...que povoaram minha infancia.
Como meus pais eram loucamente apaixonados pelas tramas da "Grand Dame" do crime, Agatha Christie, ainda existem nas estantes do apartamento no Rio de Janeiro vários exemplares de livros que levam em sua capa esta forma de ilustrações tão popular na época...
Livros amarelados pelo sol, livros porém que "vivem", com frases sublinhadas, anotações, flores secas, contas ou recortes de jornais que serviam para marcar as páginas - tão ao contrário dos frios "readers" de hoje em dia...
Olhá-las, digo, olhar estas capas me faz lembrar de "casa", da minha infancia, de férias e fins-de-semana em Penedo... Adoro estas ilustrações...
...e, last but not least: Vincente Minnelli soube captar a essencia deste "kitsch" no seu "The girl hunt Ballet" (MGM 1954, The band Wagon)
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
sábado, 10 de setembro de 2016
Audrey Hepburn, George Peppard, a música de Henry Mancini e...o perfeito passeio.
Uma tarde de passeios...
Minha perfeita idéia, meu perfeito conceito de uma tarde na cidade ainda é este passeio de Audrey Hepburn e George Peppard por Manhattan, sem suar apesar do sol, sem barulho apesar dos carros na rua, sem stress apesar de estar no centro do mundo, sem muitas pessoas ao redor...
um sonho cinematográfico...
maravilhoso e romantico...
e ainda por cima no Upper West Side (ou ainda é Mid-Town, ali nas alturas do Radio City Music Hall?)!
Isso sem mencionar o sensível, inspirante, maravilhoso fundo musical de Henry Mancini.
Fundamental para esta "leitura" de Manhattan!
Um momento miudinho cinematográfico - e muito simples - que amo.
Não resisti a postar isso, depois deste passeio nosso aqui de sábado…
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Carmen Dell'Orefice (03/06/1931)
sábado, 3 de setembro de 2016
O que é um Cisne? What is a Swan?
Como que “por pura coincidencia” (elas não existem mesmo, não é?) recebi há alguns anos, um comunicado da TCM (Turner Classic Movies) no qual notei o lançamento em DVD de “The Swan”, filme maravilhoso (que buscava há muitos, muitos anos mesmo) com um elenco soberbo: Grace Kelly, Alec Guinness, Louis Jourdan, Agnes Moorehead, Jessie Royce Landis (fantástica!), a magnífica (e querida) Estelle Winwood e Leo G. Carroll, dirigido por de forma sensível Charles Vidor e baseado na peça do húngaro Ferenc Molnár. Um filme de uma delicadeza sóbria e de uma apaixonante decepção (pois me envolvi demais com os personagens e acabei sofrendo com sua conclusão).
Ontem revi este filme. E a emoção da qual me lembrava foi ainda muito mais forte, intensa, quase abaladora…
Encontrei o que pensava e não precisei mas procurar formas de articular meus pensamentos. Eles estavam ali, na tela, no texto em que ouvia (e “via” concretamente), como se estivessem me recontando algo que havia esquecido dentro de mim.
O diálogo (práticamente um monólogo de “Prince Albert”) revela ao personagem de Kelly (Princess Alexandra) o que significa “ser” um cisne, no exato momento em que seu amor “burgues” (o professor de seus irmãos, brilhantemente interpretado por Louis Jourdan deixa o palácio, saíndo assim eternamente de sua vida.
Brilhante metáfora de Molnár.
Aplaudo de pé… Bravo !
E “vejo”, "revejo" finalmente meu cisne perfeito na interpretação de Grace Kelly…
Curioso o fato de ve-lo assim num filme, numa atriz... e num ator! (Sim, Guinness também me recorda um cisne aqui, um cisne mais sábio que conhece os "por ques"!).
Aqui o diálogo original e uma livre tradução minha.
Leiam e assistam a cena abaixo. Sei que entenderão o que quiz dizer.
Um lindo momento cinematográfico - cheio de emoção. Grande Arte pode ser o cinema...
Prince Albert: Your father used to call you his swan, or at least so I am told. I think that's a good thing to remember. Think what it means to be a swan. To glide like a dream on the smooth surface of the lake, and never go on the shore. On dry land, where ordinary people walk, the swan is awkward, even ridiculous. When she waddles up the bank she painfully resembles a different kind of bird, n'est-ce-pas?
Princess Alexandra: A goose.
Prince Albert: I'm afraid so. And there she must stay, out on the lake; silent, white, majestic. Be a bird, but never fly; know one song but never sing it until the moment of her death. And so it must be for you, Alexandra. And high, cool indifference to the staring crowds along the bank. And the song? Never.
Príncipe Albert: Seu pai costumava lhe chamar de seu cisne, ou pelo menos foi o que me disseram. Eu acho que isto é uma coisa boa para se relembrar. Pense no que significa ser um cisne. Deslizar como um sonho na suave superfície de um lago e nunca ir à sua margem. No terra seca, onde gente comum caminha, o cisne é desajeitado, até ridículo. Quando anda bamboleando-se ele dolorosamente assemelha-se a um outro tipo de pássaro, n’est-ce-pas?
Princesa Alexandra: A um ganso.
Príncipe Albert: Temo que sim. Então lá ele deve se manter, fora no lago; silencioso, branco, majestoso. Sendo um pássaro porém nunca voando; sabendo uma única canção mas nunca cantando-a até o momento de sua morte. E assim deve ser com voce, Alexandra. E altiva e gélida indiferença para as massas que lhe olham fixamente ao longo da margem. E a canção? Nunca.
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