sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Robert La Fosse: one Danseur with nothing to hide / um Danseur com nada para esconder

ONE TERTÚLIA IN ENGLISH AND PORTUGUESE!


During my last vacations in Spain I had the pleasure to be in great company: Robert La Fosse… correction: Robert La Fosse’s book “Nothing to hide” (1986).
My afternoons, during “siesta time” were a joy… I just read…

Durante minhas últimas férias tive o prazer de estar em grande companhia: Robert La Fosse… corrijo: O livro de Robert La Fosse “Nada para esconder” (1986).
Minhas tardes, durante a hora da “siesta” foram uma alegria… Só li…


Robbie was one of my favourite dancer’s at the end of the 70’s/beginning of the 80’s at ABT (unfortunately due to “geographical reasons” I could not follow his later career, at New York City Ballet… ). I still cherish wonderful memories of performances on stage and even on video (like, for example, “Romeo and Juliet” with Leslie Browne – I always liked Leslie, also such an actress, “Follow the Fleet” with Baryshnikov, Balanchine’s “La Sonnambula” with Gelsey Kirkland and the video that I placed here today!).

(above: Robert La Fosse/ Mikhail Baryshnikov/ Leslie Browne)

Robbie
foi um dos meus bailarinos prediletos no final dos anos 70 e início dos 80 no ABT (infelizmente por razões geográficas, não pude continuar a seguir sua carreira depois, no New York City Ballet…). Ainda prezo maravilhosas memórias de atuações suas no palco e até em vídeo (como, por exemplo, “Romeu e Julieta” com Leslie Browne – sempre adorei Leslie, também tão boa atriz, “Follow the Fleet” com Baryshnikov, “La Sonnambula” de Balanchine com Gelsey Kirkland e o vídeo que coloquei hoje aqui!).


This book is a delight… full of wonderful memories, wit, humour, charm and sincerity!
And so many pictures I had never seen…
It contains lots of precious information: I was amazed to find out that, at the very beginning of his career, he danced on the Broadway stage at Bob Fosse’s “Dancin’ ” (The only advise that Bob Fosse gave him was: “Really good, Rob. Really good. Just one thing. You’ve GOT to change that name!”)

He, sort of, “excuses” himself at the very beginning of the book with the following sentence: “I haven’t been able to study the English language as much as I’ve studied the vocabulary of Ballet”.
And I say: THANK GOD FOR THAT! He is already such a good writer, such a good story-teller… If he had studied more English he might have really become a writer and the world of Ballet would have missed beautiful moments and a marvellous, very big talent!!


Este livro é uma delícia… cheio de maravilhosas memórias, sagacidade, humor, charme e sinceridade! E tantas fotos que nunca tinha visto…
Ele inclui muitas informações preciosas: Fiquei admirado em descobrir que ele, no início de sua carreira, dançou nos palcos da Broadway em “Dancin’” de Bob Fosse (O único conselho que Bob Fosse lhe deu foi: “Muito bom, Rob. Muito bom. Só uma coisa. Voce TEM que mudar este nome!”)

Ele, mais ou menos, “se desculpa” no início do livro com a seguinte frase: “Eu não tive a oportunidade de estudar tão bem a língua inglesa tanto quanto eu estudei o vocabulário do Ballet”.
E eu digo: GRAçAS A DEUS POR ISSO! Ele já tao bom escritor, um tao bom “Contador de estórias”… Se houvesse estudado mais ingles ele poderia ter-se tornado um escritor e o Mundo do Ballet haveria perdido lindos momentos e um talento maravilhoso, muito grande!



There are moments in the book which are simply fascinating to me. I very much admire people who have the capacity to express extreme complex thoughts in just a few words.
He can do this easily:
“People ask dancers how they remember so many different steps in so many Ballets. My answer has always been that it’s the same process by which people remember foreign languages or poems, lines in a play or trivia. A dancer’s ability to remember choreography is extraordinary to some people.
I’m fascinated by people who can use their mind and their voice and their memory”


Existem momentos no livro que são simplesmente fascinantes para mim. Eu admiro muito pessoas que tem a capacidade de expressar pensamentos extremamente complexos em poucas palavras. Ele consegue faze-lo fácilmente:
“Pessoas perguntam a bailarinos como eles lembram de tantos passos diferentes em tantos Ballets. Minha resposta sempre foi que isto é o mesmo processo pelo qual pessoas lembram-se de línguas estrangeiras ou de poemas, de linhas de uma peça e de “trivia”. A habilidade de um bailarino para relembrar coreografias parece extra-ordinária para algumas pessoas.
Eu sou fascinado por pessoas que podem usar sua mente e sua voz e sua memória”



“Nothing to Hide” is also an interesting, sometimes profound study about the chemistry between dancers: like his with Cynthia Gregory, Cynthia Harvey, Leslie Browne (with whom, I think, he shared a mutual empathy), Susan Jaffe, Darci Kistler, beautiful Patricia MacBride, Suzann Farrell... even Makarova!
All of them idols of my generation! (I am only four months younger than Robert).
Also a very honest testimony about the lack of chemistry (at least during rehearsals) with Gelsey Kirkland – who was going through one of the most difficult phases of her life due to a sort of “dependence”…


In fact, Robert, a very honest and straight forward person makes no fuss about hiding facts… (isn’t the book called “Nothing to hide”?).
It is quite obvious for his readers that it was not “the best time of his life” to dance with her… One feels his true dislike, this obvious feeling of antipathy toward her.
An interesting story told very honestly without apprehension, fear, “Angst”… even when we feel so sorry for him: because of Gelsey’s neurotic ways to rehearse, he started to cry one day… and then all of a sudden she was comforting him… Gelsey… A marvellous dancer but surely not an easy person…


“Nada para esconder” é também um interessante, algumas vezes profundo estudo sobre a química entre bailarinos: como a sua com Cynthia Gregory, Cynthia Harvey, Leslie Browne (com quem, acho, ele dividiu uma mutual empatia), Susan Jaffe, Darci Kistler, a linda Patricia MacBride, Suzann Farrell… até Makarova!
Todas elas ídolos da minha geração! (Sou só quatro meses mais jovem que Robert).
Também um honesto depoimento sobre a falta de química (pelo menos durante ensaios) com Gelsey Kirkland – que na época passava por uma das mais difíceis fases de sua vida por causa de uma certa “dependencia”…

De fato, Robert, uma pessoa muito honesta e direta não tenta esconder os fatos… (o livro não se chama “Nada para esconder”?)
É bem óbvio para seus leitores que não foi “o melhor tempo de sua vida” dançar com ela…
Sente-se sua aversão, este sentimento óbvio de antipatia por ela.

Uma estória interessante contada honestamente sem apreensão, receio, medo… até mesmo quando sentimos pena dele: Por culpa do jeito neurotico de Gelsey ensaiar, ele começou a chorar um dia… e então ela de repente estava consolando-o… Gelsey, maravilhosa bailarina mas definitivamente uma pessoa nada fácil…


It is beautiful the way he writes these pages, really analysing his life. Not only as a dancer.
So, I came to the conclusion that those beautiful, warm, sensitive, honest performances were in fact the true product of a beautiful, warm, sensitive person… Good to realize that… even if it is “just 30 years after”.

It felt good, to realize that, although he was technically amazing, he paid even more attention to the characters he was portraying… Perhaps technique came just too easy for him…
He tells us about the rehearsals of “The prodigal son” (Balanchine), a ballet that until today is too much related to Edward Vilella (Edward and Robbie could not be more different...) and of his decision to make a point of never watching a video of Vilella doing it… not to be influenced.
He created his own interpretation, performance of the character…

The great Mikhail Baryshnikov, at those times artistic director of the ABT, invested a lot in Robbie’s career… in fact he used to be even called his “protegé” (a beautiful word that I think is sometimes misunderstood in America) by the press.
Some pictures show us how both related well on stage, during rehearsals: professionals, great artists, talents that respected each other! I wonder if they are still friends today!


É bonita a forma na qual ele escreve estas páginas, realmente analisando sua vida. Não sómente como bailarino. Entao cheguei a conclusão que aquelas atuações bonitas, quentes, sensíveis, honestas eram de fato o verdadeiro produto de uma pessoa bonita, quente, sensível… Bom perceber isso… mesmo que seja “só trinta anos depois”.

Fez bem perceber que ele, apesar de ser técnicamente maravilhoso, dava mais atenção à caracterização dos papéis que interpretava… Talvez técnica fosse muito fácil para ele…
Ele nos conta sobre os ensaios de “O filho pródigo” (Balanchine), um ballet até hoje muito relacionado a Edward Vilella (Edward e Robbie não poderiam ser mas diferentes) e sobre sua decisão em não assistir o video de Vilella interpretando o papel… para não ser influenciado .
Ele criou sua própria interpretação, atuação do personagem…



O grande Mikhail Baryshnikov, naquela época diretor artístico do ABT, investiu muito na carreira de Robbie… Ele era até chamado de seu “protegido” (uma linda palavra que, acho, é às vezes mal-entendida na América – e no Brazil!).
Algumas fotos nos mostram como eles se relacionavam bem no palco, durante ensaios: profissionais, grandes artistas, talentos que respeitavam um ao outro! Me pergunto se ainda são amigos hoje…


Still so much to tell about this book, about Robert de La Fosse… but this is getting too long and I guess that you’ll have to buy the book!!!!
When I told him that I had loved his book, he answered: “Thank you. There's a lot more that happens after 1986. I need to start part 2. “Nothing to Wear” ”.
Robbie, Please do!!!!
I guess I’ve found for you your right picture for the cover! May I suggest it? (not the "Bad Behaviour" one)


Tanto ainda para contar sobre este livro , sobre Robert La Fosse… mas acho que esta Tertúlia está ficando muito comprida e que voces terão que comprar o livro.
Quando eu lhe disse que eu tinha amado seu livro, ele respondeu: „Obrigado. Tem muito mais que aconteceu depois de 1986. Eu tenho que começar a segunda parte. “Nada para vestir” ”.
Robbie, por favor!!!!
Acho que encontrei para voce sua perfeita foto para a capa! Posso sugerí-la?



Let me just finish today with one quote from his book:
“Dance is an art form. It preceded Speech. We take it for granted now because we talk so much, but people used to relate through movement instead of words. But as Charles Schultz’s wonderful character Snoopy once said, “To those of us with true understanding, dancing is the only pure art form”.

Bravo, Brilliant!
Thanks, Robbie!



Deixem-me terminar por hoje quotando seu livro:
“Dança é uma forma de Arte. Ele precedeu a Fala. Achamos a Fala a coisa mais normal porque nós falamos muito, mas os seres costumavam se relacionar através de movimentos, em lugar de palavras. Mas como Snoopy, o maravilhoso personagem de Charles Schultz disse uma vez, “Para nós que temos uma verdadeira compreensão das coisas, dançar é a única forma pura de Arte”.


Bravo, Brilhante!
Obrigado, Robbie!



Curtain up!


American Ballet Theatre

San Francisco 1985...
Bobby La Fosse & Susan Jaffe

The dying Poet...

domingo, 23 de setembro de 2012

Dancin' Days ( e a pseudo "volta" de Julia...): Sonia Braga at her very worst... :-)

Nossa... como os tempos mudaram e esta cena de Dancin' Days nao só virou uma coisa ultrapassada e super "datada" como também até de gosto bem questionável...

Sonia "se rebolando"... Que horror! Isto sim que ficou muito antiquado, vulgar...


Na época porém, wow, foi o máximo!

Nós dancamos ao redor de "La Braga" e sempre reaparecem fotos desta cena em revistas...
Engracado, uma coisa que fiz só para ganhar dinheiro e de vez em quando recebo um recorte de alguma revista tipo "Amiga" (ainda existe?) ou "Caras" com uma foto de Sonia comigo - melhor, uma foto minha ao lado de Sonia.
Tantas outras coisas nas quais dancei foram esquecidas...
Mas a "Grobis" é a Grobis...


Curioso é o fato que algumas pessoas que dancaram aí (e eram mais velhos do que eu) tem hoje em dia uns dez anos menos do que eu...

Aí Sonia, Antonio Fagundes, Neusa Borges, Lídia Brondi, Sura... e até na figuracao Nando (Luiz Fernando) Grabowsky...


A coreogafia foi de Paulette dos Dzi-Croquettes... Todo o Rio parou para ver a "volta" de Júlia... ex-presidiária que voltou , por algum motivo que até hojé me é completamente desconhecido (nunca assisti a novela e vim ver esta cena há pouco tempo atrás!), da Europa, melhor, de "Paris"...
Que coisa boba...


Aqueles enredos "Globais" cheios de "padrao Globo de qualidade"... hi hi hi...

E ainda se fala mal de Glória Magadan????
Ave... struz!
Se "Tio Walter" (Clark) estivesse me ouvindo...

Bem, para quem nao reconheceu: lá atrás estou eu, Ricardo Leitner, com tenros 18 anos !!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

REMEMBERING: Zsa Zsa Gabor... seu humor e (principalmente) "Moulin Rouge" (John Huston)


Nunca fui realmente “fã” de Zsa Zsa Gabor… porém, temos que admitir que, ela projeta uma imagem que é inesquecível…

Nunca foi atriz.
Nunca soube dançar ou cantar.
Falava com um horrível sotaque húngaro.
Nunca foi realmente bonita.
Nem particularmente simpática.

Mesmo assim, não esquecemos dela…


As “más linguas” chamam-a de “A última cortesã”…
Verdade é que, a caminho da Hungria para Hollywood, ela trabalhou como “soubrette” num estabelecimento em Viena chamado “Femina” (!?!) e com todas as mudanças cronológicas de sua auto-biografia ela hoje em dia pode ser considerada a primeira “Miss Hungria” que ganhou este título aos 6 anos de idade…

Mas esta é Zsa Zsa… A Zsa Zsa, que tornou-se socialite em N.Y., chegou a Hollywood como esposa de George Sanders e conseguiu uma “carreira” sua (além de vários outros maridos!).


2012: Fiquei bem revoltado quando a imprensa, com ajuda de seu atual marido, publicou algumas fotos de uma inválida, muito debilitada (inclusive com uma perna amputada) aos 95 anos…
US$-Problems?
Não acho que ela teria gostado disso, se houvesse se dado conta do que fizeram com ela…

Por isso resolvi lembrar de uma imagem que ela deixou em celulóide.
Uma imagem eterna.
A imagem de Jane Avril no (eterno) “Moulin Rouge” de John Huston (liderado com bravura por José Ferrer).


Sua “Jane” é de uma superficialidade tão magnífica, tão "desmiolada", tão encantadora, tão magnética e ao mesmo tempo tão patética que até pensamos por alguns momentos que Zsa Zsa, em seus diálogos com Ferrer (Lautrec),o seu querido "Henri", era atriz (!?!) e que não estava interpretando a si mesma...

E tudo isto apesar de na linda e eterna canção (Moulin Rouge) "dublar" erroneamente várias vogais... Nós "a perdoa-mos por este lapso".

O “legado” de cotações de Gabor é porém eterno, bem-humorado e na realidade bem mais revelador do que era “agradável” (ou “permitido”?) na época…

Por exemplo…

“I never hated a man enough to give him diamonds back”

ou

“He taught me housekeeping; when I divorce I keep the house”

ou

“I call everyone 'Darling' because I can't remember their names”

e

“You never really know a man until you have divorced him”


Porém a melhor cotação de todas ainda é:

"HOW MANY HUSBANDS HAVE I HAD???? YOU MEAN, APART OF MY OWN? "

Mas que rapariga mais assumida, hein ? Viva a danadinha Zsa Zsa!


P.S. Estava eu uma vez, nos anos 80, no aeroporto de Viena e já ouvia pela quarta ou quinta vez a chamada: “Passenger Zsa Zsa Gabor, you are delaying the flight to Budapest” quando, para minha surpresa, vi Zsa Zsa passar a poucos metros de mim, meio “altinha”, “trocando as pernas”, com marido, cachorrinho no braço e uma grande “entourage” atrás dela… Parei e fiquei olhando (e sentindo uma grande nuvem de Chanel Nr.5). Zsa Zsa, cuidadérrima, impecável, das "de antigamente" ainda empoadas, entalcadas, perfumadas... LINDA!

Divas que se criaram à si mesmas. Bravo!
(e um grande Obrigado a John Huston por esta eterna cena!)




sábado, 8 de setembro de 2012

Julie, Audrey: TWO fair ladies... (e um maravilhoso agradecimento, repleto de classe, na noite do "Golden Globe")

My fair Lady... quando se pensa nas duas atrizes que criaram "Eliza" na Broadway e em Hollywood, este título não parece ser mero acaso...

Quando, na Warner em 1963, o projeto “My Fair lady” começou, começou ao mesmo tempo uma das maiores disputas da história do cinema pelo papel de “Eliza”, quase comparável a disputa pelo papel de “Scarlett O’Hara”.


Muitos nomes foram cogitados (inclusive Doris Day, Elizabeth Taylor, Shirley Maclaine…). A criadora do papel na Broadway foi logo tirada desta disputa por ser (nas palavras do próprio Mr. Warner) práticamente desconhecida fora dos U.S.A. e da Inglaterra, por “só ter feito” teatro (“só” Broadway e “West-End”) e televisão, por ser muito baixa, nada fotogenica, por ter um queixo descomunal e um nariz muito longo: Julie Andrews.

Como todos sabemos, a linda Audrey Hepburn recebeu o papel, foi dublada na maioria de suas canções por Marni Nixon (a voz de Natalie Wood em “West Side Story” e a de Deborah Kerr em “The King and I”, entre outras) e recebeu a difícil tarefa de transformar-se em Eliza, papel no qual Andrews foi durante anos, em N.Y. e Londres, elogidíssima!
Trocando em miúdos: "prato feito" para a imprensa... para intrigas... para compará-las...


Julie assinou um contrato com Walt Disney para um outro projeto chamado “Mary Poppins”.
E um dos mais interessantes capítulos da história do cinema começava.
Quando Julie, depois de assinar seu contrato, saiu dos estúdios de Disney, seu carro passou pelas portas da Warner, ela exclamou: “…and have a good day, Mr. Warner!”

Apesar de hoje em dia esquecermos que teria sido impossível para Julie trabalhar nos dois filmes (pois foram filmados na mesma época), parece ainda existir no ar uma certa interpretação de “disputa” entre as duas atrizes. Entre estas duas damas.
Não.
Acho que tudo foi criado pela cruel imprensa.


Quando ambos filmes estreiaram não só Audrey comentou para a imprensa que tinha assitido “Poppins” numa tarde em New York ao lado de Mel Ferrer e ambos estavam mais do que encantados com a atuação de Julie («Julie was simply wonderful»), como a própria Julie teceu grandes elogios para Audrey em "Lady". Quando jornalistas lhe perguntaram sobre a « dublagem » da voz de Audrey ela, como uma dama, respondeu que é uma coisa muito difícil, uma árdua tarefa mas totalmente «OK» se voce sabe dar conta do recado, como era o caso de Audrey, a grande profissional que foi!


Na noite do Golden Globe as duas estavam nominadas como melhores atrizes.

A veterana Audrey e a novata no Cinema, Julie.

Julie recebeu a estátua e, agradecendo, não resistiu à tentação a dar seus agradecimentos para “a man who made a great film and made all this possible for me: Mr. Jack Warner” (o homem que fez tudo isto ser possível par mim: Mr. Jack Warner). Momento sensacional, cheio de humor, sarcasmo e MUITA classe… nata em Julie (imagino também Audrey, outra dama, falando exatamente as mesmas palavras).
O público simplesmente delirou…



Semanas mais tarde, na cerimonia do «Oscar», Julie (nervosa) estava nominada como melhor atriz (Audrey não foi nominada) e concorria com Anne Bancroft, Sophia Loren, Debbie Reynolds e Kim Stanley. Páreo duro. Principalmente se se pensa que seu desempenho foi num filme musical… Bancroft, por exemplo, concorria num papel dificílimo, de uma mulher em alto grau de depressão e panico em «The Pumpkin Eater».
E Kim Stanley… a grande Kim Stanley


Rex Harrison
recebeu o Oscar como melhor ator por seu “Professor Higgins” em “Lady” das mãos de Audrey Hepburn, que desta forma estve presente na cerimonia e mostrou muita classe, apesar de não ter sido nominada no “filme do ano”.

No seu breve discurso ele disse: “Deep Love to TWO fair Ladies, I think…” (“meu profundo amor à DUAS belas damas, acho.. ») e Audrey comentou : “Oh, yes!”.

Que dama…



Julie recebeu o Oscar de melhor atriz e disse, com aquele ar britânico tão seu (que, como alguém uma vez sábiamente disse, nos faz «entender o porque de termos vencido a guerra»):
“You americans are famous for your hospitality, but this is ridiculous”.



Aqui cenas memoráveis destas duas noites… sublinhando porém a classe destas duas «Ladies» que manteram, durante toda esta época na qual a imprensa tentou jogá-las numa terrível intriga de “rivalidade", sua serenidade e, acima de tudo, sua classe!

Ahhh… hoje em dia parece que classe saiu da moda…



P.S. Marni Nixon conseguiu finalmente um papel no Cinema, como uma das freiras em “The Sound of Music” (A Noviça rebelde, 1965). Quando os ensaios começaram, ela estava muito apreensiva sobre a reação de Julie com ela… Assim com o oesto do "cast". A final de contas ela havia dublado Audrey em "Lady"… Como Julie reagiria à isso?

Quando a porta abriu e Julie entrou na sala de ensaios, olhou para Marni, correu em sua direção, abraçou-a e disse:
“Marni Nixon, I am such a great fan of yours!” (“Sou uma grande fã sua!”).

Classe.


sábado, 1 de setembro de 2012

Richard Cragun: Bolero


Quando Richard Cragun deixou este mundo para transformar-se em Luz, eu, como milhares de outras pessoas que amam seu trabalho, procurei por videos seus na Internet.


Triste constatar o fato que existe tão pouco sobre ele… poucas fotos, poucos filmes…

Tão pouco que eu percebi, por ocasião de seu falecimento, pelas estatísticas do Blog como „As Tertúlias”, numa postagem de 2009 chamada “Richard Cragun: Saudades” (http://tertulhas.blogspot.co.at/2009/12/richard-cragun-saudades.html - Sim, passem por lá. Comentários históricos... ) foram incrívelmente visitadas… e como, entre suas poucas fotos na Internet „As Tertúlias“ fazem parte das primeiras dele a serem encontradas.

Por um acaso muito grande encontrei este singular video do Bolero (Ravel, Béjart) . Não conhecia esta versão… nela Marcia Haydée está ao centro da mesa… como todos nós conhecemos esta peça...

MAS

a grande diferença porém está no fato dele se encontrar num plano superior, como se ele fosse “A Luz”, guiando-a...

Tarefa difícil para dois bailarinos… esta extrema sincronização… Mas quem, senão Marcia e Richard, poderia executá-la? Aqueles dois que, quando dançavam um Pas de Deux de John Cranko pareciam ser uma só pessoa…

Me apaixonei por este video, apesar de achar Marcia (Bailarina, grande artista que admiro extremamente) pouco à vontade nesta coreografia.
Talvez por sua idade na época, talvez por minhas memórias de Shonach Mirk e Sylvie Gillem ainda serem “muito vivas”…

Rick está absolutamente perfeito… Nunca tinha-o visto assim… quase Andrógino.

Celebremos mais uma vez seu talento, sua versatilidade, sua presença, sua Arte…

Sim, Rick, saudades de Voce!





Que delícia rever tantas pessoas conhecidas neste video, inclusive o meu querido amigo Friedjov Gensel.