Liebestod ("mild und leise") - a maravilhosa Birgit Nilsson: inesquecível...

Talvez meu maior privilégio em assistir um grande talento tenha sido a sortuda possibilidade de presenciar um dos últimos espetáculos de Birgit Nilsson em 1981…
ela se retirou das cenas em 1982…
Isto, apesar de ter feito um come-back em 1992, aos 74 anos, cantando (imaginem) Brünnhilde no „Covent Garden“ - as „boas línguas” contam que Birgit até morrer poderia ter cantado nos palcos, tamanho seu dote vocal e talento, quase até sua morte, com 87 anos, em 2005.

Incrível de se acreditar.
Ela, parecia, nao querer mais mostrar seu rosto envelhecido ao mundo, apesar da voz...

Fantástica.

Uma mulher de extremo humor, ela era dona de sarcasmo e conhecia um segredo incrível, um dos mais difíceis… ela sabia rir de si mesma, Vale a pena pesquisar esta personalidade fascinante.
Sua auto-biografia é uma delícia de se ler. Ri muito... sim, ri muito COM este soprano lírico trágico!

Uma mulher de grande personalidade, que deixou no seu testamento o pedido para que sua morte fosse comunicada à imprensa sómente duas semanas depois de seu enterro – que aconteceu no seio e na paz da família.

Aqui sua “Liebestod”, o final de “Tristan und Isolde” de Wagner, com seu imcomparável ultimo "sussurro" (sua última nota) quando nos conta de “Unbewusst, höchste LUST” ("inconscientemente, o maior PRAZER") se referindo à sua, bem próxima, morte…
Nunca voltei ouvir esta última nota desta forma… nunca havia ouvido-a assim antes... um sussurro repleto de vulnerabilidade (depois de 5 horas cantando, note-se) e magnífico em sua expressao.

Obrigado, Birgit! Sim!

Esta postagem vai para a minha amiga Adélia de presente, pois sei que a prezará!