sábado, 25 de agosto de 2012

If ever I would leave you

Canções de amor... existem tantas... existem tantas tão lindas…


Uma das mais significativas para mim é “If ever I would leave you” do quase esquecido “Camelot” (1968) de Joshua Logan


O musical tinha sido lançado em 3 de dezembro de 1960 na Broadway e foi um imediato sucesso… Richard Burton como o Rei Arthur, Julie Andrews como sua esposa Guenevere e Robert Goulet como Lancelot, um cavaleiro da “Távola redonda” e secreto amante de Guenevere, foram as estrelas do primeiro “cast”.


Burton eternizou as canções de uma forma falada, quase recitativa (como Rex Harrison em “Lady”), com seu perfeito sotaque britanico e inigualável dicção, Andrews, fascinante, no seu segundo musical de Lerner & Loewe, (voces sabiam que Frederick Loewe era vienense?), se estabeleceu definitivamente (depois de “The boyfriend” e “My fair Lady”) como rainha da Broadway e o bonito e talentoso barítono Robert Goulet, que criou um “alvorosso” nos corações femininos da época. Ouçam ao que me refiro...



(Pena ter levado o resto de sua carreira como cantor de shows em Las Vegas, desenvolvendo vícios vocais muito “poulares” na época, também usados por “cantorzinhos” como Johny Matthis, Eddie Fischer e Jack Jones. Uma pena.).


A fama deste musical de Lerner & Loewe (“Gigi”, “My fair Lady”) foi eternizada quando John F. Kennedy declarou-o seu musical predileto… Muitos ainda acreditam no fato que Kennedy e sua política muito se basearam na lenda de “Camelot”, o estado perfeito, onde TUDO era perfeito…

Oito anos mais tarde, Josh Logan imortalizou o período do «casting» do filme quando pronunciou o seguinte pensamento: “Can you see two men and two armies going to war over Julie Andrews?” (Voce podem imaginar dois homens e duas armadas indo para a guerra por causa de Julie Andrews?”). Eu, apesar de ser louco por Miss Andrews tenho que dar-lhe absoluta razão…

Ele decidiu-se por Vanessa Redgrave, que vinha de uma discutida atuação como Isadora Duncan em “Isadora” e começava a criar uma carreira cinematográfica. Óbviamente o filme perdeu muito em termos musicais – Miss Redgrave que realmente não canta, canta seus próprios números no filme, não tendo sido dublada, como por exemplo Audrey Hepburn em “My fair Lady” – mas ganhou muito em termos dramáticos…


Gostaria de chamar particular atenção para a beleza de Redgrave – hoje em dia não pensamos mais nesta atriz como uma “beleza” mas sim… ela foi lindíssima… e se voces olharem para a envelhecida Redgrave de hoje em dia com outros olhos verão no rosto desta setentona (75), traços inigualáveis de beleza. Abaixo ela ao lado de Richard Harris (King Arthur).


Durante as filmagens de “Camelot” Redgrave e o (lindíssimo) Franco Nero se apaixonaram…


Na cerimonia do “Oscar” ela “chocou” Hollywood e o mundo por aparecer para o evento descalça, em companhia de seu amante (Nero) e grávida… Como os tempos mudaram…

Eles até hoje estão juntos.



Mas voltando ao tema da canção: é mais um destes textos que “formula” de uma forma positiva o que poderia ser negativo… sabem o que quero dizer? Um dia destes perguntei à uma amiga (que está com certos problemas de saúde) não como estava sua «doença» porém como andava sua “melhora”. Uma ligeira diferença… que nos faz pensar, agir de forma mais positiva !

Deixo-os aqui para saborear mais uma “lembrança”, mais uma tertúlia, com o seguinte pedido: Prestem bastante atenção aos “close-ups” finais quando Nero canta/dubla:

Oh, no! not in spring-time!
Summer, winter or fall!
No, never could I leave you at all!


Verão a beleza de Redgrave à qual me refiro. Muito mais do que belos traços.
Uma beleza definida por muito “interior”. Profundo interior (Aquela mesma coisa que sempre nos fez ver que Katharine Hepburn era linda).

Canções de amor... existem tantas... existem tantas tão lindas… como esta!
e....
"No, never I could leave you at all..."

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