sexta-feira, 17 de abril de 2009

Supporting actors/ actresses VI: Billie Burke


Billie Burke, que nasceu em 1884 em Washington como Mary William Ethelbert Appleton, é hoje em dia, únicamente relembrada por seu papel como Glinda, a boa bruxa do Norte, a fada do “O Mágico de Oz” (MGM 1939). Filha de um palhaço de circo chamado Billy Burke (!) ela; ainda criança viveu numa interminável Tournée pelos U.S.A. e Europa. Sua família finalmente estabeleceu-se em Londres, onde assistindo os clássicos espetáculos do West-End ela decidiu tornar-se um dia uma atriz.


Ela debutou nos palcos londrinos aos 18 anos de idade, foi bem recebida pelo publico e crítica, transformando-se assim em pouco tempo numa das atrizes mais populares dos palcos londrinos. Mas a Broadway chamava. Aos 22 anos ela desembarcou em New York e não mais parou de trabalhar. Apesar do teatro ser seu “primeiro amor” ela começou a fazer filmes em 1916. Ela considerava-se, em primeiro plano, uma atriz de teatro (onde ela pelo menos tinha papéis “falados”).


Em 1921 ela apareceu em “The Education of Elizabeth” e logo depois retirou-se dos palcos. Ela tinha-se casado já em 1914 com o famoso produtor e empresário Florenz Ziegfeld e com toda sua fortuna bem investida no mercado de Wall Street, não havia realmente nenhuma razão pela qual ela tivesse que trabalhar. Desta forma poderia dedicar-se mais à filha que havia nascido em 1916. O que não estava planejado foi o “Black October” em 1929 quando a bolsa enlouqueceu e êles, Mr. & Mrs. Florenz Ziegfeld, junto a milhares de outros, perderam tudo o que possuíam! Billie não teve outra opção há nao ser voltar ao cinema. “Flo” estava completamente arruinado, o que lhe custou também a saúde e lhe causaria a morte.

Este famoso e elegante casal do teatro de N.Y. transferiu-se para a Califórnia.


Seu primeiro papel com alguma “substancia dramática” foi o de mãe de Katharine Hepburn em “A Bill of Divorcement” (RKO, 1932). Este filme só é mencionado hoje em dia por ter sido o primeiro de Kathe Hepburn. Ela agora estava mais “de bem” com o cinema - já que tinha diálogos e falas... Infelizmente “Flo” morreu neste ano e depois do enterro ela teve que, muito profissionalmente, voltar às filmagens.

Um de seus melhores papéis veio com a produção de David O.Selznick “Dinner at Eight” (1933). Mrs. Paula Jordan, a anfitriã do “jantar as oito”. Ao lado de Lionel Barrymore, Wallace Beery, Jean Harlow e Marie Dressler (fenomenal), um incrível e forte elenco, ela brilhou, dirigida como em “Bill” por George Cukor. Como a “avoada” espôsa de um dono de uma compania de navios em grandes problemas financeiros, ela teve um papel divertidíssimo, um grande sucesso e sua volta ao “Top” do Show-Business.

Em 1936 o musical “The great Ziegfeld” foi produzido pela MGM. Esta biografia do “rei” da Broadway deu o papel de Anna Held, a primeira espôsa de Ziegfeld e um Oscar à Luise Rainer (vide minha postagen de 12.10.2008), que no ano seguinte ganharia outro Oscar por sua interpretacao em “The Good Earth” (MGM, 1937). Para retratar Billie nas telas foi escolhida a deliciosa Mirna Loy.

Em 1938 ela foi nominada para um Oscar por “Merrily we live”. Provávelmente sua melhor atuação no cinema, apesar do fato dela ter sido imortalizada como “Glinda” no eterno “O Mágico de Oz”.


Outras atrizes foram cogitadas para este papel. Temos porém que agradecer à inspirada idéia de Mervin LeRoy em colocá-la neste filme. Billie estava já com 54 anos durante as filmagens. Para a época muita idade para transformar-se numa fada. Ela realmente “brilha” como Glinda... Sua voz, muitas vêzes usada comicamente em seus papéis de matrona aloucada da alta-sociedade (como se tivesse aspirado um balao cheio de gás helium) é usada de uma forma doce e suave... Sua impostação é exemplar, a “cor” da voz é clara, translúcida... numa espécie de “Mid-Atlantic English”. Não britânica e jamais americana... Inesquecível. A fada-mor de todos os tempos!


Sua estrêla continuou a brilhar e entre 1940 e 1949 fez 25 filmes. Sua última aparição no cinema foi em 1960 aos 76 anos de idade em “Sergeant Rutledge”.

Billie morreu de Alzheimer e causas naturais em 1970, aos 85 anos de idade. Sua única filha com Ziegfeld, Patricia, seguiu-a em 2008. Mas foi a própria Billie que uma vez disse:

“Age doesn’t really matter unless you’re a Cheese”

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