domingo, 22 de março de 2015
Judy, "A Star is born" and the (lost) Oscar: a qualidade de rir de si...
Ninguém sabia rir de si mesma como Judy quando decidia contar algum fato "biográfico".
Humor natural, espontaneo no "auge" de sofisticação...
Adoro quem sabe rir de si mesmo...
Qualidade esta que torna-se a cada dia mais rara:
as pessoas levam-se tão à sério... pois é...
coitadas... se soubessem como tudo é tão efemero...
Isso me faz lembrar palavras muito sábias um dia exclamadas por Margot Fonteyn:
"Take your work seriously but never yourself"
Agradecimento à querida amiga Carla Marinho que, ao postar estas fotos no Facebook, lembrou-me do fato "rir de si mesmo" e inspirou-me a escrever estas linhas sobre Judy!
sábado, 14 de março de 2015
Little Me: The Intimate Memoirs of that Great Star of Stage, Screen and Television
Com certeza um dos livros mais divertidos que li nos últimos anos…
Trash at its best!!!!!!!
"Little Me: The Intimate Memoirs of that Great Star of Stage, Screen and Television as told to Patrick Dennis", ou simplesmente "Little Me".
Antes de “tertuliar” rápidamente sobre este livro, algumas palavras sobre seu genial autor; Patrick Dennis, para muitos conhecido pelo livro “Auntie mame” (e posteriormente pela peça teatral e pelo filme “Auntie Mame” com a deliciosa Rosalind Russel assim como por “Mame”, o musical da Broadway estrelado por ninguém menos do que a maravilhosa Angela Lansbury e depois filmado com Lucille Ball).
Dennis (ou melhor, Edward Everett Tanner III) tornou-se uma sensação ao publicar „Auntie Mame“ (que passou 112 semanas consecutivas na lista dos „Bestseller“ e vendeu mais de 2 milhões de cópias em cinco idiomas), apesar deste ter sido recusado por uma série de editoras.
No auge de seu sucesso mais de 1.000 cópias de “Mame” eram vendidas por dia… Da noite para o dia ele tornou-se um milionário!
Em 1956, com “Auntie Mame” e também “The Loving Couple: His (and Her) Story” e “Guestward, Ho!”
Dennis tornou-se o único escritor da história a ter tres livros na lista de Bestsellers do New York Times - ao mesmo tempo!
Seu trabalho porém saiu de “moda” nos anos 70 e ele arruinou-se financeiramente. Dennis, que nunca acostumou-se ao fato de ter perdido todo sua fortuna e investimentos, queria manter sua vida na "alta-sociedade”.
Por esse motivo tornou-se um mordormo.
Emprego este que, segundo seus amigos, lhe divertia imensamente.
Ele inclusive trabalhou para Ray Kroc, o fundador do “McDonald’s”. Já que usava seu nome verdadeiro, este parecia mais funcionar como uma espécie de pseudonimo… nenhum de seus patrões jamais fez a associação entre “Tanner” e o (mundialmente famoso) autor Patrick Dennis…
Ele, um incurável snob intelectual, foi uma vez ouvido ao se referir a seu patrão (Kroc) e seu círculo social: “Jamais conversaria com esta gente, isto me é felizmente poupado na minha afortunada posição no momento. Não me importa servi-los mas sim me incomodaria muito ter que conversar com eles”.
Este excêntrico genio faleceu aos 55 anos de idade de cancer pancreático…
Na virada do milênio houve uma espécie de “renaissance“ de interesse sobre seu trabalho e, graças a Deus, muitos de seus livros podem ser novamente obtidos... mesmo assim consegui uma cópia da edição original de «Little me» que me foi enviada por correio de um «sebo» que se encontra em Canberra e que me fornece assíduamente «maravilhas literárias» que já há muito foram olvidadas...
“Little me”, como contado (na primeira pessoa) para Patrick é uma paródia sobre aquelas “auto-biografias cheias de confissões”, de uma série de celebridades dos anos 40 e 50 que descreviam suas jornadas pela vida numa espécie de frenesi, delírio à la “personalidade e carisma passando por cima de obstáculos”...
A “autobiografia” de “Belle Poitrine” (em portugues “belo peito”) sobre sua jornada, seus sucessos (pouquíssimos), seus fracassos (muitos) e sua incapacidade de reconhece-los como desventuras (muito pelo contrário). Ela é uma espécie de fútil Zsa Zsa Gabor, uma loura que é excessivamente desenvolvida (físicamente, «toráxicamente», if you know what I mean… ) além de extremamente egocentrica e sobre-exposta, assim como totalmente sem pistas ou noções sobre arte dramática - sem nenhum talento!
O começo do livro, delciosamente escrito, nos prende por completo: Maybelle Schlumpfert (antes de transformar-se na “diva” Belle Poitrine), descreve sua infancia e sua pobre casa, na qual mora com sua mãe. Situada num pobre bairro e bastante pequena.
Mesmo assim ela se orgulhava da linda decoração feita por sua senhora mãe – e comenta do como suas amigas da escola teriam admirado o impecável gosto e requinte com que a casa foi arrumada. Então ela nos obriga a ler uma lista de Bric-à-brac e outras peças de gosto questionável, culminando com um abat-jour na janela da sala, sobre o qual sua mãe colocou um lindo lenço vermelho que "dava à sala um lindo toque de cor-de-rosa”… assim somos introduzidos à “profissão” de sua mãe…
Só há uma palavra para descrever este hilário trabalho: bawdy (lascivo, irreverente, indescente, obsceno) e mesmo assim muito cheio de humor, na verdade hilário…
Mas isso não é tudo: paralelamente ao livro, Cris Alexander fez um trabalho fotográfico maravilhoso sobre a trajetória de “Belle” que foi integralmente incluído no livro – este trabalho combina fotos retocadas do início do século (como fundo para montagens) em contraste com as “atuais” que exibem amigos, a família de Dennis, inclusive Louise (a esposa de Dennis), seus filhos, uma empregada, o bailarino Shaun O’Brien (o amante de Dennis), a comediante Alice Pearce, o “beefcake” Kurt Bieber e as atrizes Dodie Goodman e Jeri Archer – a última criando “Belle”.
Muitas fotos foram consideradas na época “risqué” e foram censuradas. Estas foram infelizmente perdidas durante os anos em que este livro "sumiu" das prateleiras...
A linha dramática do livro não é realmente o que mais importa – uma espécie de “dos trapos e farrapos às riquezas aos trapos e farrapos de novo e de volta às riquezas” (os “ups and downs” financeiros de Miss Poitrine) - porém seu tom “meigo e honesto”.
Só para citar um exemplo e me fazer mais compreensível:
no início do livro, ao sermos apresentados à Belle, uma candida Miss Poitrine nos conta que nasceu em 1900 e que cada capítulo do livro envolve uma década de sua vida…
Ao chegarmos ao sexto capítulo lemos o título: “Frankly forty”…
Eu adiciono: “Francamente, Belle is cult!”.
P.S. “Little me” fo transformado num musical, que abriu no Lunt-Fontanne Theatre (NY) em 1962 (roteiro de Neil Simon e música de Cy Coleman) que teve uma bonita e longa temporada por 257 espetáculos…
Despertei sua curiosidade?
Trash at its best!!!!!!!
"Little Me: The Intimate Memoirs of that Great Star of Stage, Screen and Television as told to Patrick Dennis", ou simplesmente "Little Me".
Antes de “tertuliar” rápidamente sobre este livro, algumas palavras sobre seu genial autor; Patrick Dennis, para muitos conhecido pelo livro “Auntie mame” (e posteriormente pela peça teatral e pelo filme “Auntie Mame” com a deliciosa Rosalind Russel assim como por “Mame”, o musical da Broadway estrelado por ninguém menos do que a maravilhosa Angela Lansbury e depois filmado com Lucille Ball).
Dennis (ou melhor, Edward Everett Tanner III) tornou-se uma sensação ao publicar „Auntie Mame“ (que passou 112 semanas consecutivas na lista dos „Bestseller“ e vendeu mais de 2 milhões de cópias em cinco idiomas), apesar deste ter sido recusado por uma série de editoras.
No auge de seu sucesso mais de 1.000 cópias de “Mame” eram vendidas por dia… Da noite para o dia ele tornou-se um milionário!
Em 1956, com “Auntie Mame” e também “The Loving Couple: His (and Her) Story” e “Guestward, Ho!”
Dennis tornou-se o único escritor da história a ter tres livros na lista de Bestsellers do New York Times - ao mesmo tempo!
Seu trabalho porém saiu de “moda” nos anos 70 e ele arruinou-se financeiramente. Dennis, que nunca acostumou-se ao fato de ter perdido todo sua fortuna e investimentos, queria manter sua vida na "alta-sociedade”.
Por esse motivo tornou-se um mordormo.
Emprego este que, segundo seus amigos, lhe divertia imensamente.
Ele inclusive trabalhou para Ray Kroc, o fundador do “McDonald’s”. Já que usava seu nome verdadeiro, este parecia mais funcionar como uma espécie de pseudonimo… nenhum de seus patrões jamais fez a associação entre “Tanner” e o (mundialmente famoso) autor Patrick Dennis…
Ele, um incurável snob intelectual, foi uma vez ouvido ao se referir a seu patrão (Kroc) e seu círculo social: “Jamais conversaria com esta gente, isto me é felizmente poupado na minha afortunada posição no momento. Não me importa servi-los mas sim me incomodaria muito ter que conversar com eles”.
Este excêntrico genio faleceu aos 55 anos de idade de cancer pancreático…
Na virada do milênio houve uma espécie de “renaissance“ de interesse sobre seu trabalho e, graças a Deus, muitos de seus livros podem ser novamente obtidos... mesmo assim consegui uma cópia da edição original de «Little me» que me foi enviada por correio de um «sebo» que se encontra em Canberra e que me fornece assíduamente «maravilhas literárias» que já há muito foram olvidadas...
“Little me”, como contado (na primeira pessoa) para Patrick é uma paródia sobre aquelas “auto-biografias cheias de confissões”, de uma série de celebridades dos anos 40 e 50 que descreviam suas jornadas pela vida numa espécie de frenesi, delírio à la “personalidade e carisma passando por cima de obstáculos”...
A “autobiografia” de “Belle Poitrine” (em portugues “belo peito”) sobre sua jornada, seus sucessos (pouquíssimos), seus fracassos (muitos) e sua incapacidade de reconhece-los como desventuras (muito pelo contrário). Ela é uma espécie de fútil Zsa Zsa Gabor, uma loura que é excessivamente desenvolvida (físicamente, «toráxicamente», if you know what I mean… ) além de extremamente egocentrica e sobre-exposta, assim como totalmente sem pistas ou noções sobre arte dramática - sem nenhum talento!
O começo do livro, delciosamente escrito, nos prende por completo: Maybelle Schlumpfert (antes de transformar-se na “diva” Belle Poitrine), descreve sua infancia e sua pobre casa, na qual mora com sua mãe. Situada num pobre bairro e bastante pequena.
Mesmo assim ela se orgulhava da linda decoração feita por sua senhora mãe – e comenta do como suas amigas da escola teriam admirado o impecável gosto e requinte com que a casa foi arrumada. Então ela nos obriga a ler uma lista de Bric-à-brac e outras peças de gosto questionável, culminando com um abat-jour na janela da sala, sobre o qual sua mãe colocou um lindo lenço vermelho que "dava à sala um lindo toque de cor-de-rosa”… assim somos introduzidos à “profissão” de sua mãe…
Só há uma palavra para descrever este hilário trabalho: bawdy (lascivo, irreverente, indescente, obsceno) e mesmo assim muito cheio de humor, na verdade hilário…
Mas isso não é tudo: paralelamente ao livro, Cris Alexander fez um trabalho fotográfico maravilhoso sobre a trajetória de “Belle” que foi integralmente incluído no livro – este trabalho combina fotos retocadas do início do século (como fundo para montagens) em contraste com as “atuais” que exibem amigos, a família de Dennis, inclusive Louise (a esposa de Dennis), seus filhos, uma empregada, o bailarino Shaun O’Brien (o amante de Dennis), a comediante Alice Pearce, o “beefcake” Kurt Bieber e as atrizes Dodie Goodman e Jeri Archer – a última criando “Belle”.
Muitas fotos foram consideradas na época “risqué” e foram censuradas. Estas foram infelizmente perdidas durante os anos em que este livro "sumiu" das prateleiras...
A linha dramática do livro não é realmente o que mais importa – uma espécie de “dos trapos e farrapos às riquezas aos trapos e farrapos de novo e de volta às riquezas” (os “ups and downs” financeiros de Miss Poitrine) - porém seu tom “meigo e honesto”.
Só para citar um exemplo e me fazer mais compreensível:
no início do livro, ao sermos apresentados à Belle, uma candida Miss Poitrine nos conta que nasceu em 1900 e que cada capítulo do livro envolve uma década de sua vida…
Ao chegarmos ao sexto capítulo lemos o título: “Frankly forty”…
Eu adiciono: “Francamente, Belle is cult!”.
P.S. “Little me” fo transformado num musical, que abriu no Lunt-Fontanne Theatre (NY) em 1962 (roteiro de Neil Simon e música de Cy Coleman) que teve uma bonita e longa temporada por 257 espetáculos…
Despertei sua curiosidade?
domingo, 8 de março de 2015
In our Garden of Joy (Julie Andrews, "Star!")
„Star!“ (Robert Wise, 1968/69), filme biográfico sobre Gertrude Lawrence, foi um fracasso...
O filme tinha tudo para ser um sucesso: Julie Andrews, logo depois de "Mary Poppins" e "The Sound of Music", a estrela melhor paga da época, direção de Robert Wise, músicas de Gershwin, Cole Porter e Noel Coward (para citar alguns), uma fantástca (e caríssima) produção, coreografia de Michael Kidd e por aí vai a lista.
Mesmo assim fracassou terrívelmente com a crítica e o público… sendo ainda, de forma humilhante, ofuscado por “Funny Girl”, outro filme biográfico (sobre Fanny Brice e da mesma forma "olf-fashioned" para a época) com Barbra Streisand. Estávamos na época de "Easy Rider" e de Nicholson, Peckimpah, anos distante de musicais sofisticados...
“Star!” tem vários números musicais interessantíssimos - que talvez lhes mostre no futuro.
Hoje gostaria só de rever com todos voces “In our Garden of Joy”, número de Music-Hall londrino, bem no início do filme e da carreira de Gertrude Lawrence. Um ótimo veículo para a comicidade de Andrews…
Alegra-me muito o fato de de que, quase 50 anos depois, “Star!” tenha adquirido o status de “cult”, tendo sido relançado há poucos anos…
Justiça. Antes tarde do que nunca…
O filme tinha tudo para ser um sucesso: Julie Andrews, logo depois de "Mary Poppins" e "The Sound of Music", a estrela melhor paga da época, direção de Robert Wise, músicas de Gershwin, Cole Porter e Noel Coward (para citar alguns), uma fantástca (e caríssima) produção, coreografia de Michael Kidd e por aí vai a lista.
Mesmo assim fracassou terrívelmente com a crítica e o público… sendo ainda, de forma humilhante, ofuscado por “Funny Girl”, outro filme biográfico (sobre Fanny Brice e da mesma forma "olf-fashioned" para a época) com Barbra Streisand. Estávamos na época de "Easy Rider" e de Nicholson, Peckimpah, anos distante de musicais sofisticados...
“Star!” tem vários números musicais interessantíssimos - que talvez lhes mostre no futuro.
Hoje gostaria só de rever com todos voces “In our Garden of Joy”, número de Music-Hall londrino, bem no início do filme e da carreira de Gertrude Lawrence. Um ótimo veículo para a comicidade de Andrews…
Alegra-me muito o fato de de que, quase 50 anos depois, “Star!” tenha adquirido o status de “cult”, tendo sido relançado há poucos anos…
Justiça. Antes tarde do que nunca…
terça-feira, 3 de março de 2015
Balázs Delbó : an open talk about Ballet, Films, emotions and "Stage Fever"
Balázs Delbo's’s work on film has been fascinating me since quite a long time. For someone who understands ballet and dance as a “language” it is easy to understand why. For someone who is not quite “in touch” with those forms of art, it may take a little longer to be able to articulate one’s feelings about it. But the fascination never diminishes. To be very honest, I do believe that his work, so special, deserves the adjective “exquisite” – but what else to expect from an open-mind that, uncommonly to most dancers, love other art forms and enjoy, for example, Elvis, Woody Allen, Jazz, Billie Holiday, Norah Jones and films of Clint Eastwood just to name a few? Not forgetting the fact about his hard work and strong auto didatic ways.
But, in order to give this “portrait” a touch of cinema, let’s start it as a script.
Time: Friday, February 27th, 6:30 pm
Place: «Café Westend», an old-fashioned Viennese Café which seems still to hide the ghosts of many generations that were either departing from or just arriving at the “West-Bahnhof”. Vienna.
It is loud, the piano-player is trying to be heard and is playing also very loudly.
Mr. Delbó arrives.
Looking at him quite quickly, one “sees” his full awareness of the room, its location, its form, its noise, its single details… he greets me, sits down and then, turning to me, makes me feel that I had, in spite of his full awareness to the surroundings, all of his attention and concentration, much to the contrary of superficial and unconcentrated “interview subjects”.
He had “arrived”. Our talk starts.
. Before we start talking about the movie-maker, let’s start, as the song says “at the very beginning, a very good place to start… tell me about the dancer Balázs Delbó…
“I was quite a late bloomer… you see, my parents were dancers and always when asked if I wanted to follow into their steps, I gave a strict “no” as an answer. After a summer-camp, in which my mother was teaching, I got in touch with young pupils my age and all of a sudden I decided to dance. My mother said “but now it is too late”. You see, I was already 14 years old… Hard work pays and four years later, quite unusually for such a short period of training, I was admitted into the Opera House in Budapest”
. I remember quite well watching an Opera Ball in Vienna and witnessing your entrance as “Mozart” – how did that feel like?
“Yes, I was already dancing at the Viennese Opera, and to be quite honest. It felt scary… you see, the quick running down the stairs, 7000 people in the Opera watching you, many more in front of the TV… I just thought: “don’t slip, whatever happens, just don’t slip”
. And then after some years you stopped dancing, put your slippers away and finished your career as dancer… what happened?
“ I had had an injury which, with the passing of the years, became very bad and then worse… It led me to a difficult situation in which I had to make a choice and perhaps to the most difficult day of my life: you see, I had made up my mind, then I went to the Opera to quit my job, my career, my world. I entered the Opera, the biggest and most important “Theatre” in Austria, a soloist and Ileft it as a nobody, a foreign jobless nobody… all this within some hours… “
. Yours are the most sensitive films about ballet that I had ever watched – of course we do have lots to thank due to the fact that you are a dancer but it is more than that. How do YOU feel about that?
“Knowing my way around a ballet is a tool that I would not like to miss. But you are right… it is more than that. When I started filming, I wanted do develop a new language… I started thinking “let’s make trailers” – have you ever noticed how sometimes trailers of American movies can be even better than the film itself? - yes, trailers and not “extremely short pieces of ballet… I love, most of all, to “tell stories”. Also when they are very condensed, they must fit into the times in which they are being told. Time, technique, countries, feelings change. My way of “story-telling” will be preserved forever, as long as the film exists. I love eyes, close-ups, emotions being shown… And they are there on my films, developing a new language for dancing films – bringing the audience much closer to the dancers, bringing the magic of the piece much closer to the audience… This is film. If I want to watch the performance from far away, the classical way, I can always sit in a Theatre“
. But this is exactly point that I miss, worldwide, today, Feelings: There seems to exist a cult to technique in which dancers forget that technique by itself is just a tool to achieve artistry… and their artistry includes also the comprehension of the character they are playing and its feelings… a fact that has been neglected many times during the last years, also here in Vienna...
Balázs Delbó gives a short sight and his eyes become gloomy, his usual electricity while talking seems to leave him for a while – all of a sudden the sounds of his brain “machinery” silence - it seems he has either heard this affirmation or thought about it often. He says simply
“Yes”
Enough to that.
. Your very specific camera angles show more of the movie making mind than of the dancer. Was Cinema always a passion?
“ Yes, and I want to catch people everywhere – and you can do that nowadays. At home, on the bus, on the tram, in the Underground. But you have to adapt your language to these “other” mediums. You cannot, that is definite, work the same way as if you were making a statement in the classic sense of a film that is being shown in a Cinema House. But you have to feel it. There is no recipe, “formula” with the right ingredients to make the “perfect Movie”, to tell the story “right”. You have to feel it. This applies also to script-writing. You can make courses, learn the “dos and don’ts” but at the every end it is up to you… the concept of the right “timing” (in full accordance to your own story-telling) is inside you, nowhere else.
. What about “Stage Fever”? I was lucky enough two watch two “previews”. But since then we have not heard about the movie… when is it to be in a cormecial circuit?
“There are still some copyright questions – music, choreography etc. – to be clarified but I hope that the audiences will be soon able to enjoy it!”
. I do hope so. It is an incredible testimony to the “Legris era” as well as to the many marvellous talents that are now on the company. By the way, “Live Stream” at the Opera – a huge project I guess…
“You can say that. It was quite exhausting but the results made us so happy that they were worth it. By the way I am not only responsible for the ballet live streams as a director but also for the break Spots during Opera performances.
. Tell me more about your “visions” for the future.
“ I want to bring the audiences more and more into the stage – yes, into it – until one day they’ll finally enjoy the ballet not from “the front” or “backstage” but being in it, as if they were a part of it… but that is really another Story!
. I want to thank you, Balázs Delbó, for this informal chat and leave you here with the previews of "Stage Fever" - the documentary about a mark in Vienna's Ballet history: Manuel Legris' footmarks here in Austria.
Stage Fever - TRAILER 1 - on stage Videos from DelbeauFilm on Vimeo.
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Stage Fever – TRAILER 2 - On stage videos from DelbeauFilm on Vimeo.
Stage Fever - Explosion - On stage videos from DelbeauFilm on Vimeo.
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