sábado, 9 de agosto de 2014

Catherine Sauvage: Nana's Lied (Brecht & Weill)

Dentre as composições da parceria de Bertolt Brecht & Kurt Weill, a minha "all time-favourite" ainda é “Nanas lied”, uma quase homenagem ao meretrício…

Traduções, diz-se, nunca são tão boas quanto os originais ou tão fiéis às idéias originais do autor... pode até ser verdade, pois neste caso a tradução ao frances é, no meu ponto de vista, infinitamente superior ao original em alemão…
Tudo isso fácil de explicar-se: simplesmente pelo fator idiomático muito mais emoção “transborda” de Nana e vem à tona nos tocar...


Por exemplo, o que no original ela, referindo-se à si mesma e à sua “luta” diária, nos conta

Wo sind die Tränen von gestern Abend ?
Wo ist der Schnee vom vergangenen Jahr ?W

(Onde estão as lágrimas de ontem à Noite?
Onde está a neve do ano passado ?)

é maravihosamente (e musicalmente, em termos de sons, principalmente vogais) traduzido em

Hier tu pleures, où sont tes larmes ?
Où est la neige qui tombait l'an dernier ?

O que mais dizer? (Procurem talvez o original em alemão... interessante comparar...


Parte de um eterno disco (que me acompanha já ha quase uma vida inteira!) da brilhante atriz/cantora Catherine Sauvage (1929-1998), «Nanas Lied» se destaca – ou pelo texto melódico ou por seus acordes cheios de emoção que transformam a real (e trágica) situação de sua intérprete num momento de poesia para o espectador/ouvinte…

Brilhante…

Au rayon des amours à vendre
On m'a mise à dix-sept ans
Je n'ai pas cessé d'apprendre
Le mâle était dieu
Et je jouais le jeu
Mais j'en ai gardé gros sur le cœur

Et en fin d' compte, je suis un être humain

{Refrain:}
Dieu merci, tout passe ici bien vite
Passe l'amour et passent les regrets
{x2:}
Hier tu pleures, où sont tes larmes ?
Où est la neige qui tombait l'an dernier ?



On a moins de peine à se vendre
À mesure que passe le temps
Les clients se font moins attendre
Mais les sentiments ne sont plus très ardents
Quand on les gaspille à tous les vents

Et en fin d' compte, mes réserves s'épuisent

{au Refrain}

Au rayon des amours qu'on paie
On a beau comprendre vivement
Transformer l' désir en monnaie
C'est jamais marrant
On s'y fait pourtant
Mais un jour, la vieillesse vous surprend

Et en fin d' compte, on n'a pas toujours dix-sept ans

{au Refrain}

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