está interpretando Ginger - o que foi muito comum na série de filmes que fez nos anos 40 depois do seu Oscar por "Kitty Foyle" em 1940 (um outro filme no qual os trejeitos gingerianos nao faltaram "en masse"). No palco Liza Elliott foi criada por Gertude Lawrence que lutava todas as noites com um novato chamado Danny Kaye que estava roubando o show (na sequencia do circo). Sua "cancao" foi cortada (na qual ele só citava nomes de compositores russos) para o filme e seu papel foi interpretado por um estático Misha Auer. Pelo menos Ginger nao teve o mesmo problema de Gertrude: cantar seu show stoper exatamente depois que Danny Kaye terminava o seu... Nesta sequencia também aparece um (visívelmente) tenso Ray Milland... cantando!!!!!!!!
Há tres semanas eu consegui este filme num leilao do e.bay. Viva o e.bay!!! Eu só buscava este filme há uns 30 e tantos anos - adicione quantos "tantos" quizer à estes trinta... Devem ser quase quarenta! (Lembro-me de te-lo assistido ainda crianca, na entao famosa "sessao das duas" da Globo! Ainda existe?). E por incrível que pareca: O filme é realmente como eu me lembrava!

Uma das melhores "linhas" da peca e do filme (na sequencia de sonho, na qual Liza é famósissima, muito bem sucedida, chiquérrima, inteligentíssima. pessoa central na alta-sociedade, amiga pessoal do presidente, uma rainha do "glamour" etc. e tal) é:

"Oh, how lovely to be me...
If there's party I'm always the host of it,
If I'm in town I'm always the toast of it,
If there's a haunted house I'm always the ghost of it"

Nenhum comentário: