quinta-feira, 11 de abril de 2013

La Sylphide: Wiener Staatsoper /Ópera de Viena (05.04.2013)



Oh… the thoughts that “La Sylphide” evoke…

most of them about Filippo Taglioni, his gifted daughter Marie and their times in Vienna…



Oh… os pensamentos que “La Sylphide” evoca…

a maioria deles sobre Filippo Talgioni, sua talentosa filha Marie e seus tempos em Viena…




I was last April 5th at the Opera. It was sort of a treat that I gave to myself… A nice seat in a box very near to the stage – from where I could, due to the nearness, enjoy more the characters and their acting…
Something necessary in this ballet. I had seen “La Sylphide” for the last time in 2011. Irina Tsymbal (somebody once said “Die Personifizierung der Poesie / the personification of poetry” about her) impressed me a lot… She gave “her” Sylphide many dimensions, extraordinary qualities.


(above Irina Tsymbal, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)

Estive no ultimo 5 de abril na Ópera. Foi uma espécie de presente a mim mesmo… Um bom lugar num camarote bem perto do palco – de onde eu poderia, pela proximidade, disfrutar mais dos personagens e suas atuações dramática, algo necessário nesse ballet…
Tinha visto “La Sylphide” pela última vez em 2011 com Irina Tsymbal (alguém disse “Die Personifizierung der Poesie / a personificação da poesia” sobre ela) me impressionou muito… Ela deu à “sua” Sylphide muitas dimensões, qualidades extraordinárias.



(above Irina Tsymbal, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)

Reading the programme, just before the lights went down, I could catch a marvellous phrase which I would like to refer here to:
“Die Sylphide ist das Sinnbild der weiblichen Verführung, mit allen, was die Epoche der Romantik uns an Leichtigkeit, Anmut, Lieblichkeit, Frivolität und verdorbener Unschuld hinterlassen hat” (The Sylphide is an allegory of the feminine seduction, with all that the romantic period left us to think about lightness, grace, suaveness, frivolity and foul innocence).
I think that in this one sentence all has been said about the character... and how exciting it should/could/would be to recreate such a character on stage...


(above Roman Lazik & Irina Tsymbal, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)

Lendo o programa, pouco antes das luzes se apagarem, consegui pegar uma maravilhosa frase à qual gostaria agora de me referir: „Die Sylphide ist das Sinnbild der weiblichen Verführung, mit allen, was die Epoche der Romantik uns an Leichtigkeit, Anmut, Lieblichkeit, Frivolität und verdorbener Unschuld hinterlassen hat“ (A Sylphide é uma alegoria à sedução feminina, com tudo o que o período romantico nos deixou sobre leveza, graça, suavidade, frivolidade e suja inocencia). Eu penso que nesta frase tudo foi dito sobre o personagem… e que excitante deveria/poderia/ teria que ser recriar tal personagem no palco…


(above Shane A.Wuerthner & Maria Yakovleva, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)


(above M. Yakovleva, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)



But back to the reason why I am writing this today:
my main point of criticism nowadays towards the Viennese Opera Ballet. Probably due to the hurried schedule and many performances of, dancers seem not to have enough time to develop into their characters, understand them, live with them, know what they are doing (when I remember the “one note exercise” from Actor’s Studio, N.Y…). And then, all of a sudden you are watching a performance with no “sap”, no acting, no feeling... just bodies dancing to music (If I’d had wanted wanted that I could as well have watched some Balanchine DVDs at home). That all may be OK for the customary viennese audiences, still in need to develop its ballet knowledge, but it is not enough to someone who understands a bit more about Ballet.
I felt extremely uneasy during the Sylphide’s “dying-scene”. One of the most emotional moments EVER put in ballet… the poor thing loosing her little wings and there it was: no feelings at all on stage, just a dancer trying to look beautiful regardless of the bad luck and injustice that her character is being put through. This made me really sad. Lack of emotions makes me sad.


Photo: Wiener Staatsoper

Mas de volta ao motivo de estar escrevendo isso hoje:
meu motivo central de crítica hoje em dia ao Ballet da Ópera de Viena. Provavelmente por uma escalonação muito cheia de pressa e muitas apresentações, os bailarinos não tem tempo suficiente de se desenvolver dentro de seus personagens, entende-los, viver com eles, saber o que estão fazendo (quando me lembro do exercício das notas do Actor’s Studio). E então, derepente, voce está assistindo uma apresentação sem “seiva”, sem atuações, sem sentimentos… só corpos se movendo para a música (Se tivesse querido isso no dia 5, poderia ter ficado em casa e assistido DVDs de Balanchine). Talvez tudo isso seja OK para a o público vienense, ainda necessitado de desenvolver seus conhecimentos sobre ballet, mas não é suficiente para alguém que entende um pouquinho mais sobre ballet.
Senti-me extremamente desconfortável durante a cena de morte da sylphide. Um dos momentos mais emotivos jamais colocados no ballet… a pobrezinha perdendo suas asinhas e lá estava: nenhum sentimento no palco, só uma bailarina fazendo-se de bonita sem levar em conta o azar e injustiça pela qual seu personagem está passando. Isto me colocou triste. Falta de emoções me coloca triste.




It is extremely difficult to retain the audience’s attention during La Sylphide”. First because the technical challenges may not impress audiences very much, second because the plot may be understood as “too long”. But it is not this way...

The pas de trois (La Sylphide, James and Effie, who was played by Kyoka Hashimoto) from the first act is impressive – and was surely an inspiration
To the pas de trois from “La Dame aux Camelias” from John Neumeier in which Marguerite, Manon and Des Grieux dance together while Marguerite (and Manon) are dying… You really feel the response of the audience – perhaps one of my favourite moments… But, as I said before: it is really extreme difficult to retain the audience’s attention during the whole length of the ballet.

Sad to sit and watch while such characters as James and La Sylphide are turned into an one-dimensional display of one-dimensional emotions – without any of the intended choreographic nuances… It reminded me of what the great Dorothy Parker said once about a performance of a (very young) Katharine Hepburn: She runs the gamut of emotions from A to B".
Sad to watch such characters be turned into simple imitations of themselves...


(above NIna Polakova, Roman Lazik & Maria Yakovleva, 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)

É muito difícil reter a atenção do público durante “La sylphide”. Primeiro porque os desafios técnicos podem não impressionar muito o público, segundo porque o enredo pode ser entendido como “muito longo”. Mas nao é bem assim…

O pas de trois (La Sylphide, James and Effie, que foi interpretada por Kyoka Hashimoto ) do primeiro ato me impressiona e foi certamente uma inspiração para o pas de trois de “La Dame aux Camelias” de John Neumeier no qual Marguerite, Manon e Des Grieux danam juntos enquanto Marguerite (e Manon) estão morrendo… Pode-se sentir a reação da platéia – talvez um dos meus momentos preferidos … Mas, como eu disse antes: é muito difícil reter a atenção do público durante a extensão total do Ballet.

Triste estar sentado e ver como tais personagens como James e la Sylphide são transformados numa aparição unidimensional de emoções unidimensionais – sem as intencionadas nuances coreográficas… Lembrou-me do que Dorothy Parker uma vez disse sobre uma apresentação de (uma muito jovem) Katharine Hepburn: ela toca a gama de emoções de A a B”.
Triste ver como tais personagens são transformados em simples imitações deles mesmos…

E, ainda por cima, personagens tao ricos… sobre La Sylphide já escrevi mas James… ele é tao tridimenional: sua recusa a aceitar a realidade se apaixonando por “aquela” linda criatura é de certa forma tao supreendente e tao atual…



(above Andrey Kaydanovskiy as "Madge", 2011/12 Season, Photo: Staatsoper)

James is not the character that requires the “grandiosity” of a Premier Danseur with such presence as Vladimir Shishov. James was extremely well-played in the 2011/12 season by Shane A.Wuerthner and Roman Lazik. Both not really danseurs noble but very, very good dancers…
But on the other hand… Michaël Denard was such a great Danseur Noble and he was also a very good, believable, down-to-earth James… a three dimensional man.


(above Shane A.Wuerther, 2011/12 Season. Photo: Staatsoper))

James não é o personagem que pede a “grandiosidade” de um Premier Danseur com tal presença como a de Vladimir Shishov. James foi extremamente bem interpretado na estação de 2011/12 por Shane A.Wuerthner e Roman Lazik. Ambos não são na realidade Danseurs Noble mas muito, muito bons bailarinos… Mas por outro lado… Michaël Denard foi um grande Danseur Noble e também um muito bom, crível James de “pés no chão”… Um homem tridimensional.


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(above Natalie Kusch, Shane A. Wuerthner & Maria Yakovleva 2011/12 Season, Photo Staatsoper)

I can’t say much about Mayasu Kimoto’s James – there were no feelings to reach to… But, very honestly, it may be that I am the one who’d have preferred to see James played by a more Scottish looking dancer! But we can’t go into that…
To summarize: I wish dancers here should/could/would have more Workshops to develop the characters they are playing… This is so important. Maybe someday I’ll concentrate on coaching… The company is being brought through an extreme work process since Monsieur Legris is here… but my impression is that not so many thoughts are being given to showmanship as to technique… and they are equally important!


(above Irina Tsymbal, 2011/12 Season. Photo: Staatsoper/Kurier)

Não posso dizer muito sobre o James de Mayasu Kimoto. Não haviam sentimentos para se alcançar… Mas muito honestamente, pode ser que seja eu quem teria preferido ver James interpretado por um bailarino de aparencia mais escocesa! Não podemos e não vamos nos aprofundar nisso…
Resumindo : Como desejaria que bailarinos devessem/pudessem/tivessem mais Workshops para desenvolver os personagens que atuam… Isto é tão importante. Talvez algum dia eu me concentre em instruir… A companhia está sendo levada por um processo de trabalho extremo desde que Monsieur Legris está aqui… Maravilha… mas minha impressão é que os suficientes pensamendtos não estao sendo dados à desempenhos como em relação à técnica… E ambos são igualmente importantes!



(above Natalie Kusch, Shane A. Wuerthner & Maria Yakovleva 2011/12 Season, Photo Staatsoper)

Contrary to the audiences’ opinion Andrey Kaydanovskiy did not impress me as Madge. Strangely enough this Madge walks long steps and then uses her stick… Normally, anyone using a stick uses it, leaning on it, before taking a long step… I tried his version of walking when I arrive home and I tell you: this is NOT easy (and it looks very strange und quite unreal on stage!). This was a cronic case of not knowing how to walk on stage.


Yes... sad...


Ao contrário da opinião da platéia Andrey Kaydanovskiy nada me impressionou como Madge. Estranhamente esta Madge dá longos passos para então usar sua bengala… Normalmente, qualquer pessoa usando uma bengala usa-a, apoiando-se nela, antes de dar um passo… Eu tentei esta versão de caminhar quando cheguei em casa e lhe digo: Nada fácil (e parece muito estranho e bem irreal no palco). Para mim caso cronico de não saber andar no palco.


(above Irina Tsymbal & Roman Lazik, 2011/12 season: Photo Kurier/Staatsoper)

But let us speak about the Highlights of the Evening… I want to say something positive about April 5th…

Misha Sonovschi was once more brilliant in the pas de deux from the first act… Contemplative. Two years ago, in the company of Maria Allati, he was a joy to watch. This time a new partner was quite a surprise for me: Ioanna Avraam, a lovely, very gifted dancer from Cyprus, gave us her role début in this nice – and refreshing – part of the first act.


(above Maria Alatti & Mihail Sonovschi, 2011/12 Season: Photo Staatsoper)

Mas falemos das Highlights desta Noite… Quero dizer algo positivo sobre 5 de abril…

Misha Sosnovschi esteve mais uma vez brilhante no pas de deux do primeiro ato… contemplativo. Dois anos atrás, em companhia de Maria Allati, foi um prazer ve-lo. Desta vez sua nova parceira foi uma grande surpresa para mim: Ioanna Avraam, uma linda e talentosa bailarina de Chipre, nos deu no seu début no papel nesta agradável e refrescante parte do primeiro ato.



(above Maria Alatti & Mihail Sonovschi, 2011/12 Season: Photo Staatsoper)

I was also very impressed by the wonderful dancers of the corps de ballet in the second act. The delicacy of some, lovely Flavia Soares for instance, is so “bigger than life” that all of a sudden you are wondering why there is another plot going on, why soloists you do not really relate to, are dancing all the time.

To be very honest: the pas de deux from the first act with Sosnovschi and Avraam as well the wonderful, delicate, precise work of the corps de ballet (the real Star of the evening) in the second made this evening a real joy!!!! Thank you, “girls”!


(above Flavia Soares 2012/13 Season)


(above the corps de ballet during this years's April 5th's performance)

Também fiquei muito impressionado com as maravilhosas bailarinas do Corps de Ballet no segundo ato. A delicadeza de algumas, a cativante Flavia Soares por exemplo, é tão “maior do que a vida”que derepente voce se pega ponderando porque existe um enredo acontecendo e porque solistas, com os quais voce não se identifica, estão dançando todo o tempo.

Para ser muito honesto: o pas de deux do primeiro ato som Sosnosvschi e Avraam assim como o maravilhoso, delicado, preciso trabalho do Corps de Ballet (a real estrela da noite) no segundo transformou esta noite numa real alegria!!!! Obrigado, “meninas”!



Note: all pictures are the property of the owner of this blog. I have tried to name the owners as well as I could get information from the net.

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